Broken escrita por misskekebs


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo, enjoy :)



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Stiles afastou a cadeira e ergueu-se.

— Precisa descansar, Lydia. A manhã foi traumática — aconselhou ele, erguendo uma das sobrancelhas diante da aparente teimosia dela em permanecer sentada. — Vamos! Vou acompanhá-la até o quarto.

Abandonando o prato quase intocado, ela levantou-se com extrema relutância. A idéia de poder relaxar por uma ou duas horas e considerar a situação com calma a animava. Só o que não queria era dar a ele a satisfação de obedecer às suas ordens no mesmo momento que as desse. Ainda estava ressentida com a humilhação a que ele a fez passar, fazendo-a ter vontade de enfiar a cabeça embaixo da terra. Ainda sentia as pernas doloridas por conta dos pedregosos caminhos no despenhadeiro. E tudo por culpa dele!

Um bom cochilo era a melhor sugestão no momento. E se isso coincidia com a vontade dele, paciência.

— Pode deixar que irei sozinha. Não é preciso me acompanhar — avisou ela, pretendendo desvencilhar-se da companhia dele. Não o queria por perto porque já não o considerava como o seu querido amor. Estava mais para inimigo, acabou por concluir. A gravidez a obrigara a aceitar aquela situação de submissão. Nada mais.

Com um protesto, Stiles ignorou a afirmação de independência e ergueu-a nos braços, seguindo para a escadaria.

— Ponha-me no chão! Não sou inválida! Posso subir a escada sozinha! — gritou ela.

— Tenho certeza de que pode. Mas enquanto eu estiver do seu lado não fará isso!

Ele percebeu que o tom de voz saíra alto demais. Também, após vê-la, do outro lado da mesa, distraída com o prato e ostentando o ar inocente que ele tanto adorava, os anseios quase selvagens que o afligiam na presença dela, desde o primeiro instante em que a vira, chegavam quase a doer fisicamente, e o levavam de modo inevitável a pensar na cama. E isso o contrariava.

Sabia que os prazeres sexuais estavam fora de questão até que os ânimos entre eles se acalmassem. Principalmente depois que a humilhara.

E ele estava arrependido por ter se comportado daquela maneira. Qualquer que fosse a causa pela qual ela o abandonara, não merecia que ele agisse assim.

Stiles acomodou o corpo miúdo de Lydia bem junto ao peito largo e começou a subir os degraus. Ela lutava desesperadamente para conter as lágrimas que ameaçavam sair.

Ficar tão junto do homem que um dia adorou era uma tortura. E, pior do que a tortura, era perceber que seu corpo a traía outra vez, derretendo-se naqueles braços fortes, em vez de rejeitá-lo conforme ditava o pouco que lhe restava de juízo!

O perverso e traiçoeiro calor invadiu-lhe o corpo, assim que ele a pôs de pé ao lado da cama. Stiles estava magnífico na potente masculinidade que transpirava erotismo por todos os poros. Era como se lhe fizesse um convite silencioso, ao qual seria impossível resistir, por mais que o raciocínio lógico insistisse em negar.

Lydia ficou aprisionada entre a beirada do colchão e a soberba proximidade do marido. Um soluço escapou-lhe dos lábios. Chegava a odiar o próprio corpo pela reação inconsciente que manifestava sempre que Stiles chegava perto o suficiente. E sabia que ele poderia ser cruel a ponto de atraí-la e depois descartar-se dela no momento em que desejasse. Então, por que é que o desejava ardentemente, como se fosse uma droga proibida? Ela nunca se considerara uma mulher de personalidade fraca. Mas, quando estava com ele, nem mesmo sabia o que pensar de si mesma.

Como se percebesse a aflição dela, ele resolveu afastar-se. Antes de fechar a porta do quarto, sorriu e declarou:

— Bom descanso. Vou trabalhar no estúdio. Se precisar de mim é só chamar do alto da escada que ouvirei. E, Lydia… — A voz falhou por um instante. Mas depois ele conseguiu dominar-se e prosseguiu: — Por favor, aceite minhas desculpas por meu comportamento desprezível. Isso nunca mais acontecerá. Eu prometo. E entendo como se sentiu para ter fugido daquela maneira.

Ela quase nem acreditou no que ouviu. O arrogante grego pedindo desculpas? E não estava fazendo isso com a intenção de agradá-la a fim de levá-la para a cama. Ela já estava grávida! Era uma conclusão óbvia. Mesmo assim, não lhe trouxe a tranqüilidade que deveria.

Quando Lydia acordou, o clima estava mais agradável. Após o sol ardente do meio-dia, aos poucos o calor foi sendo substituído por uma suave brisa.

Tinha adormecido tão profundamente que até esquecera os problemas que a atormentavam. Quando fixou os olhos na janela aberta, onde as cortinas brancas esvoaçavam, devido ao vento brando, a realidade de sua situação provocou-lhe um impacto doloroso.

Precisava acostumar-se ou correria o risco de perder a razão, afirmou para si mesma, e sentou-se na cama. Observou que na mesinha ao lado havia uma jarra com suco de laranja e um copo de cristal.

Stiles? Só podia ser ele, quem mais?

Se fosse em outras circunstâncias, a gentileza até a faria feliz. Porém, a preocupação em providenciar-lhe um suco gelado se devia apenas ao bem-estar do bebê, não havia nesse gesto nenhuma intenção de agradá-la. Se fosse somente por ela, tinha a certeza de que a manteria feito uma prisioneira até que o filho nascesse e pudesse livrar-se dela.

Mas Lydia reduziria os planos dele e da amante em pedaços no momento em que fugisse com o filho nos braços.

Por enquanto, esconderia as garras e fingiria total submissão ao diabólico plano dos amantes.

Ela o odiava! Contudo, serviu-se da bebida refrescante e percebeu que os cubos de gelo ainda não tinham começado a derreter. Aquilo era um indício de que ele estivera no quarto há apenas alguns minutos.

Será que era por isso que tinha acordado? Seria possível que seu corpo reagisse à presença dele até mesmo adormecida?

Aquele era um pensamento assustador: ela não queria ser assim tão vulnerável a ele. Precisava aprender a ser indiferente ao charme do marido!

E devia começar desde já a desligar-se da presença constante de Stiles.

Ao pensar nele, deduziu que deveria estar no escritório e, provavelmente, ainda ficaria lá por um bom tempo. Decidiu livrar-se do vestido que tinha usado quando o médico chegara e vestiu um maio de peça única, branco. Só lamentou que a peça lisa não moldasse perfeitamente a curvatura dos seios e dos quadris.

Não era a primeira vez que se perguntava por que Stiles demonstrava satisfação em fazer sexo com ela se preferia tipos sofisticados e esculturais como a bela Malia?

O marido havia mencionado a existência de uma piscina nos fundos do casarão. Ainda estava ansiosa por um bom mergulho.

Colocando a toalha verde felpuda que trouxera consigo sobre o mármore frio que circundava a piscina oval, Lydia respirou fundo e mergulhou na água fresca.

Queria distrair a mente da vergonha que sentia por ter sido tão estúpida em confiar que um homem rico e tão bonito quanto Stiles Stilinski realmente pudesse amar uma ninguém como ela e em tão pouco tempo lhe propor casamento. Só mesmo uma tola poderia acreditar nesse conto de fadas.

Precisava relaxar e tranqüilizar-se, pois os pensamentos atribulados poderiam fazer mal ao bebê.

Nem bem começava a se acalmar quando ouviu o som de um mergulho no lado oposto da piscina.

Era Stiles.

Será que ele sempre chegava na hora certa para lhe perturbar o sossego? Sem mencionar o que fizera com sua vida!

Lydia saiu da piscina antes que ele se aproximasse e entrou no chuveiro para uma enxaguada rápida. A seguir procurou a toalha deixada no chão.

Antes que ela conseguisse chegar ao lugar desejado, Stiles barrou a passagem com o próprio corpo. Ela tentou contorná-lo.

— Calma! — pediu ele. — Passar a lua-de-mel nas isoladas ilhas gregas significa relaxar.

Ela procurou ignorar a sensação prazerosa da proximidade do corpo bronzeado. Em seguida, levou os braços para trás para impedir a tentação de tocar nos músculos definidos do tórax imenso ou no abdômen plano do vigoroso marido.

O calção de banho preto mal escondia a poderosa virilidade.

— Estava perfeitamente relaxada até você chegar! — devolveu ela, com a voz de sarcasmo. Depois avançou dois passos e, inclinando-se, apanhou a toalha, enrolando-a no corpo.

Stiles não era nenhum tolo. E não foi difícil perceber que Lydia ajustou a toalha no busto de modo a salientar os seios convidativos e ansiosos por serem tocados.

E, antes que ela se movesse, ele aproximou-se um pouco mais e, estendendo os braços, apoiou as mãos nos ombros delicados. Depois falou:

— Sou seu marido, não seu inimigo. E a desejo tanto que chega a ser doloroso.

Diante daquela confissão, Lydia baixou a guarda. Os dedos robustos nos ombros roliços pareciam enviar mensagens por toda a extensão da coluna frágil.

Os raios luminosos do olhar penetrante pareciam incendiar os pontos sensíveis que ele observava com desejo. Os mamilos responderam com um pronto enrijecimento e a umidade natural da intimidade dela aumentou.

Stiles inspirou profundamente e com carinho deslizou as mãos que mantinha nos ombros dela até a cintura e, então, pressionou-lhe os quadris contra sua pulsante virilidade.

Ao comprovar tamanha excitação, Lydia não teve dúvidas de que ele dizia a verdade. Ficou atormentada entre a necessidade de manter distância e, ao mesmo tempo, saciar o apetite sexual da maneira como costumava fazer com o adorado marido, antes das odiosas suspeitas.

E se o objetivo estava alcançado com a gravidez dela, por que Stiles ainda a desejava?

— Temos um fruto precioso a caminho — reafirmou ele — Nosso futuro juntos ainda pode ser maravilhoso. Se ainda me ama da mesma forma que a amo, estou disposto a esquecer o passado. E espero que você também.

Ele pronunciou aquelas palavras mantendo erguido o queixo miúdo de Lydia, sustentando-o com dois dedos de uma das mãos, a fim de que ela o encarasse e prestasse atenção no que lhe dizia. Depois, depositou um beijo nos lábios polpudos e a provocou com a língua até que ela correspondesse ao carinho.

Sem interromper a carícia, ele a ergueu nos braços e caminhou com ela até deitá-la na cama e colocar-se ao seu lado, tomando a iniciativa de despir a ambos.

Lydia esperava uma consumação imediata. E até mesmo ansiava por isso. Porém, ele murmurou:

— Calma, meu bem. Vamos devagar por causa do bebê. Com o corpo abrasado e o raciocínio prejudicado pelo crescente anseio da satisfação dos instintos despertados, ela implorava, com a voz débil e enlouquecida:

— Por favor, Stiles, não espere mais!

Motivado pela súplica desvairada, ele mergulhou entre as coxas macias e a penetrou, liberando a emoção contida por tanto tempo. O corpo musculoso moldou-se à delicada estrutura feminina e imprimiu um ritmo acelerado que a levou às alturas até atingir o clímax do êxtase.

Quando ela gritou saciada, adorou os beijos que ele distribuía na testa delicada, na ponta do nariz mimoso e no canto dos lábios. Até que Stiles retesou a musculatura e com um rugido alucinado finalizou a jornada.

— Desculpe, querida, não queria que acontecesse tão rápido. Mas estava tão louco pra te fazer minha mais uma vez! — exclamou ele com pesar, antes de tombar ao lado dela.

Depois de um rápido relaxamento, Stiles consultou o relógio de parede e avisou:

— Hanna vai chegar a qualquer momento com a refeição que preparou.

Após beijar a face corada da esposa, ele foi para o banheiro.

Lydia o ouvia cantar no chuveiro uma das canções que adorava escutar.

Então, para seu desespero, os mesmos pensamentos de amargura tornaram a atormentá-la: “Ele tem uma libido tão grande que é capaz de fazer sexo comigo mesmo amando outra mulher!, e é claro que não encontra dificuldade alguma, tendo ao seu lado uma esposa tão fascinada e fogosa!”

Mas a sensualidade que possuía não era desculpa para o que acabara de acontecer.

E o pior é que seu corpo ainda clamava por mais! Enquanto o aguardava, precisava esforçar-se para não juntar-se a ele no chuveiro. E quase feriu o lábio inferior de tanto comprimi-lo entre os dentes.

Finalmente, Stiles surgiu no quarto, terminando de secar os cabelos negros com uma toalha de rosto.

— Ouvi o som de rodas de bicicleta lá fora — afirmou ele com um bonito sorriso. — Nosso jantar deve estar chegando!

Apressado, enfiou-se num jeans azul bem claro e em uma camisa preta de seda. Deixou o colarinho aberto na linha do pescoço e dobrou as mangas duas vezes.

— Gostaria de ligar para os meus pais — pediu Lydia.

— Claro, meu amor. — Stiles respondeu e apanhou o celular que estava em cima da cômoda de quatro gavetas.

E, após discar o número desejado passou o aparelho para ela, dizendo:

— Depois de dar-lhes as boas notícias, mande lembranças minhas. Eu mesmo falaria com eles, mas preciso atender Hanna. E… a propósito, jantaremos no terraço. Poderemos apreciar as estrelas enquanto comemos.

Com os dedos trêmulos pela emoção, por ter decidido prevenir os pais da iminente mudança de planos de permanecer na fazenda, Lydia começou a falar assim que Stiles saiu. Porém, faria a revelação desastrosa com muita cautela e aos poucos, para não deixá-los em pânico. Por isso, iniciou a conversa como se nada houvesse de errado. A mãe, toda entusiasmada, a colocou a par das atividades do marido, as melhoras que ele realizava a cada dia. E que o único trabalho que executava era o de cuidar da contabilidade. A expansão dos negócios ia muito bem.

Lydia sentia-se cada vez menos à vontade para abordar o desagradável assunto que precisava transmitir. Foi quando se lembrou que o pai havia assinado o contrato de trabalho sem ler as normas contidas e que por isso tinha sofrido as terríveis conseqüências.

— Diga-me uma coisa, mãe, papai lembrou-se desta vez de ler com cuidado as cláusulas do contrato? — Lydia arriscou.

Após um breve silêncio, Natalie Martin perguntou, surpresa:

— Que cláusulas?

Ah, não!, exclamou Lydia em pensamento. A pobre mãe esquecera de que não deveria confiar como o pai fizera antes. Mesmo que se tratasse do próprio genro! Sentiu o estômago revirar, até o momento em que Natalie Martin esclareceu:

— Pelo jeito, seu marido não lhe contou nada! Ele é muito nobre para gabar-se de sua generosidade! A verdade é que Stiles comprou a fazenda, mas a colocou em meu nome e no de seu pai. Nós agora somos os legítimos proprietários! — E após uma breve pausa, ela prosseguiu: — É claro que nos sentimos embaraçados com isso e tentamos recusar — revelou a mãe, num tom de voz um tanto constrangido. — Sabe como é, pobres, mas orgulhosos, como seu pai sempre disse. Mas Stiles insistiu que era um prazer ajudar a família. E recusou a idéia de seu pai de pagar prestações como se tivesse obtido um empréstimo. Argumentou que esse dinheiro não faria a mínima falta! Oh, minha filha, você se casou com um homem difícil de encontrar entre milhões de outros! Ele é tudo que os pais poderiam desejar para uma filha querida!

E percebendo que praticamente falava sozinha, Natalie resolveu perguntar:

— Está tudo bem entre vocês?

— Sim. Está tudo ótimo. Só estou ligando para dar a notícia de que estou grávida. — Ela resolveu tranqüilizar a mãe e não lhe alterar o entusiasmo. Ainda havia muitas semanas pela frente para poder contar a verdade.

Quando o telefonema foi encerrado, Lydia ficou pensativa, tentando encontrar um sentido para a atitude do marido em relação aos pais dela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até a próxima. ♥



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