Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, trazendo um novo capítulo. Peço que leiam com bastante atenção... Todas as partes, por mais simples que possam parecer, explicam coisas que devem acontecer nos próximos capítulos... Então, se vocês pularem, vai ficar sem nexo... Beleza??
Boa leitura.



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Quando Castle telefonou para o Dr. Franklin Johnson, seu advogado, ele informou que naquele exato momento estava no Fórum de Boston para examinar um processo.

Castle vibrou com esta notícia, pois, tudo ficou muito mais fácil do que esperavam.

Kate, juntamente com o advogado e o grupo dos cinco amigos que foram para Boston com o Castle, fizeram uma reunião na sala de estar da suíte do casal e preparam um plano de ação que se baseasse unicamente na verdade, com todas as justificativas e explicações necessárias para que Kate e Castle pudessem, em conformidade com a lei, levar o filho sem que houvesse necessidade de discórdia ou briga judicial.

O advogado de Castle anunciou que pediria ao Capitão da Polícia de Boston, por coincidência, seu amigo pessoal, uma cópia do caso de sequestro de Emily onde constasse os nomes e fotografias de todos os criminosos. Solicitaria ainda cópia de todos os depoimentos dos integrantes daquele grupo a fim de alicerçar o pedido de justificativa para Kate Beckett Castle ter criado a identidade de Emily Byrne e, posteiormente, Emily Durand. Tudo isso seria o bastante para ela não ser incriminada por falsidade ideológica e também era o embasamento ideal para a anulação do casamento com o Nick Durand.

Kate pediu ao advogado para que todos estes processos, inclusive o caso de seu sequestro e as torturas, tramitassem em segredo de justiça, não só porque envolvia um bebezinho, a quem queriam proteger acima de tudo, mas também porque o Castle era uma pessoa pública e ela uma Capitã da NYPD e isso não ajudaria em nada a carreira de Escritor do marido e a dela própria como autoridade máxima da sua delegacia. A veiculação de tal notícia não traria nenhum benefício a nenhum dos três: Castle, Kate e Flynn.

.... .... .... .... ....

Era início de tarde daquele sábado quando Kavin Ryan, Michael Hummer, Javier Esposito, Hayley Shipton e Roy Montgomery, seguido pelo Capitão da Delegacia de Boston bateram à porta da linda casa do Agente Especial do FBI, Nick Durand e foi ele mesmo que, sorridente, abriu a porta e Antony Strong, identificando-se como o Capitão da Delegacia de Boston, indagou ao dono da casa — Estamos querendo falar com o Agente Especial do FBI, Nick Durand.

— Boa tarde! Eu sou o Nick Durand. – O rapaz, com muita educação, cumprimentou os visitantes— O que desejam?

Antony Strong foi o primeiro a comprovar sua identificação policial e os demais repetiram seu gesto e também apresentaram suas credenciais oficiais e Nick os saudou amistosamente— Oh, a que devo esta visita de pessoas tão ilustres! – Com cortesia, Nick os saudou ainda à porta. Neste momento Nick olhou para cada um do grupo e mais atentamente para Antony Strong e indagou curioso — Não me leve à mal, Antony, mas se eu não me engano nós dois fomos colegas de faculdade... Éramos da mesma turma, só que frequentávamos grupos diferentes. – Ele mencionou o nome da faculdade, o ano da formatura e imediatamente Antony também o reconheceu e abriu um sorriso.

— Não é possível! – Antony se aproximou ao reconhecer o antigo colega de faculdade — Que coincidência! – Os dois se abraçaram como velhos colegas — Agora eu me lembro...

— Que coincidência! – Esposito se manifestou sorridente — Ainda hoje você também lembrou que foi colega de faculdade do Advogado do Castle...

Nick interrompeu o Esposito— Outro colega? Quem? Qual o nome?

— Franklin Johnson...

— Oh, meu Deus! Eu me lembro dele também. – Nick interrompeu o Antony ao se recordar também do outro colega— Claro que eu lembro também do Franklin Johnson. Como não lembrara de vocês... – ele deu um sorriso amistoso — Vocês dois eram do grupo de alunos que além de gostarem muito de estudar e tiravam excelentes notas, também faziam parte do time de Basquete da Faculdade, ou seja, os fortões e bonitões que viviam rodeados de namoradas lindas.

— Ah! – Antony fez uma expressão divertida quando o colega falou sobre ele sempre estar rodeado de garotas lindas na faculdade— Oh, difícil, né... Mas fazer o que? Essa era a minha sina, ser bom aluno e ainda fazer parte do time de basquete da faculdade e, de quebra, as belas meninas ao redor... Oh, difícil, não é...  – Antony falou engraçado e todos riram — Hey, Nick, mas com você também não era diferente... Cheio de garotas disputando você, o cara sério, inteligente e bonitão! Gente, o Nick era um dos melhores alunos da faculdade e no final, foi até o orador da turma... E por ser um dos melhores, fez parte de um grupo de estudos que durante todo o curso tinha autorização para frequentar a biblioteca da Casa Branca...

Nick pareceu encabulado ao olhar para os visitantes, não pelo comentário divertido do amigo, mas sim porque somente naquele momento se conscientizou que conversavam parados do lado de fora de sua casa. Ele colocou literalmente a mão na cabeça ao se dar conta dessa falha — Oh, meu Deus! Como sou distraído... – o moço abriu completamente a porta da sua casa — Pessoal, desculpa aí a minha falta de educação. Entrem... Sentem-se e fiquem à vontade. – O moço os convidou e todos entraram e se acomodaram nos sofás e nas poltronas e ele próprio puxou uma cadeira da mesa da sala de jantar e a trouxe até a sala de estar onde todos estavam sentados e se abancou nela.

Conversaram mais um pouquinho sobre os bons tempos da faculdade, riram bastante dos casos e os outros faziam perguntas e comentários engraçados que incrementavam o assunto e até citavam suas próprias experiências, mas logo o próprio dono da casa voltou ao assunto principal.

— Nossa, como foi bom lembrar destas coisas, gente. Foi bom recordarmos do passado, inclusive porque, mesmo que involuntariamente, o gelo foi quebrado.

— Ah, foi ótimo mesmo nossa conversa, Nick. – Antony concordou.

— Anthony, você comentou que Franklin Johnson é advogado do Castle. Mas quem é este Castle?

— Um grande amigo nosso. Você vai conhecê-lo. 

— Ah.... Então... Ok! Bem, mas sei que vocês estão aqui para um assunto oficial e devo imaginar que seja coisa séria. – Nick previu.

— Isso mesmo, Nick. Você está certo, nós viemos aqui realmente para tratarmos de assunto oficial e muito sério. – O Comissário Montgomery declarou— Nosso grupo está aqui para falar sobre sua esposa.

— O que houve com a Alice? – Nick demonstrou angústia — Ela saiu com o nosso filho. Eles foram almoçar com os pais dela e depois ela ficou de passar no supermercado... Eles devem retornar no final da tarde. Meu Deus! Foi um acidente!? Um assalto!? – Nick se levantou ansioso e estava com os olhos esbugalhados.

— Não! Não houve nada com a Alice!... – Ryan o acalmou — Fique tranquilo, cara. Não é sobre Alice. É sobre Emily...

— A Emily?... – Nick ficou ao mesmo tempo confuso, admirado e desolado ao ouvir o nome da Emily. — Pois é, pessoal, vocês vieram até aqui por conta da Emily, mas eu sinto informar que... Aliás, e pensei que já fosse de conhecimento público, porque a Emily era do FBI.  – Ele fez uma pausa e segurou a emoção— A Emily desapareceu em dezembro de 2017 e algum tempo depois ela foi dada como morta, por isso, como fiquei viúvo, eu hoje estou casado com a Alice.

— Nós soubemos disso tudo, Nick, e é por isso mesmo que estamos aqui. Queremos e precisamos falar sobre a Emily. – Michael Hummer avisou.

— Não entendi, mas... Em que eu posso ser útil? – Nick demonstrava interesse. — O FBI tem toda a documentação e todo o processo de busca quando do desaparecimento dela e também os documentos que falam da sua morte...

— A Emily não está morta. – Antony Strong foi direto.

Nick Durand se levantou e arregalou os olhos — Meu Deus! Como assim!? – Mesmo transtornado com a informação, ele estava visivelmente feliz com a notícia e não conseguia esconder a satisfação em saber que ela estava viva — Meu Deus! Aonde ela está? Como ela está? Ela está bem? – Ele passou a fazer um monte de perguntas, atitude própria de quem estava agitado, tenso e preocupado com alguém de quem se quer muito bem — Eu posso vê-la? Eu preciso vê-la! – Ele passava as mãos pelos cabelos, demonstrando tensão— Meu Deus! Já tem um ano...

— Calma, Nick! – Kavin Ryan o tranquilizou.

— Muitas coisas aconteceram – Antony Strong esclareceu — e vamos te contar tudo, detalhe por detalhe, mas eu te peço que fique calmo. Sente-se.

Hayley se levantou e foi à cozinha e voltou trazendo um copo com água e o entregou ao dono da casa que, com mãos trêmulas, bebeu lentamente a metade.

Em aproximadamente meia hora, foi relatado para o Nick tudo que se passou com a Emily durante o ano em que ela esteve desaparecida e depois dada como morta.

Ele se emocionou com a narrativa e houve parte em que ele chorou ao ouvir que ela fora torturada. — Nossa Senhora! Eu sou do FBI e já vi coisas que Deus duvida... Aliás, todos nós já vimos coisas terríveis, não é, mas quando essas coisas acontecem com pessoas que amamos, a coisa é diferente e nos toca na alma. A Emily não merecia nada disso. Ela é uma pessoa maravilhosa e nunca fez mal a ninguém. Todos do FBI adoram ela, desde a copeira até o chefão. Não entendo quem...

(...)

Nick continuou falando acerca das qualidades da ex-esposa e sobre como ela era querida na repartição.

Os sete homens conversaram bastante sobre Emily e mostraram fotografias que constavam dos arquivos da Delegacia de Boston, todas tiradas pelos Peritos Técnicos da Polícia. Eram fotos dela no momento em que fora resgatada e também do cativeiro, o que inclui o tanque de vidro onde ela passou os últimos dias e também todos os locais onde ela fora torturada e trancafiada por um ano. Por fim, falaram sobre a verdadeira identidade de Emily e o motivo pelo qual ela teve a necessidade de buscar um novo nome e uma nova vida.

— Jesus! Quanto sofrimento! Ainda bem que ela está viva. Mas me digam uma coisa. Como ela foi encontrada? Quem a encontrou? Ou ela conseguiu fugir? – Nick estava cheio de dúvidas e, visivelmente aflito, precisava de respostas.

— Esse é um novo assunto difícil de falar. Nick, antes de ser a Emily Byrne e Emily Durand e chegar aqui em Boston, ela vivia em Nova York como Katherine Houghton Beckett Rodgers Castle.

— Oh! “Rodgers”... É esse o sobrenome do Flynn... Então... Já sei. Parece que as coisas agora estão fazendo sentido... Ela é casada... Ou era casada... O marido dela é Richard Alexander Rodgers, não é? Ele morreu? – Fez-se um silêncio e Nick ficou pálido— Alguém pode me explicar, por favor...

— O marido dela não está morto. O marido dela é o famoso escritor de mistérios, Richard Castle. Seu nome completo é...

(...)

Com muita cautela e sem atrapalhar a ordem das coisas para não confundir ainda mais o Nick, o grupo contou tudo acerca da vida de Kate Beckett, do seu casamento com o Castle e o motivo que a levou a precisar desaparecer da vida do marido e de Nova York. Falou do medo dela e dos nomes dos criminosos que foram os mesmos que ela encontrou em Boston e que, por infelicidade, foram os mesmos que a sequestraram, mas que, por felicidade de Kate, todos foram encontrados e, melhor do que presos, todos estavam mortos. Por fim, falou que o Castle nunca deixou de procura-la durante os três anos em que ela esteve desaparecida e contou os pormenores que envolveram a busca, inclusive a formação do grupo e os planos que eles elaboraram e executaram.

Nick falou abertamente que estava impressionado com o amor, a força e a coragem do Richard Castle em nunca desistir de encontrar a esposa e que o final feliz foi muito merecido e que ele desejava o melhor para o casal.

— Você não está chateado com ela por ela ter se apresentado com outro nome e ainda ter se casado com você? – Esposito questionou.

— Ah, não! Para falar a verdade, eu me apaixonei pela Emily assim que a vi. Foi um sentimento puro e vi de cara que ela era uma mulher diferente. Além de belíssima, ela era uma pessoa leal, gentil, inteligente e muitas outras qualidades que eu buscava para minha companheira. Eu a amei mais ainda quando ela me disse que estava grávida de poucas semanas. Ah, gente, se fosse uma mulher vulgar, mentirosa e interesseira, ela me enganaria e diria que o filho era meu..., vocês me entendem? Mas não... Ela foi leal comigo e com o pai do filho dela, tanto que não me opus quando ela pediu para eu não registrar o Flynn como meu filho, ao invés disso, ela colocou o nome de outro homem, que agora eu soube que é o marido dela. Eu sou um cara que nunca me preocupei ou me incomodei com o que os outros falam ou deixam de falar, então criar como filho um bebezinho que não tinha meu sobrenome, não me incomodou em nada, pois eu o amava independente do sobrenome dele e a Emily sempre me respeitou e nunca me deu motivos para eu rejeitá-la, tanto que sofri muito quando ela desapareceu e depois de uns meses o FBI me avisou que parariam as buscas e que dariam ela como morta. Fiquei chocado com esta decisão do FBI e até implorei para continuarem a busca, mas eu não podia fazer mais nada e nesta época, muito chateado, infeliz e deprimido, eu reencontrei uma antiga namorada de quem eu gostei muito. Ela ainda me amava e eu reaprendi a amá-la. Foi fácil porque ela é adorável e amou conhecer o Flynn. Eu expliquei que ele não era meu filho biológico e sim, da minha finada esposa e ela não se incomodou... Muito pelo contrário, ela ficou apaixonada pelo neném e quando percebemos, já estávamos casados e felizes e tomando conta do nosso bebezinho.

— Bem, percebo que na sua cabeça e no seu coração está tudo resolvido com relação a Emily, não é? – Hayley indagou curiosa– E que você está muito feliz com sua nova esposa, correto?

— Sim. – Nick demonstrava sinceridade e segurança ao falar.

— Então, você não vai tentar processá-la por falsidade ideológica ou se opor com relação a anulação do casamento. – Hayley foi enfática.

Com educação, Nick reagiu com emoção àquela pergunta — Jamais eu a processaria por nada. – Ele se emocionou— Gente, lógico que eu entendi os motivos que levaram Katherine Beckett a criar uma nova identidade e óbvio que eu não vou me opor a anulação do nosso casamento... Quer dizer, o meu casamento com a Emily...

— Outra coisa muito importante, Nick, você mencionou que sempre teve conhecimento que não é o pai biológico do Nick.

— Sim, Hayley, eu não sou o pai biológico do Nick.

— Então você não vai se importar em assinar um documento comprovando tudo isso que você falou, isentando Katherine Beckett de qualquer culpa e não se opondo de entregar o filho dela a ela e ao marido dela.

Ao ouvir que teria que entregar Flynn ele começou a chorar— Oh, meu Deus! Eu amo o meu filho... Tudo bem, eu sei que ele não é meu filho biológico, mas eu o criei desde que nasceu... Ai, que dor! Desculpa eu estar chorando, gente, mas é que é muito duro eu ter que abrir mão do meu bebê... Mas reconheço que já que a Emily está viva, ela tem todo o direito de ficar com o filho, até porque ela não é mais minha esposa, pois eu tenho uma nova esposa e a Katherine Beckett também tem um marido que, aliás, é o pai biológico do Flynn e tem até o nome dele no registro de nascimento do filho. Nem quero pensar no sofrimento da Alice quando souber que teremos que entregar o Flynn. – Ele voltou a chorar e isso comoveu os presentes, mas logo ele passou as mãos no rosto. — Mas farei o que é certo. Nunca iria entrar na justiça por algo que sei que traria muito sofrimento a todos, mas que terminaria com o final que todos sabemos, ou seja, o Flynn iria para os pais biológicos, porque ela não sumiu da vida do filho por vontade própria... Ela foi sequestrada. Então... – ele olhou nos olhos de todas as pessoas ali e fixou no do seu antigo colega de faculdade— Eu assinarei o documento, Antony. Assinarei agora! – Ele se prontificou— Onde está o documento que eu assino agora.

Hayley tirou de uma pasta um documento simples, de apenas uma lauda, redigido pelo advogado do Castle, onde estava escrito de forma concisa que o Nick isentava a Kate de todo e qualquer crime acerca de falsidade ideológica e que concordava com a anulação do casamento. No documento também continha outras informações importantes que livravam Kate de qualquer crime. Estava consignado, inclusive, que Nick entregaria Flynn aos seus pais biológicos.

Todos os nomes indicados no documento estavam completos e com os números de suas identificações pessoais.

Nick leu e releu o documento e o assinou em três vias e Antony Strong, Michael Hummer e Hayley Shipton ficaram como testemunhas.

Assim que Hayley guardou o documento em uma pasta, Antony Strong se dirigiu ao ex colega de faculdade — Nick, tem uma pessoa que está com muita vontade de te ver, mas, claro, só se você permitir.

Ele abriu um sorriso— É a Emily? Ou melhor dizendo, é a Katherine Beckett?

— Sim, ela. – Antony confirmou — A Kate está aí fora e quer saber se pode entrar.

Ele se levantou e foi na direção da porta para abri-la quando ouviu o Antony prosseguir— Mas ela não está sozinha.

— Eu imagino que ela deve estar acompanhada do marido, o Escritor que a salvou do cativeiro. – Nick supôs.

— Mais uma vez você acertou. – Hayley afirmou.

— Gente, pelo amor de Deus, claro que eles podem entrar. – Nick estava visivelmente feliz – Eu não tenho nada contra a Emily, muito menos contra o Escritor. – Nick foi até a porta e a abriu e deu de cara com Kate e com o Castle. Como sempre, ele foi muito gentil — Deus do céu! Parece um sonho! – Ele abriu o sorriso ao olhar Kate e logo olhou o Castle e também sorriu e para ele, estendeu a mão para um cumprimento efusivo — Cara, você é um homem de sorte, pois tem a melhor mulher do mundo.

— Ah, eu sei! – Castle sorriu e retribuiu o cumprimento. — Obrigada por ter tomado conta dela.

— Hey! – Kate se insurgiu simulando chateação — Você já se deram conta de que estão falando de mim na minha frente, como eu fosse bichinho de estimação?

— Um bichinho lindo e fofo! – Nick brincou.

— E muito brabo! – Castle completou.

— É, estou bem arranjada... Como vocês são engraçadinhos. – Ela ironizou ao se referir aos dois maridos engraçados.— Acho que vou morrer de rir.

— Ah, não! Morrer de novo, não! – Nick continuou brincando — Assim fica difícil...

— Vamos brincar de outra coisa, Kate... Morrer de novo... Aí não. – Castle zoou.

Todos na sala gargalharam diante das brincadeiras de Nick e Castle.

Com as brincadeiras e a emoção do reencontro, Nick terminou por esquecer a porta aberta quando entraram para a sala de estar para se juntar aos outros.

— Cara, gostei de você! – Castle abraçou o Nick, mas depois se separaram e continuou o elogiando — Não é à toa que a Kate disse que você é gente boa, que é um cara de bem com a vida e muitas outras qualidades que eu até fiquei com ciúmes de você, viu... – os dois riram.

— Ah, ela falou coisas boas de mim, foi? O que mais ela falou? – Nick falou olhando para Kate, provocando-a.

— Vocês dois... Já chega por hoje!

— Castle, ela falou que chega “por hoje”, ou seja, já quer mais encontros... Nick continuou provocando Kate.

— Vocês dois, podem, por favor, se lembrar que já são crescidinhos e não mais garotinhos de nove anos de idade?

Nick olhou para o Castle e curvou a boca — Bem que você disse, viu... A moça é braba mesmo. Eu não conheci este lado dela...

Kate olhou para os outros presentes, revirou os olhos e já ia continuar ralhando quando o Nick a puxou para um abraço apertado — Que saudade! Como eu fiquei feliz quando soube que o Castle a encontrou e a salvou.

Nick apertava Kate em um abraço até que Castle, espirituoso, tocou no ombro do rapaz e simulou ciúmes — Hey, cara, já chega, né? Que abraço mais apertado e demorado é esse?

Todos riram, inclusive Castle.

Como não estavam presentes no momento da conversa, Kate e Castle conversaram rapidamente com Nick sobre tudo o que ele soubera naquele dia e falaram, inclusive sobre os tormentos que Kate passara no cativeiro naquele último ano, até que o Agente do FBI se dirigiu ao Castle — Cara, fiquei seu fã quando soube que você não descansou nestes três anos em que ficou sem sua mulher. Vocês são pessoas de sorte, pois encontraram o verdadeiro amor. Eu sempre soube que a Emily não me amava...

— Eu sou “Kate”, Nick. “Kate”.

— Ah, ok... Pois é, e sempre soube que ela não me amava. Tinha algo no coração dela que eu não conseguia alcançar, Castle. Por mais correta que ela seja, ela nunca esteve aqui inteira, entende? Mas agora já está tudo resolvido e tudo devidamente no seu lugar. Parabéns, Kate! Parabéns, Castle! Sejam felizes com o filhinho de vocês. – Neste momento Nick se emocionou e sua voz falhou.

— Oh, Nick! – Kate tentou confortá-lo — Mas é que...

— Ah, não, Kate, eu entendi tudo. Entendi tudo mesmo. Eu juro e não vou atrapalhar em nada.

— Mas eu quero agradecer todo o amor que você deu ao Flynn durante todo o tempo em que você cuidou dele como filho, principalmente neste último ano em que eu estive fora. Você não o abandonou.

— Não me agradeça, Kate, eu fiz de coração e eu seria incapaz de abandoná-lo, pois eu o sempre o vi como filho. Eu e a Alice amamos tanto o Flynn que já estávamos programando dar entrada no processo de adoção. Ela o ama tanto e vai sofrer muito quando souber que vamos ficar sem o nosso filhinho.

Naquele momento um garotinho lindo, loirinho e com olhos azuis entra correndo, aos tropeços, pela casa, todo sorridente, com carinha de criança travessa, porém, ao encontrar muitas pessoas estranhas ele para e fica como uma estátua, no entanto, não deixou de sorrir nem por um segundo.

Morrendo de felicidade, Kate logo reconheceu o filho. O Rick, do mesmo modo, soube imediatamente de quem se tratava e ambos sentiram seus corações falharem, tanta era a emoção e os dois não desgrudavam os olhos do filho.

Castle nunca sentira nada parecido. Era uma emoção sem igual e teve que se esforçar muito para voltar a respirar. Teve também que se segurar para não correr e encher o menino de beijos e abraços, pois sabia que isso iria assustá-lo.

O pequeno Flynn continuou olhando fixamente rosto por rosto dos visitantes na tentativa de identificar algum conhecido, até que ele faz um comentário próprio de um ingênuo garotinho de dois anos — Quanta gente! – Ele prosseguiu no reconhecimento das pessoas até que se deparou com Kate, então correu até ela e a abraçou pelas pernas — Você é a minha mamãe!

Somente por um milagre que Kate não desmaiou ao ouvir aquela declaração do Flynn. Com o coração aos pulos e a perna trêmula, ela se senta no chão e põe o seu filhinho no colo e ambos ficam se olhando sem piscar. Muito emocionada, Kate não consegue segurar as lágrimas.

Ingênuo, extrovertido e muito esperto, Flynn dá um sorriso fofo, toca o rosto de Kate com carinho e enxuga as lágrimas — Porque você está chorando, mamãe?

— Porque eu estou muito feliz por estar aqui com você, Flynn. Eu estava com muita saudade de você, meu amor. – Kate o puxou para um abraço apertado.

Emocionado, mas muito curioso, Ryan pergunta bem baixinho ao Nick como foi que o Flynn reconheceu a Kate, já que ele só tinha um aninho quando Kate foi sequestrada e seria quase impossível ele guardar lembranças da fisionomia da mãe.

Com voz também baixa, quase aos sussurros, Nick  responde — É que a Alice o ama muito e, como acha necessário preservar a imagem da mãe dele na mente dele, espalhou muitos porta-retratos da Kate no quarto do Flynn e ela sempre explica que aquelas fotos são da mamãe dele.

Por aquela explicação dava para ver como o casal Nick e Alice cuidavam bem do Flynn e que ela amava aquela criança.

— Onde está a Alice, Flynn e porque você veio sozinho?

— Eu corri na frente porque eu sou “gande”, forte e sei correr e a mamãe é menina e meninas não sabem correr.

— Ui! – Castle fez cara de dor ao ouvir o comentário do filho – Esta a Kate vai ter que engolir. – Castle brincou e piscou para Esposito e o Ryan que também sorriram.

— Olha, Flynn, depois a mamãe vai te ensinar que as meninas também podem ser fortes e que elas também sabem correr. – Ainda emocionada, mas já sorrindo por conta da piadinha do marido, Kate falou com o filho, enviando um olhar atravessado e divertido para o Castle.

— Essa eu quero ver! Ah, como vai ser ótimo! – Apesar do momento emocionante, Castle continuou zombando da esposa e se sentou no chão ao lado dela e acariciou os cabelinhos claros do filho.

Ainda no colo da mãe, Flynn olhou para Castle e indagou — Você é engraçado! – o garotinho sorriu – Qual o seu nome? Quem é você?

— Meu nome é Rick e vamos ser os melhores amigos.

— É? – O menino indagou sem muita certeza, pois não o conhecia.

Ouviu-se uma voz feminina lá da sala de entrada, próxima à cozinha e o som da porta fechando— Nick, eu demorei porque estava tirando as compras do carro. O Flynn viu a porta aberta e veio correndo na frente... – Alice entrou carregada de sacolas de mercado e, igual ao Flynn, parou como uma estátua assim que encontrou a sala cheia de gente estranha. Ela também procurava um rosto conhecido e assim que encontrou o filho no colo de uma mulher, imediatamente soube de quem se tratava e sentiu as vistas turvas, seu corpo ficar gelado e viu a sala girar.

Como se todos ali estivessem assistindo a um filme em câmara lenta, eles viram Alice empalidecer e, sem energia, não conseguia mais segurar as sacolas de compras do mercado que caíram no chão e logo ouviu-se um forte barulho de latas tocando o solo e frascos de vidro se quebrando e, sem que ninguém pudesse fazer nada para impedir, como paredes de um frágil castelo de cartas do baralho, Alice caiu desmaiada.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram???

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