Atena escrita por Darlan


Capítulo 4
Para o Santuário




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— Se um cavaleiro de ouro foi enviado, já não há mais tempo para sutilezas. Não demorará até que outro venha.

— Sim Mu. Precisamos terminar isso logo.

Mu e Sasha finalmente decidiram atacar o Santuário. Pelo encantamento do cosmo de Atena, existente no Santuário desde eras longínquas, Mu só conseguiu se teletransportar com Sasha para a entrada dos domínios do Santuário.

— Desculpe Sasha, mas a barreira do Santuário só me permite usar o teletransporte até aqui.

— Não tem problema.

Sasha expandiu seu cosmo, anunciando sua chegada e lançando o desafio. Os primeiros a atacar foram os soldados, facilmente repelidos por ambos. Após isso, foram cercados pelos cavaleiros de bronze e prata. Desta vez, Sasha conjurou o báculo, concentrou seu cosmo e bateu no chão com a ponta dourada energizada. O cosmo se propagou pelo chão com força, derrubando e jogando para longe os cavaleiros, permitindo que eles avançassem. Após correrem um pouco chegaram à casa de Áries, onde Mu equipou sua armadura.

— Bem vindo de volta, cavaleiro.

— É bom estar de volta.

Prosseguiram até a casa de touro. O cavaleiro que a protegia estava sentado à mesa, fazendo uma refeição.

— Aldebaran! — Mu o chamou.

— Mu? — ele gargalhou — Hora, há quanto tempo meu velho amigo?

— Bastante... No entanto, há um assunto urgente no momento.

— Eu sei. Aiolia me contou quando passou por aqui. Supostamente, essa jovem mulher é Atena.

— Sim, então, por favor, deixe-nos...

Aldebaran se levantou e pisou na mesa. Curiosamente tudo que havia nela caiu dentro dos respectivos recipientes.

— Desculpe, mas eu só deixo passar aqueles a quem reconheço a força e os ideais.

Mu respirou fundo.

— Tudo bem. — Sasha o tranquilizou — Eu vou provar meu valor.

Ela ficou em guarda. Aldebaran apenas cruzou os braços.

— Ataque. É assim que eu luto.

Sem muitas alternativas, foi o que ela fez. Porém, foi repelida ao se aproximar do touro.

— Se quiser desfazer minha posição, terá que parar de se restringir.

Sasha tentou novamente os ataques mais básicos de golpes, apenas fortaleceu seu cosmo, mas mesmo a força ampliada não vencia o touro.

— Acho que ainda não entendeu. Vou lhe mostrar... Grande Chifre!

Ele estendeu as mãos e um potente impulso de energia a jogou contra a parede da casa, ficando presa e depois caindo.

— Enquanto não atacar para valer, não vai me arrastar nem por um centímetro.

— Se é assim touro... Eu farei.

O cosmo dela se intensificou. Aldebaran lançou o Grande Chifre de novo.

— Helius!

A massiva esfera de energia de Sasha se chocou contra o ataque de Aldebaran. A moça começou a queimar ainda mais o seu cosmo e a força do golpe aumentava, vencendo pouco a pouco a resistência do touro. Sasha pôs ainda mais força e acabou vencendo o poder de Aldebaran. O Helius o mandou voando para o alto, bateu na parede e caiu estrondosamente, quebrando um dos chifres do elmo na queda.

— Muito bom... — disse ao se levantar e estalar as costas e o pescoço — Agora sim atacou de verdade, embora você pudesse ter ido muito além.

— Sim. Meu poder é grande... Eu tenho que ter cuidado...

— Essa atitude é correta, mas nem tanto quando se aplica a uma batalha. Seus inimigos, que querem lhe ver morta, não terão a mesma consideração. — sentou-se pesadamente — Se você tem tanto poder assim, deve saber como usá-lo e quando. Haverá momentos em que terá de usar toda sua força, não se esqueça.

— Não esquecerei. Obrigada.

— Sem problemas. Podem passar pela minha casa. Aliás, eu irei junto.

— Tudo bem, mas... Se possível, gostaria que me deixassem lutar sozinha. Essa luta é responsabilidade minha também, eu devo lutar. Se eu sou Atena de fato, eu alcançarei minha vitória. Sei que Atena tem seus guerreiros protetores, mas eles são companheiros de batalha, não peões para morrerem enquanto ela fica longe em um lugar seguro.

Aldebaran gargalhou.

— Essa sim é a deusa Atena Mu! — deu um tapa nas costas de Mu que quase desmontou a armadura de Áries.

E prosseguiram para a casa de Câncer, já que a de gêmeos está vazia.

 

Faces dos Mortos

 

— Que ar pesado... — Sasha comentou — Chega a faltar ar.

— Bem, os cavaleiros de câncer mexem com espiritualidade, talvez seja normal. — Aldebaran pensou.

— Nem tanto. Vejam. — Mu apontou para o chão.

— Isso... É um rosto?

— E não apenas aí Sasha, veja as paredes da casa.

Havia vários rostos petrificados pelas paredes.

— Mas... Por que esses rostos...?

— Simples!

Ao longe, de dentro da escuridão, o cavaleiro de câncer estava se aproximando.

— Todos esses são espíritos dos meus inimigos que agora estão presos aqui. Guerreiros, Titãs... E civis que eventualmente foram pegos em fogo cruzado. Por isso me chamam de Máscara da Morte.

Sasha o olhou bem. Ele tinha olhar frio, não vacilou ao dizer isso.

— Então... — ela cerrou os punhos — Você não se importa de ter matado inocentes?

— É impossível não haver baixas em uma guerra. Assim são as guerras e ninguém vai mudar isso, logo não tenho porque me lamentar. Isso é algo que Atena parece não entender.

— Então você sabe?

— Sei.

— Por que continua obedecendo ao Grande Mestre então?

— Atena reencarna desde as eras mitológicas, e alguma coisa mudou desde então? O mundo é sempre o mesmo e sempre será, a menos que alguém forte controle tudo. Por isso sigo o Grande Mestre: ele tem o poder necessário para colocar ordem nas coisas.

Ela atacou. Ele apenas sorriu.

— Ondas do Inferno!

Sasha foi pega pelo raio que ele lançou e ambos desapareceram perante Mu e Aldebaran.

 

              Yomotsu Hirasaka

    

Sasha acordou em um lugar desolado, escuro e frio. O chão era apenas terra e rochas. Nem um pedaço de capim crescia ali. Um pouco mais longe, uma fila quilométrica de pessoas andava e se jogava em um penhasco. Sasha se aproximou deles, mas ninguém reagia, pareciam nem vê-la. Apenas andavam roboticamente, mesmo seus rostos não tinham expressão. Eram como bonecos.

— Esta é a entrada para o mundo dos mortos. Não adianta tentar salvá-los. — ele puxou alguém da fila, e esse começou a lutar para se soltar e voltou a caminhar para o abismo assim que foi solto — E é aí que vou jogar você!

Ele tentou pegá-la, mas ela se afastou e travaram combate. Sasha era boa em luta, mas o cavaleiro se provava à altura. A luta prosseguiu com ambos mal se acertando.

— Ele é melhor do que pensei... Não estou conseguindo abrir a guarda dele...

— O que houve? É demais para você?

Sasha atacou mais agressivamente.

— Não importa que me atinja. Jamais serei sequer ferido enquanto estiver com a armadura.

Ele desviou e bloqueou vários golpes, até que Sasha deu um golpe mais forte e a manopla de câncer se retirou. O golpe dela atingiu com força o braço de Máscara da Morte, quebrando-o.

— Maldita! Não sei como fez isso... Mas, pagará caro!

Ele desferiu um chute baixo. A proteção da perna também se retirou segundos antes de Sasha erguer a perna para se defender e ele machucou-se na caneleira dela.

— Sua armadura o abandona.

— O quê? Como? — questionou incrédulo.

— Não sei se você passou por alguma experiência terrível no passado que o fez acreditar que a força, não importando de quem seja, é o que legitima alguém a governar, mas está enganado. A força pode trazer paz sim, mas quando ela vem de forças da paz. A força do bem é poderosa, age quando necessário e se impõe contra o que é maligno, protege os mais fracos. A força pode ser sim uma fonte de ordem e justiça, mas quando vem da pessoa certa. Agora... — ela começou a concentrar o cosmo nas mãos — Reflita sobre isso no outro lado — Helius!

O disparo de energia jogou Máscara da Morte na cratera que leva ao mundo dos mortos, enquanto a armadura de Câncer se retirou. Logo, a armadura e Sasha foram transportadas de volta.

Mu e Aldebaran estavam sentados. Mu deu umas pancadinhas no elmo do touro.

— Aldebaran acorde, ela voltou.

Os dois se levantaram. Sasha riu disfarçadamente do touro e seguiram para a casa de Leão.


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