Visitors escrita por keyci


Capítulo 10
Capítulo 10: Capture a bandeira e não morra


Notas iniciais do capítulo

gente desculpa alguns erros que teve o outro capitulo, eu não revisei direito >.
esse cap. ficou meio grandinho tbm, mas vale a pena, isso eu garanto.
Ontem eu fui pro cinema assistir Robin Hood, é perfeito (sou do interior, filme so chega um mês depois de lançado)
Boa leitura, beijos amores!



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Tive um sonho pequeno, mas assustador. Havia neve, muita neve ao meu redor e eu finalmente sentia frio. Era como se eu estivesse na parte mais fria de Niflheimr, o país do gelo e dos mortos. Era o lugar mais sombrio da mitologia nórdica, onde as almas não heróicas iam repousar.

Eu estava claramente perdida e com muito medo por estar sozinha. Havia três montanhas de tamanho sem fim espalhadas a minha direita, esquerda e frente. Não adiantava avançar, eu nunca saia do lugar e as montanhas pareciam crescer cada vez mais. O desespero aumentava cada vez mais e junto com ele as montanhas, elas iam crescendo e crescendo até que finalmente percebi que elas não estavam aumentando o volume, mas sim andando em minha direção.

Perigo, meu corpo todo e sentidos gritavam essa palavra tão alto que sentia que qualquer um poderia ouvir. Não notei quando comecei a gritar por monstro, as palavras simplesmente saiam da minha boca sem que eu quisesse. Não havia nenhum monstro, apenas as montanhas, mas eu gritava como nunca até minha garganta começar a falhar e ficar quase sem voz. Cravei meus olhos na montanha mais próxima, e quanto mais eu erguia os olhos uma sombra ia crescendo em minha direção.

Quando eu ergui meu rosto até meu pescoço doer, a sombra havia me tomado por inteira. Foi então que eu vi, eram como duas enormes jóias vermelhas brilhantes e que liberava medo apenas se você a olhasse. Murmurei monstro e finalmente acordei.

A cama estava molhada e meu corpo suado. Olhei para o lado ofegante, Roselyn ainda adormecia o que significava que eu não havia gritado durante o meu pesadelo. Levantei-me e fui ao banheiro tomar um banho quente. Minha cabeça estava girando um pouco, pensei na verdade universal de que quando um semideus sonhava não era um mero sonho, era um aviso ou até mesmo uma premonição. Então estaria alguém correndo perigo? Algo grande estava para acontecer disso eu tenho certeza.

_Nick! Nick! Não demore, eu quero usar o banheiro e é URGENTE – Roselyn batia desesperada na porta do banheiro.

_Já estou saindo!

Me enrolei na toalha e sai do banheiro pingando. Vi minha prima praticamente voar para dentro do banheiro quando eu mal sair e fechar a porta com tudo. Voltei para o quarto e demorei o máximo possível para me arrumar. Dessa vez não usei a blusa laranja, mas sim uma camiseta branca folgada com um coração na frente e uma calça jeans que colava em minhas cochas. Deixei o meu cabelo solto e usei tênis.

Fui a primeira a sair da Casa Grande. O dia estava amanhecendo, muitos ainda dormiam e apenas alguns passavam pelo campo. Eu havia me debruçado sobre a cerca de proteção da varanda e fiquei encarando o céu clarear aos poucos. Pensei em minha mãe e roguei para que nada de mal estivesse acontecendo.

_Parece que alguém não teve uma boa noite de sono.

Olhei para o lado. Eric estava encostado na cerca e me encarava com um sorriso sonolento. Eu estava em sua altura agora por ele estar fora da Casa Grande. O fitei de volta e por alguns segundos me permitir observar os traços escuros que se formavam nos olhos dourados. Ele estava usando bermuda e uma camiseta e outra camisa de manga desabotoada por cima. O cabelo não havia sido penteado e Eric parecia não se importar.

_Sonhos – disse simplesmente.

_Acho que entendo perfeitamente. É bom saber que os nórdicos sofrem de alguma coisa.

_Como assim?

_Você parecem perfeitos demais.

Não consegui não sorrir.

_Doce ilusão a sua. O meu grupo apenas tem sorte de ser composto por amigos e estamos soltos em um mundo completamente novo e que pensamos que iríamos odiar. Mas vocês olimpianos nos surpreenderam e acho que estou gostando daqui.

_O suficiente para um novo verão?

_Não – ri um pouco – Aqui é muito quente, prefiro o doce frio.

Notei ele ficar sério por alguns momentos antes de acenar e se afastar dizendo que tinha coisas a fazer. Pois bem, eu também tinha, esperei os outros acordarem para dessa vez me dedicar completamente ao projeto Chalé dos Visitantes. Novamente me reunir com Annabeth e seus irmãos e dessa vez o entrosamento foi muito fácil, eles até fizeram perguntas para conseguirem dicas para descobrir quem eram os nossos pais.

_Eu sei quem é o pai de Roselyn – disse Annabeth em dado momento.

Parei de analisar a planta e Roselyn a encarou surpresa. Ela nos olhou com ar de vitória e orgulho.

_Ela é alegre naturalmente, sua presença me trouxe paz quando eu estava bastante nervosa com... – Annabeth ficou séria rapidamente, como se estivesse prestes a revelar algo e que parou a tempo, depois sorriu e continuou - uma pessoa. Isso se encaixa perfeitamente com Freyr.

_Bingo! – riu Roselyn – Mas prefiro chamar meu pai de Frey.

_Ele é um dos principais dos Vanir, certo? – perguntou Ronald, um dos filhos de Hefesto que estava ali nos ajudando.

_Assim como Njord e Freya – Rosalyn completou sem deixar de sorrir – Fico contente que tenham descoberto quem é meu pai!

_Alguns de vocês é... Filho de Loki? – perguntou um dos irmãos de Annabeth.

_Não – respondi e suspirei – Loki é o nosso deus mais complexo, admito. Não gosto particularmente dele, apesar de em sua história ter trazido grandes vitórias para Asgard... Ao compasso de que trazia muita travessura e discórdia. Creio que ele não tem filhos com humanos por estar aprisionado desde que planejou e matou Balder, o filho de Odin e Frigga. Por ser um deus tão importante e poderoso o seu espírito toma forma e convive conosco, foi assim que ele negociou com os titãs.

Depois disso seguimos pelo resto do dia planejando o Chalé até chegar um momento na tarde que começaria o Capture a Bandeira. Muitos estavam se preparando vestindo as armaduras e afiando as espadas. Eu fiquei de fora, sentada em um pequeno muro observando o movimento.

Vi Ryan colocar o capacete azul, provavelmente querendo uma batalha com Clarisse. Tyler preparava suas flechas do lado do time vermelho e Roselyn ajudava os filhos de Demeter a colocar suas armaduras.

_Certeza que não quer participar? – Quíron aproximou-se do muro onde eu estava.

_Eu sou treinada por Valkyries, mestre Quíron, minha mãe é uma deusa poderosa, se eu for lutar posso ferir alguém seriamente sem querer – murmurei para que ninguém ouvisse.

_Observe comigo então.

Desci do muro e caminhei junto com Quíron, escutei ele dar as instruções de que qualquer tipo de arma e magia era permitido contanto que não causasse ferimentos muito graves ou mortais. Então os campistas se espalharam por todo o acampamento para posicionar a bandeira e esperar o sinal de Quíron, quando ele tocou a trombeta escutei os barulhos vindo da floresta aumentar ainda mais.

_Parece bem divertido – disse lamentando não estar lá.

_Quem sabe na próxima, Nicole – Quíron colocou uma mão em meus ombros e me guiou até o mais alto de uma colina para que visse o que acontecia – Estou realmente contente com a presença de vocês aqui, fazia milênios que eu não via um dos pés frios.

_Pés frios?

_Sim – Quíron riu – Quando encontrei os seus antecedentes semideuses eles sempre queriam gelar os pés para se sentirem confortáveis.

_Ah eu entendo perfeitamente.

Aquilo só fez com que ele risse ainda mais me contagiando com seu bom humor. Observei de longe o que acontecia no jogo. Havia pequenas batalhas, os do Chalé de Ares pareciam estar em todas elas. Os arqueiros de Apolo em sua grande maioria estavam escondidos, esperando o momento certo para atacar seus inimigos com suas flechas certeiras e um ou outro caiam no azar de entrar em sua linha de mira.

_Acho que acabaram de descobrir quem é o pai de Ryan – comentou Quíron.

Ryan estava lutando contra cinco campistas que investiam com tudo contra ele. Sem escolha ele concentrou sua mão com a palma para baixo enquanto reunia carga elétrica suficiente até que raios passaram em seus dedos e se aglomeraram criando uma energia elétrica poderosa. Ryan fez os seus raios passarem a centímetros do chão e seguirem em uma linha até seus quatros inimigos eletrocutando eles.

_Acho que esses vão ficar com os cabelos tostados – comentei.

E então o filho de Thor começou a lutar sozinho com Clarisse. Vi Tyler defendendo a bandeira vermelha dos filhos de Athena, os primeiros a encontrarem a localização da bandeira. Nenhum conseguiu escapar de suas flechas. Roselyn ajudava a conter o Chalé de Hefesto mostrando que podia ser baixinha, mas tinha força e estratégia suficiente para enfrentá-los. Ela não estava sozinha, tinha filhos de Morfeu e Dionísio ao seu lado.

Porém o clímax aconteceu quando Percy encontro a bandeira vermelha. Ele estava bem próximo e os que estavam em defesa tentavam afastar o chalé de Hécate e suas maldições. Fiquei ansiosa quando vi Tyler aparecer na frente de Percy e aplicar um golpe em seu peito fazendo-o voar longe e cair no lago.

A água pareceu dar forças para Percy e incrivelmente ele fez uma montanha de água se formar em uma forma deformada de punho. A água desceu em direção a Tyler, mas Tyler apenas se concentrou, ergueu a mão e congelou a água. O gelo que se formou no ar caiu se destroçando e fazendo todos pararem surpresos com o poder de Tyler.

_Não duvido que tenham matado a charada de Tyler também – falei a Quíron que analisava atentamente a cena – Skadi é a deusa do inverno e da caça.

_Ele parece ter um domínio brilhante sobre sua habilidade.

_Treinamos bastante, disso eu garanto – expliquei – Tivemos uma guerra também no ano passo, ou melhorávamos ou morríamos. E nossos pais não reproduzem tanto quanto os olimpianos, eu mesmo tenho apenas mais dois irmãos por parte de mãe. Ou seja, a cobrança é ainda maior junto com a atenção.

Quíron coçou o queixo e voltou a se concentrar. Percy estava com sua espada de bronze lutando bravamente com Tyler que agora empunhava duas adagas. Foi então que eu notei que nenhum golpe, por mais certeiro que fosse, atingia Percy Jackson e isso foi a sua vantagem. Talvez essa fosse a famosa maldição de Aquiles. Tyler ficou surpreso, intrigado e distraído tentando analisar o que estava acontecendo. Percy era ótimo com a espada e usou do momento de dúvida para dar uma rasteira em Tyler e colocar sua espada em no pescoço ditando a derrota de Tyler.

Ryan apareceu livremente, pegou a bandeira e gritou por vitória. O time azul havia ganhado com esforço, Ryan estava bastante ferido nos braços e com cortes enormes em sua blusa. Mas mesmo assim comemorava junto com o time azul como se fosse um deles a muito tempo.

_Quíron... Isso realmente pode dar certo – comentei com muita esperança.

_Eu sei que vai, criança – Quíron respondeu tocando meu ombro de leve – Agora tenho de ir. Se quiser me ajudar com os feridos eu agradeceria.

Eu o segui e procurei por feridos, eram vários e eu planejei ir a enfermaria dar um reforço. Parabenizei a todos, tanto o time vermelho quanto azul e elogiei o esforço deles. Os olimpianos eram fortes, poderosos e haviam me encantado. Estava caminhando pela floresta procurando por algum desmaiado ou ferido demais para caminhar quando dei um passo e tudo pareceu estralar.

_Cuidado!

Alguém se jogou encima de mim e eu vi uma chuva de flechas por todos os lados. Foi tudo muito rápido, de repente eu tinha alguém pesado sobre mim se fazendo de escudo enquanto flechas eram disparadas de todo o canto. Era uma armadilha e eu a acionei sem querer. Ofegando eu busquei o rosto do meu salvador e perdi o ar completamente quando o reconheci.

_Eric! – exclamei surpresa.

Ele afastou-se caindo ao meu lado, sentei-me rapidamente e finalmente vi uma flecha atravessada em seu braço. Senti meu sangue fugir de meu corpo enquanto o dele escorria em abundancia.

_Seu louco, não devia ter feito isso! Eu podia desviar! – falei indo para o lado do braço ferido para examinar. Senti enjoou – Pelos Deuses mais sagrados! ALGUÉM AJUDA! AJUDA!

Eric estava ainda mais pálido que eu, sua camisa estava ficando vermelha por causa do sangue derramado e assim que meus olhos encontraram os dele fiquei paralisada.

_Você esta bem? – Eric perguntou em um fio de voz.

_Sim, você fez a burrice de se jogar encima de mim seu idiota irrespon...

_Que bom – ele sorriu bobamente me interrompendo.

_O que? – o olhei sem evitar a confusão que senti.

_Você está bem, fico feliz por ser um tolo e você... estar... bem.

E então ele desmaiou. Meu coração estava disparado como nunca, eu não saberia descrever o que estava sentindo naquele momento, nunca me senti tão confusa e assolada por tantas emoções.

_Pelos Deuses! – alguém exclamou.

Virei e os olhei sentindo meus olhos ardendo. Estava chorando? Sim, lágrimas caiam de meus olhos tão silenciosas que eu não havia notado.

_Por favor, chame o melhor curandeiro, chame Quíron!

O garoto saiu quase tropeçando, eu fiquei ao lado de Eric até que chegaram mais gente e finalmente Quíron com a ajuda de verdade. Aquele idiota estava ferido por minha culpa, mas para ele, em sua mente, havia me salvado. Nunca iria esquecer aquele sorriso de alegria enquanto ele poderia estar morrendo, nunca esqueceria que fora salva por um homem que mal me conhecia, mas parecia disposto a dar a vida por mim com um sorriso nos lábios. E não por estar seduzido por causa de meus poderes, disso eu tinha certeza. Mas porque, provavelmente, ele acharia que era o certo a fazer.


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Notas finais do capítulo

eu tava pensando por esses dias que haviam outros semideuses adultos e que não sabiam que eram filhos de deuses. tipo george washington. ai eu fiquei pensando quais das figuras mais importantes do mundo de hoje seriam filhos de deuses? tipo, madona seria uma filha de afrodite?? ou os ditadores seriam filhos de ares? Newton e Einsten seriam filhos de athena? o que vcs acham? (eu penso demais né? '-')