Visitors escrita por keyci


Capítulo 9
Capítulo 9: Noite na fogueira


Notas iniciais do capítulo

gente o capitulo anterior foi o que teve menos reviews, fico imaginando se foi o menos legal...
aqui mais um capitulo espero que gostem, boa leitura =*



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A tarde sentei ao lado de alguns filhos de Athena e de Hefesto para planejar o novo Chalé. Eles nos ajudaram bastante e acabei fazendo novas amizades. Era tão fácil se envolver com os semideuses, talvez fosse por saber que não era a única a sofrer coisas estranhas. Não estar sozinho era uma das forças bases de qualquer ser humano.

_Vocês vão participar do Capture a Bandeira? – perguntou Thomas, do chalé de Hefesto.

_Capture a bandeira? – Repetiu Ryan interessado.

_Sim, é um jogo que é organizado aqui no acampamento em duas equipes. Os chalés se aliam e tentam capturar a bandeira do outro. É bem divertido e da pra testar as habilidades ou simplesmente bater em alguém com uma boa desculpa – explicou Dylan, um dos irmãos de Annabeth.

_Eu to dentro! – Ryan exclamou na hora.

_As equipes terão de estar formadas até amanhã. Vocês chegaram depois que foi anunciado que haveria um Capture a Bandeira – Annabeth explicou.

Os times eram divididos em azul e vermelho. Pelo visto quem estava no time azul era o chalé de Athena, Apolo, Hermes e Poseidon além de mais alguns dos deuses menores. Com o time vermelho estava Ares, Afrodite, Hefesto, Demeter e outros deuses menores. Ryan não pensou duas vezes ao pedir para ficar no time azul, sua competição era com Clarisse de Ares. Roselyn também quis ficar com o time azul, porém Tyler escolheu o vermelho apenas para duela com os arqueiros de Apolo.

_E você Nick? – perguntou Annabeth já usando o meu apelido.

_Eu não vou participar – falei sorrindo suave – Lutas sem sentido não é o meu gênero.

Na verdade eu estava mentindo, eu havia herdado o lado mais guerreiro da minha mãe apesar dos sintomas da filha da deusa da sedução ainda agirem sobre mim. Diferente dos meus outros poucos irmãos, eu era treinada por valkyries e tinha um estudo mais avançado em magia. Se eu entrasse naquele jogo logo iriam descobrir que minha mãe era uma das deusas mais poderosas, empatando com Frigga, a mulher de Odin. Também não queria machucar ninguém, o que com certeza iria acontecer se eu fosse lutar.

_Delicada e gentil, aposto que seu pai é o humano e sua mãe a deusa – comentou Dylan.

_Bingo – sorri ainda mais com a adivinhação do garoto.

Continuamos os planos do Chalé dos Visitantes até que chegou a hora de ir para o refeitório. Daquela vez no jantar eu olhei para as mesas pensando a onde deveria sentar. Foi então que eu observei Roselyn e Ryan ir sentar-se a mesa de Poseidon, onde Percy estava sozinho. Mas havia outro garoto solitário em uma mesa, era um garoto parecido com Tyler, moreno e de cabelos escuros. Ele usava vestimentas negras e parecia bastante sozinho apesar de as mesas vizinhas sempre falar com ele.

_Posso sentar aqui? – pedi quando me aproximei.

_Cla-claro – o garoto gaguejou.

Sorri e sentei-me a sua frente. Ele tinha o olhar baixo por estar intimidado, isso as vezes me incomodava. Minha beleza afinal de contas era insuportável? Porém respirei fundo e cruzei os braços sobre a mesa.

_Acho que sabe quem eu sou não é? Mas eu não sei o seu nome – comecei falando gentilmente.

_Nico – ele respondeu baixo.

_O garoto que ajudou na decisão final da guerra entre titãs? – lembrei – O filho de Hades.

_Eu.. eu só fiz o que era necessário – ele me fitou surpreso.

_Claro que fez, sempre se faz o que é necessário para proteger quem ama, mesmo que isso custe sua vida. Isso se chama amor verdadeiro certo? E não existe apenas entre casais, mas em família – disse animada.

Eu entendia um pouco a posição dele. Filho do soberano do mundo inferior. Minha mãe também lidava com a alma dos mortos em batalhas, as vezes era tratada como a deusa do submundo também. Em um tratado com Odin, metade dos guerreiros e suas famílias iriam para o seu templo Sessrumir viver lá depois de morrer. Nico sorriu timidamente e parecia mais a vontade.

_Não o estou elogiando a toa – comentei – mas pelo o que me disseram você convenceu a seu pai a entrar na guerra e lutou ao seu lado como um grande herói.

_Papai pode ser teimoso e rancoroso as vezes. Mas não é mal, talvez só mal interpretado – Nico defendeu o pai.

_Posso usar disso para defender Loki certo? Ele faz as coisas erradas, mas no final pensava em proteger os nórdicos. Foi uma trapaça, uma desonra, mas não deixou de ser um sentimento de proteção – acrescentei.

_Sim, acho que pode sim... Você pode me contar... como é lá? Quero dizer, eu não sabia que vocês existiam, me desculpe por isso mas...

_Está curioso – eu abri um sorriso – Depois das oferendas, jantarei com você e verei o que posso contar.

Pisquei para ele e Nico corou. Fiz novamente as oferendas, dessa vez apenas para minha mãe e a Loki, para que ele criasse um pouco de juízo. Tinha certeza que ele não levaria isso como ofensa, provável que apenas risse e abrisse um sorriso falsamente inocente. Quando voltei a falar de Nico ele me encarou ansioso e mal tocou na comida.

_Certo, talvez devesse começar a explicar que os deuses nórdicos se dividem em duas classes, os Vanir e os Aesir. Houve há muito tempo, nos primórdios da história, que os Vanir e os Aesir estavam em guerra, mas depois em um acordo de paz eles se uniram. Muitos deuses Vanir se casaram com os Aesir para demonstrar a união.

_É parecido com agora – observou Nico pensativo – Vocês estão aqui para representar a união...

_Exatamente – sorri contente com o entendimento dele – Mas ao longo do tempo houve divórcios e novos casamentos. Tipo Odin que de inicio casou-se com Freya, a nossa deusa da beleza e tantos outros atributos, depois ele se casou com Frigga, a deusa da união, da família, de coisas ligadas a uma casa, uma lareira e uma família feliz em resumo. E muitas histórias e lendas, claro. Basicamente os Aesir são os deuses mais guerreiros. A maioria dos Vanir são deuses com propriedade da fertilidade.

_Hora da Fogueira! – escutei Josh Tompson anunciar.

Nico fez uma rápida careta por ter sido interrompido. Eu o achei uma gracinha, por isso estiquei meu braço e baguncei-lhe o cabelo escuro.

_Fique tranqüilo, teremos muito tempo para conversar – falei.

Ele balançou a cabeça com os olhos bem abertos pela surpresa que o meu carinho causou. Levantei e Roselyn me encontrou para me acompanhar até o campo onde havia uma fogueira. Eu avistei novamente a garota nas chamas, Héstia, e ela piscou para mim quando eu acenei. Sentei entre Rosalyn e Annabeth.

Percy estava ao seu lado, de mãos dadas, e do seu outro lado estava Nico. Tyler havia se sentado perto de Roselyn e Ryan logo depois. A roda era enorme, mas parecia que todos estavam perto ao mesmo tempo. Não demorou para que os filhos de Apolo trouxessem alguns violões e instrumento de percussão. Cantaram músicas em homenagem aos seus deuses e eu observei encantada.

_Que tal contarmos a nossos novos amigos uma de nossas histórias? Afinal somos heróis, portanto seremos uma lenda algum dia! – disse Wendy, do Chalé de Demeter.

_Ah eu prometi contar sobre Silena e Charlie – Alice se manifestou – Posso?

_Aaah – as garotas de Afrodite suspiraram.

_Silena Beauregard era a líder do nosso Chalé – começou Alice - e Charlie Beckendorf o líder do Chalé de Hefesto. No ano da final da profecia finalmente eles começaram a namorar e eram o casal mais... perfeito.

_Almas predestinadas – murmurei para que ninguém ouviu, eu adorava esse tipo de história.

_Era tão lindo vê-los juntos, Beckendorf todo grande parecendo um gigante mas se derretendo todo por uma beleza única que era a nossa irmã – continuou Alice – Mas então veio o dia em que Percy Jackson e Beckendorf tiveram de ir atacar o Princesa Andrômeda e Beckendorf explodiu a si próprio para que o KG inimigo fosse destruído.

Vi os filhos de Hefesto observarem a fogueira com saudades nos olhos. Eles ainda pareciam sentir falta de seu irmão perdido em batalha. Queria que Beckendorf fosse nórdico, pois os verdadeiros heróis quando mortos em batalha iam para Valhalla viverem como os guerreiros mais justos e fortes para participarem do Ragnarok. Era uma das funções das Valkyries buscar essas almas.

_Silena nunca pareceu tão desolada. Mas no final ela não desistiu, ela lutou até o fim para proteger o Acampamento e a todos nós. Ela enfrentou o Chalé de Ares e ousou vestir a armadura de Clarisse para guiar os filhos de Ares até a batalha e salvar a todos. Ela também morreu em batalha e sua ultima frase foi a confirmação de que tudo valeu a pena. Pois a ultima coisa que ela viu foi Charlie Beckendorf vindo buscá-la pessoalmente antes de morrer.

Muitos aplaudiram e algumas filhas de Afrodite enxugaram as lágrimas. Vi as palmas de Ryan se sobressair as dos outros e eu finalmente percebi. Não importava de que panteão o semideus era, nós sofremos, nós choramos, nós lutamos por aquilo em que acreditávamos. Depois disso os filhos de Apolo entoaram uma musica em grego antigo que eu não entendi, mas como os do Chalé de Hefesto cantaram mais alto dessa vez, pensei que fosse em homenagem ao irmão perdido.

Logo depois de mais algumas musicas um som de uma corneta anunciou o toque de recolher. Eu estava com Roselyn nas costas praticamente adormecida, ela era baixinha e leve não havia problemas nenhum em carregá-la.

_Eles são legais, não são Nick? – Roselyn disse bocejando.

_São sim, prima – eu respondi levemente.

_Parecem ser mais legais do que os seus pais.

Ri um pouco.

_Acho que afinal de contas nenhum filho deve ser igual aos seus pais. Não é assim também com a gente? – comentei já entrando na Casa Grande.

_Sim, sim, Nick não é tão obsessiva por adornos como tia ou tarada – disse Rosalyn sem pensar.

_Ei, minha mãe tem muito amor ok? – contra-ataquei mas em tom de brincadeira – Nossos pais tem mais idade do que o suficiente para serem donos de seus atos e nós não devemos nos preocupar se vamos fazer as mesmas coisas. Nós somos nós, diferentes.

_Acho que é uma boa filosofia.

Eu travei no chão, havia acabado de entrar na Casa Grande, olhei para o lado e lá estava Dionísio sentado perto da lareira lendo algum livro qualquer. Não havia notado a presença dele ali por estar com sono, mas ele me encarava de uma forma diferente. Quase gentil.

_Queria que todos os outros semideuses pensassem assim e não nos culpasse por todas as besteira que fazem – ele lamentou.

_Talvez porque pensem que as besteira que fazem são por estar em situações complicadas por terem vocês como pais e que nunca os ensinou a superar – falei usando de toda a minha sinceridade – Mas nenhum ser, muito menos os deuses, são capazes de escolher os seus pais.

_Você é uma tagarela, filha de Freya – Dionísio respondeu depois de um pequeno silêncio – E no final a culpa é sempre nossa, como se não tivéssemos que cuidar de todo um mundo.

_Não é questão de culpa – me defendi e suspirei – é questão é que você é o mundo de seus filhos. E quando este mundo está abalado, quem irá amansá-lo quando você não está presente?

_Vá dormir criança.

Ele não disse aquilo grosseiramente, apenas me fitava pensativo. Obedeci sem questionar, deitei Roselyn em sua cama que já dormia e não escutara nada do que aconteceu na sala da Casa Grande. Deitei e a ultima coisa que eu pensei antes de apagar era que muito provavelmente essa seria a ultima vez que Dionísio seria um pouco gentil.


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Notas finais do capítulo

proximo capitulo é o capture a bandeira e umas emoções (fortes) a mais! caprichem nos reviews que até as oito da noite eu posso postar o proximo!