Hold on escrita por Brru


Capítulo 18
Reencontro




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Ao amanhecer ele já se via pronto, mesmo que os olhos estivessem sob uma camada escura causada por sua insônia.

— Julieta!!!! Acorda!!! - Mariana puxava seu coberto. - Julieta!!!!

— Deus, Mariana! Deixe-me dormir em paz!!

— Aurélio esta aí fora!!!!

— Então deixe que fique. - respondeu virando-se para o outro lado da cama. Mariana franziu o cenho estranhando a reação da irmã.

— Em outros tempos você estaria pulando de alegria.. Quase tendo um colapso nervo.

— Disse bem.. Em outro tempos. - suspirou. - Eu preciso esquecê-lo, e vê-lo logo pela manhã não me ajudará em nada!

— Você tem certeza, querida? - Mariana deu a volta até mirar seus olhos marcados pela insônia. - Ele veio, e se for a chance de vocês?

— Eu tenho toda certeza possível, Mariana. Diga-o que eu não estou, que fui a cidade com mamãe. Mas, por favor, livre-se dele.

Mariana contragosto assentiu. Aurélio a esperava em pé olhando para um lugar qualquer, não parecia ansioso, mas Mariana certamente já imaginava sua decepção.

— Então?

— Ela não quer vê-lo.. - ele bufou impaciente.

— Insistiu como a pedi?

— Sim, Aurélio. Fiz todo possível, mas ela está irredutível!- lhe respondeu vendo a tristeza em seus olhos. - Eu sinto muito.

— Ao menos diga-me, como ela está?

— Creio que, confusa com toda essa situação.. Crer que você está a procura de outra noiva, e se sente burra por ainda pensar em ti.

— Pois, a diga que não estou a procura de nenhuma noiva.. E que também ainda a sinto viva em mim.. - suspirou. - Voltarei em outro momento para conversarmos, necessitamos fazê-lo.

Ele a cumprimentou com a aceno de cabeça e partira ainda que uma vontade insuportável de invadir o quarto de Julieta o consumisse. Mas, estava consciente que se quisesse retomar algo, teria que agir com paciência, dando-a tempo, espaço.

Julieta, ouvira o momento que Aurélio abandonara sua casa, e só então, permitiu-se sair de seu quarto. Vê-lo, enfraqueceria todas suas decisões, tinha certeza disso. Havia uma conexão entre eles que a fazia duvidar de todas suas crenças e vontades, eram como se a energia que exalava de seus corpos fosse a responsável por guiá-los, e ela, não estava disposta a perdesse novamente. O sentimento não morreria com a distância, no entanto, ao menos conseguiria tomar suas decisões sem qualquer influência do amor que sentia por ele.

Mariana, preparava suas primeiras histórias para ler as crianças quando viu a irmã sentar-se ao seu lado.

— Você está horrível!

— Obrigada! - Julieta, agradeceu com meio sorriso nos lábios. - Não tive uma noite tão agradável.

— Vejo.. - respondeu colando seus afazeres ao lado. - Aurélio, também não estava em um de seus melhores dias, aliás, estava horrível assim como você.

— Estamos nos matando, Mariana. - ela murmurou fechando os olhos. - Precisamos dar um fim de vez nisso.

— Sabes mesmo se quer o fim? - a sobrancelha se arqueou esperando uma resposta.

— Claro, não? - disse com convicção. - Ainda não acredito que ele dará um baile!

— Que insano, não?

— Está de deboche?

— Você poderia dizer que está grávida! - Julieta, levantou-se sentindo-se zonza apenas de imaginar Aurélio sabendo de sua gravidez.

— Não, isso não!

— Pois quando estiver com um bebê de olhos azuis e loiro nos braços, quero muito saber sua desculpa sobre o mesmo. - Mariana a afrontou.

— Sabes que não ficarei por muito tempo aqui.. - olhou para barriga. - Ainda tenho algumas semanas antes que fique tão aparente.

— Julieta, sempre a admirei por sua coragem, mas, realmente minha irmã, estou decepcionada com sua reação. De fato pensa que essa criança não a lembrará Aurélio pelo resto de sua vida?

— Eu estou ciente disso, Ma.. E.. - suspirou. - Ao menos terei algo dele para lembrar-me, além de seu despreso.

— Torço para ti mudares de ideia..

— E, por que?

— Porque, é claro que ambos se amam.. - sorriu. - Necessitam apenas de aclarar as coisas.

Julieta, involuntariamente sorriu dando a confirmação que sua irmã estava certa, no entanto, lhe era claro como a água mais cristalina que já existira no mundo que, Aurélio, apenas se casaria por obrigação. Contudo, o segredo sobre sua gravidez jamais seria revelado ao mesmo.

— Que bom que as duas estão em casa! - Dona Guadalupe esbravejou adentrando a sala. Trazia consigo duas sacolas, e muito cansaço. - Lhes trouxe um presente.

— Onde estava, mamãe? - Mariana indagou, ignorando totalmente a empolgação da mãe. - Eu estava preocupada..

— Mariana não seja tão dramática. - a mãe respondeu. - Fui a casa de mais uma de minhas clientes.. Mas, como eu disse, lhes trouxe presentes. - abriu uma de suas sacolas e de lá tirou um vestido. - Este é seu Mariana.

— Deus, é deslumbrante. - a cor azul combinava com os longos cabelos pretos da mesma.

— Julieta.. - a mãe disse tirando de outra sacola um vestido vermelho.

— Mamãe.. - ela murmurou com as mãos na boca. A cor vermelha combinava bem com sua pele branca. Havia um singelo decote, detalhe que a mãe não poderia esquecer já que Julieta era amante dos mesmos. - São tão precisos... Eu estou muito grata, mamãe, mas... - respirou fundo. - Não gaste o seu dinheiro com regalias para nós.

— Julieta esta certa.. - Mariana, afirmou. - Lhe custa tanto trabalho consegui-lo, mamãe..

— Não se preocupem, e não sejam estraga prazeres! O sorriso de vocês me enche de vida. - aproximou-se das filhas e as juntou em um abraço. - Eu amo sua loucura e determinação, Mariana.. - a menina sorriu abertamente. - E admiro sua paciência e coragem, Julieta. - não demorara para Julieta emocionar-se. - Eu não sei o que farei sem você, e agora, sem meu neto..

— Eu prometo que logo estaremos de volta.. E que vamos ficar juntas para sempre..

— Não me façam chorar.. - Mariana reclamou.

— Tudo bem, não é hora para despedidas.. - Guadalupe disse limpado as prematuras lágrimas que já lhe molhavam as bochechas. - Bom, eu estive conversando com Helena.

— A mãe de Vitório? - a mais nova indagou.

— Sim..

— E o que ela desejava? - dessa vez Julieta perguntou.

— Desculpou-se pela atitude do filho.. O que me foi estranho. - as duas mulheres que ouviam atentas assentiram. - Também, nos convidou para uma pequena comemoração hoje em sua casa.

— A senhora com certeza negou-se a ir, é claro..

— Não Julieta, ao contrário, disse que estaríamos presente.

— Mãe!

— Ela deixou claro que Vitório não estaria presente, pois, o pai lhe enviou novamente para São Paulo..

— Ainda assim não vejo motivos para irmos.

— Julieta, não seja tão dura.. - Mariana lhe pediu. - Dona Helena sempre nos foi de ajuda, a velha não tem culpa dos devaneios de Vitório.

— Mariana está certa.. Bom, e a mesma disse-me que Vitório a confessou que amava você!

— Amava-me? - indagou incrédula. - Eu quase o confessei que amava Aurélio, e o que ele me fez? Destruiu todas as possibilidades de eu agora está com o homem de minha vida! - a confissão repentina deixou Guadalupe e Mariana estarrecidas, pronto, surpresas. - Desculpe.. - falou mais calma.

— Desculpas aceita! - Guadalupe assentiu. - Quero ambas prontas às sete!

— Temos mesmo que ir? - Julieta insistiu.

— Voltaremos antes da tempestade que está por vir!- respondeu saindo. Mariana, franziu o cenho vendo a mãe sumir casa a dentro.

— Julieta, Afonso estava certo.. Os velhos sabem mesmo quando o tempo irá mudar.

— Mariana, não chame mamãe de velha.. - pediu em um sussurro.

...

— Espere um pouco.. Pronto!- Julieta respirou o mais fundo que pôde, e enfim Mariana conseguiu fechar o zíper de seu vestido.

Olhou-se no espelho, sorriu, estava mais bonita e não sabia ao certo porque. As bochechas agora lhe eram coradas por sempre, a pele estava mais lisa.. Os quadris mais avantajados, mas ainda era quase que imperceptível. Sua maior mudança fora aos seios, maiores, dando ainda mais efeito ao seu corpo cheio de curvas.

— Mas que belo decote, não? - Mariana disse sorrindo de lado. - Se nos for de sorte, talvez, quem sabe um certo Barão não estará pelas redondesas.. - piscou, e Julieta virou os olhos.

— Não diga asneiras.. - buscou sua bolsa em cima da cama. - Acho que já está na hora.

— Já estou pesando na volta..

— Pode ter certeza que compartilho do mesmo pensamento, Mariana.

As três mulheres foram recebidas pela anfitriã, que logo lhes conduziu ao salão de festas. Como já se era de imaginava o ambiente estava pelas beiras de pessoas, desde conhecidos aos que eram de fora do Vale. As mulheres bem vestidas, e os homens com seus ternos costumeiros.

— Isto está mais para um baile do que para uma "pequena comemoração", como mamãe disse.

— Você sabe como são os ricos, Mariana. Quando mais podem mostrar o quão tem condições, mais exageram.

— Sim! Deus, há pessoas dançando..

— Es um baile de fato! - Julieta afirmou vendo o casal rodopiar pelo salão.

— Vamos ficar perto da mesa com mais comida.. Eu vim principalmente pensando no que havia de bom para comer.. - Mariana comentou.

— Mariana!! - a mãe a repreendeu. - Onde está a educação que lhe dei?

— Mãe, certamente toda a comida será jogada aos porcos.. Essa gente não come, e eu, como estou faminta, desfrutarei.

— Pois não chegará perto de um pedisco se eu não permitir. - Julieta se divertia com a discussão.

— Dona Guadalupe, não seja tão má.. - olhou para mãe figindo esta tristonha.

— Eu não sei mais o que fazer com sua irmã, Julieta..

— Venda ela, mamãe.. - Julieta sugeriu rindo das expressões de Mariana. A mesma a rebateria, mas foram surpreendidas novamente pela presença de Helena.

— Julieta querida! - a mulher disse lhe tocando o braço. - Eu estou feliz que tenha aceitado o convite, pensei que jamais a veria novamente depois do que Vitório a fizera..

— Não se preocupe, Dona Helena, já me é passado. - mesmo que ainda doa, ela pensou.

— Quero me desculpar pela atitude corvade de meu filho. O amor realmente nos faz cometer loucuras..

— Creio que, Vitório deva esta arrependido, não? Éramos grandes amigos.. Perdemos a chance de fazer da nossa amizade eterna. No entanto, quem podes mandar no destino? Se o próprio quis assim, não há como rebate-lo.. - disse por fim..

E não percebera que ao dizer "quem podes mandar no destino?", um par de olhos azuis a viu de longe. Aurélio tivera que piscar os olhos repetidas vezes para que de fato acreditasse que realmente estava vendo Julieta. Os nervos logo se puseram inquietos, nunca duvidou, mas era quase impossível que ela ficasse mais bonita, e de fato estava. E isso fizera com que os demais homens, principalmente, os solteiros ficassem atentos a cada passo seu. O vestido que lhe vestia se prendia em seu corpo da forma mais justa possível, mesmo que já conhesse cada pedaço do mesmo, Aurélio, lutava contra os pensamentos nada apropriados que o invadia a cabeça. A bebida que havia em seu copo de repente fora tomada de uma vez só, necessitava acalmar o corpo e a mente, não sabia ao certo se a bebida o ajudaria, mas ao menos o álcool o deixaria menos lúcido para fazer o que desejava naquele momento, e desejava buscar-lá e levá-la para longe de todos, guardaria as palavras para depois, antes desfrutaria de seu beijo prontamente mesclando com a conexão que havia entre ambos... Mas algo o parou...

Helena, enfim deixou-se de se desculpar com Julieta, rumando para dar atenção para seus convidados recém chegados. Apesar da boa música, recepção e todos doces que lhe eram servidos, Julieta ainda se sentia sem motivos para esta naquela comemoração. As pessoas pareciam robotizadas, não tinham real felicidade era quase como uma obrigação para elas estarem ali.

— Você me parece triste demais!

— Rômulo!! - ela disse em um sobressalto. - Mariana, este é Rômulo, o médico que me ajudou na noite que feri meu tornozelo.

— É um prazer conhecê-lo.. - sem jeito por esta com as mãos cheias de doce Mariana o cumprimentou.

— O prazer é todo meu! - respondeu simpático.

— Esta gostando de sua estadia no Vale? - Julieta agora lhe sorria.

— Bom, não há grandes traumas, mas estou satisfeito. - sorriu. - É uma bela cidade para se viver.

— Sim, isso é certo. - o correspondeu. - Você pode nos fazer uma visita se desejar.. Moramos próxima a fazenda... - um casal que dançava de repente a fez para de falar, ambos exageraram no passo e invadiram a parte que ela, Mariana e Rômulo estavam. O homem que guiava a dança virou-se esbarrando em Julieta fazendo com que sua bolsa fosse ao chão.

— Deixe que eu a pego.. - Rômulo, se prontificou abaixando-se e buscando pela bolsa. - Aqui está.. - a entregou a mesma.

— Obrigada! - agradeceu correspondendo o sorriso que o médico a dedicava, mas o cessou de repente quando seus olhos se encontraram com o motivo de sua vida se encontrar em meio ao um tenebroso tormento. A vibração de certo a invadiu. Os olhos não conseguiam desviassem para nenhum outro lugar, aquilo era inexplicável, seria saudável? Como alguém tinha tanta autoridade apenas com seu olhar? Porque, Aurélio tinha, e como tinha.

Ela o via se aproximar pouco a pouco, passando pelas pessoa sem se importar em cumprimentá-las.

— Julieta, você está bem?

A voz preocupada de Rômulo a fez ofegar. Não estava respirando?

— Rômulo, você gosta de dançar? - perguntou rapidamente, Aurélio estava perto demais.

— Bom... - ela não esperou sua resposta e o puxou para o meio do salão, parando os passos de Aurélio e frustrando seus planos.

O médico apesar de não entender sua atitude aceitou a dançar de bom agrado, afinal, Julieta era uma bela companhia, além de ser uma mulher muito elegante.

— Estou ficando louco ou você está me usando para fugir de alguém?

— Me desculpe, mas sim. - admitiu. - De meu ex novio..

— Bom, ao mesmo sou de alguma serventia. - a guiou fazendo Julieta mudar de lado. - Daí você pode vê-lo?

— Sim.. - assentiu vendo Aurélio observando-os.

— Ele não está com cara de que irá me matar, certo?

— Digamos que, ele está com o semblante confuso.

— Então, é certo que irá me matar.. - sorriu, e a virou para o outro lado, no entanto, seu movimento soou rápido demais fazendo Julieta pronto fechar os olhos. - Está bem?

— Sim, só uma leve tontura.. - respondeu ainda de olhos fechados.

— Vamos, você precisa tomar um ar..

A segurou pela mão, levando-a para fora da casa. Julieta olhou para a escuridão que tomava o céu, sentindo-se livre. Quase não se ouvia baralho, ao ser de algumas crianças que corriam pelo jardim.

— Mamãe, estava certa.. - ela disse, sem olhar para Rômulo que caminhava ao seu lado. - Irá chover.

— Como se sente?

— Melhor, obrigada. - ele assentiu, insatisfeito com a resposta que recebeu, então insistiu.

— O que houve la dentro?

— Pergunta sobre meu ex noivo?

— Também.. Não, digo, ficara mal por ele nos estar encarando?

— Não, não.. - forçou um sorriso. - Eu... Eu estou grávida!- disse sem jeito.

— E ele não sabe, certo?

— Sim.. - afirmou. - Há um conflito entre nós, não conseguimos nos encontrar, sempre nos ocorre algo para nos distanciar..

— Bom, me parece uma história de amor impossível.. - sorriu. - Mas vendo a forma que se olhavam, creio que, não demorar muito para se encontrarem.. - ambos pararam pouco distante da casa.

— Bonitas palavras, Rômulo. Mas eu estou de partida para São Paulo.. - suspirou.

— Não contará para ele?

— Não!

— E quando pretende ir?

— Bom, no máximo em uma semana.. - observou as crianças correndo novamente. - Logo estarei de barriga, e será inevitável os comentários.

— Eu pretendo ir para São Paulo logo, se você desejar posso lhe dar uma carona. - piscou.

— Eu não sei... Mas pensarei no convite.

— Esperarei ansioso por sua resposta.

— Tudo bem, mas mudando de assunto, quando posso ir ao seu consultório para uma consulta? Não acho que essas tonturas façam bem para o bebê, estou preocupada.

— Amanhã mesmo se quiser.. Sempre estou por lá. Mas não se preocupe, as náuseas são normais, assim como as tonturas. No máximo as sentirá até o terceiro mês.

— Tanto? - ele gargalhou por sua indagação incrédula.

— Você ainda não viu nada, minha amiga.. Posso a chamar a sim?

— Claro.. meu amigo. - sorriam.. mas os risos cessaram quando um raio quase partira o céu ao meio. - A chuva está próxima..

— Julieta!!! Julieta... - de repente pequenos braços lhe rodearam a cintura.

— Rosa? O que faz aqui?

— Aurélio me trouxe.. - respondeu ainda a abraçando. - Tenho medo de trovões.. Me ajude.

— Acalme-se. - Julieta baixou-se para olha-la nos olhos. Mas ao tocar mais prontamente na menina percebeu algo de errado. - Rosa, sente algo?

— Não, por que?

— Você está quente demais.. Não está, Rômulo? - o médico tocou a testa da menina com as costas da mão e assentiu.

— Ela me parece febril..

— Também está um pouco fanha.. - Julieta completou. - Está resfriada, meu bem?

— Um pouco.. - respondeu tímida.

— Sente dor aqui? - Rômulo, tocou sua garganta e a menina assentiu. - Deve ser uma pequena inflamação.. - ele olhou para cima sentindo os pingos de água fria. Julieta, rapidamente pegou Rosa no colo.

— Um pouco de peso não me fará mal, certo? - ela perguntou a Rômulo.

— Não, mas não abuse.

Ela assentiu, e juntos andaram novamente rumo a mansão. Havia um corredor que ligava até o salão de festas, e fora lá que Julieta encontrou Aurélio, Guadalupe, Mariana e Afonso.

— Deus, onde você estava Rosa? - o Barão ingadou, estava claramente aliviado por vê a irmã.

— Com Julieta! - respondeu ainda no colo da morena.

— Ela está febril, não percebeu antes? - Julieta perguntou a ele.

— Não, não.. - ele rapidamente pegou a menina no colo. - Isso não é grave, sim?

— Não, suspeito de uma inflamação na garganta. - Rômulo respondeu, e Aurélio enfim reconheceu o homem que havia tirando Julieta de suas vistas.

— Bom, e o que podemos fazer?

— Primeiro cuidar da inflamação.. Eu não trago nenhum remédio comigo, mas até amanhã onde possam encontrar algum lugar para comprar o mesmo, eu receito um chá de limão com gengibre.

— Eca! Isso parece horrível. - a menina reclamou.

— Faremos isso. - Aurélio afirmou.

— Não, não.. - Rosa saiu de seus braços correndo em direção a Julieta. - Não deixe por favor..

— Se quer melhorar, querida, terá que fazê-lo.. - Rosa a olhou com os olhos marejados. - Não chore.

— Posso ficar com você? - a menina pediu surpreendendo a todos. - Por favor.. - Julieta olhou para Aurélio.

— Eu posso levá-las antes que a chuva nos deixe presos na estrada.. - Rômulo falou.

— Não será necessário.. - Aurélio dispensou o médico. - Dona Guadalupe, me permite que eu as leve em casa? - a senhora assentiu sorrindo. Mariana olhou para Julieta e piscou, mas a mais velha ignorou suas insinuações.

— Vamos então.. - Afonso disse esperando as mulheres passarem em sua frente. Julieta, virou-se para Rômulo e lhe agradeceu rapidamente, no entanto, não deixou de reparar a irritação nos olhos de Aurélio.

O carro lotou-se, e todos rezavaram para a chuva os deixarem chegar em casa.

E as orações foram ouvidas, mesmo que tudo estivesse nublado e a estrada repleta de lama, eles chegaram a velha casa de Julieta. Rapidamente a porta fora aberta. Guadalupe, Mariana e Rosa foram as primeiras adentrarem a casa, logo, Afonso, Aurélio e Julieta fizeram o mesmo; ambos estavam quase que encharcados.

— Me certifico que Rosa ficará.. - Guadalupe disse.

— Sim, senhora. - Aurélio respondeu.

— Vocês também, não podem ir agora, lá fora esta caindo um temporal. - Mariana disse referindo-se a Aurélio e Afonso.

— Mariana está certa. - a velha assentiu. - A casa não é tão grande como já conhecem, mas acho que todos nós ficaremos bem.. - todos assentiram. - Farei o chá da pequena Rosa.. - a mulher olhou para filha mais velha que estava em canto longe de todos. - Julieta, acomode todos..

— Sim, mamãe. - ela respirou fundo sentindo o frio tomar seu corpo, e estava ciente que o mesmo não tinha nada a ver com seu vestido molhado. - Afonso, ficará no quarto o hóspedes, só temos um.. - sorriu para velho que tremia de frio. - Aurélio.. - a pausa que dera fora totalmente dramática. - Ficará no meu quarto.. - o Barão rapidamente arqueou uma sobrancelha, aquilo lhe era magnífico. - Eu e Rosa vamos ficar no quarto de Mariana, e por fim, Mariana no quarto de mamãe. Vamos, deixe - me leva-los..

Ambos os homens a seguira. Começaram por Afonso que ficou feliz por também receber roupas secas, as mesmas pertenciam ao pai de Julieta. Logo, o Barão a seguiu até a porta de seu quarto, ela parou a sua frente e abriu a mesma.

— Você ficará aqui, em meu quarto.

— É tão difícil olhar-me nos olhos?

— Quer mesmo falar disso agora? - perguntou adentrando o quarto, ele a seguiu. Julieta abriu o guarda roupas procurando por algo seco para vestir;o frío ainda a atormentava. Um vestido azul e confortável fora o escolhido. Olhou para ele que já havia tirado seu paletó, e ignorou o quão atrativo estava de cabelos bagunçados.. - Bom, boa noite.

Deu alguns passos a frente, mas ele a parou bloqueando os mesmos.

— Acha mesmo que vou dormir sabendo que você estava há alguns metros de mim?

— Pois eu dormirei como um anjo.

Respondeu, fugindo de seu olhar intimidador.

Julieta ficara por horas velando o sono de Rosa. Havia um certo medo que a pequena piorasse, não queria ter que levá-la ao hospital, as estradas com certeza estavam em má forma. Mas a menina demonstrou força, e logo, a quentura de seu corpo se normalizou. O chá de Dona Guadalupe havia feito milagres, sorriu ao pensa. Respirou aliviada, e seu pensamento fora diretamente para pequenos pães doces que a mãe havia feito logo a tarde.

Acendeu três velas, e ao encontrar a forma de pães sentou a mesa se deliciando do doce de leite que cobriu os mesmos. A comida estava matando sua fome, e sua insana vontade de ir ao seu quarto inventando qualquer desculpa para ver Aurélio.

— Como estaria ele dormindo? - se perguntou chupando o dedo livrando-se do resquício de doce que havia no mesmo. - Talvez nu.. - murmurou bebericando um pouco de água. - Ou sem..

"tú y yo, tal vez no es ilógico"

— Falando sozinha? - ela teve sua a resposta quando o mesmo adentrou a cozinha de calça e com a camisa aberta.

— Pensei que estivesse dormindo.. - lambeu os labios. Aurélio, dera a volta na mesa e a fizera levantar-se de seu lugar, buscou finalmente seus olhos e a encostou na mesa. Julieta então, sentiu a maldita conexão novamente, a que não a deixava raciocinar ou mesmo ter o comando de seu corpo.

— Dormir? - sorriu, colocando parte do cabelo dela atrás da orelha. - Seu cheiro está em cada parte daquele quarto, Julieta, os lençóis cheiram seu corpo.. - ela sentiu um beijo casto em sua bochecha. - Os travesseiros? São seus próprios cabelos.. Os senti, e parecia que estava com o meu nariz enfiado entre seus fios marrons.

"que mi recuerdo te acosa en las noches"

Julieta, mordeu os lábios ainda avulsa com suas confissões. Os dedos ainda tinham doce, e ele ao perceber buscou sua mão.

— Aurélio.. - murmurou. E ele, pôs um de seus dedos na boca se deliciando com o doce que havia no mesmo. Os lábios quentes arrepiaram cada pedaço de Julieta, fora quase como chegar ao êxtase. Não satisfeito, ele lhe beijou o canto da boca roçando os lábios acima sobre as bochechas dela. Ela sentia a respiração descompassada do mesmo, e estavam quase no mesmo ritmo, se ela não estivesse quase sem fôlego.

— Me perdoou? - ela perguntou, em meio a fascinação que a possuía.

— Do que fala? - perguntou, as mãos sorrateiramente lhe seguravam pela cintura.

— As mentiras, Vitório..

— Confesso que fiquei surpreso por vê-la na festa.. No entanto, não tenho porque perdoá-la.

— Não?

"que una ducha no enfría tu piel"

— Não.. - respondeu a colando em cima da mesa. Ele buscou por um pequeno pedaço de pão. - Coma.. - pediu, e ela mordeu o mesmo sem deixar de olhá-lo, mas ele estava concentrado no movimento dos seus lábios, a língua os limpando de propósito e os resquícios de doce os deixando melados.

Ele esperou que sua boca ficasse livre, então lhe deu um beijo. As mãos, subiram o vestido de Julieta até o meio das coxas, e seus dedos logo sentiram a renda fina.

— Infernos, Julieta! - murmurou, após identificar suas meias. Ela sorriu, e eles enfim desfrutaram de um beijo longo e profundo. Aurélio, a abraçou buscando o maior contando possível com seu corpo, Julieta lhe era recíproca abraçando-o pasando os braços por dentre sua camisa aberta, ambos agradeciam pela chuva, assim, seus murmurros eram imperceptíveis.

"que por más que no tenga sentido, me das la razón"

Ele lhe mordeu o lábio inferior em busca de um pouco de ar, mas não deixou de abraçá-la. Os beijos continuaram por seu pescoço, hora em seu queixo e por fim onde ele passara quase toda a festa admirando, o colo farto.

"aún se siente el calor"

Julieta, lhe segurou os rosto entre as mãos beijando-o também o rosto.

— Temos que nos deitar.. - ela murmurou.

— A cama não é tão grande, mas..

— Não posso abandonar Rosa.. - sussurrou.

— Ela ficará bem, querida.. E eu prometo me comportar. - sorriu.

— Você acabou de me chupar os dedos... - disse duvidosa.. - Acha mesmo que vou acreditar nisso?

— Não farei mais nada, ao não ser que você queira.. - lhe deu um beijo na nas costas da mão.

— Tudo bem.. - ela assentiu, e ele a tirou de cima da mesa deslizando seu corpo ao seu.

A cama de Julieta de fato não era grande, mas isso não era nenhum impecilho para ambos. Aurélio, deitou-se de lado recebendo o pequeno corpo dela quase embaixo de si, ela se agarrou em sua cintura e fechou os olhos.

— Eu estava com saudades.. - ele confessou.

"que por más que lo niegues yo he sido tu mejor error"

 


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