Parker escrita por Fofura


Capítulo 15
A mudança para São Francisco


Notas iniciais do capítulo

Olá ursinhos! ♥
Demorei novamente, mas como eu sempre digo: eu não vou abandonar essa história kkk ♥
Conseguir atualizar bem no dia 8 de março é uma dádiva hsuahsaj Hoje Parker completa 3 anos de existência e eu quero agradecer aos raros que ainda continuam aqui acompanhando essa história apesar da demora pra ser atualizada. Eu peço desculpas por isso :')
Muito obrigada por fazerem parte dessa jornada longa shaushajk a gente consegue terminar ♥
#HappyBdayParker



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A melhor aquisição de Rayle desde que Becca nasceu foi uma bicicleta com cestinha. A fotógrafa não sabia dirigir e tinha preguiça de aprender, dizia que era muito complicado tirar a carteira, demorava muito e ela claramente não passaria na prova final.

Como tinha que levar Rebecca pra tudo quanto é canto, Rayle tinha que achar uma alternativa fácil e confortável de transportá-la sem ser andando e sem ser de carro. Então, a bike foi a melhor solução.

No início, não tinha como colocar a bebê na cestinha até porque ela era recém nascida, então tinha que andar com o carrinho mesmo até mais ou menos uns cinco meses. Não a colocou na cestinha, mas a levava num canguru de bebê. Aquilo quase acabou com suas costas.

A levou na bike assim até ela estar mais crescidinha e quando já estava com um ano, Parker achou melhor ela já andar na cesta pelo bem de suas costas, já que ela já conseguia sentar e se segurar sozinha. Obviamente tinha a segurança necessária pra ela não cair, pois Rebecca tinha a mania de se pendurar nas coisas, inclusive uma vez se esbofeteou no chão porque foi se pendurar no puxador do fogão e ele abriu. Mesmo com a queda, Rebecca insistia em se pendurar lá. Rayle tinha que ficar segurando com o pé enquanto fazia outras coisas. Então nada mais seguro do que prender aquela pestinha com um cinto.

Quando ela fazia menção em levantar, Rayle já chamava sua atenção e ela parava. Mas pense numa pessoa que se divertia andando de bicicleta com a mãe! Becca ia à loucura quando Parker acelerava um pouco mais.

E dois meses depois do aniversário de um ano de Rebecca, o grande dia chegou. O dia da formatura! Dois anos de muito esforço, trabalho e noites sem dormir. A recompensa finalmente chegou, ela agora teria um diploma daquilo que amava fazer. Queria que seus pais estivessem na plateia quando ela subisse no palco, mas sabia que mesmo não estando presentes em vida, estariam batendo palmas na plateia do céu, orgulhosos da filha que tinham.

Seu look não podia ser mais baphônico. Vestido preto, longo, justo e sereia, sem decote na frente, apenas nas costas. De uma elegância e ao mesmo tempo simplicidade tamanha.

Sua filha não podia estar menos perfeita. Uma calça preta coladinha nas coxinhas grossas, uma blusa de renda branquinha e um all star da mesma cor. Seus cabelos loiros estavam presos em duas chiquinhas enquanto que o da mãe estava solto e ondulado.

Foi uma noite muito agradável. Rayle ficou cercada de pessoas que gostava, num dia especial e sentindo-se bem e realizada. Rebecca não deu trabalho a noite inteira, estava comportada e numa simpatia só! Ia em tudo quanto é colo e sorria o tempo todo.

— Parece que ela sabe que é um dia importante pra mim e pensa "não, não vou deixar a mamãe irritada hoje não"- Rayle fez os amigos rirem e Rebecca a olhava sem entender o motivo do riso. — Que foi, mamãe?!- Rayle afinou a voz como de costume pra falar com ela, era automático, não conseguia.

Rebecca sorriu e Rayle a encheu de beijos.

A turma de Rayle foi quase a última a receber o diploma no palco, e isso só aumentava a ansiedade. Quando seu nome foi anunciado, ela quase não acreditou. E ao som de aplausos fez questão de levar Becca consigo.

Era uma vitória das duas, Becca lhe ajudou a ter forças.

Rayle chorou ao subir no palco, pois além de ser um momento emocionante, sua professora também disse coisas que a fizeram chorar. Disse que tinha muito orgulho por ela ter persistido em continuar estudando mesmo com a gravidez não planejada e toda a dificuldade diária por causa dela e da maternidade em si, que admirava a garra e o carisma que ela tinha, e que Rebecca cresceria com um lindo exemplo ao lado dela.

Parker teve que ir retocar a maquiagem depois que desceu de lá. Foi lindo e emocionante, algo que ela nunca esqueceria. Também tinha orgulho da mulher que era, certamente sua mãe sentiria o mesmo orgulho. Rebecca era seu maior tesouro.

Mais pro fim da festa, Becca começou a ficar com sono, mas não deu chilique, só quis ficar no colo da mãe o tempo todo ameaçando chorar se ela a largasse.

— Tetê…- mais uma do vocabulário manhoso dela de quando queria a chupeta. Rayle não queria acostumá-la com o objeto, mas quando ela estava berrando era a única coisa que a calava, então paciência.

— Só falta mamãe ter esquecido sua tetê.- disse a fotógrafa caçando na bolsa sem achar.

— Milagre ela não ter pedido papá antes da chupeta.- comentou Thomas.

Parker dava graças a Deus que aquele “papa” era de comida e não de papai, mas sabia que um dia ela iria perguntar. Esperava que demorasse, pois não queria passar a raiva que tinha de Renê pra filha, ela não merecia conviver com esse sentimento.

Finalmente achou o tetê da filha e a acomodou deitada em seu colo enquanto observava Jerry soltando a franga na pista de dança.

Sorriu.

— Queria saber dançar assim. Na verdade, queria saber dançar, sem especificações. Ia passar vergonha se tentasse qualquer coisa naquela pista.

Thomas riu.

— Só você, Rayle.

Ficaram por mais algum tempo e assim que estava saindo da festa com Rebecca nos braços dormindo, Parker encontrou quem do lado de fora? O “adorável” ex.

— O que está fazendo aqui?

Thomas e Jeremmy já ficaram espertos, observando numa distância segura pra ter certeza de que Renê não faria mal as duas como da última vez que deu as caras.

— Vim te parabenizar.

— Nossa, que legal da sua parte.- ela ironizou.

— Afinal, não teria conseguido sem a minha ajuda, não é?

— Como é que é?- as sobrancelhas de Rayle se arquearam o máximo que deu.

— Ué! Te dei um emprego pra pagar a faculdade.

— Paguei com meu dinheiro e meu suor, teria conseguido com ou sem aquele emprego. Se veio aqui pra se gabar, pode ir embora.- Rayle ia passar por ele, mas foi segurada pelo braço. Não se exaltava e nem falava alto com ele só porque Rebecca estava dormindo. — Me deixa em paz!

— Eu quero ver minha filha.

— Ah, agora você tem filha? Esqueceu que quis matá-la duas vezes? Eu sou mãe e pai dela, você não é nada.

Renê apertou seu braço e Rayle o puxou, isso sem querer acordou a bebê que começou a chorar baixinho.

— Oh meu amor… desculpa.- acariciou os cabelinhos loiros dela fazendo-a voltar a apoiar a cabeça em seu ombro. — Volta a dormir, está tudo bem.

— Rayle.- ele tentou tocar em Rebecca, mas Rayle não deixou.

— Fica longe dela.- e saiu andando.

Tom e Jerry não precisaram intervir, mas ficaram de olho até Rayle entrar no carro. Depois partiram pra casa.

— Quer dizer que agora ele quer ser um pai?- Jerry indagou indignado no banco do carona. — Foi isso mesmo que eu ouvi?

— Deve ter bebido de novo.- Rayle secou uma lágrima que escorreu e depois acariciou o cabelo da filha que agora dormia deitada em seu colo com a cabeça em seu peito. — Ele não vai chegar perto dela.

~  ☺  ~

— Rayle, está tudo bem?- perguntou Tom preocupado. Ela estava olhando Rebecca dormir no sofá da casa dele. — Tem estado meio aérea ultimamente.

— Ah, é que eu estive pensando numa coisa que há muito tempo eu não pensava.

— E pode contar o que é?- indagou todo atencioso.

— Quando eu fiquei grávida da Becca e descobri tudo sobre o Renê… eu quis ir embora do México, deixar tudo pra trás, mas eu não podia porque precisava terminar a faculdade e ter estabilidade financeira.

Thomas entendeu onde ela queria chegar.

— E agora que você tem, quer dar o fora daqui pra nunca mais ver o Renê… é isso?

— Em parte sim, mas… eu queria voltar pra São Francisco e criar a Becca lá. Primeiro porque estou mais familiarizada e segundo pro Renê me deixar em paz. Agora deu que quer ser um pai presente depois de tudo o que me fez. Não faz sentido e eu tenho medo de ser mais um surto dele, que seja perigoso pra ela.

— Aquela bruxa da mãe dele já procurou ajuda psiquiátrica pro filho dela? Porque o Renê não é normal não. E do jeito que ele é ruim, pode até tentar apelar pra justiça se você não deixar ele chegar perto da Becca.

— Acha que ele seria capaz disso?- Rayle se apavorou.

— Ele é doido, doente, é possível sim. Mas não se assuste com isso, é só uma hipótese. Arranjamos um bom advogado e fica tudo certo. Nenhum juiz em sã consciência ficaria do lado dele.

— Tem razão. Bom…- ela suspirou. — Eu quero voltar pro meu antigo prédio. Resta saber se tem algum apartamento vago lá.

— Vamos sentir sua falta, mas conta com a gente pro que precisar.

— Obrigada Tommy.- Rayle o abraçou e o amigo retribuiu com carinho.

~  ☺  ~

Parker pesquisou bastante e até demorou um pouco, mas felizmente conseguiu fechar a compra do apê. Embalou todas as suas coisas e as de Becca, e alugou um caminhão de mudança, não dava pra levar uma mudança no avião. E ela nem queria ir de avião porque a passagem estava um absurdo.

Thomas se ofereceu para levá-las de carro, eram mais de trinta horas na estrada, mas nada melhor do que um dia e meio divertindo-se no carro com os amigos. Jerry queria ir junto, mas dos três, ele era o mais famosinho e estava ficando com a agenda lotada, e cheio de inúmeros projetos, viajando quase o tempo todo para eventos de moda e exposições, quase não tinha tempo mais pros amigos.

Rayle e Thomas estavam muito felizes por ele e ligavam sempre que dava.

Rebecca adorava quando Tom as visitava ou iam visitá-lo, e gostava de ver o tio Jerry por vídeo chamada também. Ria de toda palhaçada que ele fazia.

A viagem não podia ter sido melhor. Fizeram várias paradas para tirar fotos, comer e dormir. Rayle pediu desculpas por não conseguir revezar com Tom no volante já que ela não sabia dirigir. Ele até quis ensiná-la quando chegavam numa estrada mais deserta e ela não arriscava de jeito nenhum.

Cantavam músicas, assistiam filmes, riam bastante das coisas inusitadas que viam e aconteciam durante o trajeto, como um cara ficando com vergonha quando eles passaram bem na hora que ele estava fazendo xixi na beira da estrada.

Rayle nunca se divertiu tanto numa viagem de carro.

Quando enfim chegaram, Rayle suspirou.

O apartamento era um pouco maior do que o que ela viveu com Sara, tinha um quarto só pra ela e um só para Becca; cozinha e sala separadas, porém pequenas; um banheiro e uma pequena varanda. Rayle teve que deixar a máquina de lavar na cozinha, pois não tinha lavanderia. Mesmo pequeno, era um cantinho só delas. Aos poucos ia aumentando como aconteceu com o primeiro.

Foi difícil mudar assim, pois já tinha ganhado o coração de alguns clientes no México e ter que deixá-los para conseguir outros em São Francisco não foi fácil de lidar.

A maioria dos moradores do prédio eram os mesmos e ficaram felizes em ver Parker de novo. Havia um garoto que tinha uns dez anos quando Rayle foi embora que agora era um adolescente. Ele já tinha tentado ensiná-la a andar de skate dizendo que da próxima vez que um pinscher a perseguisse, ela poderia fugir mais rápido se tivesse um skate. Sara se divertia quando o garoto lembrava do episódio do cãozinho.

Foi complicado conseguir clientes no começo. Algumas pessoas ainda lembravam de seu trabalho, mas como ela passou um tempo fora, outro fotógrafo se destacou e foi muito difícil conquistar a clientela, mas como ela tinha evoluído bastante depois da faculdade, aqueles que conheciam seu trabalho e gostavam, acabavam indicando para outras pessoas e Rayle começou a ter três ensaios por semana. Pra quem só conseguia um por domingo, era um avanço. Era difícil entregar todas as fotos impressas no prazo, mas conseguia se virar.

Rebecca precisava de sua total atenção e por conta disso reservava apenas as sextas e finais de semana para fotografar. Com o tempo e os clientes aumentando, não tinha como encaixar todos em apenas três dias, então Rayle teve que bolar outra estratégia.

Quando não tinha com quem deixar a filha — na grande maioria das vezes —, tinha que levá-la junto. Como Rebecca estava mais grandinha, não dava tanto trabalho como dava antes, então dava pra fazer seu trabalho tranquila enquanto ela brincava. Ela só tinha que ter mais cuidado em ensaios urbanos, pois tinha que ficar de olho nela na rua.

Vendo o que a mãe fazia todos os dias, Rebecca também começou a gostar de fotografia, e queria porque queria tirar fotos também, toda hora querendo pegar a câmera da mão de Rayle.

A fotógrafa se divertia com o espírito fotográfico da filha que com dois aninhos já se sentia uma profissional.

Rayle comprou uma de brinquedo pra ela, aquela que fazia barulho de clique quando apertava o botão de captura.

Sempre que Rayle tinha que trabalhar e a levava, Rebecca fazia suas bonecas de modelos no meio das plantinhas ou qualquer cenário que fosse.

~  ☺  ~

— Mamãe! Mamãe, óia!

Rayle desviou o olhar do céu, ainda mastigando sua maçã e olhou pra filha que apontava para alguma coisa.

— O que, amor?

— Uma bubuiêta! É azuzinha!

— É azulzinha?- sorriu. — Que linda, né?- Becca, com os olhinhos brilhando, balançou a cabeça e levantou querendo pegar a borboleta. — Cuidado pra não assustar ela, filha.

— Ela tem medo?

— Todo mundo tem medo, meu amor.

— Igual o pa-aço?- ela se arrepiou só de falar o nome.

Não se sabe se ela já nasceu com esse medo ou se Rayle sem querer passou pra ela, o fato é que as duas tinham coulrofobia e evitavam circos e festas infantis.

— É, igual você e eu temos medo de palhaços. Não seria legal assustar ela, né?

Rebecca fez que não e voltou a sentar-se ao lado da mãe no pano xadrez, pegando uvinhas pra comer.

Rayle quis aproveitar o clima gostoso e ir num campo afastado fazer um piquenique com a filha e ficar lá a tarde inteira. Comeram, brincaram, tiraram fotinhas, leram, dormiram, comeram mais… Aquilo é que era paz! E pelo menos por um instante Becca esqueceu do bendito skate.

Ben, o garoto do prédio de Rayle, comentou sem querer que podia ensinar as duas a andar e agora a menina vivia falando disso. Nãos eria má ideia, Rayle sempre quis saber andar nesse negócio, mas acreditava que não tinha mais idade pra essas coisas.

Alguém avisa pra essa essa criatura que ela acabou de chegar nos trinta, por favor?! Tem essa não!

Rayle hesitou até certo ponto, quando lembrou que Renê sabia andar de skate, ou pelo menos já tinha andado na adolescência, e que se fosse um pai presente ou um homem que prestasse, com certeza ensinaria a filha a subir em um.

Mesmo Rebecca só tendo dois anos, Rayle decidiu que o que ela quisesse aprender, ajudaria. Tinha feito uma promessa de ser mãe e pai em proporções relativamente iguais, e cumpriria.

Foi num ensaio que fez de Ben que as aulas começaram. Precisava primeiro aprender pra poder ensinar.


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Notas finais do capítulo

É isto, meus amores ♥
E começa a saga da Rayle aprendendo a andar de skate. Quem está pronto pra rir disso? sahushajs
Elas enfim saíram do México pra ficar longe Renê. Alguém acha que vai funcionar?
Rayle tá conseguindo levar bem sua nova vida ♥ Só faltou a Sara ali :(
Espero que alguém ainda esteja aqui shaushajk
Abraço de urso quentinho e feliz dia da mulher pra todas nós ♥