Coração que Cura escrita por Carolina Muniz


Capítulo 18
19


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários ♥



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× Capítulo 19 ×

Tem um determinado momento em nossa vida, que somos nós quem decidimos as coisas. Não sei exatamente com que idade ou com que maturidade, mas esse momento chega para todo mundo. E não importa seu pai, sua mãe, seus irmãos mais velhos, seus amigos ou professores, é você quem decidi se tal coisa é certa ou errada, bonita ou feia. Todo mundo tem sua própria convicção. Todo mundo tem sua crença. Mesmo que esse tipo de coisa seja idealizado por nossa infância e o que nos foi ensinado, somos nós quem decidimos se aquilo é bom ou não para a nossa paz de espírito.

Em dezenove anos de vida, saindo e entrando em hospitais, sempre passando mais tempo no quarto do que no jardim, Ana não teve muitas coisas para conhecer e decidir suas convicções de certo e errado, bonito ou feio. Ela tinha a convicção de que mentiras eram ruins, mas que as vezes a verdade pode ser pior. Ela acreditava que muitas pessoas podem sim passar a vida inteira sem conhecer a felicidade real, afinal, o que a fazia feliz não fazia o outro feliz. Ana sempre achou coelhinhos e focas animais horrorosos, não importava o quanto as pessoas dissessem que eram fofos.

Bem, ela disse que eram horrorosos, não que não eram fofos. Sabe, cabritinhos são fofos, mas você não vai querer um filho com cara de cabrito.

Ana também achava emoticons uma coisa bem chata, e numa vida em que ela passa mais tempo nas redes sociais do que socializando pessoalmente, ela era uma em um milhão.

Sabe, aqueles eram os tipos de coisa que Ana tinha suas próprias decisões. Ela não tinha nenhuma opinião sobre sexo antes do casamento, sobre o relacionamento gay ou sobre colar nas provas do colégio, como uma garota de dezenove anos deveria ter.

Ela era estranha o suficiente para prestar mais atenção na capa do livro que um homem bonito no metro já segurando do que em sua mão para ver se ele tem aliança.

Ela também era estranha o suficiente para pensar em gravidez. 

Gerar um filho era mais uma das coisas que Ana achava bonito, e sua convicção era de que era uma das mais interessantes coisas da humanidade.

Um bebê, que um dia se tornará uma criança, um adulto, irá casar, ter outros bebés e então envelhecer e morrer. Sabe, aquele bebê foi gerada dentro de uma mulher.

Para as outras pessoas podia ser algo banal, mas Ana teve muito tempo em sua vida para pensar sobre aquilo e decidir que tudo era incrível, desde a fecundação ao parto.

Enfim, ela pesquisou muito sobre gravidez e fetos, mas não é como se alguém precisasse de uma pesquisa a fundo para saber o que é preciso para se gerar um bebê. 

— Eu acho que não escutei direito - a garota sussurrou, a cabeça parecia zunir de repente.

Carla tocou em seu rosto, tirando seu cabelo do caminho.

— Foi o que eu disse, querida, você está gravida.

— Mas isso é impossível, mãe - ela murmurou. - Não tem como eu estar... - ela não terminou, de repente ficou difícil dizer aquela palavra.

— Eu vou te explicar tudo, prometo. Mas agora preciso que se acalme.

Só então Ana percebeu o barulho disparado do bip no monitor.

A garota inspirou e expirou duas vezes.

Tudo tinha uma explicação. Ela não estava grávida de verdade, não tinha bebê dentro dela, era outra coisa. Era outro nome... Não podia ser. Não era possível.

— Eu sei que está confusa agora, mas eu vou te explicar e logo você vai entender, filha - Carla garantiu.

Naquele momento, Ray voltou, uma bandeja em mãos com tudo o que Ana podia comer.
A morena ao menos sentia fome agora.

— O papai sabe? - questionou a garota.

— Sei do que? - Ray rebateu enquanto empurrava a mesa de rodinha para cama de Ana.

— De mim - disse a menina.

— Não, filha - Carla falou.

— O que está acontecendo? - ele perguntou.

Ana mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça com força.

— Como? Como você sabe e eu não? Como ninguém sabe? O que está acontecendo? Como isso aconteceu? Eu não consigo entender! Mãe, isso não é possível... Isso não é certo!

Carla pegou abraçou-a forçado, pois a garota apenas se afastava, e a fez deitar a cabeça em seu peito.

E então ela falou. Ela falou tudo, desde o começo, desde a proposta, desde saber da possibilidade de implantar um bebê de Mia no útero da filha.

E Ana escutou.

Ray também.

Carla contou tudo, e era como se ela tivesse falado por três dias seguidos.

Para Ana também foi assim. Foi uma eternidade de coisas que descobriu.

E no fim, a única coisa que Ana pediu foi que ficasse sozinha.

— Eu tenho pelo menos esse direito, não tenho? - questionou.

E aquele tom de voz foi diferente do habitual, não houve gentileza, não houve doçura e muito menos inocência. Foi o tom de uma garota de dezenove anos que acabara de descobrir que sua vida foi tirada de si novamente.

Era ridícula a forma dramática que tudo aquilo se tornou de repente.00000000000

Ana estava num quarto de hospital mais uma vez, como há um mês, mas dessa vez nem era por si mesma. Ela estava mais ali por causa do bebê em sua barriga do que por ter caído da escada.

Sabe, pessoas caem da escada o tempo todo, e nem por isso vai toda as vezes para o hospital.
Mas agora Ana tinha outra pessoa dentro de si. Não era mais apenas o coração de uma outra mulher, era o filho dela também. 

Ana ainda não sabia como se sentia em relação aquilo. Ela estava tentando ir por partes.

Primeiro, ela era virgem e estava grávida.

Quantos graus de errado isso tinha? E de esquisito também?

Ela era quase uma Maria do século 21.

Segundo, ela tinha um bebê de verdade dentro dela. Os enjoos e as tonturas tinha um sentido agora.

Era bom ela saber que não estava doente.

Terceiro, o bebê dentro dela era de Mia, e ele já estava se formando quando foi colocado dentro de si.

Aquilo era assustador e incrível ao mesmo tempo. Alguém que aprecia a gravidez humana como Ana, tinha que admitir: era a coisa mais incrível do mundo implantar um bebê se formando dentro de outra pessoa.

Sabe, nada, nada mesmo de Ana teria a ver com o bebê. Nem mesmo o saci gestacional ou a placenta foi formada dentro de si. Tudo era de Mia.

Não bastava ela ter apenas o seu coração, claro.

A garota deveria estar se revirando no túmulo uma hora daquelas, Ana roubou tudo dela, afinal.

Coração, filho, mãe, irmão...

Tudo bem, humor negro não era a melhor coisa para ser feita num momento daqueles.

Mas tem algum manual do que ser feito, afinal? Alguém teria uma resposta de como agir naquela situação?

Deus, ela estava grávida!

Como foi que aquilo aconteceu na sua vida?

Sabe, aquele lance de 'beijo engravida' não era de verdade...

Okay, sem humor.

Não era hora mesmo.

Ana mordeu o lábio e se concentrou na vontade de fazer xixi que estava.

E aquele era mais um sintoma. Ultimamente ela urinava tantas vezes no dia, que sua bexiga parecia teve furado, ou ter ficado só tamanho de uma azeitona.

A garota tirou os eletrodos do seu coração.

Não sabia para que ainda ficavam testando, ela estava bem. Tudo funcionou... Funcionou bem até demais.

Se levantou e foi ao banheiro, bufou enquanto urinava e quando terminou lavou suas mãos. O espelho em cima da pia a mostrou sua aparência, o cabelo estava desgrenhado um pouco, mas de resto tudo estava apresentável.

Uma batida na porta a fez voltar para o quarto e dizer um 'entre' enquanto voltava a se sentar na cama.

Esperava que não fosse seus pais, não queria vê-los naquele momento.

Mas não era, e sim o Dr. Jackson e uma mulher.

— Ana, boa noite - cumprimentou o médico.

A morena balançou a cabeça e esperou enquanto o homem fechava a porta atrás de si.

— Essa é a Doutora Greene-  ele apresentou a mulher.

— É um prazer conhecê-la - disse a médica.

Ana aceitou sua mãe e a balançou com simpatia.

— O senhor sabe o que minha mãe fez, não é? - ela disparou.

O medico não mentiu e apenas assentiu, mas também não comentou a mais.

— Sim, você está gerando um bebê - ele disse. - E a doutora Greene é uma obstetra especializada em... Bom, bebês de proveta, é o caso mais perto que podemos chamar o seu.

— Isso mesmo, Srta. Steele, se me permitir, acompanharei sua gestação até o parto para que tudo seja correto e o mais seguro possível - disse a mulher.

Ana apenas encarou os médicos.

Seu primeiro pensamento foi dizer: é melhor conversamos com a minha mãe. A vida inteira havia sido daquele jeito, afinal.

Mas de repente ela não queria mais aquilo. Não havia mais sua mãe ou seu pai em primeiro lugar na equação. Ela decidia sua vida a partir de agora.

— Tudo bem, eu agradeço. Na verdade, eu preciso de muito esclarecimento - disse a garota.
Greene sorriu e assentiu com a cabeça.

— Iremos responder qualquer pergunta que tenha - garantiu.

Ana concordou, e ela também não pediu permissão dos pais quando foi levada para a sala da obstetra.

Foram tantas perguntas, e com certeza nem a doutora havia falado tanto quanto naquela noite.

E quando Ana finalmente terminou com suas intermináveis perguntas, alegando apenas não se lembrar de nenhuma no momento, a obstetra sugeriu fazer uma nova ultra.

E Ana sentiu um friozinho na barriga - e não era do gel sendo passado em sua barriga.

Em todo caso, sendo virgem ou não, com dezenove anos ou podia até ser menos, tendo decidido ou não, enfim, mesmo com todos os apesares, aquele momento foi mágico.

Ana se lembra de ter sentido algo a mais no coração quando viu as tiras de contração e dilatação dos batimentos cardíacos do feto na ultra antiga, mas escutá-los era totalmente diferente.

Assim que Ana escutou o próprio coração depois de acordar da cirurgia, há um pouco mais de um mês, ela chegou a chorar, ela havia se apaixonado por aquele som, pelos batimentos daquele coração que era dela agora. Mas de repente ela estava apaixonada por outro coração, por outros batimentos rápidos e fortes.

Não demorou muito, e Ana ainda em transe, voltou para o quarto.

A garota fechou a porta atrás de si e tocou a própria barriga.

Ela estava apaixonada por um coração que não era dela... Que ela teria que entregar.

No outro dia, ainda cedo, antes das nove, Ana teve alta e pôde ir para casa. E a volta foi um caminho mais silencioso que a missa de domingo. A garota não queria falar com a mãe e nem o seu pai pelo visto. E Ana e sua mãe haviam discutido também, sua mãe não gostou que a garota conversou com os médicos sem ela e ainda fez uma ultra sem a presença dela.

Ana não sabia se conseguiria ficar mais do que vinte minutos no carro com a mãe.

De repente ela não conseguia nem mesmo respirar o mesmo ar que a mulher que lhe deu a vida e a decidiu também. A morena também não deu ouvidos a Grace.

Sabe, ela era grata por tudo à família Grey, ela não podia dizer em palavras. Mas nada - nada mesmo - daria o direito de alguém tomar uma decisão daquelas sobre outra pessoa.

Ana sempre se considerou uma garota egoísta, ela sempre teve o instinto de pensar primeiro em si e depois nos outros. Ela achava que o fato de pensar nos pais não contava, eles eram seus pais, afinal. Mas enfim, ela sempre pensou em seus pós e contras primeiro e depois nos dos outros, em como tal decisão sua poderia atuar na vida das outras pessoas. Sempre ela mesma em primeiro lugar. Mas ali, enquanto seu pai dirigia rumo a sua casa, e ela respirava o ar contaminado da cidade com a janela aberta, ela se perguntou o que faria se tivessem lhe dado opções.

Ela sabia que não poderia ser outra pessoa, tinha que ser ela a carregar o bebê.

Então ela era a única opção para o feto, mas o feto não era a única opção para ela. Sabe, ela podia ter uma vida diferente, ela finalmente estava tendo uma vida, na verdade. Estava até mesmo pensando em faculdade, em viagens... Em amor.

Ela tinha tantos planos para sua vida a partir daquela semana que se perguntava se conseguiria fazer todas aquelas coisas mesmo que aquilo não tivesse acontecido.

É engraçado, tudo era maravilhoso, ela tinha uma sede enorme de viver do mundo. Mas sozinha com seus pensamentos, ela se viu considerando aquela proposta. Ela poderia ter o bebê de Mia, ela poderia sustentá-lo até que fosse forte o suficiente para viver no mundo. Ela poderia mesmo. 

Ela faria aquilo pela garota que ao menos conheceu, mas devia a vida.

Mas não a dera uma opção. Apenas colocaram dentro dela como se ela não fosse capaz de decidir o que queria. Como se ela não fosse se preocupar.

E aquilo era tão injusto quanto horrível.

Sabe, justiça não tem muito a ver com leis, é mais com senso comum de moral e essas coisas. Uma coisa pode ser justa para você e não para outras pessoas.

Carla e Grace achavam justo o que fizeram. Ana queria nunca mais olhar na cara de nenhuma delas.

A garota assim que chegou apenas foi para o quarto, um gesto claro de que não queria ser chamada para nada.

A morena jogou a bolsa na cama e se deitou na mesma, as sapatilhas sendo jogadas no chão e a jaqueta também.

A garota encarou o teto e contou cinco respirações, então se sentou na cama e pegou sua bolsa. No amontoado de carteira e maquiagem, lá estava o envelope com a ultra feita. Pegou-a nas mãos e abriu.

O bebê estava bem diferente de antes, já com 13 semanas e quarto dias - cinco agora - ele media 7,9 cm e pesava 27g. Sua cabeça já era quase proporcional ao corpo e Ana soube que ele já podia ouvi-la também.

Ele estava bem, ao final das contas.

Ana mirou diretamente onde estava registado os batimentos do bebê e sentiu seu coração apertar. Ela nem soube o porquê daquilo, e muito menos o porquê de repente ter escorrido uma lágrima por seu rosto. Mas foi isso.

Droga, ela queria dormir e nunca mais acordar.

E foi o que decidiu fazer, nem mesmo trocou a roupa, pois as coisas de lado, entrou debaixo da coberta e deixou que a um sono sem sonho viesse. Aquilo foi cansaço, puro cansaço emocional.

Pareceu que apenas um minuto havia se passado, mas quando bateram de leve na porta o relógio já marcava 14h04min.

Ana coçou os olhos e se sentou, disse um 'entre' e se prontificou a enrolar o cabelo num coque.

Ela se sentia mais cansada do que quando foi dormir, era sempre assim quando dormia depois de já ter acordado de manhã. 

A morena esperou que seu pai ou até mesmo sua mãe entrasse querendo conversar, mas para sua surpresa quem entrou em seu quarto foi Christian Grey, com uma aparência de modelo e vestido num terno que gritava luxúria e elegância.

Aquela era uma coisa bem certa para Ana: Christian era bonito além do limite de beleza.

Ela sempre o achou bonito demais, e olha que ela via séries de vampiro e adorava o Damon Salvatore. Mas vampiros a parte, Ana ainda se impactava com a estrutura do Grey.

— Oi - ela saudou, a voz rouca por ter acabado de acordar. - Vem aqui.

Christian deixou a porta aberta e se sentou na beira da cama.

— Como se sente?

Ana mordeu o lábio inferior.

Ele sabia, não é?

— Há quanto tempo você sabe?

Christian desviou o olhar.

— Desde ontem. A minha mãe me contou e...

— Ótimo. Eu não precisava saber mesmo. Não é importante.

— Ela não sabia como contar e muito menos a sua mãe, e não é como se eu pudesse fazer isso - ele disse.

Ana revirou os olhos.

— Olha, se veio aqui porque sua mãe pediu...

— Não, eu não vim. Mesmo que ela tenha pedido mesmo. Eu já iria vir antes. E eu também não estou aqui para fazer você mudar de opinião. O que elas fizeram foi errado e é você quem decide o que quer fazer agora.

Era ela quem decidia.

Ana nunca havia escutado alguém dizer aquilo para ela. Nunca ninguém havia deixado sequer ela decidir algo, imagine lhe dizer que era quem decidiria.

E ele estava certo, afinal.

Foi preciso alguém que acabou de chegar em sua vida para que ela recebesse aquele aval sobre a própria.

Então a bola estava com ela... E o que ela iria fazer?

— Eu não sei o que fazer - declarou num sussurro quando percebeu o fato.

Nem havia visto quando Christian se aproximou, mas ele estava ao seu lado agora, tão perto que ela podia voltar a sentir o maravilhoso cheio que ele tinha... E ela tinha que se lembrar de procurar aquele cheiro nos sabonetes, porque era muito bom.

— Você não tem que fazer nada agora, e isso é uma decisão sua também - ele garantiu.

A garota o encarou. Ela não sentia raiva de Christian, provavelmente ele era o único que ela não sentia, porque até mesmo seu pai tinha culpa naquela história. Mas enfim, Christian era neutro para ela. Ele não tinha culpa ali e sim justificativas válidas.

Ela podia confiar, não podia?

Ela apenas queria ter alguém para confiar.

Nem sabia o quanto precisava daquilo até conhecê-lo.

Ela deixou que ele pegasse sua mão e a apertasse entre as duas.

Aquele ato era tranquilizador.

Eles não falaram sobre o beijo, e olhando nos olhos de Christian, Ana percebeu que não tinha necessidade. Você não tem que falar sobre uma coisa apenas porque sentiu, pelo contrário, deixe nos seus sentimentos. 

E diante daquele imenso mar em forma de ponto de interrogação que era o futuro de Ana, ela apenas reformulou suas crenças e convicções, decidiu não pensar demais, cobrar menos ainda do mundo, ela entenderia depois, mais para frente ela se preocuparia com tudo. Sabe, ela apenas desistiu de atracar o barco e resolveu aproveitar a paisagem.

E a paisagem naquele momento era a melhor possível.

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Notas finais do capítulo

Ai deus, tadinha da Ana, o q vcs fariam??? Eu nem consigo pensar



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