•Semanas Depois•

Sebastian

Eu nunca fui romântico. Nem sei como é que uma pessoa se comporta dessa forma, e eu precisava ser romântico.

Motivo? Vocês saberão quando chegar a hora. E para melhorar Jace resolveu tomar todo o tempo de Carmelita com alguma coisa estúpida impedindo-me de realizar meus planos.

Já estava ficando irritado quando rapidamente o corpo da pequena mulher passou correndo pela porta olhando com um olhar culpado.

— Será rápido, como eu posso ser romântico? – Falei em um fôlego só deixando a mulher meio tonta a minha frente.

— Como senhor? – Sussurrou assustada.

— Eu quero surpreender a Jessica, entretanto eu não sei como ser romântico.

— Seja igual um personagem dos livros em que ela lê, soube que passa horas com as irmãs na biblioteca lendo ou criando pequenas histórias.

Já estou começando a desistir desses planos, eu não sou o tipo de homem que há nos livros de romance, recordo-me vagamente de alguns personagens marcantes da época em que minha mãe lia para mim e eles eram o extremo oposto de minha pessoa.

— E como são estes homens? Preciso inspirar-me neles, estudá-los e impressioná-la.

— Meu querido seja apenas você mesmo, sorria verdadeiramente para ela, elogie em alguns momentos, escute-a e tente ver gostos parecidos, mostre escritores novos para ela e deixa-a mostrar um mundo novo para ti.

Realmente eu tinha muito o que aprender, sorri para a mulher e parti em busca do que precisaria para um jantar romântico preparado por mim mesmo.

O que poucos sabiam sobre nós era que todos os homens BlackMont sabiam cozinhar, mesmo que parecesse algo muito feminino, sempre havíamos tomado gosto por essa arte.

Subi em meu cavalo e parti com meu fiel vassalo para a cidade em busca de suprimentos. Eu faria o melhor jantar que Jessica Gray já provou em toda sua vida.

•BlueSea•

Jace

Havia tomado boa parte da tarde de Carmelita pensando e perguntando sobre como deixar uma noite romântica, queria fazer uma surpresa para Teresa, mas não sei se ela gostará, faz anos que não conversamos verdadeiramente e ela pode ter mudado de gostos e modo de pensar.

Sua mãe pode ter realmente a transformado em uma mulher como as outras tirando o lado totalmente extraordinário dela deixando-a parecida com as mesmas moças virgens e dignas de homens perfeitos e ricos.

— Mas não custas nada tentar. – Já era a quinta vez que Carmelita dizia isto e estavas quase me convencendo.

— Eu sei, e tentarei por ela, nem que seja para que eu pague o maior dos gorilas.

— Coloque uma música de fundo e sirva o melhor vinho da família.

A cozinheira sorriu e beijou minha testa e saiu assim que notou que tudo o que eu tinha planejado estava pronto.

Peguei tudo o que havia separado e levei para o meu cavalo, e cavalguei até a pequena casa do lado onde passávamos nossos verões com nossos irmãos e pais. Preparei a mesa primeiro e depois a decoração da pequena cabana, notei que precisava comprar alguns utensílios e fui até a cidade onde encontrei Thomas em uma grande compra com coisas que eu poderia jurar ser para a caçula dos Gray's. Parece que todos os homens BlackMont resolveram tentar conquistar as mulheres da família Gray.

Entretanto, eu precisava me focar no meu jantar romântico e não nos meninos, ainda tenho que entender como serei romântico.

•BlueSea•

Jess

Tédio. Era o que me resumia neste momento, mamãe e Tessa haviam ido até a casa de alguma senhora fútil que irá se gabar por sua filha mais velha estar casada e com filhos enquanto minha adorável irmã ainda nem ao menos tem pretendentes.

Nunca pensei em ter filhos. Para que ter pirralhos correndo pela casa quando eu poderia estar muito bem lendo um bom livro à espera de meu marido. E como sempre estava ocorrendo ultimamente, a imagem de Sebastian me veio em mente.

Eu gostaria de tê-lo como esposo.

— Pensando no Bash? – Liv disse entrando na biblioteca e não havia como mentir, estava estampado em meu rosto que ele dominava meus pensamentos de modo avassalador.

— Por que perguntas se sabes a resposta?

— Só para saber que não mentirás para mim.

— Deixe-me Liv, a senhorita não deveria estar em uma passei com um certo BlackMont?

Suspirou pesadamente sorrido fraco.

— Digamos que ele estás me ignorando. – Seu semblante ficou para baixo e eu senti meu coração pesar por vê-la triste. – Será que ele não quer mais nada só porque eu disse que gostaria de pensar sobre o pedido dele?

—Não digas isso, creio que haja um motivo maior para que o senhor Thomas esteja ocupado, não se precipite criando falsas teorias, tú sabes como os homens daquela família são malucos.

Olhou-me sorrindo de sentou-se ao meu lado pegando o livro mais próximo de nós, Orgulho e Preconceito. Este é o tipo de livro que eu gostaria que minha vida se tornasse.

— Gostaria de ter um Darcy em minha vida.

Minha doce irmã rompeu o silêncio que havia se instalado, ri baixinho antes de zombar de si.

— Por quê? O Thomas já não é o bastante?

— Tem como parar de falar sobre mim e ele? Porque não falamos de você e do Bash?

— O que há entre Bash e eu? – Não dei tempo para que ela sequer assimilasse minha pergunta retórica, tratando de responder rapidamente. – Não há nada entre nós.

— Mentira, eu notei o modo como ele lhe olha e por Deus, Jess casem-se já.

Comentou eufórica fazendo-me rir.

— Não deixe que sua imaginação a faça ver coisas que não existem Liv, consegues ser mais besta do que a Tessa.

— Deixe-me lhe explicar melhor cara irmã. – Se eu dizer que ela me olhou com cara de que estas falando com uma doente mental, alguém acreditaria? – Você ama Bash que lhe ama, então isso quer dizer que ele lhe pedirá em casamento e você terá uns dez filhos para deixar tanto a mim quanto a Tessa extremamente felizes e cheias de crianças para mimarmos.

Eu ri. Sem dó e sem piedade, ri como nunca havia feito antes, parecia muito com as piadas que mamãe contava quando traçava planos para mim e minhas irmãs.

— Sonhe. – Proferi entre gargalhadas.

— Porque sonhe? Eu estou falando a verdade, sei que exagerei na parte dos filhos, entretanto eu tenho certeza que ele lhe pedira em casamento.

— Se ele me pedir em casamento Thomas fará o mesmo novamente.

— Tenho minhas dúvidas, mas não custa sonhar.

— Vamos falar de algo que nos agrade.

— Livros?

— Iria sugerir sobre os porquinhos da Dona Mercedes que nasceram esses dias.

— Mentira? Ela teve cria? Vamos lá.

E corremos para o chiqueiro ver nossa mais nova mamãe.