Neighbors escrita por Miss Johnerfield


Capítulo 3
Three


Notas iniciais do capítulo

Olá! Primeiro quero agradecer aos comentários recebidos no capítulo anterior. Muito obrigada, de coração! ♥ Depois, gostaria de pedir encarecidamente: comentem! A opinião de vocês é muito importante para o andamento da fic. Com o feedback de vocês, eu consigo saber o que vocês estão gostando, o que não agrada tanto, o que eu preciso melhorar... enfim, deixem as opiniões de vocês. Vou deixar o nome e o link da música citada nesse capítulo nas notas finais. Boa leitura :D



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"Você sabe que sou uma tola por você
Você me tem na sua mão"

(The Cranberries - Linger)

 

Kurt e eu fomos praticamente o caminho todo em completo silêncio, que foi preenchido com as conversas entre Finn e Noah – basicamente resumidas ao time de futebol, Star Wars e aquelas magrelas das Cheerios. Ambos falavam sobre quem iam levar ao baile.

“Qual é Finn? A Brittany é gostosinha”, disse Noah. Revirei os olhos e aumentei o volume do fone de ouvido.

“Ela é bonita, mas eu não sei, não... Ela sai com praticamente todo mundo”, reclamou Finn.

“E daí? Melhor pra você, pelo menos não vai ser rejeitado. E a irmã dela?”, rebateu Noah.

“Quem? A Quinn? Cara, ela tá saindo com o Mike Chang!”

“É verdade, a Santana me disse”.

De vez em quando Kurt trocava olhares comigo pelo retrovisor. Nós dois estávamos ficando entediados e ainda faltavam uns dez minutos para chegarmos ao colégio.

“E você Rach? Com quem vai ao baile?”, indagou Finn de repente.

“O que?”, perguntei tirando os fones de ouvido. “Eu não sei... na verdade, acho que não vou ao baile”.

“Mas por quê? Achei que você fosse cantar no baile com Kurt, Mercedes e aquela asiática meio emo que anda com vocês de vez em quando. Ninguém convidou você?”, perguntou Finn um tanto indignado. Eu sei que ele não fez por mal, mas ele tinha que aprender a medir suas palavras. Percebi Noah segurando o riso ao meu lado e revirei os olhos.

“Isso também”, respondi sentindo meu rosto esquentar de vergonha. “Eu ia cantar no baile com o clube do coral, porém meus pais estão programando uma viagem no mesmo fim de semana e eu pretendo ir com eles”.

Confesso que estava morrendo de vontade de ir ao baile, porém não queria ir sozinha. Kurt e Mercedes iam juntos – porque os dois também não haviam sido convidados por ninguém; Tina – a “garota emo” a quem Finn se referiu – era uma amiga nossa do clube do coral e ia ao baile com seu namorado, Artie – que também fazia parte do coral.

Finn pareceu ficar pensativo por um instante; depois se virou para mim com um sorriso torto no rosto e perguntou, sem rodeios:

“Rach, o que você acha de ir ao baile comigo?”

“O quê?!”, indagamos Noah e eu ao mesmo tempo. Olhamos um para o outro por um instante, mas logo desviamos o olhar.

“Cara, você não pode estar falando sério”, Noah pareceu incrédulo demais e aquilo me incomodou. O que havia de errado comigo?

“Por que não? Rachel é uma garota legal, bonita e é minha amiga. Não é, Rach?”, indagou Finn me olhando. Sorri de volta e concordei com um aceno rápido de cabeça. Olhei para o retrovisor e vi Kurt sussurrar “babaca”. Arqueei minhas sobrancelhas como que perguntando a quem ele se referia e o vi mexer a cabeça sutilmente na direção de Noah.

“Cara, eu tento te arrumar uma das garotas mais gostosas do colégio e você quer ir ao baile com a Rachel?”, perguntou Noah. “Sem ofensas”.

“Eu não ligo se a Brittany é gostosa, ou bonita, se ela é da realeza, o que seja. Não me importo com nada disso e não quero convidá-la. Fora que ela já deve ter mil e um caras se oferecendo para ir com ela”.

“Está com ciúmes, Puckerman?”, perguntou Kurt depois de tanto tempo em silêncio. “Eu sabia que você era amigo do meu irmão, mas não que sentia algo a mais por ele”, acrescentou. Segurei a risada enquanto Finn e Noah olhavam incrédulos para Kurt.

“Só estou brincando, credo”, disse Kurt.

“Tá maluco? Eu vou te jogar na lixeira de novo, Hummel”.

“E eu vou te jogar pra fora do meu carro. Em movimento!”

“Wow! Chega, pode parar. Ninguém vai jogar ninguém em lugar nenhum”, Finn tentou intervir.

“Finn, posso te responder depois?”, perguntei.

“Rá, seu trouxa. Levou um fora!”, zombou Noah.

“Por que você age de modo tão babaca? Sem ofensas”, ironizei. Trocamos olhares por um breve instante. Qual era o problema desse idiota?

Senti o olhar de Noah em mim, mas não ousei olhá-lo. No começo eu até aceitei suas idiotices porque não queria confusão – e ainda tinha esperanças de que aquilo fosse só uma fase ruim. Mas se aquele trouxa achava que podia me humilhar e sair por cima, ele estava muito, mas muito enganado. Tudo tem limite, e com a minha paciência não era diferente.

“Tudo bem Finn, eu vou com você ao baile”, respondi.

“Legal!”, exclamou Finn todo empolgado e sorridente. Apesar de ele parecer um tanto infantil, achei sua reação fofa. Finn era um cara legal e sempre nos demos bem então, por que não? Além disso, eu tinha todo o direito de me divertir, e não eram Noah e nem suas concubinas magricelas que me impediriam disso.

~*~*~*~*~*~*~*~

“Você vai ao baile com Finn Hudson!”, exclamou Mercedes toda empolgada. Algumas pessoas que estavam perto de nós no refeitório nos lançaram olhares curiosos. Baixei a cabeça e pedi para Mercedes falar mais baixo.

“É, ele se ofereceu para me acompanhar e eu aceitei”, respondi.

“Rach, pare de ser tão cruel com você mesma! Ele te convidou para ir ao baile; além disso, ele disse que você era uma garota legal, bonita e que vocês são amigos”, disse Kurt.

Os olhos de Mercedes brilharam enquanto ela mordia sua fatia de pizza.

“Não é grande coisa. Provavelmente ele está me usando como desculpa para fugir das acompanhantes que Noah tenta arrumar para ele”, reclamei.

“Ok Rachel, pode parar. Você é linda, inteligente, talentosa e vai para o baile com um dos garotos mais desejados do colégio. Sério, aposto que tem uma fila de meninas esperando por essa chance. Não se subestime! Aproveite o momento e divirta-se com Finn, ele é um cara legal”, falou Mercedes. Sorri para ela e continuamos tagarelando sobre o baile até que o almoço acabou.

~*~*~*~*~*~*~*~

 Mais tarde naquele dia enviei uma mensagem para Finn:

Para sharkfinn5:

“encontre-me no auditório em 10 min.”

Enquanto esperava por Finn, resolvi aproveitar que o auditório estava vazio para ensaiar. Eu amo cantar, e ainda que eu não estivesse ali para aquilo, decidi repassar uma das músicas que estava planejando colocar no setlist do baile.

Everybody loves the things you do
From the way you talk
To the way you move
Everybody here is watching you
'Cause you feel like home
You're like a dream come true
But if by chance you're here alone
Can I have a moment
Before I go?
'Cause I've been by myself all night long
Hoping you're someone I used to know

You look like a movie
You sound like a song
My God, this reminds me
Of when we were young”

Uma das melhores formas de me expressar era cantando. Eu podia enfrentar o que fosse desde que a música estivesse presente. Eu amo as músicas da Adele – essa em especial. E por mais que Kurt insistisse que aquilo era uma grande indireta para Noah – e no fundo, eu sabia que era mesmo – ela era uma boa música lenta para dançar a dois – mesmo sendo um tanto melancólica.

Estava tão imersa em meus sentimentos pela música que não percebi que alguém me observava. Só notei que havia uma pessoa ali quando ouvi uma série de aplausos. Abri meus olhos e me deparei com Noah sentado na primeira fileira. O que ele queria agora?

“O que faz aqui?”, perguntei.

“Eu tinha me esquecido como sua voz é linda”, respondeu ele enquanto subia no palco.

“O que você quer Noah?”, indaguei com um quê de impaciência em minha voz. Ficamos frente a frente e nos olhamos nos olhos. Era tão frustrante! Por que ele ficava fazendo isso comigo? Um dia jogava raspadinhas na minha cara; no outro me elogiava como se eu tivesse esquecido tudo o que ele me fazia passar.

“Então... Você vai ao baile com o Finn”, Noah mais afirmou do que perguntou.

“Por quê? O que você tem a ver com isso?”, perguntei na defensiva e cruzei os braços.

“Finn é meu melhor amigo. Por mais que isso soe muito gay, eu meio que me importo com ele. Você gosta dele? Por isso aceitou seu convite pro baile?”

Engoli em seco e continuei a observá-lo. Seu semblante era sério e ele parecia estar engolindo todo seu orgulho ao fazer aquela pergunta a mim. Tive vontade de responder que não, que só havia aceitado ir ao baile com Finn para ver se ele se tocava que minha vida continuava sem ele; que ele havia me perdido desde o momento que decidiu me ignorar de sua vida; que eu não entendia porque ele fazia todas aquelas babaquices comigo, mas que eu era tão estúpida a ponto de voltar a ser sua amiga num estalar de dedos se ele quisesse.

“Isso não é da sua conta”, respondi por fim. “Por que te interessa tanto? Você me ignora por quatro anos e agora vem conversar comigo como se estivéssemos numa boa? O que você pretende?”, minha voz falhou e percebi que estava prestes a chorar. Respirei fundo e desviei o olhar. Só não saí correndo porque me lembrei de que tinha marcado de me encontrar com Finn.

“Rachel, eu s...” Noah foi interrompido pelo som de passos que ouvimos vindo da entrada do auditório.

“Rachel!”, exclamou Finn vindo em nossa direção. “Vi sua mensagem agora há pouco. Eu demorei porque estava na aula de química e tive que limpar o laboratório por causa de um experimento que deu errado e...”, Finn parou de falar por um instante e olhou de mim para Noah. “Mano... o que você tá fazendo aqui?”, perguntou ele parecendo meio confuso. “Vocês voltaram a se falar?”


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Notas finais do capítulo

Música citada: When We Were Young, da Adele (https://bit.ly/1lsgPTc)
Não me julguem, mas eu tenho uma queda muito grande por "Fabang" (Quinn & Mike), eles são um dos meus crackships favoritos hehehe ♥. Também não estranhem eu colocar a Quinn e a Britt como irmãs. Eu não queria colocá-las apenas como as amigas da Santana que praticavam bullying com a Rachel (elas aparecerão nos próximos capítulos, ainda estou trabalhando nisso). Deixem suas opiniões, eu vou amar ler e responder os comentários! Beijos e até a semana que vem!