Parker escrita por Fofura


Capítulo 14
O trabalho e a maternidade


Notas iniciais do capítulo

“eu prometo não demorar tanto kkk” disse Fofura no último capítulo postado. Um ano depois aqui está ela husahsjash
MEUS ANJOS, ME PERDOEM
Provavelmente não tenho mais leitores aqui kkkkkkkkkkkkkkkkk e cada k é uma lágrima. Mas eu disse que não vou desistir nem abandonar essa história, e eu nunca descumpro minhas promessas. Parker é muito importante pra mim ♥
Boa leitura pra quem ainda estiver aqui :’)



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Rayle resolveu mostrar as fotos newborn que fez da filha pro pessoal da faculdade, pois tinha gostado muito, mas não as colocou em seu portfólio pelo mesmo motivo que tinha conversado com os meninos: não queria trabalhar com esse tipo de fotografia, foi só pra guardar de lembrança da sua linda bebezinha. Mas nada impedia que tentasse fazer os outros tipos de ensaios.

Becca crescia com graça e alegria, sempre que completava um mês a mais, Rayle fazia uma foto no mesmo cenário — sua cama de lençol branco — com Becca segurando um girassol.

Rayle colocou na cabeça que, depois que ela fizesse um aninho, faria isso em todos os seus aniversários, pra registrar seu crescimento e ela guardar como lembrança.

Com a foto de um mês e de dois meses na mão, Rayle mostrava a diferença para Tom e Jerry.

— Ai que coisinha mais linda!- exclamou Jerry.

— Né? Nem tem mais a cara de joelho.- disse a mãe.

Os dois gargalharam.

— ‘Tá vendo, Becca? Tua própria mãe te zoando.- Jerry falou com a bebê pegando-a no colo. Tom continuava rindo.

— Eu posso.- Rayle também riu. — Ela sorriu para as duas fotos, viu que fofura?!

— Já nasceu fotogênica né mores?!- disse Jerry brincando com a criança. — Tu ganhou a melhor modelo de todas, Rayle.

— Ganhei mesmo.- sorriu orgulhosa.

~  ☺  ~

Alguns dias eram mais difíceis do que outros. Tinha vezes que Parker achava que não aguentaria a barra sozinha, chegava até a chorar pedindo a Deus forças para continuar. Becca era muito pequena e era um serzinho que dependia dela, Rayle dava tudo de si e ainda assim parecia que não era suficiente.

As coisas na faculdade foram tranquilas, Rebecca não dava trabalho lá, mas quando estava em casa… Meu Jesus! Chorava quase toda madrugada, Rayle mal conseguia dormir, havia dias que estava exausta e só saía de casa pra ir pra aula. Isso quando não tinha ensaios que não podia cancelar e tinha que levar Rebecca, às vezes ela se comportava, as vezes dava piti. Alguns clientes ficavam impacientes, mas a maioria não se incomodava e super entendiam, até ajudavam a fotógrafa em distrair a bebê pra ela conseguir trabalhar.

A fotógrafa via a hora que iria enlouquecer, mas Becca estava ali, dando suporte mesmo sem ter consciência disso, mesmo dando trabalho, ela não tinha culpa, era um bebê. Sempre que pensava em desistir, Rayle olhava pra filha… aquele sorriso sem dentes, a tranquilidade quando estava em seus braços mamando, os olhinhos brilhando quando a olhava, o entusiasmo de querer falar com ela balbuciando qualquer coisa… Os pequenos detalhes que faziam seu coração aquecer e parecer que os problemas eram insignificantes. Nenhuma dificuldade chegava aos pés do amor de uma mãe pela filha. Rayle sentia que com ela podia passar por qualquer coisa, e com isso, afastava os pensamentos negativos.

Rebecca estava com cinco meses quando Tom foi visitar as duas no apartamento novo, sozinho, sem Jerry, pois o mesmo estava muito ocupado com o curso que ele estava dando, pois tinha montado seu estúdio e estava muito atarefado. Inclusive, ele cedeu o espaço de seu estúdio para Rayle trabalhar e marcar com os clientes sempre que quisesse discutir os detalhes e entrega. Thomas não precisou pois já tinha um estúdio e deixava os amigos usarem também antes de Jerry conseguir o dele.

Tom chegou numa tarde de quinta-feira. Rayle estava atarefada, cheia de roupas pra lavar, tentou fazer isso pela manhã, mas Becca estava insuportável naquele dia, não deixava ela fazer nada, não dormia, não ficava quieta de jeito nenhum.

— Nossa, você está péssima.- observou ele assim que entrou e falou baixo ao perceber o silêncio.

— Ai, obrigada.- ela ironizou exausta, com cara de derrota. — Pelo amor de Deus, não faz barulho. Rebecca finalmente me deu paz. Ainda bem que bateu na porta de leve. Sério, ia te chutar daqui se ela acordasse.- Tom riu. — Vem, entra.

A casa já estava um pouquinho mais completa, Rayle conseguiu comprar uma TV, uma geladeira e uma cômoda pra ela pra tirar suas roupas das caixas, já que Becca era a única que tinha lugar pra guardar roupa. Prioridades.

Ambos foram em passos lentos e cautelosos até a pequena lavanderia onde algumas roupas já estavam estendidas, algumas de molho e outras no tanque.

— Não aguento mais. Lavar roupa na mão é horrível.

— Eu já disse que você pode levar pra lavar lá em casa na máquina, mas você é teimosa.

— E sabe que eu agradeço toda a ajuda, mas eu tenho que aprender a me virar com o que eu tenho. Quero dar um bom exemplo pra ela.- disse ao olhar para o seu pedacinho de céu pela janela.

— Você já dá, pode ter certeza disso.

Rayle sorriu e disse que se ele estivesse com fome, podia ir caçar alguma coisa no armário. Tommy disse que estava bem e até ofereceu ajuda pra lavar as roupas. Ela obviamente negou, mas disse que ele podia ficar a vontade.

Thomas não resistiu e foi dar uma olhadinha em Rebecca dormindo. E Rayle com o cool na mão torcendo pra ela não acordar, porque pensa em um soninho leve! Totalmente o oposto da mãe que pode estar caindo o mundo que não acorda. Deve ter puxado Renê nisso aí.

— É um anjinho né?!- comentou admirado como sempre.

Rayle conseguiu escutar, já que a casa tinha um cômodo só, e sorriu.

— Quando está assim, né? Quando está acordada me deixa de cabelo branco.

— Está dizendo da boca pra fora. Ela te faz feliz.

— Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, porém as vezes me deixa puta. Normal.

— E os ensaios?

— Tenho um marcado pra amanhã de manhã. Espero que a Becca não dê trabalho porque a cliente é chata pra cacete.- Thomas riu. Nem todos os clientes eram uns amorzinhos, tinha uns que testavam a paciência, eram exigentes demais e nada simpáticos. — Mas eu queria ter a coragem dela, sabia?! Em plena sexta feira estar de cabelo arrumado e com rebocão às nove da manhã com 30ºC pra fazer foto em céu aberto? Guerreira.

Tom riu novamente.

— Ninguém pode perder a chance de ser fotografado por você, Ray, independente do horário ou do clima.

— Ah, eu digo o mesmo de você.- ela sorriu. — Como está indo? Conseguiu aumentar a equipe? Jerry me disse que você estava pensando em testar fazer eventos…

— Ah sim. Eu fiz um pré-wedding de uns amigos e tirei algumas fotos na festa, gostei muito. Estou estudando mais sobre eventos e sim, pensei em montar uma equipe, mas…- foi interrompido por um choro. — Eu juro que não fui eu.

Rayle riu com a reação dele, mas fez cara de derrota, pois ia demorar para Becca dormir de novo.

Quando Rayle foi pegá-la, Tom exclamou:

— Que cheiro é esse?!

— Acho que a Becca fez cocô.- respondeu a fotógrafa.

— E não foi um simples cocô.- ele riu.

— Eu vou vomitar de novo se estiver certo.- a deitou no colchão e foi trocá-la quando: — Ué! A fralda está limpa.

— 'Tá de brincadeira! Isso foi um pum??

Rayle gargalhou.

— “Só” um pum. Essa menina é podre.- a vestiu novamente.

— Você não peida tão fedido assim.- ele abanou na frente do rosto.

— Graças a Deus. Tá aí uma coisa que ela não me puxou.

— Ah, esse defeito com certeza veio do Renê.

~  ☺  ~

Foi pura coincidência Rayle estar filmando quando Becca disse a primeira palavra.

Rebecca estava tentando dar os primeiros passinhos com dez meses. A pequena se aventurava pela casa engatinhando e tentando subir nas coisas. Cada quase queda era um mini infarto em Rayle que tomava sempre muito cuidado em não deixá-la sozinha, pois era só dar as costas que Becca aprontava.

A loirinha estava atenta aos comandos da mãe que deixou a câmera gravando no banquinho e chamava a filha batendo as mãos e estendendo os braços. Becca caiu umas três vezes com as palmas no chão, mas insistia em tentar de novo.

— Vem, meu amor, vem com a mamãe. Você consegue, vem.

Rebecca novamente tentou andar e soltou a madeira do berço que se apoiava.

— Isso! Isso!- Rayle sorria feito boba. — Vem mamãe.

Rebecca ria correndo toda desajeitada se desequilibrando até Rayle. Gargalhou ao conseguir chegar nos braços da mãe e ser levantada pro alto.

— Eeehh! A neném da mamãe andou sozinha!

A colocou no colo e fez cosquinha em sua pancinha. Becca sorria, seus primeiros dentinhos já tinham nascido e Rayle estava cada vez mais encantada com aquele sorriso. Ela tocou o rosto de Rayle com as duas mãozinhas, mexeu em seu nariz e depois a emoção foi inevitável.

— Mamã…

Rayle abriu a boca chocada que os primeiros passinhos e a primeira palavra vieram juntos.

— Ai meu Deus, fala de novo…- seus olhos acumularam lágrimas. — Cadê a mamãe?

— Mamã…

— Aaaaa!- a encheu de beijos de novo como costumava fazer. — Como eu queria que sua tia estivesse aqui pra ver isso.- sorriu triste ao dizer. A falta que Sara fazia era grande demais. — Ver seus primeiros dentinhos, primeiros passos, primeiras palavras... Eu fico imaginando você a chamando de “tia Sa”...- secou as poucas lágrimas que escorreram. — Imagino também ela dando na cara do seu pai.- riu com o pensamento e pegou a câmera que estava gravando pra tentar pegar ela falando “mamã” mais vezes, estava apaixonada.

~  ☺  ~

Mais meses se passaram e com isso veio o primeiro aniversário de Rebecca. E Rayle, como a mãe adulta e madura que era, fez uma festa simples com o tema Toy Story, vestindo a filha de Betty e vestindo-se de Jessie. Sendo amigos maravilhosos e igualmente maduros, Tom e Jerry entraram na brincadeira vestindo-se de Woody e Buzz, respectivamente.

Somente eles e alguns colegas da faculdade foram, mas foi muito divertido e Becca foi presenteada com alguns mimos. A festa começou cedo e acabou cedo, Rayle aproveitou para fazer um ensaio do primeiro ano de sua pequena no parque perto de casa. Levou seus amigos como assistentes e também deixou eles baterem foto dela.

Modelo melhor que essa não existia. Becca era a simpatia em pessoa, sorria, dava risada, brincava e até posava.

— Ai que coisa mais linda, mamãe!- a encheu de beijos ao dizer.

— Becca vai ser uma pessoa que não vai poder reclamar de não ter fotos da infância. Olha a mãe dela.- comentou Tom.

— Vários book’s, meu amor.- comentou Jerry admirando as duas brincarem na sessão de fotos com os balões e tintas que levaram.

— E daqui dois meses, ela vai arrasar em frente as câmeras também quando for comigo pegar o diploma.- comentou orgulhosa de já estar quase terminando a faculdade mesmo tendo engravidado sem planejar e tendo que criá-la sozinha. — Vamos recebê-lo juntas.


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Notas finais do capítulo

Aeeee, a Becca tá crescendo ♥ Vimos os primeiros passinhos, primeira palavra, os dentinhos nascendo, primeira festinha de aniversário, elas estão dando um passinho de cada vez ♥
Espero que tenham gostado e se você ainda está acompanhando essa história, me deixa saber? ♥ Tô com saudade de vocês :')
Abraço de urso e até o próximo (Se Deus quiser mês que vem sahushajshjk)