Quando eu e minha mãe terminamos de organizar minhas roupas, já eram cerca de 00:20, ela achou melhor eu dormir pois amanhã iria começar na escola. Fiz o que ela pediu, poderia esperar até amanhã para falar com ela, afinal.

Fui para o banheiro, levando o pijama que separei comigo. Me despi e liguei o chuveiro, ajustando a água até ficar no morno. Deixei a água escorrer por todo meu corpo, molhando cada célula existente. Tentando fazer com que meus problemas escorressem junto com a água. Fiquei no banho durante 30min mais ou menos, mas como meu desejo não se realizou, sai e me vesti. Enrolei a toalha em meu cabelo, e fui para o quarto.

Banheiro:

Sequei meus cabelos com a toalha mesmo, os penteei e fui me deitar. Não me cobri, já que não sentia calor algum, somente escondi meu rosto no travesseiro e dormi.

Eu corria para todos os lados, sem saber exatamente para onde ir, até que vejo uma luz muito brilhante queimar meus olhos. Tento enxergar normalmente, mas não consigo, sigo na direção da luz, e acabo trombando em algo, ou alguém. Olhei para cima, e reconheci a figura em que trombei. Era Jacob, mas ele não tinha brilho algum nos olhos. Ele caiu o chão com o impacto, o que eu não entendi, Jake não cairia assim sem um motivo, a não ser que ele estivesse muito fraco, coisa que ele não estava pois seus braços continuavam com os músculos. Então a outra possibilidade seria ele estar....

-NÃO! – novamente acordei gritando, com o mesmo sonho da noite passada. O que está acontecendo? Por que eu sonho com isso?

-Bella, está tudo bem? – minha mãe entrou no quarto. – Por que está chorando, filha? – ela perguntou, secando algumas lágrimas que eu só notei estarem ali agora. Não consegui responder minha mãe,a única coisa que fiz foi ficar imóvel enquanto ela me abraçava.

-Você está quente... – ela falou, mas não em tom de pergunta, era como se alguma coisa se concretizasse.

- Sim, á mais ou menos três dias, minha temperatura vem sendo sempre essa. – falei, e ela me olhou sem surpresa no olhar.

-Está acontecendo... – minha mãe sussurrou, tão baixo que eu acho que antes de ser uma loba eu não teria ouvido. Agora eu a olhava, sua expressão sem se alterar, somente seu olhar que agora estava em um ponto qualquer do chão.

-O que, o que está acontecendo mãe? – perguntei-lhe. Ela não se mexeu, parecia que se lembrava de alguma coisa. – Me responde mãe. – pedi.

-Conversamos amanhã, tente dormir mais querida. – me deu um beijo na testa e saiu do quarto. Continuei olhando para a porta, até que me deixei cair com as costas no colchão novamente, e a cabeça no travesseiro.

Não dormi mais durante aquela noite. O que será que estava acontecendo? Minha mãe sabia, eu só queria saber se isso era bom ou ruim. Eu não precisarei pesquisar para ver o que houve comigo, mas isso pode deixá-la em perigo. Ouvi um barulho vindo da cozinha. Me levantei correndo, e troquei minha roupa (http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo/set?id=19003410)  Desci logo em seguida para a cozinha, sem tropeçar em um degrau sequer.

-Bom dia Bella. – Phil cumprimentou.

-Bom dia. – Respondi. – Mamãe já acordou? – perguntei, tentando disfarçar minha ansiedade.

-Está no banho, vai descer daqui a pouco. – Me respondeu, se sentando. Agora que ele falou, se eu prestar atenção, consigo ouvir o barulho do chuveiro. –Esta tudo bem? Renee comentou que você acordou no meio da noite. – falou.

-Já está tudo bem, foi somente um pesadelo. – respondi, e ele assentiu.

-Que bom, não poderei esperar sua mãe. – comentou, se levantando e olhando para o relógio. – Tenha uma boa aula. – saiu de casa, e minha mãe desceu em seguida. Eu a encarei durante o tempo que ela preparava seu café.

-Explicações? – perguntou me olhando.

-Acho que sim não é? – respondi.

-O que você sabe até agora? – minha mãe perguntou, se sentando e fazendo um gesto para que eu fizesse o mesmo.

-Que virei uma loba branca gigante. – respondi, me sentando.

-Sei... então, como explicar? – ela ficou pensativa. Respirou fundo e voltou a falar. – Acredita em vampiros? – perguntou.

-Você não imagina o quanto... – respondi e ela não entendeu. – Ok, lá vai. Sabe o Edward? – perguntei e ela assentiu. – Ele e sua família são vampiros, vegetarianos, mas ainda assim, vampiros. – não expliquei totalmente.

-Vegetarianos? – perguntou confusa.

-Se alimentam somente de sangue animal. – ela pareceu entender o que eu falei, e continuou o que falava.

-Sua avó, era uma hibrida, filha de um vampiro com uma transfiguradora de lobos. – Ela começou falando. – Eu poderia ter me transformado, mas isso não aconteceu, talvez por eu não ter vampiros por perto de onde morava, mas aconteceu com você.

-Como assim? – perguntei.

-Você é uma transfiguradora de lobos, com poderes vampiricos. São poucos que são iguais a você, diria que cinco no mundo inteiro. – ela falou, e eu fiquei um tanto quanto surpresa.

-Como tudo isso aconteceu? - Queria saber o máximo possível.

-O meu avô, vampiro, gostava de testar hipóteses para híbridos, digamos assim. Ele teve vários casos com transfiguradoras, feiticeiras, e até mesmo humanas. –Explicava. – Ele seduzia quem queria, e depois que a engravidava, acabava por abandoná-la. Eu sei de mais três casos com transfiguradores, mas provavelmente existem outros, poucos, mas outros. Sua avó se desenvolveu como você, parou de envelhecer com 25 anos pois começou a se transfigurar, estaria com essa idade até hoje se não tivesse sido morta por um vampiro. – Seu olhar estava fixo, parecia que flashes passavam pela sua mente.

-Você não se transformou então? – questionei.

-Não, nenhum vampiro rodeava o local em que eu morava. – falou.

-Tenho poderes? – perguntei, esperançosa.

-Sim, normalmente os poderes demoram mais para se desenvolver, pelo menos no seu caso, afinal você seria a alfa. – falou.

-Como assim? – perguntei-lhe.

-Minha avó foi a primeira transfiguradora a ser “testada”, então na nossa família, quem se transforma vira o alfa de quem entra para o bando posteriormente. – explicou.

-Quais meus poderes? – fiquei animada.

-Alguns são bons, outros nem tanto. – explicou, e eu fiz sinal para que prosseguisse. –Você tem escudo mental, controle dos quatro elementos, água, fogo, terra e ar, pode ler mentes, e causar uma dor mental. – Falou, não achei nada ruim ali. – Esses que eu falei são os bons, os que se desenvolvem primeiro são escudo mental e ler mentes, o primeiro provavelmente você já tem, e o segundo começa a ter agora que se transforma. – Por isso Edward não lia minha mente, tenho um escudo. – Os ruins são que você tem visões do futuro, mas somente visões ruins, nada que for acontecer de bom você verá, mas qualquer coisa que aconteça de ruim para quem você conhece acabara virando uma visão. Tome cuidado, essa visões podem lhe causar dor dependendo da gravidade, e da proximidade da pessoa que lhe acontece. O outro ruim é que você mantém seu bando conectado, não somente pelos pensamentos, se alguma coisa acerta sua mente, acertara também ao seu bando, por isso você tem o escudo mental, para coisas físicas não acontece isso. – Senti um calafrio quando ela falou sobre esses dois poderes.

-Entendi. – falei. – Mãe, eu queria ir atrás desses outros híbridos, como eu. – falei.

-Claro, imaginei. Eu sei que dois deles estão em Winchester, na Inglaterra. São irmãos, uma menina e um menino, há mais uma menina na Inglaterra, em Birmingham, e dois outros garotos, em Paris. – falou. – Comprarei sua passagem para Winchester, e depois para Birmingham, quando conversar com eles você irá para Paris, ok? – perguntou.

-Está bem mãe, acho que então estou livre da escola por hoje não é? – perguntei, sorrindo.

-Sim, está. Arrumamos suas malas para você ter que guardar tudo novamente hoje. – Ela suspirou, e eu ri.

-Vou arrumar minhas coisas. – falei, eu to parecendo cigana, não para quieta em uma cidade. Ri com meu pensamento, e subi para meu quarto, novamente arrumar minhas roupas.