Prometidos escrita por Carolina Muniz


Capítulo 27
Capítulo XXVI


Notas iniciais do capítulo

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|26|

Já passava das três da madrugada, Ana não tinha sono. Fosse porque ela não dormia, ou por ter o mesmo problema, mas Christian também estava acordado. Ele tinha a morena deitada em ao seu lado, a mão em seu peito fazendo círculos imaginários, uma das pernas dobradas em cima de si, com ele tocando sua coxa.

Até que a garota levantou a cabeça, apoiando a cabeça numa das mãos e o cotovelo no colchão, encarando o outro.

Christian continuou passando a mão por sua coxa, esperando a menina falar.

— Posso perguntar uma coisa? - ela questionou.

— Claro - respondeu ele.

— Promete não ficar bravo?

— Não acho que muita coisa me deixaria bravo nesse momento, então sim.

— Sério?

— Por que não?

— É que você está sempre bravo comigo.

Isso, Grey, que babaca!

— Eu não faço isso... É só que eu me irrito muito rápido e você é bem sensível.

A garota suspirou.

— Não estou dizendo que a culpa é sua. Só estou dizendo que... Ai, deixa para la. Eu vou tentar não ficar irritado você, okay? Se eu ficar, é só você ficar também, e ser toda fofa do jeito que você é que eu esqueço tudo.

Ela riu.

— Isso é verdade - concordou.

O outro riu também.

— E então, o que você quer perguntar?

E claro que se surpreendeu com sua pergunta.

— Você e Elena já tiveram alguma coisa?

A pergunta saiu direta e questionadora, quase como um desafio, mas com o olhar da garota tão inocente que fazia a pergunta parecer ser sobre o clima.

Christian a encarou por dois segundos antes de decidir responder, e pensou nas palavras que usaria.

— Sim - foi direto. - A gente... Nós transamos algumas vezes, não foi nada.

— Como assim "nada"?

Ela tentou não demonstrar a decepção que sentiu, mas que tenha sido bem óbvio. Christian apertou de leve a coxa da garota, não querendo que ela se sentisse daquele jeito. Mas, bem, era a verdade, e seria pior se ele mentisse.

— Não era nada como um relacionamento, entende? Bom, pelo menos para mim não era nada. Mas parece que para ela era - explicou. - Eu sempre deixei claro que era uma coisa casual, que eu não queria um compromisso e que dormia com outras mulheres. Ela aceitou. Ela também dormia com outros caras. Então, eu imaginei que ela entendia tudo e só estava curtindo também.

— Não é o que parece - comentou a morena.

— Acho que ela ficou um pouco irritada porque eu disse que não iria dormir com ela depois que me casasse com você.

Ana abriu a boca.

— Você acha? - questionou com sarcasmo. - Imagina, ela ficou com você durante um tempão, aguentando você dormindo com outras mulheres, provavelmente esperando que algum dia você olhasse para ela de outra forma, e aí eu apareço e você apenas diz que não vai mais dormir com ela porque não vai me trair. Sabe, eu. Eu que cheguei agora na sua vida. Eu ia ficar muito puta se fosse ela.

Christian a empurrou para deitá-la na cama e inclinou sobre ela, deixando a garota surpresa.

— Você acabou de dizer a palavra "puta"? - questionou.

A garota arregalou os olhos e colocou uma das mãos na boca.

— Nossa - sussurrou.

O outro sorriu.

— Não acredito que você xingou - comentou ele. - Diz "porra".

A menina fechou a cara.

— Não - respondeu.

— Diz, eu quero ouvir você xingando.

— Não - recusou-se. - É muito feio dizer palavras feias.

— É sexy você xingando. Vai, fala "porra".

— Não. Você é doido.

— Meu sonho é a gente estar transando e você gemer "porra". Deve ser excitante para caralho - ele disse de forma natural, fazendo a garota ter o rosto fervendo.

A morena encarou o peito alheio e dedilhou o indicador por ele, fazendo uma trilha reta para baixo e cima, até que Christian se deitou ao seu lado e a puxou para mais perto, quase em cima do mesmo.

Ele pegou a mão da garota e a colocou em seu peito novamente, fazendo-a continuar com a carícia. A morena sorriu para si mesma e repousou o rosto em seu peito, tampando os seios, voltando com a dedilhar os dedos.

O silêncio reinou. Ela não queria mais saber de Elena e ele, não queria mais fazer perguntas, já tinha tirado a curiosidade mortal batia em sua cabeça e já estava leve e até se sentindo melhor ao ter suas respostas.

Não queria mais se lembrar dela, ainda mais ali, na cama com Christian.

Ela deslizou o indicador no pomo de adão até um pouco abaixo do umbigo, chegando ao lençol que os cobria, e então voltava na mesma lentidão, atiçando Christian inocentemente.

— Você podia descer um pouco mais - comentou o outro, quando a menina foi até o lençol novamente.

A morena sentiu o coração acelerando só de imaginar. Nunca havia tocado-o. Já havia pensado em tocar, claro. Queria até. Mas não sabia como. Não era de coisa que aprendia numa escola de freiras.

Ela parou o indicador abaixo do umbigo, pensando o que deveria fazer. Levá-lo na brincadeira - como ele mesmo havia si levado - ou tentar.

Ela deixou sua mão ali, a respiração um pouco rápida de repente, e então a desceu, entrando os dedos abaixo do lençol azul de seda. Christian arfou de leve quando ela tocou com os dedos quase que superficialmente. Levada por aquele estímulo, ela se aprofundou, tocando-o melhor, fechando a mão ao redor. Ela sentiu a barriga dele contrair, e ele se mexeu minimamente, deixando um som rouco sair pela garganta.

Ana mordeu o lábio inferior e movimentou a mão, subindo-a e descendo devagar. E então de novo. E de novo. Ela levou o polegar até a ponta, sentindo uma umidez. Christian segurou seu cabelo, fazendo-a levantar a cabeça e o encarar. Ele não deu tempo de a garota pensar, apenas a beijou. E ela se agitou com aquilo, descendo a mão novamente e a subindo, mais rápido dessa vez, sempre indo até a ponta e deixando a umidez tocar a palma de sua mão, o que a ajudava a descer e subir.

Christian gemeu.

Ele segurou o queixo dela com firmeza, segurando seu rosto para poder beijá-la, adentrou a língua em sua boca e a beijou com vontade.

A morena se sentiu incomodada, molhada em sua parte íntima. Era estranho, se excitar sem ao menos ser tocada. Finalmente entendeu como Christian podia se sentir excitado apenas tocando-a. Aquilo era tão bom, dar prazer a outra pessoa era mais prazeroso ainda.

Em uma coragem absurda, a morena subiu em seu colo, sem desgrudar os lábios dos dele, e se esfregou no mesmo. Sentindo sua intimidade fazer contato com o membro duro embaixo de si. Christian apertou sua cintura, ajudando-a nos movimentos, sendo cada vez mais intenso. Ela gemeu, rebolando com vontade, sentindo tudo, ficando cada vez mais molhada. A morena se esfregou, beijando-o, ou então sentindo os beijos em seu pescoço, sendo apertada por suas mãos, sem pudor algum, gemendo seu nome, tocando o clitóris sempre na glande, enlouquecendo com a descarga de adrenalina e prazer que se apoderou de seu corpo.

Christian apertou sua bunda com duas mãos, e logo ela ouviu mais do que sentiu o tapa estalado em uma das bandas. Quase já podia visualizar a marca vermelha dos cinco dedos deixada ali.

Quem se importa? Aquilo foi tão excitante.

Ela o beijou, deslizando a língua sobre a dele, os seios em seu peito, sentindo o quanto aquilo era bom.

Como as pessoas sequer saem de casa após sentir tanto prazer?

A morena não aguentou mais, explodiu num orgasmo intenso e longo, gemendo contra os lábios dele.

Ela desceu os lábios, beijando seu queixo, arrastando os dentes sobre o maxilar, beijando o peito, deixando chupões por sua barriga.

Coragem e adrenalina era tudo em seu corpo naquele momento.

Ela não sabia como fazer, mas já ouviu alguns relatos do feito.

Então, com cuidado, ela o pegou entre as mãos e o cobriu com a boca. Ela desceu minimamente e então subiu, cada vez descendo mais, cada vez deixando mais tempo bater em sua garganta. Ela não sabia se era excitante os gemidos de Christian ou o ato em si. Mas tudo era.

— Ana, eu vou... - ele começou a dizer, mas a garota apenas se animou mais.

Só a ideia de deixá-lo vir em sua boca, a deixava mais agitada. Ela desceu e subiu, com o cuidado de cobrir os dentes dos lábios, usando a mão aonde não conseguia ir com a boca.

— Porra - gemeu o outro, e então pôde sentir o líquido quente vindo em sua boca em jatos.

Foi estranho, não sabia se queria de novo, mas ao mesmo tempo era um estranho bom que a fazia querer mais vezes. Ela engoliu rapidamente, e limpou com a ponta dos dedos resíduos que atingiram o canto da boca.

Em todo caso, Christian tinha razão, era excitante para caralho alguém gemer um xingamento.

Na sexta, Christian não fora trabalhar. Seu corpo estava destruído quando o despertador tocou às 07h30min. Ana apenas repousou o braço em sua barriga, incomodada com o som, mas sem dar nenhum sinal de que iria se levantar aquela manhã. E ela não se levantou. Ana acordou apenas quando o cheiro da comida de Gail invadiu suas narinas. Ou porque ela estava com muita fome, ou porque era realmente boa.

Os dois com certeza.

Ana se espreguiçou na cama e olhou para o relógio.

12h54min.

Puxa, ela nunca dormiu tanto.

Estava morrendo de fome.

A garota se levantou, ainda nua da madrugada que passou em claro com Christian, e se dirigiu ao banheiro. Escovou os dentes, tomou um banho e aproveitou para lavar os cabelos também.

A morena colocou uma roupa confortável, e com o cabelo ainda úmido, desceu as escadas seguindo o cheiro da comida ainda presente.

Gail estava na cozinha, a mesa quase toda posta.

— Ah, sra. Grey, já estava pronta para acordá-la - disse Gail assim que a viu.

Ana lhe sorriu e olhou ao redor, só então percebeu que era sexta feira, e não sábado, Christian não estava em casa.

A morena perdeu o sorriso.

Ela queria vê-lo. Queria ficar com ele o dia inteiro, na verdade.

Gail colocou uma jarra na mesa e limpou as mãos no avental.

— Eu vou chamar o Sr. Grey - informou.

— Christian? Ele está aqui? - Ana questionou antes da mulher sair do recinto.

— Sim, senhora. Decidiu trabalhar de casa esta manhã.

— Ah. Ele está no escritório?

— Sim, querida.

— Eu vou chamá-lo - avisou, e antes que a mulher pudesse falar a garota já desaparecia pelo corredor.

Ana caminhou em direção ao escritório e bateu na porta, entrando sem esperar resposta. Christian estava ao celular, a cadeira virada para a janela do chão ao teto em que podia ver a cidade coberta pela neve.

O natal seria na quinta feira. Não era a melhor data para Ana, era sempre monótona e com festas chatas com gente mais chata ainda em sua casa.

Christian se virou, já sabendo que era Ana. Ninguém ousaria entrar sem esperar sua resposta se podia fazê-lo.

Ana lhe sorriu e ele levantou o indicador, pedindo um segundo antes de voltar a fala ao telefone.

Com certeza era algo importante, o outro tinha o semblante sério e até mesmo um pouco irritado.

Ana se aproximou, ousadamente se sentou em seu colo e olhou para a tela do computador.

Surpreendeu-se quando viu que sua foto estava como proteção de tela.

Ela sorriu e mexeu o mouse, e então outra foto sua apareceu, como plano de fundo dessa vez.

A morena sentiu a mão de Christian em sua cintura, como um reflexo natural, e se aconchegou em seu colo, deitando a cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro bom que vindo do marido.

Ela admirou a vista da cidade, apoiando o queixo no ombro de Christian. Ainda não havia conhecido nada em Nova York, apenas a universidade. Por um lado, ela não gostava da neve, não gostava nem um pouco do frio, então com certeza não queria ir lá embaixo ficar andando de um lado para a outro. Mas por outro lado, a cidade estava tão bonita coberta daquele jeito, que se via querendo fazer mais do que apenas olhar pela janela do apartamento ou do carro.

Christian terminou sua ligação, e a morena se ajeitou em seu colo, toda a vontade, íntima de repente.

Se bem que àquela altura, eles já eram íntimos.

— Gail já fez o almoço - informou a morena, sem a mínima vontade de levantar, mesmo com o estômago reclamando.

— Você precisa secar o cabelo - Christian falou, passando o outro braço por sua cintura, a puxando para mais perto.

— Eu estou com fome agora. Secar o cabelo.

— Você vai acabar ficando doente assim.

— Aí eu não vou precisar ir para a Bulgária no natal. Seria ótimo.

— Nem brinca com isso - ele pegou seu queixo gentilmente com a mão. - E se você não quer ir, a gente não vai.

— Mas os meus pais...

— Já conversamos sobre seus pais, Ana. Você não tem que fazer tudo o que eles querem - o outro revirou os olhos.

Ana pressionou os lábios um contra o outro.

Era complicada toda aquela indecisão em sua cabeça.

A garota tirou o cabelo do ombro e espirrou de repente. Christian a encarou, uma das sobrancelhas levantadas e o olhar de "eu te avisei" explícito.

A garota espirrou novamente.

— Vamos - Christian se levantou, com cuidado ao colocar a garota no chão. - Eu vou secar o seu cabelo.

— Vai secar meu cabelo? - a morena questionou surpresa enquanto seguia o outro para fora do escritório.

Christian a colocou sentada na cama, pegou o secador, ligou na tomada, e sentou-se atrás da menina. A morena cruzou as pernas enquanto passava a manga do casaco pelo nariz e permaneceu quieta. Os dois permaneceram em silêncio enquanto Christian era mais do que gentil pegando as mechas de seu cabelo. A garota estava quase dormindo com tudo aquilo. Era uma sensação incrivelmente boa de ser cuidada.

Com Christian, ela podia dizer que nada mais importava. Nada das tradições, dos costumes. Não naquele momento. Naquela hora, era apenas ela e ele. E o que sentia era a coisa certa. E ela podia dizer que ele sentia também. Você não cuida de alguém de forma tão gentil e acida por nada, sem sentimentos ou por obrigação.

E em uma vida cheia de preocupações que uma garota de 18 anos não deveria ter, Ana sentia absoluta certeza do tinha em sua vida. E Christian era o que ela queria. Ele era o que ela iria querer por um longo tempo. Era o que ela iria querer para sempre. E era o que ela tinha de certo modo.

Com Christian, a morena havia encontrado tudo o que sempre quis - coisas que sequer suspeitava querer. Com ele, ela podia ser ela mesma. Ser simplesmente ela e nada mais. Ser a sua própria essência. Ele se tornou a sua válvula de escape tranquila em um ambiente inundado de holofotes que a guiavam na direção errada. Com cada pequena obrigação que não deveria ter em sua vida, Ana deixou as águas se acalmarem, se deixou levar por algo real e seguro... Se deixou levar por ele.

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Notas finais do capítulo

Se não for para brincar direito, Ana nem desce pro play, mermão ;)



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