Imagine - SUPERNATURAL escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 8
Jack Kline




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Texas

—COMO ESSE GAROTO NÃO SABE USAR OS PODERES MAS CONSEGUE DESAPARECER?! – Dean estava irado com Jack e sua falta de controle.

Estavam ele, Sam, Castiel e Donatello naquele quarto de Motel tentando entender toda a situação sobre os poderes de Jack e principalmente como escondê-lo de Lúcifer quando o garoto não aguentou toda a pressão que faziam, além de se sentir culpado por arranjar problemas para Castiel e os irmãos.

Se ele fosse uma pessoa normal, provavelmente teria começado a chorar no mesmo momento, mas ele tinha apenas dois meses de vida, não conhecia ainda muito bem os sentimentos que rodeavam todo o seu corpo.

Céus, ele era tão novo para ser a razão do próximo fim do mundo.

—Eu falei para não o irritar, Dean! – Sam descarrega.

—A culpa não é minha se essa merda toda está acontecendo por culpa dele!

—Se isso é culpa dele, então eu também sou o responsável pela morte da mãe.

O silencio sepulcral que se instalou era completamente desconfortável, denunciando a linha tênue entre Sam e Dean Winchester que havia se formado desde o desaparecimento de Mary.

***

Jack respirava fundo, buscando o máximo de oxigênio possível para tentar se acalmar. Eles estava prestes a entrar em pânico, sabia que os irmãos Winchester queriam que ele entendesse como usar seus poderes, mas toda aquela pressão somente o travava ainda mais. Ele não sabia como mas tinha vindo parar em um ambiente ao ar livre, um parque talvez. Ele sabia que estava sentado em um banco recebendo luz direta do sol. Pelo barulho do vento não deveria ser muito longe de um arvoredo. O barulho dos carros era bastante abafado o que indicava ser bem afastado da cidade. Jack só queria entender como conseguiu parar em um parque quando sentiu um peso nos pés.

—Mas... O que é isso? – Ele levantou a cabeça das mãos o suficiente para ver um pug deitado sob seus pés.

—THEREZA! – Ele levantou o rosto na direção da voz, dando de cara com você correndo em sua direção, gritando com o cão.

—Hã, me desculpe, eu não sou Thereza. – Jack se sentia constrangido pela aproximação de uma adolescente sem ter ninguém por perto para guia-lo ou até mesmo protege-lo de você.

Oras, se Dean estivesse presente teria rido da situação: logo o filho de Lúcifer estar apavorado por falar com uma garota.

Você parou a cerca de um metro de distância dele, tomando folego pela corrida. Você fez um sinal com os dedos para ele esperar até que finalmente estivesse recuperada o suficiente.

—Me desculpe pela Thereza, hã...

—Jack.

—Me desculpe pela Thereza, Jack. Ela não costuma ser tão folgada desse jeito. – Você olha feio para a cadela que apenas responde com um latido animado, se aninhado ainda mais nos pés de Jack.

—Eu... – ele estava sem palavras.

—Você tem medo de cachorros? Por isso está tão pálido e quieto? – Você se sentou ao seu lado no banco. Pelo menos ele já sabia de quem a cadela havia aprendido a invadir o espaço pessoal.

—Na verdade, essa é a primeira vez que eu vejo um. – Jack diz meio sem jeito, se acostumado com suas presenças.

—Aonde você mora? Nua caverna? – Já você estava completamente indignada com a situação.

—Bem, tecnicamente, num Bunker, mas não de guerra.

—Isso não te impediria de ver um cachorro. Você tem o que, dezenove anos?

—Na verdade, eu só tenho dois meses.

Você abriu a boca para contestar, mas a fechou em seguida. O olhou intensamente antes de finalmente responder com uma risada.

—Sabe, as pessoas costumam mentir a idade, mas acho que você exagerou um pouquinho.

—Você não parece tão velha assim. – Jack pela primeira vez não se sentiu tão desconfortável, liberando seu lado comunicativo e curioso.

—É porque eu não sou. Só tenho dezesseis anos, ainda não preciso trocar os anos por meses. – Você o cutucou com o braço, claramente implicando com ele.

Jack apenas ficou surpreso, sentindo um choque onde seu ombro se chocou.

—É impressão minha ou você está implicando comigo?

—Quem sabe?

Jack não sabia o que raios estava acontecendo ali, apenas que era uma das melhores sensações que ele havia experimentado nos últimos dois meses. Ele estava completamente hipnotizado por você – mesmo sendo tecnicamente mais velha e mais nova ao mesmo tempo. Apenas se perguntava porque queria sorrir mesmo só tendo trocado meia dúzia de palavras. As suas mãos, porque suavam tanto? E o coração, aquela não era a batida normal dele.

Jack era tão novo que não tivera tempo de alguém explicar para ele o que era se apaixonar, muito menos o que era aquilo. Coitado, havia acrescentado mais um item para a lista do porque não se descontrolar. Ele sinceramente não sabia o que poderia acontecer estando ali, sozinho.

***

— Sam, Dean, acho que estou recebendo um sinal. – Castiel quebrou o clima que piorava a cada instante. – É bem fraco, mas com certeza é ele.

—Onde isso, Cas?

—Ele deve ter se descontrolado de novo, senão não teria motivo para estar na rádio dos Anjos. – Castiel ficou mais um tempo em silêncio tentando decodificar o que era falado. – Ele parece meio desesperado. Está acontecendo alguma coisa que ele não faz a menor ideia do que é.

—Consegue rastreá-lo?

—Dean, ele é um ponto piscando na escuridão, mas é claro que eu consigo rastreá-lo!

***

—Thereza é uma coisinha muito fofa, pena que baba tanto. – Jack limpou a mão em sua calça enquanto segurava a cadela no colo, fazendo um carinho em suas orelhas.

—Ela só baba nos mais chegados.

—Como assim? – Ele desviou a atenção do cachorro para você levemente confuso.

—Quis dizer que ela gostou de você. - como se para confirmar, a pug soltou mais um latido, lambendo os dedos de Jack.

Ele apenas riu com tudo aquilo. Você era a primeira pessoa em dois meses que não estava com ele exigindo alguma coisa, apenas jogando conversa fora e o tratando como o verdadeiro bebê que ele era: dando atenção.

—Mas ela talvez não seja a única sabe?

Ele não respondeu nada, tentou entender sozinho, falhando miseravelmente.

—É aquele ditado, né? Tal mãe, tal filha. Eu sei que só tenho dezesseis e você dezenove – o que tecnicamente torna isso meio errado – mas não pude deixar de perceber como você é um cara legal, Jack. Esse seu jeito inocente é tão... cativante! Eu preciso ir agora, mas quero que fique com meu telefone. Eu faço aniversário em poucos meses, não deve ser tão impróprio a partir de lá. – Você entregou em sua mão um papelzinho com seu número, se aproximando o suficiente para dar um beijo em sua bochecha direita. Achou adorável ao se afastar e encontrar o garoto completamente vermelho.

—Ainda acho que dezessete anos e menos de um ano não combinam. – Ele responde meio atordoado.

—Você tem tempo para pensar nisso. – Você dá uma piscadela e sai sendo arrastada por Thereza, apertada para fazer xixi.

Aquele sim era mais um motivo para fazer Jack perder a cabeça. O que raios havia acontecido aqui? Ele tinha... flertado?

Quer dizer então que fingir inocência é sinônimo de conquistar garotas?— Jack escutou o tom sério de Dean não muito longe. Dava para perceber que o loiro segurava o máximo que podia o riso, por mais irritado que estivesse.

—Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui e por que meu coração está irregular? – Jack estava desesperado por ajuda.

—Anda, entra no carro que te explicamos. – Sam o convidou.

—Acho que está cedo demais para ter aquela conversa com ele, Sammy. O garoto só tem dois meses!

—Cala a boca e dirige, Dean.

Realmente, dois meses era ser novo demais para aquela conversa, mas não o suficiente para impedir o fim do mundo.


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