50 Tons Depois do Felizes Para Sempre escrita por Carolina Muniz


Capítulo 16
14.


Notas iniciais do capítulo

Boooua noitche ♥



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• Capítulo 14 •

A vida era feita de momentos. E um dos melhores ocorreu na primeira quinta do mês de abril. Ana teve uma boa noticia naquela manhã: a pequena Grey poderia finalmente ir para casa. Miracle tinha o peso ideal e o cumprimento, seus pulmões estavam fortes e saudáveis assim como todo o resto.

Foram longos quatro meses no Hospital Pediátrico de Seattle. 

E o dia de Ana se tornou uma bagunça com a morena querendo deixar tudo perfeito para a chegada da mais nova.

A família Grey estaria lá, assim como os pais de Ana, que finalmente conheceriam a neta. Na verdade, todos a conheceriam, pois a única que pôde vê-la no hospital fora Grace. Então seria um dia de muita paparicação para Miracle e Teddy.

Ana deixou com Roger alguns documentos assinados, o trabalho mínimo que ela fazia enquanto não podia voltar para a Editora.

À tarde, Miracle já estava em sua casa, e fosse por Grace ser uma avó babona ou não, a mulher dizia para todos que a bebê já a reconhecia até mesmo pelas fotos que estavam espalhadas por lá e a mesmo pôde ver enquanto a doutora a levava para um "tour".

Então, depois do almoço, a família se reuniu no prado, onde Teddy pôde correr e brincar com Ava - que tinha seus nove meses e já dava seus passos sozinhas enquanto tentava acompanhar o primo peralta - a vontade, e o assunto era o novo bichinho de estimação da casa, dado especialmente por Mia.

Christian ainda achava um tremendo absurdo aquele gatinho abusado correndo e sendo abraçado por seu filho, e ele até teve esperança de Teddy ser alérgico ao pelo do felino quando Mia ligou avisando o que havia adotado para Teddy. Mas não. Teddy pelo visto podia até mesmo engolir o pelo que nem mesmo tosse aconteceria. E Ana ao menos pestanejou quando o felino - criativamente nomeado por Teddy de Theracle, uma mistura do nome da irmã com o dele - se enroscou em sua perna para receber um carinho entre as orelhas.

Então lá estava os dois felinos, o de Teddy e o de Ava - Cascas, e até agora ninguém sabe da onde veio aquela palavra mas era o nome escolhido pela loirinha agitada - sendo agarrados por seus donos no meio do prado.

Ana não conseguia parar de sorrir também enquanto via sua filha saudável e feliz no carrinho - finalmente a família a havia deixado respirar sem ser no colo - mas Kate era Kate, e a loira não perdeu a oportunidade quando foi com Ana para o cozinha fazer a mamadeira de sua filha Ava.

— E então, você e Christian - começou ela enquanto colocava a medida certa do leite. 

— O que tem eu e Christian? - questionou a morena inocentemente enquanto fazia um sanduíche para Teddy.

— Ah, não vem com essa para cima de mim. Vocês estão estranhos. Não ache que só porque estão juntos o tempo todo que eu não estou reparando. E digo mais, não sou apenas eu que estou reparando. Ninguém está falando nada por causa da Mi, mas você sabe que logo a Mia solta alguma coisa - ela foi direta.

Ana suspirou.

— Primeiro, já falei para não chamar minha filha de Mi. Que coisa mais esquisita - ralhou ela.

—  É fofo - insistiu a loira. - E não muda de assunto!

— Não é não, já pode parando com isso antes que pegue. E eu e Christian estamos bem, okay?

A loira revirou os olhos.

— Ana, eu te conheço, e também já convivo a muito tempo com vocês dois para saber que vocês não estão bem, e é desde a gravidez da Mi. Ainda é aquela briga?

Ana deu um olhar mortal para a amiga.

— Ta' ta - a loira levantou as mãos em rendição. - Miracle.

A loira colocou a mamadeira no microondas e apertou os botões necessários, logo voltando a se virar para Ana.

Ela não ia desistir.

— Para de me olhar, Kate - disse a morena, que mesmo de costas sentia o olhar da amiga.

— Só quero que converse comigo. É aquele lance? É isso? Ele voltou a querer... Você sabe?

Ana franziu o cenho e se virou para a loira.

— Sei do que?

Kate revirou os olhos.

— Aquele negócio de dominação e tudo mais.

Ana prendeu o riso.

— Deus, não. Kate! Não tem nada a ver. Olha, está tudo bem, sério. Só estamos passando... Sei lá. Não é nada. Todo casal tem seus momentos difíceis, não somos diferentes. Estamos bem sobre aquela briga, já foi. Passou.

— Então é por causa da gravidez? Foi isso? Ele não queria...

— Kate! Chega. É sério, não é nada dessas coisas. Nós tivemos aquela briga e não deu tempo de a gente fazer as pazes porque uma certa coisinha apareceu, mas está tudo bem. Eu e Christian somos apaixonados pela Miracle, e tudo está sendo bem difícil ultimamente, não deu para gente conversar direito. É só isso. Eu sei que você só quer ajudar, mas eu realmente não estou a fim de falar sobre meu casamento agora, desculpa. 

Kate balançou a cabeça em concordância.

— Eu estou aqui, só para você saber - disse sincera.

— Eu sei - Ana lhe sorriu. - Só não é o momento. E não é uma daquelas coisas que vai melhorar falando, ou que vai passar de repente. Nós dois erramos feio e acho que só precisamos saber como concertar tudo.

— Tenho certeza que Miracle e Teddy são um grande incentivo.

— É, eles são. O problema é que não são o suficiente para resolver tudo.

— Às vezes precisamos pensar na gente também. É difícil fazer isso quando somos mãe, mas é preciso. 

Ana sorriu de lado e voltou a terminar de fazer o sanduíche do pequeno Teddy, declarando em silêncio que não queria mais conversar sobre aquele assunto. E ela torcia para que Mia também não o levantasse. 

A morena entendia que todos ficavam preocupados, eles ficavam apreensivos com Ana e Christian afastados de repente, mas era uma coisa deles, somente eles podiam resolver. Ana sabia que Christian ainda se consultava com Flynn, e o psiquiatra com certeza ajudou em boa parte de toda aquela aceitação de Christian ao que ela pedia sobre tempo e até mesmo no divórcio. Mas ela não queria ninguém da família achando que poderia tirar suas conclusões e despejá-las em cima dela ou de Christian.

Ela voltou para fora em seguida, se juntando a família na enorme mesa perto do jardim, onde todos podiam ver as crianças brincando, colocou o prato de Teddy na mesinha de centro e o menino rapidamente correu em sua direção, sendo parado pelo pai e levantado no ar para sua enorme surpresa.

— Nem pensar, precisa lavar as mãos primeiro, estava tocando naquela coisa - informou Christian ao menino.

 

O garoto riu para o pai e beijou seu queixo, carinhoso como sempre.

— Deixa que eu levo esse foguete - Raymond disse, pegando o menino trás para mais uma surpresa do menino e o fazendo "voar" pelo caminho.

— Não chama o bichinho de coisa - ralhou Ana. - Ele é tão bonitinho.

— Aquele troço vai ficar miando a noite toda - disse Christian mal humorado.

Ana revirou os olhos, recebendo um olhar diferente de Christian.

Os dois se encararam por longos segundos até que desviaram o olhar, decidindo mutualmente não fazerem aquilo.

Ana se sentou entre sua mãe e Christian e observou enquanto Kate entregava a mamadeira para Elliot, num aviso claro de que era ele quem deveria fazer sua filha largar a gatinha e as brincadeiras com o vovô Carrick para tomar todo seu leite e tirar sua soneca da tarde.

Todos ali sabiam que era uma missão difícil, Ava com certeza havia puxado o terrível gênio da mãe e a garotinha tão nova lutava até para tomar a mamadeira quando estava brincando.

Ana admirou sua filha agora acordada no carrinho, olhando encantada para seus mobiles dos Looney Tunes, e agradeceu internamente por seus filhos serem calmos.

Ela passou a mão pela barriguinha cheia de sua filha e ganhou um sorriso de volta da mesma pelo carinho gostoso que estava recebendo.

Ela era tão esperta.

Logo Ray voltou com um Teddy - agora de mãos limpinhas e com um copo do Batman com suco de laranja. E menino se contorceu para sair do colo do vovô Ray para poder comer o sanduíche preferido dele, fazendo todos rirem enquanto do outro lado também tinham Ava finalmente - mesmo que emburrada - parada no colo do pai com sugando seu leite na mamadeira.

Com aquilo, a conversa em família passou a ser sobre as crianças Grey, tendo Teddy como o mais velho e o aperto no coração dos avós - e dos pais também - quando a escola no próximo ano foi citada.

Com o nascimento de Miracle e com a certeza de Kate e Elliot em dizer que não teriam outro filho tão cedo, Teddy seria o único menino por um longo tempo, o que fazia todos mimarem extremamente o pequeno, sendo o "campeão" de todos.

Desde sempre, Theodore era sequestrado por Elliot - que sempre quis um filho homem - e Carrick - que era louco pelo neto. E mesmo depois de Ava nascer, Teddy continuava sendo o centro de tudo. E nem mesmo Miracle tirou o posto de rei do pequeno Theodore. De fato, o menino seria sempre o centro de tudo, afinal, ele era o mais velho e todas as primeiras vezes seriam suas. Não que isso diminuísse o amor que Ava e Miracle recebia, claro que não, era apenas situações diferentes que Teddy recebia. E Ana realmente não sabia se gostava de seu filho sendo tão mimado por todos. Mas era difícil não mimar, ela sabia disso na pele.

A morena se dispersou dos pensamentos quando todos começaram a parar Teddy que tentava dar metade de seu sanduíche para a irmãzinha no carrinho. Claro que manhoso como era, o pequeno teve seus olhos marejados quando todos o fizeram parecer que fez algo errado.

— Está tudo bem, bebê da titia, não precisa chorar - Mia fora a primeira a pegá-lo no colo.

— É que a sua irmãzinha ainda não pode comer sanduíche - Grace murmurou enquanto o tirava do colo da filha.

— Ou qualquer outra coisa - Carrick completou, tirando-o do colo da mulher.

Ana e Christian, que ao menos pensaram em se levantar para pegar o menino manhoso, apenas observaram até o pequeno parar no colo da vovó Carla, que estava ao lado de Ana, e então o mesmo pular para o colo da mãe, querendo carinho da mesma também porque nada se comparava ao amor da morena por ele.

— Nós já conversamos sobre a sua irmãzinha não poder comer ainda ou brincar com seus carrinhos, lembra? - Ana foi gentil enquanto tirava o cabelo da testa do filho.

O pequeno balançou a cabeça em concordância mesmo que a tivesse recostada e escondida no peito da mãe. 

Christian acariciou a cabeça do filho, que tinha o rosto virado para si, e lhe sorriu.

— Como sabe que ela não tem fome? - questionou ele baixinho para o pai, mas fazendo todos escutarem e soltar um 'owwwn'.

Teddy ficou vermelho mesmo que um sorriso tenha se formado em seu rosto, porque ele era tímido mas acima de tudo adorava uma atenção. 

— Não se preocupe, amor, nós sempre sabemos - jurou o pai. - Você quer pegá-la?

Os olhos de Teddy brilharam e menino se sentou melhor no colo da mãe, esticando as mãozinhas e dobrando os cotovelos como havia visto todos fazerem para pegar o bebê no colo.

Ana o puxou para trás enquanto Christian pegava Miracle do berço, e o ajeitou de lado em seu colo, para segurar melhor o mesmo e também a pequena.

Teddy sorria gigante, seus dentinhos amostra para todos, afinal, ele pegaria sua irmãzinha pela primeira vez.

— Precisa ter muito cuidado, okay? - Ana disse carinhosamente enquanto Christian se ajoelhava a sua frente com a pequena.

Teddy balançou a cabeça em concordância, ainda com as mãos esticadas e os bracinhos em posição, querendo fazer tudo certo para pegar sua irmãzinha muitas vezes.

Grace tinha os olhos marejados, assim como Mia - que acarinhava os dois gatinhos em seu colo - enquanto admirava a cena a frente.

Christian com todo o cuidado colocou Miracle nos braços de Teddy, que mesmo com dois aninhos, sabia que precisava cuidar e ser gentil com sua pequena irmã, segurando-a em seus bracinhos e sentindo o cheiro de leite, que ele particularmente gostou.

Ana passou o indicador pela testa pequenina de Miracle enquanto a bebê encarava o irmão atentamente, ainda sendo sustentada pelo pai de qualquer forma.

Era um momento realmente especial, e para os quatro era como se não houvesse mais ninguém ali além deles. Teddy tinha seus olhos apenas para sua irmãzinha, a bebezinha que ele gostava de cuidar até mesmo dentro da barriga da mãe, e Christian e Ana apenas se encaravam.

O que realmente importava quando você tinha aquele momento em sua vida?

Tudo bem, coisas ruins acontecem, momentos difíceis são passados o tempo todo, escolhas erradas são feitas, palavras duras são ditas e atitudes são tomadas por reflexo até com quem você ama. Principalmente com quem você ama.

Mas o amor realmente nunca havia sido uma coisa duvidosa naquela equação, nem mesmo com as palavras que magoara, ou com o tapa que feriu. O amor sempre foi uma certeza em todos os momentos.

E isso deveria ser suficiente, não é?

Ana e Christian sempre achou que a o amor ali não era importante. Okay, eles se amavam, mas e daí? Nem tudo é sobre o amor.

Talvez não. Talvez o amor não seja a solução para tudo, realmente não era. Mas como eles poderiam sequer pensar daquela forma quando tinham os filhos mais incríveis do mundo, quando tinha a família ao redor - que se emocionava por Teddy e sua irmãzinha, quando tinham passada pelos piores meses que pais poderiam passar?

A confiança realmente havia sido quebrada por um tempo, a dúvida de suas escolhas foi um impasse grande em seu casamento. Mas de repente, ali estavam eles, sem saberem como realmente aconteceu, mas estavam.

Então, sim, era mesmo feira de momentos. E para Christian e Ana, foram muitos momentos ruins nos últimos meses para que eles deixassem se agarrar aquilo. Um momento perfeito, em que você sente a maravilhosa sensação de amar e ser amado incondicionalmente, com certeza passa por cima de um momento trágico que quase destruiu um casamento.

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Notas finais do capítulo

Gente, eu sou definitivamente apaixonada pelo meu Teddy, eu quero muito ele para mim e tbm a Miracle claro rsrs. Então, espero que vocês gostem.



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