Konoha Hiden – Tsuki Uchiha escrita por King


Capítulo 25
25. Capítulo




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—Rasengan! – Haru gritou.

Aquele já era o sétimo dia desde que o rosado começará a fortalecer o Jutsu e agora o usava no tronco de uma árvore, a madeira foi completamente destruída e a estrutura desabou no solo. Naruto que não estava muito longe ficou surpreso com o desenvolvimento rápido do aprendiz, há alguns dias aquele Rasengan não era capaz de causar aquela destruição.

—Parabéns. – Naruto comentou com os braços cruzados. —Você não só aprendeu o Rasengan em pouco tempo como o dominou. –

—Obrigado. – Haru respondeu. —Mas ainda preciso de um Kage Bunshin para concluí-lo, e minha mão dói após alguns usos. – Falou enquanto abria e fechava a própria mão. —Estou indo embora por hoje. –

—Por quê? – Naruto perguntou.

—Vou me encontrar com a Mizuchi. – Haru sorriu após responder.

E ele foi embora deixando o Uzumaki sozinho no Campo de Treinamento. “Eu não sei com o que ele está mais feliz, com os treinos ou com a sua relação com Mizuchi Kazame” o Hokage pensou enquanto olhava para o garoto já longe, desde seu aniversário o Uchiha diminuía e muito suas horas de treinamento e passava a ter encontros com a menina que beijará na festa.

—Fazia tempo que não o via tão feliz. – Naruto comentou, lembrando-se das vezes que o menino estava infeliz. —Tobirama estava certo, os membros do clã Uchiha são mesmo dedicados ao amor e a amizade. –

Naruto também deixou o Terceiro Campo de Treinamento. Já Haru corria pela aldeia, pulando de telhado em telhado com um brilho nos seus olhos, sem ter noção de que era vigiado a distância, a pouco mais de quinhentos metros no telhado de uma residência um homem de cabelo castanho e olhos oliva com um sombreamento vermelho ao redor dos mesmos, usando um quimono azul com mangas marrons e uma calça verde, bandagens cobrindo o abdômen e empunhando uma espada, este era Keidan, o Assassino da Névoa. E ele não estava sozinho, de seu lado direito um lobo de pelagem branca com menos da metade de seu tamanho e olhos vermelhos, que após ser cercado por uma fumaça tomou a forma de um homem centímetros mais alto que Keidan, seu cabelo era ruivo e espetado, marcas simples ao redor de seus olhos revelando a qual clã pertencia, usava um quimono vermelho com plumagens escuras e uma calça preta, suas unhas eram longas e por elas um pouco de sangue respingava no telhado, este era Kazan Inuzuka.

—Hoje? – Kazan perguntou. —Já o estamos vigiando há quatro dias. – O Inuzuka lembrou o Assassino da Névoa.

—Sabe para o que serve uma vigia? – Keidan perguntou, mas continuou. —Para ter conhecimento de seu alvo. Como por exemplo, as suas fraquezas. Do mesmo jeito que ele o tirou de sua alcateia e com meu meio inicial de possuir dinheiro, vamos acabar com algo que importe a ele. – Ele cruzou os braços. —Se lembra do plano? –

—Sim. – O Inuzuka sorriu mostrando os caninos.

—Vamos. – Keidan falou.

Os dois abandonaram o lugar que estavam. Haru parou em um telhado e olhou para trás mantendo um olhar curioso. Que sensação era aquela que estava sentindo? Porque se sentia estranho há alguns dias? Ele voltou a olhar para frente e pulou do telhado indo ao chão e correndo, ultrapassando pessoas pelos lados ou por cima. Sim, iria se encontrar com Mizuchi, mas estava treinando desde cedo, ou seja, estava fedendo. Ele precisava com urgência de um bom e demorado banho. Em minutos chegou a casa e não abandonando a velocidade subiu as escadas que o levariam ao segundo andar e banhou-se em águas quentes.

—Tsuki? – Sakura falou do lado de fora do banheiro.

—Sim, sou eu. – Ele respondeu e continuou. —Só retornei mesmo para tomar um banho. Não podia ir a um encontro com o fedor que estava. –

—Ah, entendo. – A Kunoichi falou e continuou. —Vou com você, tenho um assunto com a avó da Mizuchi. – Sakura cruzou os braços. —Não tem problemas se eu o acompanhar, né? –

A Ninja Médica ficou em silêncio a espera da resposta. Sua relação com o garoto estava melhorando e muito, mas ainda não era nem mesmo próximo do que tinha com Sarada. Enquanto esperava por uma resposta o som da água foi diminuindo até não restar mais nada, um pouco depois a maçaneta da porta girou e a mesma foi empurrada para dentro do banheiro, e um Haru de cabelo molhado com uma toalha ao redor da cintura saiu.

—Não tem problema. – Ele acrescentou. —Seus assuntos não possuem relação com os meus assuntos. –

—Não tem vergonha saindo assim do banheiro? – Sakura perguntou.

—Não. Nem um pouco. – Haru respondeu.

Haru entrou em seu quarto e Sakura o esperou do lado de fora por alguns minutos, o ouvindo sussurrar sobre qual roupa que deveria usar e reclamando de outras que estavam rasgadas. Não muito depois ele saiu vestindo uma camisa azul escuro de manga longa com o símbolo do clã nas costas com uma calça cinza e sandálias escuras, seu cabelo estava puxado para trás com um elástico vermelho em um curto rabo de cavalo. Ele olhou para a ninja médica que exibia um belo sorriso.

—Mizuchi tem sorte. – A Kunoichi comentou.

—Fica quieta. – Haru sussurrou envergonhado. —Vamos logo. –

“Quão fofo ele pode ser?” Sakura pensou após concordar. Os dois deixarão a casa e andaram juntos pela aldeia. Haru discretamente olhava para trás enquanto caminhava, não tinha mais aquela sensação estranha, mas aquele pressentimento estranho permanecia. O Uchiha voltou sua atenção para frente, para o caminho que faltava ainda para a loja onde encontraria com Mizuchi e sua avó.

—Você acha que ele prefere cabelo longo? Ele é tão bonito. –

Um rubor percorreu suas bochechas após passarem por duas garotas, uma de cabelo escuro longo e pele clara de olhos perolados, usava uma camisa bege com capuz e bermuda preta com sandálias azuis, o símbolo do clã Hyuuga no ombro esquerdo. A outra garota tinha cabelo castanho curto e olhos azuis escuros com pele na mesma tonalidade que a amiga, usava uma camisa branca de listras azuis e luvas escuras com uma saia azul escura, nas costas da camisa o símbolo do clã Sarutobi.

—Você é popular com as garotas, assim como seu pai era. – Sakura sussurrou para o garoto ao seu lado. —Pena que você já tem dona. –

—Quieta. – Haru corou e passou pela ninja médica.

Mesmo assim um sorriso discreto mostrou-se em seus lábios. Daquela distância que estavam já conseguiam enxergar a fachada da loja, se duvidasse era até mesmo capaz de sentir o cheiro dos bolinhos com cobertura de xarope e o gosto na sua boca, o simples pensamento de que em breve ia saboreá-los o fez salivar. Haru e a ninja médica estavam já a poucos passos quando a mesma é destruída e um relâmpago se ergue ao céu, o Uchiha escutava os escombros caindo e fogo e fumaça tomando conta da venda, ele ficou imóvel vendo o incêndio engolir depressa cada decoração, cada memória do que aquele lugar era até alguns dias. Ele adentrou nas chamas antes mesmo da ninja médica dizer o contrário e ativou seu Sharingan, com olhos comuns a fumaça atrapalharia a sua visão, mas com aqueles ele se preocuparia somente com o Fluxo de Chakra, enquanto andava pelos escombros e por chamas conseguiu ouvir um gemido na direção do que um dia seria um balcão. Depressa passou pelas brasas e chegou do outro lado do balcão e olhou para o chão, a avó de Mizuchi encontrava-se de bruços com um escombro nas pernas, em seu rosto e mãos alguns cortes bem recentes. Com tamanha agilidade e força retirou os escombros, mas com esforço guiou a senhora para fora do bazar, protegendo-a de algumas brasas e tendo em seu lugar algumas queimaduras leves, iria preocupar-se com aquilo mais tarde. Ele olhou para a ninja médica que cuidava de algumas pessoas que foram atingidas por escombros e que não estavam na loja.

—Mãe! – Ele a chamou. —Cuide da Baa-chan, vou buscar a Mizuchi. – Ao final de seu comentário a loja Kazame cai.

Haru correu depressa para a porta, mas foi impedido pela Kunoichi que abraçava ele por trás, desta vez sentiu que aquele gesto era completamente diferente das vezes que foi abraçado, aquele não era quente ou gentil, mas sim forte. Ela estava o contendo, impedindo que ele fizesse a burrice de adentrar em escombros e nas chamas. Devagar fechou seus punhos e seus olhos vermelhos aguam, ele estava contendo a vontade de chorar ao máximo.

—Desculpe, mas não vou perdê-lo. – Sakura comentou.

—Me largue. – Haru pediu. A dor em seu peito, a dor que há algum tempo não sentia, estava presente. —Vá cuidar das pessoas. Eu cuido da Baa-chan. – “Por favor, não me largue” Haru pensou mordendo forte seus lábios. —O pouco que sei de Ninjutsu Médico é o suficiente para ajuda-la. – Sangue estava escorrendo por seus lábios ao final de seu comentário.

Sakura devagar desfez aquele abraço e aproximou-se de outra pessoa com um ferimento em sua cabeça, enquanto que Haru ficou imóvel por alguns segundos até decidir se mexer, lentamente virou seu corpo e deu alguns passos até chegar onde a avó de Mizuchi estava, a senhora encontrava-se sentada, suas costas estavam apoiadas na parede de uma residência, ela tinha consciência do momento. Haru agachou e colocou suas mãos nas pernas da idosa, da palma delas um Chakra emanou e o processo de cura iniciou.

—Mizuchi. – A idosa sussurrou.

—Desculpe. – Haru falou. —Me desculpe Baa-chan. –

—Não. – A velha negou e apontou para sua cabeça. Era evidente a falta de força em seu gesto. —Olhe. – E apontou para o Sharingan.

“Não tem forças para falar, quer me mostrar então” pensou e devagar concordou e mirou os olhos cansados da idosa. “Genjutsu: Sharingan” pensou e depressa a habilidade se ativou. Haru estava vendo as memórias, extraindo informações do que tinha acontecido.

—Bem Vindos. – Mizuchi comentou.

A idosa e consequentemente Haru olham para a porta onde por ela dois homens entravam. Aqueles nada mais eram que Keidan, o Assassino da Névoa, e Kazan Inuzuka. Ela conhecia a fama daqueles sujeitos, mas causar um alvoroço iria ser por si só desagradável. O que eles faziam ali? E como dois procurados estavam na aldeia? Ela discretamente olhou para as unhas do Inuzuka, elas eram pintadas de vermelho. Será que era tinta mesmo ou algo mais? Os dois acomodam-se próximos da janela.

—Sabe. – O Inuzuka comentou. —Essa aldeia é interessante. – E mirou a garota que esperava os pedidos. —Assim como seus moradores. –

—Acha mesmo? – Mizuchi perguntou forçando um sorriso. —Então, vai ser o que? –

—Bem... – O assassino da névoa falou. —Queria um pouco de água. E quem sabe, só quem sabe mesmo, matar vocês. – Ele sorriu ao fim do comentário. —Esse cara e eu temos um inimigo em comum, e ele é um frequentador desta pocilga, mas não só isso. Ele tem uma relação com você. – Ele apontou para a garota.

—Sabe o que dizem, certo? Dente por dente, olho por olho, uma alcateia e muito dinheiro por morte. – Kazan comentou se pondo de pé. —Quem vai primeiro? –

—Isshi Tojin. –

Keidan e Kazan são imobilizados. Eles olham para o chão, para onde agora um selo de restrição era mantido, com o mesmo esforço eles olham para a responsável por aquele Fuinjutsu, a idosa que mantinha em suas mãos um único selo.

—Mizuchi vá chamar algum ninja. – A idosa comentou. —Não é todo dia que dois procurados entram em minha querida loja. –

—Olha que ousadia. – Keidan falou e continuou. —Tentando nos parar. Mas por quanto você aguenta? Ou melhor, será que nos livramos antes dessa pirralha chegar à porta? Ou que tal da sua próxima respiração? –

Kazan olhou para Mizuchi que depressa se dirigia para a porta. Keidan sem exigir esforço quebrou o selo de contenção e soltou dela uma carga elétrica fraca, mas era o suficiente para alertar a garota a não se mover.

—Vou deixar você viva. – Keidan falou aproximando-se de Mizuchi. —E você, velha idiota, dê um aviso ao garoto. Onde tudo começou. –

Com o cabo da espada o assassino da névoa nocauteou Mizuchi com um golpe na cabeça e a colocou em seus ombros, ele olhou para o Inuzuka que se aproximava. Keidan ergueu o braço que empunhava a espada.

—Aqui precisa de uma decoração. – E sorriu. —Raiton Dan: Ibuki. –

Um relâmpago condensado foi liberado da lâmina e o raio é desencadeado para toda a área, destruindo inicialmente o teto. Destroços acertaram a idosa que foi ao chão, não sem antes ver os dois procurados e sua neta serem cobertos por chamas e desaparecerem, aquele era o Hi No Shunshin, um Ninjutsu que serve para deslocamento, fogo depressa tomava conta da residência.

Haru saiu finalmente daquele Genjutsu e devagar foi se pondo de pé. Mizuchi estava viva e não soterrada por escombros ou queimada por chamas. Ela ainda vivia, mas estava com as duas piores pessoas que ele conhecia. Cada movimento seu era observado pela idosa que tinha um sorriso formado, ela sabia que teria sua menina de volta. O Uchiha correspondeu a aquele sorriso.

—Trarei nossa garota de volta, Baa-chan. – Haru sussurrou.

—Não sozinho. –

Ele olhou para trás quando escutou aquele comentário. Não muito longe deles a ninja médica estava de braços cruzados, e estava mantendo uma seriedade que o garoto já havia visto em apenas uma ocasião.

—Ela é minha responsabilidade. – Haru falou e continuou. —Eles são meus assuntos e irei encerrar com essa palhaçada. – Ao fim de seu comentário ele olhou nos olhos da ninja médica, em ambos os Sharingan se exibia três círculos. —Se você me impedir vou te colocar em um Genjutsu. –

—Você é minha responsabilidade. – A Kunoichi comentou. —Então tenho que cuidar de você da mesma forma que cuida da Mizuchi. – E continuou. —E você acha que tem chance em 2 contra 1? Desculpa te desapontar. –

—Kage Bunshin. – Haru criou um clone. —Leve a Baa-chan para casa. –

—Certo. – O clone falou.

Haru com Sakura depressa abandonaram o local e com tamanha velocidade passaram os portões da aldeia. Ele explicou para a ninja médica o que tinha visto nas memórias por meio do Sharingan. “Onde tudo começou” o Uchiha recordava-se daquela frase. Keidan queria que ele retornasse para a fazenda de seus pais, o lugar onde tudo começou. Haru aumentava regularmente a sua velocidade, ignorando a ninja médica que por algumas vezes era deixada para trás, mas por fim conseguia acompanhar o garoto. Ele só parou de se mover quando reparou algo a quinze metros; Keidan com Mizuchi acordada e amarrada ao seu lado esquerdo e Kazan do direito. Os três estavam na estrada, parados como se estivessem esperando por algo ou alguém. Haru foi o primeiro a descer de um galho e pousar a cinco metros, ele olhou para trás com discrição e sorriu ao ver que sua mãe fizera a mesma coisa, mas voltou sua atenção aos homens.

—Muito longe para você? – Haru perguntou.

—Quem sabe? – O Assassino da Névoa falou e continuou. —Vou entregar a garota, mas você vem conosco. –

—Por favor, Haru. – Mizuchi falou enquanto chorava.

—Não faça isso. – Sakura pediu.

—Trocar a garota que amo pela minha vida? Não preciso pensar. – Haru falou e andou. —Venha, Mizuchi. –

Keidan soltou as cordas que amarravam a garota que deu alguns passos em direção a Haru que fazia o mesmo. Sakura estava a poucos metros do Uchiha tentada a impedi-lo, mas algo dizia a ela que esperasse. Haru continuou andando e devagar abrindo seus braços de forma que parecesse que abraçaria a garota não muito longe dele. A distância entre a Kazame e o Uchiha era de pouco mais de quinze centímetros, e o rosado tomou uma nova posição além de um olhar nada amigável, ele fechou depressa seus punhos e com toda a ferocidade socou Mizuchi em seu rosto e a jogou para trás, aumentando novamente a distância entre eles, era visível que o nariz da garota sangrava e estava quebrado.

—Eu não sou idiota. – Haru falou batendo o punho direito na palma da mão esquerda. —Graças ao Sharingan conheço cada mínimo detalhe de Mizuchi, como por exemplo, seu jeito de andar. – E continuou. —Não ouse sujar a imagem da minha garota. –

A Kazame abaixou sua cabeça ao mesmo tempo em que sorria e introduzia ao clima uma risada que foi ficava mais alta enquanto se um gás branco cobriu seu corpo. “Como imaginei, um Henge no Jutsu” Haru pensou e deu uma breve olhada no Inuzuka, sua expressão era difícil de ser compreendida. A fumaça se dissipou e revelou um garoto de pele bronzeada, cabelos longos e brancos e olhos amarelos, seu braço esquerdo era coberto por bandagens brancas.

—Turo vai matar o garoto que o feriu. – Falou e continuou. —Depois vou matar a mulher. – Ele olhou a ninja médica. —Não. – Ele coçou o braço esquerdo. —Vai ser ela primeiro, e depois o garoto que o feriu. – Ele balançou a cabeça como se entrasse em concordância. —Ou será que mato ele primeiro? –

—Vá logo. – O Inuzuka ordenou.

—O que disse? – Turo olhou para Kazan.

O Inuzuka recuou alguns passos. Os olhos do usuário de Dokuton mostravam que ele queria apenas uma única coisa; provar o sangue de alguém. Ele sentiu o ar ficando mais pesado enquanto aqueles olhos amarelos pulsantes o observavam, aquilo poderia ser a vontade assassina daquele garoto? Turo voltou a olhar para o Uchiha e devagar exibiu um sorriso.

—Vai ser você. – E continuou. —Depois essa mulher. – Seus olhos pulsavam ao fim do comentário. —E depois ele. – Balançou a cabeça como se concordasse consigo mesmo.

—Não tenho tempo para isso. – Haru falou e continuou. —Tenho que recuperar alguém muito importante para mim. –

Turo parecia não aceitar aquele comentário, ele retirou as bandagens de seu braço e o coçou. Haru manteve a mesma expressão quanto à coloração purpura do membro. Sakura aproximou-se mais um pouco do Uchiha e ficou ao seu lado mantendo uma posição de luta.

—Já escutei sobre ele. – A Kunoichi comentou. —O único usuário conhecido do Dokuton. – Ela olhou para o Uchiha. —Tome cuidado para não ser tocado por aquele braço roxo. –

—Não se preocupe comigo. – Haru sussurrou e continuou. —Cuide do Kazan, mas também tenha cuidado. –

—Não se preocupe comigo. – Sakura repetiu.

Haru olhou para a ninja médica com discrição e indiciando o que deveria ser um sorriso. Ele retornou seus olhos vermelhos ao usuário de veneno e partiu em sua direção, graças ao Sharingan ele iria prever os movimentos de Turo, e com sorte não seria tocado por aquele braço purpuro. Enquanto se aproximava fez um selo com a mão direita, o gesto era dos Kage Bunshin, ele fez uma cruz com o dedo indicador e o médio entrelaçados, e foi o bastante para se criar dois clones, o primeiro agilmente passou por Turo e o agarrou por trás, o segundo ficou de frente para o usuário de Dokuton, mas agachado e o chutou com toda força que tinha em sua perna esquerda, o golpe levou seu momentâneo inimigo para metros acima do chão, ainda sendo agarrado pelo primeiro clone. O Haru original pulou nas costas do segundo clone e com isso ganhou alguns metros a mais que Turo.

—Shannaro! – Haru gritou.

Sem a menor piedade de seu inimigo, Haru o esmurrou com o dobro da força do golpe anterior, e o viu retornar para o chão. O primeiro Kage Bunshin como já tinha cumprido sua obrigação então tinha sido desfeito. Turo chegou ao chão e a queda criou uma cratera inicialmente pequena, mas que cresceu assim que o Uchiha desferiu o segundo golpe assim que assim que caiu sobre o corpo do garoto, a pancada foi com o dobro da violência da que tinha levado Turo de volta ao solo.

—Genjutsu: Sharingan. –

E Haru controlou as ações do usuário de veneno. Turo levou seu braço purpuro para o pescoço e iniciou seu enforcamento. Haru ficou imóvel, observando o garoto se contorcer. Sakura que estava ocupada com Kazan Inuzuka olhava de relance para o Uchiha, surpresa pela falta de humanidade no filho. Será que aquela mudança era por causa do sangue Uchiha se agitando? Até onde Haru iria para resgatar Mizuchi? Ele estava mesmo pronto para retirar uma vida humana? Não, ele não estava. Haru pareceu recuperar um pouco da consciência de seus atos e cancelou aquele Genjutsu e após isso seu Sharingan é desativado e ele põe ambas as mãos em frente aos olhos esverdeados enquanto Turo tinha somente perdido sua consciência por falta de ar.

—Não vou ser igual a vocês. – Ele sussurrou.

“Onde tudo começou” lembrou-se uma vez mais daquela frase e saiu de perto do corpo do garoto e olhou para a ninja médica que estava ocupada com o Inuzuka que não perdia nenhuma oportunidade em seus ataques, mas a Kunoichi estava se virando e muito bem. Ele olhou para frente e retornou a correr dirigindo-se a fazenda de seus pais, o lugar onde tudo começou e onde tudo iria terminar.

—Tsuki, não vá! – Sakura gritou pelo garoto.

—É comigo, Sannin Lendária! – O Inuzuka comentou.

Kazan infundindo suas unhas, ou melhor, garras com Chakra tentou um golpe violento na ninja médica, Sakura apenas recuou alguns metros e após perceber a distância socou o chão e causou um tremor que desestabilizou o Inuzuka, ela aproveitou aquela chance e aproximou-se dele e tentou soca-lo, mas o mesmo demonstrou uma grande agilidade e esquivou-se do furioso ataque. Enquanto isso Haru aumentava sua velocidade, ele esperava que Mizuchi ainda estivesse com vida, mas também esperava pelo pior dos cenários. Um pouco mais de dez minutos se passaram e ele finalmente chegou ao lugar que até um tempo atrás era seu lar, mas agora não passava de uma fazenda abandonada. Seus olhos esverdeados miram no Assassino da Névoa que estava agachado perto de um amontoado de terra, o lugar de descanso final de Toshi Yanozuka.

—Chegou cedo. – Keidan comentou. —Kazan e Turo foram fáceis de derrotar? –

—Seu maníaco foi moleza. – Haru respondeu e continuou. —Mas não enfrentei o seu cachorro. Cadê a Mizuchi? –

—Direto ao ponto. – O assassino da névoa falou.

Keidan assobiou enquanto se colocava de pé e cuspia no amontoado de terra, pouco se incomodando se aquilo ofenderia os mortos. Não muito depois do som criado por ele, um Kage Bunshin sai da casa com Mizuchi em seus ombros, a garota tinha seus pulsos amarrados por cordas e estava acordada, mas com uma fita em sua boca. Haru se esforçou para não demonstrar preocupação com o bem estar da Kazame.

—Ela esta bem. – Keidan continuou. —Por enquanto. –

Ele fez um selo e o Kage Bunshin foi desfeito. Como ninguém mais a segurava, Mizuchi foi para o chão úmido. O Assassino da Névoa se aproximou e a segurou por seus cabelos e a levantou, deliciava-se com os grunhidos de dor vindo da Kazame, e mais ainda pelo olhar de ódio que recebia do garoto. Keidan segurou a fita que tampava a boca da garota e a puxou com força e com uma Kunai ele cortou as cordas que amarravam seus pulsos, cada movimento sendo seguido pelo Uchiha. Mizuchi devagar se afastava e ao perceber que não havia perigo corria em direção a Haru, seu único porto seguro no momento. Haru reconhecia cada movimento, desta vez estava certo de que poderia ser a Kazame, por isso também se aproximava. “Que enjoativo” o Assassino da Névoa pensou empunhando a sua espada e não deixando de sorrir, nem mesmo abandonou aquela expressão quando atirou a arma contra a Kazame e a lâmina atravessando seu corpo, a garota foi impulsionada para frente por causa da força exercida atrás, Keidan fez um selo e da lâmina uma poderosa descarga elétrica foi liberada causando severos danos na garota que desmoronava sobre o chão, Haru corria em sua direção e com cuidado retirava de seu corpo a espada e olhava para o ferimento grave no peito. Ele se lembrou de Toshi Yanozuka, aquela espada tinha em sua lâmina um veneno que agia rápido, ele ainda não tinha aprendido como extrair tóxicos de um corpo. Mizuchi sorria o máximo que conseguia e que a dor e o cansaço lhe permitiam.

—Haru. – Mizuchi sussurrou. —Agradeço o tempo que passamos juntos. –

A respiração da Kazame enfraquecia pouco a pouco. Mizuchi com todas as forças levou gentilmente sua mão esquerda ao rosto de Haru e limpou as lágrimas que incansavelmente escorriam pelos seus olhos esverdeados. O Uchiha com sua mão direita segurou a esquerda da Kazame.

—Você tem olhos bonitos. Não chore, Haru. – Ela sussurrou mais uma vez.

—Falar é fácil. – Haru respondeu.

Ele não soube se Mizuchi escutou aquela resposta. A mão da garota suavemente deslizava pelo rosto do Uchiha e por fim foi ao chão. Haru gritou com todo ar que tinha em seus pulmões. Lentamente as lagrimas que escorriam por seus olhos tornavam-se sangue, uma dor despertava em sua vista. Ele novamente gritou liberando a raiva e a dor que estava sentindo. Seus olhos esverdeados involuntariamente tornam-se o Sharingan em seu estágio completo com três círculos em cada lado, mas novamente sofrem uma mudança, o padrão não era mais aquele, aquele avanço no Doujutsu o mudará completamente, era semelhante a uma flor de três pétalas e dividido ao meio, com cores invertidas do que lera sobre aqueles olhos. Sim, ele havia despertado seu Mangekyou Sharingan com a perda da garota que estava em uma relação. A única coisa que se passava na cabeça do Uchiha era que ele mataria naquele dia Keidan, o Assassino da Névoa. Uma lágrima escorreu pelos olhos da Kazame, algo que parecia fútil a qualquer um, menos para alguém que estava aprendendo sobre Ninjutsu Médico, ele acreditou que aquela lágrima era um fino laço de esperança, de que Mizuchi por enquanto estava viva.

—Aguente mais um pouco. – Ele sussurrou e criou um Kage Bunshin. —Alguém melhor que esse imprestável vai cuidar de você. –

O Kage Bunshin gentilmente colocou a Kazame em seus braços e se dirigiu para a floresta rumo para onde a Sannin Lendária deveria estar. O Uchiha devagar pôs de pé e esfregou seu rosto limpando o rastro de sangue no mesmo, olhou para cima e por alguns segundos prestou atenção em algumas nuvens. “Não a deixem morrer, eu imploro a vocês dois” pensou e vagarosamente se virava e dirigia seus olhos para o Assassino da Névoa que aguardava que aquele momento meloso pudesse acabar. Haru cobriu seu rosto com a mão direita e um sorriso foi exposto em seu rosto, ele não se aguentou e começou a rir, mas parou logo em seguida e olhou diretamente nos olhos de Keidan.

—Eu vou matar você. – Haru falou sério. —Vou quebrar todos os seus ossos, arrancar a sua pele e destruir sua mente. – E continuou. —Você vai desejar nunca ter vindo a esta fazenda há anos atrás. Vai se arrepender de ter matado o homem que me criou. – Ele sorriu enquanto falava. —E mais arrependimento ainda por ferir a garota que amo. –

—Tente, se puder. – O Assassino da Névoa comentou. —Raikyu. –

—Doton: Doryuheki. – Haru falou.

Da lâmina de Keidan algumas esferas elétricas são lançadas e dirigidas ao Uchiha que utilizou um Ninjutsu que copiará a algum tempo, uma imensa parede sólida de terra é erguida a alguns metros dele o protegendo do primeiro movimento do assassino da névoa. Haru saiu de trás da parede e correu em direção ao homem que manejava com habilidade a espada e liberava continuamente esferas elétricas de sua lâmina, o Uchiha criava muros de terra que o protegia, e depois que escutava o baque do ataque na defesa ele saia e retornava a correr. “Esse garoto tem habilidade” o assassino da névoa pensou enquanto seus ataques falhavam um atrás do outro. Haru já estava em uma boa posição quando criou mais um muro de pedra em um angulo de 90°, correu pelo mesmo e pulou, no ar fechou ambos os punhos pronto para desferir um golpe no assassino da névoa.

—Shanna – Haru foi interrompido.

Keidan fora mais rápido. Ele aproveitou que o Uchiha estava no ar sem capacidade de desviar e o golpeou com sua espada, a lâmina atravessando o abdômen do garoto, Haru expeliu sangue de sua boca e seus olhos voltam a ser esverdeados, depressa perdeu suas forças e parou de se mexer. Tsuki Uchiha estava morto.

Mangekyou Sharingan de Haru / Tsuki


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