Outubro chegou e o primeiro passeio a Hogsmeade havia sido marcado para aquele final de semana. Harry havia acordado cedo após um pesadelo e resolveu ler o diário da mãe de Alina, estava enrolando para começar a leitura, mas ele precisava encontrar algo e estava começando  a ficar com medo que não tivesse nada ali que pudesse ser útil para ajudar Alina na busca do pai. O garoto acendeu a varinha, ainda estava escuro no quarto. Ele levantou tentando fazer o minimo de barulho, pois não queria acordar os colegas, pegou o diário que estava guardado em seu malão e se arrependeu de ter saído da cama. Naquela manhã o dia amanheceu chuvoso, com fortes rajadas de vento e muito frio. Sentiu seu corpo esfriar rapidamente, ele correu para cama e se enfiou debaixo das cobertas. Após alguns minutos lendo o garoto só tinha conseguido descobrir que a namorada tinha um tio e que a mãe havia passado as férias de verão contra a vontade na casa do melhor amigo do irmão. Após vários trechos realmente bobos e reclamações sem fundamento, um trecho chamou sua atenção ele ajeitou o diário nas mãos geladas e leu. 

" Hoje eu havia pensando que seria um dia entediante, mas ele chegou e parecia contrariado de estar por aqui, não sei exatamente quando chegou passei o dia todo trancada no quarto, foi no jantar que notei sua presença, seus cabelos negros chamaram minha atenção, tão negros quanto uma noite sem estrelas, notei que mal tocou na comida, tudo nessa casa parece causar aversão a ele, principalmente meus olhares insistentes, queria que soubesse que também odeio esse lugar..." Harry pulou várias páginas até achar outros trechos que falavam sobre o garoto misterioso "Hoje ele veio até mim no meio da noite, seu quarto fica a algumas portas do meu, nós conversamos por algumas horas, ele parece inteligente, mas está triste, me disse que não queria estar aqui que esse era o último lugar que queria estar..." "Tivemos um de nossos encontros noturnos e nos beijamos, eu sei não é muito, mas tenho esperanças que ele também goste de mim" " Sai para fazer compras com Walburga hoje, ao voltar eles tiveram uma briga séria, temo que ele não volte mais para a casa dos Black, afinal ele odeia ficar aqui, mas ontem a noite ele me fez ver estrelas talvez isso faça ele voltar, foi minha primeira vez e já faz um mês que estamos juntos, sei que se Walburga soubesse de nosso envolvimento contaria para minha mãe pois sou mais nova que ele e não tenho certeza se ela aprovaria nossa relação, eu torço para que isso aconteça" Harry pulou mais algumas páginas sentindo o coração bater e seu estômago afundar " ele tem me mandado cartas diariamente, as corujas não param de chegar, pelo menos sei que ela ainda pensa em mim" e pôr fim a última página do diário havia chegado "hoje a última carta chegou não possui endereço então não posso localizá-lo, soube que alguém importante para ele morreu e me parece que a culpa é dele, ele não voltou e não vai voltar. Sinto enjoos agora o tempo todo, ele tem me mandado cartas e não tenho coragem de contar que acho que estou grávida, temo que minha mãe descubra e possa fazer algo a mim ou a criança, odeio os bruxos, eu odeio ser bruxa e odeio tudo que tenha a ver com magia, queria ser como meu pai apenas um trouxa comum que possui uma riqueza fora do comum."

Harry olhou para a última página perplexo, chacoalhou o pequeno diário várias vezes para ver se mais alguma informação aparecia, chegou a usar magia mais nada aconteceu. O garoto não queria acreditar no que tinha acabado de ler mais a certeza crescia dentro dele, agora ele sabia quem era o pai de Alina, não poderia ser outra pessoa. As evidências eram óbvias, quem mais poderia odiar a casa dos Black, quem mais podia ter perdido alguém e sentindo culpa, culpa por ter contado a Pedro Pettigrew onde estavam Tiago e Lilian Potter e logo depois ter sido preso em Azkaban por treze anos. Sirius era o pai de Alina. Harry só não sabia como contar isso para a garota, já que a culpa da morte do padrinho em parte era sua. Ele levantou de um salto da cama e colocou o diário no fundo de seu malão. Tentou distrair as ideias, mas nada tirava a descoberta de sua mente. Pegou o livro do príncipe mestiço e começou a folheá-lo aleatoriamente. Quanto mais ele lia mais se dava conta da quantidade de informações valiosa que havia ali. Não haviam somente dicas que o haviam transformado na estrela nas aulas de poções de Slughorn, com também haviam feitiços e azarações que a julgar pelos cortes e revisões tinham sido inventados pelo próprio príncipe.

O garoto já havia realizado alguns desse feitiços. Havia um que fazia as unhas dos pés cresceram que ele havia experimentado em Crabbe e outro que colava a língua no céu da boca que usara em Filch duas vezes e o Abaffiato que fazia um zumbido atingir o ouvido de quem estivesse próximo e podia ser usado para conversar durante uma aula entediante.

Harry virou o livro de lado foi quando achou espremido em um canto um rabisco: ( Levicorpus não verbal). Enquanto o vento e o granizo martelavam a janela e Neville dormia dando fortes roncos, ele observou melhor o feitiço. Duvidava que podia executá-lo já que estava se saindo muito mal com feitiços não verbais, mesmo assim resolveu tentar. O garoto empunhou a varinha e mentalizou: Levicorpus!

Houve um forte lampejo e Rony gritou acordando todos no quarto. Quando Harry olhou para o amigo ele estava pendurado de cabeça para baixo como se um gancho invisível o segurasse pelo tornozelo. Harry se desculpou e procurou o contrafeitiço, soltou Rony que caiu em sua cama e ele e os amigos encheram o quarto de gargalhadas, quando Harry desceu para o tomar seu café da manhã já não estava pensando no diário escondido.