O dia amanheceu frio e enevoado, o sol se escondeu por trás das nuvens e por falta de sorte Harry havia marcado o teste para formar o novo time de Quadribol da Grifinória para aquela manhã. Depois de um rápido café ele se dirigiu com Rony, Hermione e Alina para o campo de Quadribol. No caminho passaram por Lilá Brown que deu um enorme sorriso a Rony que retribui o sorriso da garota com entusiasmo, o gesto fez com que Hermione assumisse um ar frio e distante e ao chegarem no campo a garota seguiu para arquibancada sem se despedir dos amigos deixando Alina para trás, que só teve tempo de dar um rápido beijo de boa sorte no namorado e correr atrás da amiga.    

Confiante Harry achava que poderia formar um time com potencial para naquele ano, mas sentiu sua confiança minguar assim que notou a quantidade de alunos da Grifinória que apareceram para o teste, desde os do primeiro ano até os do sétimo. Várias garotas haviam aparecido também no entanto a maioria não demonstrava aptidão para o esporte, entre elas estava Romilda Vane que deixou suas intenções explícitas ao tentar de todas as formas encostar em Harry quando o garoto havia pedido que ela somente subisse em sua vassoura e desse algumas voltas pelo campo, o que claro não deu certo. Alina assistia tudo da arquibancada junto com Hermione, algumas garotas ao serem recusadas foram se sentar próximas a ela de onde ficavam perturbando todo mundo.  

Após duas horas, vários incidentes constrangedores, acessos de raiva e muitos gritos de Harry, ele conseguiu seus novos jogadores, Demelza Robins, Gina Weasley e Cátia Bell como artilheiras, Cadu Coote e Jaquito Peakes como batedores e na posição de goleiro, Rony que por pouco não perdeu a vaga para Córmaco McLaggen. Ainda frustrado Harry se juntou a  Rony para que fossem até as garotas na arquibancada. Juntos os quatro seguiram pelos jardins onde pretendiam visitar Hagrid para explicar o porquê de não continuar com a aula de Trato das criaturas mágicas.

— Se eu soubesse que viriam tantas pessoas teria feito primeiro o teste para goleiro.  

— Acho que o Córmaco não gostou muito de eu ter sido escolhido – Rony disse olhando para Córmaco que seguia para o castelo irritado chutando o que encontrava pelo caminho — Eu fui melhor, o que posso fazer, vocês viram aquela hora que ele voltou para o lado contrário? Até parecia que ele foi confundido!

— Parecia mesmo – Harry disse olhando de esguelha para amiga — O que você acha Hermione?  

— Acho que você foi muito bem Rony! – Hermione ficando vermelha e olhando pará o outro lado.

— É eu realmente fui bem, quase perdi um pênalti, mas consegui pegar bem na hora – Rony disse sorrindo de orelha a orelha.  

— Alina eu descobri um feitiço muito bom para reconhecer caligrafia – Hermione disse tentando de mudar de assunto — Eu vou tentar em uma das cartas.  

    — Ok – Alina respondeu tentando esconder a surpresa pois ela não esperava que Harry contasse para os amigos da situação com o pai, ela continuou a caminhada em silêncio e diminuiu os passos para que ficasse para trás de propósito com Harry. Hermione pareceu não se importar com a situação seguiu conversando com o Rony e até apurou os passos para ficar mais à frente do casal.  

— Porque você contou para eles? – ela perguntou assim que notou que estavam vários passos para trás.  

— Eles são meus melhores amigos – Harry disse achando estranho ela fazer aquela pergunta — Eu não sabia como podia te ajudar e então pedi ajuda.

— Você podia ter me falado!  

— Desculpe – ele respondeu sincero — Eu não sabia que não poderia contar a eles.

— Eu sei Harry, eu só não estou acostumada a isso sabe, mencionarem meu pai assim do nada, quando nem eu mesma sei quem ele é!  

— Tecnicamente ela só mencionou as cartas –  Harry disse parando para que pudesse olhar melhor para Alina — Eu sei que eu não deveria contar seu segredo, mas também não posso esconder coisas deles, eles são meus amigos e me ajudam sempre que podem – ele respirou fundo e continuou a falar — Se isso deixou você chateada, tudo bem eu vou falar com eles e dizer que vou procurar encontrar alguma pista sozinho.  

— Não precisa Harry – ela disse sem graça pois estava se achando muito boba, no fundo ela tinha medo que Hermione e Rony pudessem usar isso de alguma forma contra ela assim como já havia acontecido em Beauxbatons — Você tem razão vocês são amigos e amigos não escondem segredos! E eu te admiro por isso, você é um ótimo amigo e consegue ser um namorado ainda melhor.  

— Então vamos? – Ele disse oferecendo a mão para ela.  

— Acho que vou voltar para o castelo – Ela respondeu recusando a mão de Harry discretamente.

— Mesmo? – Harry perguntou olhando para a mão da garota — O Hagrid iria ficar feliz que você estivesse com a gente.  

— Não tenho certeza disso Harry – ela disse erguendo as sobrancelhas — Você não disse que ele está ignorando vocês?   

— Bom é o Hagrid, ele deve estar chateado – Harry disse tentando acreditar em suas palavras — Vai entender quando a gente se explicar.  

— E também tem algumas coisas que quero fazer e a gente pode se ver mais tarde.  

— Se você quer assim tudo bem – ele disse puxando a namorada para mais perto e dando um longo abraço, como ele era um pouco mais alto sentiu o cheiro de baunilha dos cabelos de Alina, o que fez com ele a apertasse um pouco mais — Sabia que você é a coisa mais linda desse mundo?  

— Não seja exagerado! – ela disse olhando para ele —Tem um monte de garotas mais bonitas que eu.  

— Pode ser mais nenhuma delas é você!  

— É mais várias delas parecem querer você – ela respondeu cruzando os braços e dando um passo para trás — Aquela Romilda Vane não parou de se jogar em cima de você no teste.  

— Está com ciúme? – Harry disse achando graça — Quem iria olhar para Romilda Vane com você por perto?  

—Você está dizendo isso só para me agradar.  

— E está funcionando?  

— Talvez – ela disse passando os braços pelos ombros do namorado e dando um selinho nele.  

— Não sei como uma garota tão linda pode ter ciúme de alguém como eu – Harry disse encostando a testa na da garota — Você é a garota mais linda e sexy desta escola.  

— Para Harry você está me deixando com vergonha – ela disse escondendo o rosto com as mãos.  

— E você consegue ficar ainda mais linda envergonhada – Harry tentou tirar as mãos da garota do rosto, mas não conseguiu então começou a fazer cócegas nelas — Tira as mãos do rosto, deixa eu olhar para você, vamos...  

— Para com isso Harry eu odeio cócegas! – ela disse rindo.  

Alina tentou tirar as mãos de Harry que faziam cócegas em sua barriga, mas ao fazer isso o garoto foi mais rápido que ela, prendeu seus braços com os seus para que ela não pudesse esconder o rosto, mas o gesto fez com que seu corpo ficasse encostado no da garota com a boca a centímetros do seu rosto. Ele se deu conta que não ficava sozinho com ela desde as noites roubadas nos jardins do Pierce, sua respiração ficou acelerada, sentiu a proximidade de Alina e  por mais que estivesse frio um calor subiu por seu corpo, os dois se encararam, os olhos verdes se perderam nos negros e eles se beijaram. Alina passou a mão na nuca de Harry e o beijo começou lento mais rapidamente acelerou, de longe Harry escutou Rony chamando para realidade, seu rosto esquentou quando se lembrou que estavam nos jardins de Hogwarts.

— Eu te amo Alina – ele disse entre lábios, tentando acalmar a respiração.  

— Eu também te amo Harry - ela respondeu com a voz trêmula.

— Vamos lá avisar eles que você não vai?  

— Vai lá, eles vão entender, vocês têm mais intimidade com Hagrid que eu.  

— Tudo bem – ele disse dando um beijo na garota e correndo para alcançar os amigos.   

Alina caminhou de volta para o castelo tentando recuperar o fôlego, ela geralmente conseguia se controlar quando se tratava de garotos, mas não quando se tratava de Harry, ele simplesmente a fazia perder o controle. Ela seguiu o mar de alunos que também fazia o mesmo caminho porém não notou que entre eles Draco a seguia de longe esperando uma oportunidade para que a garota ficasse sozinha, enquanto a maioria dos alunos seguiu para o salão principal para almoçar a garota foi em direção a torre da Grifinória assim que virou em um corredor vazio Draco a alcançou.  

— Alina – Draco chamou fazendo ela parar.  

— Ah é você!  

— Sim sou, achou que fosse quem? – ele respondeu sarcástico — Estava esperando um momento em que o Potter não estivesse por perto para que eu pudesse falar com você  

— No momento não estou muito pra conversa – ela disse retomando os passos.  

— Tem alguma coisa acontecendo?  – Draco segurou ela pelo braço.

— Só quero ficar sozinha – ela disse se livrando da mão do garoto que a segurava.

— Você pode falar isso para o seu namorado que vive grudado em você – Ele disse parando de frente a garota — Mais não pode enganar alguém que vive sozinho, as pessoas não querem ficar sozinhas, só não querem ser questionadas quando escondem algo!  

— E com isso você está me dizendo que esconde algo?  

— A questão não sou eu é você – Draco respondeu com sorriso torto nos lábios.  

— Eu não estou escondendo nada!  

— Repita isso até se convencer!  

— Por Merlin, como você é impertinente – Alina disse se irritando mesmo sabendo que ali estava uma ótima oportunidade pará investigar o garoto — Não sei onde eu estava com a cabeça quando cogitei que você pudesse ser uma boa pessoa.  

— Como você pode dizer que não sou uma boa pessoa quando é você que esconde coisas do seu namorado.  

— E que coisa seriam essas?  

— Nossa amizade por exemplo.  

— Se quer saber ele sabe e não liga – mentiu Alina.  

— Você está mentindo!  

— Não é mentira! – Alina disse impaciente — O Harry confia em mim e jamais tentaria me proibir de falar com as pessoas.  

— Não estamos falando do mesmo Potter então, ele jamais deixar eu me aproximar da namorada dele ou dos amigos dele ou de qualquer pessoa que frequente o mesmo círculo de amizades que ele, aquele cara me odeia – Draco disse satisfeito em ser odiado — Além disso Alina é impossível mentir para um mentiroso! Eu sei que alguma coisa está errada e se você não me contar eu vou descobrir por outros meios. Eu sempre descubro o que quero às vezes nem preciso de muito esforço.

— Vai torturar alguém? – ela disse tentando arrancar alguma informação do garoto.  

— O que você acha que eu sou? – Draco a encarou com os olhos azuis quase cinzas, ergueu a sobrancelha e sorriu balançando a cabeça fingindo indignação.

— Não sei me conte você! Eu conto meus segredos se você me contar os seus.  

— Primeiro as damas!  

— Estou chateada porque não conheço meu pai e não tenho ideia de quem ele seja – ela disse respirando fundo, talvez falar a verdade poderia ajudar a conseguir as informações que queria do garoto — Minha esperança estava em algumas cartas que ele escreveu para minha mãe, sem assinatura.  

— Parece difícil encontrar alguém assim, mas não me parece impossível.  

—  Harry acha que é impossível!  

— Ah! claro que o precioso Potter acha impossível – Draco disse com cara de desgosto — E o que mais o grande Potter acha?  

— Malfoy, não gosto quando você fala assim do Harry, ele é meu namorado! Se você não pode respeitar isso eu não vou mais falar com você!  

— Ok, ok – ele disse contrariado — Não vou mais citar o Potter, tudo bem para você?  

— Por mim está ótimo assim...  

— Senhorita Pierce e Senhor Malfoy – A professora Mcgonagall surgiu no corredor — O que os senhores fazem no corredor vazio quando todos os alunos deveriam estar almoçando?  

— Não estou me sentindo bem – Alina respondeu rapidamente — E o Malfoy estava passando por aqui e perguntei onde fica a Ala hospitalar. Como sou nova ainda não conheço onde fica.  

—  Eu posso levar a senhorita até lá – A professora respondeu desconfiada.

—  Seria ótimo – Alina respondeu tentando parecer sincera, pelo jeito Draco tinha razão ela era uma péssima mentirosa assim que as duas seguiram o caminho para a ala hospitalar Alina olhou para trás, quando duas garotas vieram ao encontro de Draco. As duas pareciam preocupadas  e insatisfeitas.

— Draco, nós estávamos te procurando – falou a loira das garotas.  

— Pois é, infelizmente me encontraram! – Respondeu Draco que pegou Alina observando a conversa, a garota revirou os olhos e ele sorriu para ela, passou o braço pelos ombros da garota e seguiu para o outro lado do corredor.