Neighbors escrita por Miss Johnerfield


Capítulo 2
Two


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Como vocês estão? Gostaria de agradecer aos comentários no capítulo anterior. Sério, fiquei muito feliz! Confesso que achei que essa história não ia pra frente - graças a Deus por vocês! Vou tentar postar entre uma ou duas vezes na semana - visto que essa é a única fic na qual estou trabalhando no momento. O que acham? Enfim, aproveitem o capítulo e boa leitura! :D



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"Nós estamos tão perto ainda assim tão longe"

(Glee Cast - Pretending)

“Noah?!”, indaguei e exclamei ao mesmo tempo, surpresa. “O que... o que faz aqui?”

Noah Puckerman quebrou o gelo que estava me dando há quatro anos! Custei a acreditar que aquilo era verdade.

“Vim devolver seu estojo. Finn disse que você deixou cair depois de trombar com ele no corredor hoje de manhã”, disse ele me entregando o objeto.

Ah. Então foi com Finn Hudson que esbarrei mais cedo. Não sei por que fiquei decepcionada, afinal Noah vem me tratando com indiferença há tanto tempo que eu jamais pensei que nos falaríamos, ainda mais por conta de algo tão bobo.

“E por que ele mesmo não me devolveu?”, perguntei. Noah deu de ombros.

“Eu não sei. Acho que ele não encontrou você ou algo assim”, disse ele.

 “Tudo bem”, disse enquanto pegava o estojo e o observava rapidamente. Ele usava sua típica jaqueta vermelha e amarela do time de futebol e um jeans surrado. Aquela pose de bad boy não parecia tão intimidadora agora.

“Obrigada Noah”, agradeci e guardei o estojo na mochila. Ele apenas balançou a cabeça em concordância e saiu andando pelo gramado rumo à sua casa.

Entrei rapidamente e fechei a porta atrás de mim. O que foi isso? Ainda não acredito que trocamos algumas palavras de modo civilizado. Soltei um suspiro longo e notei um leve tremor nas mãos. Meu coração estava batendo tão rápido que eu pensei que fosse sair pela boca. Não é possível que eu tenha ficado tão nervosa por causa de uma conversa – se é que posso chamar assim – com aquele babaca. “Ele te odeia, Rachel”— lembrei a mim mesma. “Não crie expectativas, isso não vai acontecer novamente”.

 “Oi docinho!” – cumprimentou meu pai. Levei um susto e ele me perguntou se havia algo errado.

“Oi pai! Não, apenas não tinha percebido que o senhor estava em casa”.

“Ah, tudo bem. O jantar estará pronto daqui a pouco”.

“Ok, vou tomar um banho rápido e desço depois”.

Aqui em casa moramos eu e meus pais. Um deles, o Hiram, trabalha em Westerville, então é raro nos encontrarmos em casa. Geralmente quando eu saio para ir à escola ele já saiu para o trabalho, e quando já estou dormindo ele ainda está chegando em casa. O outro, LeRoy, é coordenador do Departamento de Artes de uma escola primária aqui em Lima, então por termos horários parecidos, costumamos passar mais tempo juntos.

Eu amo meus pais. Não consigo imaginar minha vida sem eles e sou muito grata a tudo o que eles me proporcionaram e me proporcionam até hoje. Fui adotada quando ainda era um bebê, pois minha mãe biológica não teve condições de me criar. Ela estava no ensino médio quando engravidou do seu namorado na época e foi expulsa de casa pelo pai dela. Meu pai biológico era jogador de futebol do time da escola onde eles estudavam e terminou tudo com minha mãe quando soube da gravidez. Disse que cuidar de nós não era a sua prioridade naquele momento e que um casamento àquela altura do campeonato arruinaria seu futuro promissor como jogador, já que ele tinha conseguido uma bolsa de estudos em uma das melhores universidades do país.

Meu pai, o LeRoy, na época trabalhava como professor de canto e diretor do coral da escola onde eles estudavam. Os dois tinham uma relação muito amigável - ela era sua melhor aluna; aquela situação pela qual ela passava entristeceu muito o meu pai e ele a ajudou como pôde. Quando eu nasci, ela estava no último ano e trabalhava feito louca como garçonete em um café para tentar se sustentar e cuidar de mim. Acontece que ela não conseguiu se manter sozinha por muito tempo e teve medo de que eu passasse fome. Meus pais, então, a convidaram para morar com eles até que ela conseguisse se estabilizar. Isso infelizmente durou pouco, pois um tempo depois ela veio a falecer por conta de uma pneumonia mal curada – provavelmente contraída quando ela morava no porão alugado, quando foi expulsa de casa.

Apesar de amar meus pais, eu sinto falta de uma presença feminina em casa. Mesmo que eu não tenha lembranças da minha mãe, ou que não tenha convivido com ela durante muito tempo, sinto sua falta. Antigamente eu costumava passar muito tempo com a senhora Puckerman – até quando o Noah não estava lá. E muitas vezes – só na minha imaginação mesmo – eu fingia que ela era minha mãe. Sempre senti muito carinho por ela, e sei que isso é recíproco. Hoje em dia minhas visitas à sua casa reduziram drasticamente, mas ainda costumo ir lá às vezes para tomarmos chá e conversar um pouco. A situação entre mim e Noah a incomoda, mas ela tenta não tocar muito no assunto para que eu não me machuque – ela sabe como isso me entristece.

*~*~*~*~*

K.Elizabeth: O QUE?? NÃO ACREDITO QUE ELE FALOU COM VOCÊ!!! *o*

MissJones: Kurt, você não precisa escrever em caixa alta toda vez que está chocado com alguma coisa. O que ele disse Rach?

Estava trocando mensagens com Mercedes e Kurt depois de jantar com meu pai. Eles exageravam às vezes, mas eu entendia o entusiasmo, afinal os dois acompanhavam minha saga de desavenças com Noah desde que nos conhecemos, há uns três anos. Respondi a eles que não havia sido nada especial, mas que estava muito feliz por trocarmos algumas palavras depois de algum tempo.

MissJones: espera um pouco... o que seu estojo estava fazendo com o Puck sendo que quem esbarrou com você foi o Finn?

K.Elizabeth: bom, eu não sei, mas posso perguntar pra ele.

GoldenStar: Não, por favor!! Eu morreria de vergonha se vc fizesse isso!

Kurt e Finn eram meio-irmãos. O pai de Kurt e a mãe de Finn namoraram na adolescência e se reencontraram anos depois. Os dois eram viúvos desde que os meninos estavam no segundo ano. Bastou um encontro arranjado por amigos em comum e algum tempo depois os dois estavam casados.

K.Elizabeth: OK, você quem sabe. Mas amanhã eu quero saber de todos os detalhes!!!

GoldenStar: não tem detalhes, Kurt. Foi só isso :(

MissJones: Que pena, Rach. Mas eu tenho fé que vcs voltarão a se falar, vc vai ver ;D

GoldenStar: Obrigada, Cedes. Eu já vou porque vai começar Project Runway e meu pai não assiste sem mim. Beijinhos!!

K.Elizabeth: Bye, baby!

MissJones: bjs!

*~*~*~*~*

         No dia seguinte, estava saindo de casa para esperar por Kurt e notei que Noah estava saindo também. Aquilo não era mais novidade, já que costumávamos sair no mesmo horário todos os dias – e todos os dias ele fingia não me notar ali.

         “Rachel, vamos!”, gritou Kurt buzinando alto. Pulei de susto e pedi para que ele não fosse tão escandaloso.

         “Não precisava buzinar, eu estava bem ali”, reclamei.

         “Por favor! Você estava tão vidrada no Pucksauro que nem me notou chegar”. Ouvi alguém pigarrear e notei que Finn estava ali também.

         “Oi Finn”, cumprimentei. Ele estava sentado no banco da frente com Kurt.

         “Oi Rachel. Quanto tempo, não é?”, indagou Finn.

         “É sim, eu acho”, murmurei.

         “Puck, você não vem?”, indagou Finn com a cabeça pra fora da janela. Senti meu corpo gelar no mesmo instante. Kurt sussurrou para Finn algo como “você deveria ter me avisado isso antes” ou algo assim, mas estava abismada demais para prestar atenção.

         Observei pelo vidro da janela Noah se aproximar do carro e abrir a porta ao meu lado.

         “E aí Finn?”, cumprimentou ele. “Hummel”, disse ele um tanto baixo.

         “Oi, mano!”, Finn respondeu todo entusiasmado enquanto Kurt murmurava um “oi” meio descontente.

“Oi Rachel”, cumprimentou Noah. Abri a boca, mas não consegui emitir som algum. Aquilo era um tanto surreal. Primeiro ele parecia fazer questão me de ignorar, e agora deu pra agir como se nada tivesse acontecido?

“O-oi, Noah”, respondi. Percebi o olhar que Kurt me lançou pelo retrovisor e senti meu rosto esquentar. O que aquilo significava? Ele estava apenas sendo educado ou estava se esforçando para se redimir comigo, como Mercedes havia sugerido ontem? Não sei se ficava feliz com isso ou preocupada.

De qualquer maneira, eu tinha medo de me agarrar a alguma pontinha de esperança e acabar me decepcionando novamente. Aquela era a segunda vez que Noah Puckerman se dirigia a mim educadamente em quatro anos – e por mais bobo que fosse, uma parte de mim estava começando a acreditar que nós poderíamos juntar os cacos do passado e começar outra vez. Espero que eu esteja certa.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam do capítulo! Podem me dar dicas, sugestões, fazer alguma crítica construtiva... enfim, fiquem à vontade! Eu peço desculpas por não ter deixado os personagens interagirem muito nesse capítulo, mas prometo que vou trabalhar nisso nos próximos. Achei melhor apresentar um pouco mais da história da Rachel nesse capítulo porque senão ia acabar esquecendo hehe. Enfim, é isso! Beijos :)