Broken escrita por misskekebs


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Enjoy :)



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Graças a Stiles ter garantido a propriedade para os pais de Lydia, ela não tinha mais que se preocupar com as conseqüências que a família tivesse de suportar caso houvesse um divórcio no futuro.

Mas por que ele teria feito aquilo?

Obviamente, para forçá-la a prosseguir com seus deveres de esposa e compartilhar de sua cama, até que o almejado herdeiro nascesse. Foi essa a única justificativa que Lydia encontrou. No entanto, nem ela mesma estava tão convencida disso. Atitude generosa não combinava com a idéia que fazia do homem desalmado e chantagista que não apenas se utilizaria, de quaisquer meios para obter o que quisesse como também se livraria da família dela, sem um pingo de remorso, quando se visse livre da indesejada situação.

Havia algo que não se ajustava bem em toda essa história, Lydia refletiu.

Se Stiles estivesse agindo por pura filantropia, para ajudar uma família com dificuldades financeiras e emocionais, teria mantido a propriedade em seu nome para garantir o investimento, entre outras razões.

Porém, a atitude dele indicava que estava longe de ser crápula que ela imaginara.

Será que também o julgara mal em outros aspectos relacionamento entre eles?

Malia, por exemplo?

A atenção que ele dispensava à grega talvez fosse devida aos laços de amizade entre as famílias e, principalmente, porque a tia considerava Malia como sua própria filha.

Apressa em ter um filho poderia ser ocasionada pelo fato de ter perdido os pais quando ainda era criança e sentia falta de ter uma família?

Porém, como explicar a conversa ao telefone, que ouvira por acaso, na qual ele confessava que amava Malia? Ou o fato de os dois passarem uma semana juntos antes de ele trazê-la para a ilha?

E embora ele não confirmasse nem negasse, a suspeita ligação que ele fizera no dia em que ela o interrompera ao chegar à cozinha só poderia ter sido para Malia. Provavelmente, para contar sobre a gravidez que ambos aguardavam ansiosos.

Também havia a conversa estranha no dia da festa, quando Malia pediu para que ela analisasse o motivo pelo qual um dos mais cobiçados partidos da alta sociedade iria querer casar-se com uma pobretona como Lydia Martin. Era uma pena que tivesse seguido o conselho de Allison e não tivesse esclarecido tudo naquela mesma noite! Preferiu fechar os olhos e acreditar no que a amiga lhe dissera de que tudo não passava de uma intriga maldosa de uma mulher invejosa!

O orgulho a impediu de revelar a Stiles suas suspeitas, quando ele foi buscá-la e a forçou a retornar com ele para Atenas. E agora parecia ser tarde demais para abordar o assunto. O marido afirmara, categoricamente, que não desejava mais saber quais eram os motivos saber dos pelos quais ela o abandonara. Talvez nem a ouvisse. Pelo que conhecia sobre o orgulho dos homens gregos, podia até entender: o fato de abandoná-lo e pedir o divórcio significava que ela o rejeitara da maneira mais humilhante.

E se quisesse salvar o casamento pelo bem do filho, ele teria que se determinar a esquecer a atitude dela, como se nunca tivesse acontecido.

— Aqui já está perfeito. Não quero que se estresse — falou Stiles, pondo no chão a cesta de piquenique.

O extenso gramado margeando um estreito rio de águas cristalinas era uma visão de tirar o fôlego. E a longa fileira de antigas oliveiras concedia a sombra ideal para se protegerem do sol.

Stiles acompanhou com o olhar quando Lydia afastou-se até a borda do riacho e, abaixando-se, tocou a água com as pontas dos dedos. A saia de algodão com estampas floridas que usava deixava à mostra as pernas bem torneadas. A pele adquirira um tom bronzeado e saudável nos dias passados na ilha. Ele adorava observá-la. E só de vê-la já sentia os hormônios se intensificarem.

A primeira semana passada na ilha tinha sido perfeita! O casamento parecia estar novamente em harmonia.

Ou quase, pensou ele.

As horas de lazer na piscina, ou explorando as praias desertas, bem como as tardes preguiçosas preenchidas com um sexo ardente, pareciam estar fazendo bem para Lydia. Tudo indicava que concordava com um novo começo no relacionamento entre eles, da forma como Stiles pretendia, pelo bem do bebê que estava a caminho.

A única diferença que ele notava era a ausência do sorriso espontâneo dela. Além de perceber uma tristeza naqueles olhos azuis, que Lydia procurava disfarçar quando ele a fitava.

Isso o preocupava, mas não estava preparado para questioná-la.

Será que tinha receio do que pudesse ouvir?

Os pensamentos desagradáveis que procurava evitar, de vez em quando o assaltavam. Ela havia pedido o divórcio. Mas, diante da descoberta da gravidez, não teria mais chance de consegui-lo. E, apesar de suspeitar das prováveis razões, Stiles tinha de se acostumar a conviver com a idéia de descartar a desconfiança.

Se Lydia tivera a intenção de prosseguir a vida com liberdade e à custa de um acordo vantajoso, ele não tinha a mínima vontade de ouvi-la confessar. Não agora.

Stiles disse que eles deveriam manter o casamento e tentar um novo começo, esquecendo o passado. Toda criança tem o direito a um lar harmonioso. E era seu dever lutar para proporcionar isso ao seu futuro filho.

E assim é que deveria ser!

Afastando os maus pensamentos, ele caminhou na direção de Lydia.

Ela ainda se mantinha com as mãos dentro d'água, fazendo suaves movimentos de vaivém com um sorriso quase infantil nos lábios.

Assim que Stiles se posicionou ao lado dela, Lydia ergueu a cabeça e o espiou por sob a aba do chapéu de palha trabalhada que ele insistia que ela usasse.

— A água está adoravelmente fresca! — Lydia exclamou.

Stiles sentiu um aperto no coração. O verde dos olhos se evidenciava através dos cílios longos e perfeitos. Era o rosto mais lindo, que ele ja vira na vida!

Ela inclinou o corpo um pouco mais e unindo as palmas das mãos, formando uma concha, apanhou um bocado de água fria e refrescou o rosto. Depois, com um movimento gracioso, ergueu-se. O excesso do líquido escorria da face e deslizava até o busto, parcialmente exposto pela abertura da blusa de algodão macio.

A sensualidade dela era tão natural que Stiles não resistiu à tentação de provar os lábios carnudos mais uma vez.

E foi o bastante para que a chama do desejo novamente se acendesse. Stiles interrompeu o beijo para deslizar os lábios até capturar as gotas cristalinas que deslizavam entre os seios bonitos.

O apetite voraz que o corpo esbelto lhe despertava era tão intenso quanto das primeiras vezes. Porém, preocupado com o bebê, ele controlou o ímpeto e foi com delicadeza que a acomodou no gramado. Depois, retirou as roupas dela com muita calma, observando admirado o tremor involuntário do corpo miúdo, reagindo ao toque das mãos dele. Quando a nudez sensacional, foi plenamente descoberta, ele deu um gemido angustiado e livrou-se das próprias roupas em segundos.,

Lydia chamou o seu nome quando ele, com todo cuidado, mergulhou no corpo dela ao mesmo tempo em que ela o recebia com prazer, com as pernas se enroscando nos quadris estreitos.

Quando Stiles a liberou do braço que ainda mantinha na cintura delgada, exibia um sorriso satisfeito. Com certeza, semelhante ao dela, pensou Lydia.

E entre eles era sempre assim: bastava um toque e começava tudo outra vez.

— Esquecemos do lanche. Hanna ficará muito zangada se levarmos a cesta de volta com os alimentos que ela preparou com tanto carinho! Enquanto você se veste, vou arrumá-los.

E com aquelas palavras ele ergueu-se e vestiu apenas as calças, seguindo depois na direção de onde havia deixado a cesta de piquenique.

Lydia girou o corpo e amparou a face na mão, depois de fincar um dos cotovelos na grama.

A brisa refrescava-lhe a pele nua enquanto ela o via distanciar-se.

Já estava tão acostumada com a presença constante do marido, naqueles dias, que só o fato dele abandoná-la por uns minutos já a fazia sentir saudades.

E o freqüente amor que faziam nada tinha a ver com luxúria. Havia paixão, ternura, sentimento de cumplicidade e uma espécie de ligação que não poderia ser quebrada.

Contudo…

No início da semana ela havia decidido concordar com a idéia de um novo começo, mas apenas para não alertá-lo e tornar mais fácil o plano que ela pretendia iniciar assim que retornassem a Atenas. E o executaria, quando o bebê nascesse. Encontraria um lugar para ficarem que fosse bem longe do alcance de Stiles e Malia.

Ainda mais agora que não precisava se preocupar com os pais, não havia nada mais que pudesse impedi-la de realizar seu objetivo.

Porém, cada hora a mais passada naquela ilha solitária ao lado de Stiles a deixava mais apaixonada do que nunca!

A idéia de abandoná-lo outra vez a estava mortificando.

Notando que ele terminava de colocar a pequena refeição sobre a toalha escarlate que Hanna providenciara, levantou-se e vestiu-se.

E quando seguiu para juntar-se a ele, tinha tomado uma decisão: apesar de Stiles afirmar que não lhe interessava mais saber por que ela o abandonara e pedira o divórcio e não falara mais sobre o assunto, ainda assim ela resolveu contar-lhe o que Malia dissera na noite da festa.

E embora ela imaginasse que ele pudesse negar em vista da gravidez, o que era uma possibilidade, pelo menos ele ficaria sabendo a verdadeira razão pela qual ela havia fugido. Lydia devia isso a si mesma, concluiu.

— Vamos, preguiçosa! Se não quer comer lembre-se que o bebê deve estar faminto!

O sorriso mágico que ele mantinha a derretia. Stiles, com as mãos nos quadris e o peito forte desnudo, lembrava um deus grego. A sensualidade dele a deixava desorientada.

Mas ela seria forte o bastante para contar-lhe a realidade no momento certo. E, quem sabe, também ouvisse dele a verdade sobre Malia.

Stiles notou que Lydia ostentava outra vez aquele mesmo estranho olhar que tanto o intrigava.

Quem sabe, com tempo e paciência, as coisas não pudessem mudar? O que ele mais precisava era concentrar-se no aspecto positivo do relacionamento e esquecer tudo mais.

— Quanto tempo vamos ficar aqui? — Lydia perguntou assim que se acomodou e serviu-se de um dos deliciosos lanches que Hanna havia preparado.

— Já está entediada?

— Claro que não! O lugar é maravilhoso! Só perguntei por curiosidade.

— Mais duas semanas e estaremos de volta a Atenas. Precisaremos reformar a ala do berçário da mansão e providenciar o melhor obstetra para acompanhar a gravidez.

Ela o fitou com profunda admiração. Ele era tão prestativo e encantador que seu coração chegava a doer de medo se tivesse que enfrentar uma desilusão.

Stiles abriu uma garrafa térmica e despejou o líquido nos dois copos entregando um deles para Lydia.

— Há muitos pés de limão na ilha. Theo cuida deles e vende a maioria dos frutos para um intermediário, que os leva para Atenas. E Hanna prepara a limonada mais espetacular que já provei. Agora vamos fazer um brinde ao nosso bebê. Seja ele ou ela, será recebido com muito amor!

Enquanto provava a deliciosa bebida, Lydia percebia que Stiles queria aquela criança mais do que tudo na vida!

E a confirmação veio logo em seguida:

— Estou tão feliz com o filho que vai me dar Lydia! Antes de nosso casamento já falávamos de filhos, lembra-se?

Como poderia esquecer?, pensou com amargura.

Aquele era exatamente o ponto onde começara seu tormento. Será que se ela lhe tivesse dito que pretendia aguardar uns dez anos para engravidar ele teria desaparecido? Esta era uma questão que jamais teria resposta, concluiu com desânimo.

Stiles prosseguiu:

— Confesso que gostaria de mais de um filho. Pelo menos três. Como fui criado sem meus pais, e sendo filho único, senti muito a falta de irmãos. Por mim teria uma penca deles. — E com um sorriso compreensivo, finalizou: — Porém, prometo jamais pressioná-la. Será sua decisão que irá prevalecer. Se decidir que uma gravidez está bem para você, então será suficiente para mim também.


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Notas finais do capítulo

Continue acompanhando a história, ela já está se encaminhando pro final. :)



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