Perfect Duet escrita por LittleFairy


Capítulo 2
Capítulo 2 - Lies


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse a história está praticamente escrita, talvez a demora seja mais em revisar os capítulos, mas se eu puder postarei mais de um por dia!
Espero que gostem,
Beijos!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750829/chapter/2

— Não ouviu a pergunta? Quem é você? – me viro na direção da voz e encaro uma mulher madura com uniforme, respiro fundo e penso em uma saída, abro a boca para responder e a mulher me mede de cima a baixo – claro, já sei – prendo a respiração – você é a nova tutora do príncipe William – solto o ar e forço um sorriso amarelo – é que pensei que só viria após as festas de fim de ano.

— Consegui vir antes, peço desculpas se não foram informados, posso retornar depois se for o caso – mentir seria a única maneira de sair daqui sem ser presa, pego minha pequena mala e me preparo para sair e escuto.

— Não precisa, pode começar hoje mesmo – fala estendendo a mão – seu nome mesmo? A agência não nos informou – aperto a mão e digo meu nome – siga-me senhorita Smoak, a rainha vai querer conversar com você antes – vou atrás dela pelos enormes e longos corredores até chegar a uma porta dupla, minhas mãos suavam e tremiam, ao abrir a porta vejo três pessoas dentro do grande cômodo, uma mulher e dois homens.

A mulher, que supus ser a rainha estava visivelmente nervosa – Oliver é inadmissível isso, seu pai não lhe criou para faltar aos compromissos. Espero que isso nunca mais se repita – o homem pareceu encolher-se de medo, poderia ser cômico toda aquela situação, o outro rapaz estava quieto e olhava a tudo com cara de tédio e um sorriso debochado nos lábios – já aceitei demais suas vontades, viagens e tudo mais, agora está na hora de assumir suas responsabilidades.

— Mãe, eu já disse que não quero ser rei... – eles são interrompidos pelo coçar de garganta da pessoa ao meu lado, os três olham na nossa direção e assim que percebo quem era arregalo os olhos e não controlo minha boca e solto um “que merda” – você?

— Vocês se conhecem? – a rainha pergunta com um misto de curiosidade e seriedade. Fui responder, mas o ser antecipou-se e falou antes.

— Nossos caminhos se cruzaram – me encara com aqueles profundos olhos azuis e um sorriso debochado nos lábios – idiota egoísta ao seu dispor! – pensei que deveria me desculpar, mas a raiva que senti foi tanta que só o fitei tentando matá-lo com o olhar, mas aproveitei para analisar, pois ele era ainda mais bonito pessoalmente.

— Você é? – a rainha interrompe meu devaneio e desvio meus olhos dele voltando para ela.

— Vossa Majestade, apresento a Senhorita Felicity Smoak, a nova tutora do príncipe William – faço uma reverência desengoçada e a julgar pela cara dos dois rapazes a minha frente foi pior do que pensei, porque eles estavam contento o riso e a rainha me encarou abismada.

— Cara, com uma tutora dessa até eu iria gostar de estudar – o rapaz de olhos azuis e sorriso debochado começou a falar – Thomas Merlyn ao seu dispor senhorita Smoak – pega minha mão e dá um beijo nela, piscando com o olho esquerdo, sinto meu rosto corar; abri a boca para responder quando a porta é aberta e duas figuras entram por ela, um menino de aproximadamente 5 anos e uma jovem muito bonita.

— Ollie – a jovem deixa o menino e corre abraçar o príncipe, ele grita alguma coisa quando a abraça e ela ri – já disse para não me chamar assim, não sou mais criança – os dois riem e se afastando vai na direção de Thomas e abraça-o também.

— Hey William – ele cumprimenta o menino que acena e encara todos na sala e limita-se a dizer ‘oi’ bem baixinho e evitando olhar na direção em que o loiro estava, percebo que este ficou incomodado e uma tristeza apoderou-se de seus olhos, mas foi um vislumbre rápido, recompõe-se ao voltar a fitar a mãe.

— William essa é a Senhorita Smoak, sua nova tutora – a rainha me apresenta e levanto as mãos e balançando na direção do menino – suas aulas começaram imediatamente – a jovem bufa e se aproxima dele abraçando-o pelos ombros – mãe é quase ano novo, hoje é natal, realmente precisa de tudo isso? – me olha e penso em uma forma de ajudar.

“Você está se encrencando cada vez mais” – sussurra minha voz interior e agito sutilmente a cabeça tentando afastar aquele pensamento – Majestade, se me permite a intromissão – sinto todos os olhos me observando – amanhã podemos começar com as lições assim consigo me interar dos planos de estudo do antigo tutor e também podem aproveitar o dia em família – tento soar o mais profissional possível, e contenho o ímpeto de sair correndo com todos me encarando.

 - Muito bem – fala andando se colocando atrás da mesa de frente para todos e penso que esta mulher nasceu para ser rainha só a postura dela emana poder “foco Felicity, foco!” – Raisa mostrará seus aposentos e amanhã cedo você começará com a tutoria, espero não me arrepender – abaixo levemente a cabeça e me preparo para sair – Senhorita Smoak, espero que não torne-se um hábito questionar minnhas ordens – engulo seco – claro, se quiser manter seu emprego! – concordo e saio apressada e esbarrando por acidente em um vaso próximo a porta, todos com exceção da rainha e Raisa caem na risada e eu? Procuro um lugar para esconder meu rosto.

— Ai minha nossa, me desculpe, espero que não seja muito caro – os risos ficam mais altos e eu vou ficando mais envergonhada – será que consigo colar, não fez tanto estrago assim – olho para os milhões de caco e me levanto – mil desculpas alteza, prometo tomar cuidado com as relíquias, não que a senhora seja velha e nem nada, mas o castelo tem bastante coisa velha, e prometo que vou me calar em 3,2,1... – cubro a boca e saio correndo envergonhada. Raisa me alcança depois de um tempo e começa a mostrar tudo, o quarto que ficarei é tão grande que se bobear é maior que meu quarto o da minha mãe juntos.

Tranco a porta e caio na cama fechando os olhos – onde você foi se meter Felicity? – falo sozinha, em seguida resolvo tomar um banho e ligar para o Curtis. Claro que a bicha louca surtou e ao mesmo tempo me aconselhou a manter a farsa até descobrir um furo de reportagem, Helena também e frisou que esta seria minha chance de ouro. Pensando em tudo isso caí no sono.

No dia seguinte acordei cedo conforme fui orientada e a encontrei Raisa na biblioteca, nunca havia visto tanto livro em um único lugar que não fosse a Biblioteca Pública de Central, William estava lendo algum livro concentrado e nem notou nossa presença – ele é meio fechado, a única pessoa com quem conversa é Thea, boa sorte – fala saindo e fechando a porta, arranhando a garganta para chamar a atenção dele, que me olha espantado.

— Desculpa se te assustei William, prazer eu sou Felicity, mas pode me chamar de Fel, Liz ou Lizzy – estendo a mão para ele que aceita sem esboçar qualquer emoção – eu andei vendo seus planos de estudo, mas queria saber por você, o que gosta mais de estudar? – o que deu eu mim, não fazia ideia.

— Gosto de literatura e matemática – sussurra, me aproximo dele sorrindo e estendo a mão para pegar o livro que ele lia quando cheguei, entrega e pasmo.

— Orgulho e preconceito? Excelente escolha – ganho sua atenção com isso – gosta dos clássicos? – concorda – então que tal ficarmos com literatura essa semana e pegarmos leve com os exercícios de matemática? – seus olhinhos brilham com a noticia e algo em mim vibra por ter conseguido alguma emoção do garotinho – será nosso segredo, afinal, é quase ano novo merece um descanso – pisco e ganho um sorriso dele que lança um calor no meu peito.

No mesmo instante escuto uma batida na porta e a princesa entra na biblioteca – desculpe interromper vocês, mas Oliver está nos convidando para um piquenique, quer ir Will? – ele nega e Thea lhe lança um olhar triste.

— Acho que poderíamos ir William, levamos o livro que você mais gosta e lemos ao ar livre – sua hesitação é perceptível, Thea me lança um sorriso de agradecimento e sussurra “obrigada”, retribuo o sorriso.  

Caminhamos juntos até o jardim do palácio onde Oliver estava acompanhado de Thomas e o um homem enorme com terno e postura rija e olhar atento, antes que alguém pergunte qualquer coisa a princesa se antecipa – William estava em aula, então Felicity deu a brilhante ideia dele ter aula de literatura ao ar livre junto com o piquenique – os dois rapazes agitam a cabeça e o outro homem sorri discretamente trocando um olhar cúmplice com a princesa – eu acho que será divertido – completa e caminhamos até uma toalha que tinha por cima diversas comidas.

O jovem príncipe senta ao meu lado, percebo que ele evitava olhar para Oliver, conversava o mínimo possível e somente quando alguém, que na maioria das vezes era a princesa, fazia alguma pergunta a ele. Após comer um pouco sussurrou para mim se poderia ir até a sombra ler e concordei acompanhando-o. Ofereci-me para ler para ele que aceitou de bom grado, após algum tempo percebo que adormeceu em meu colo. Fecho o livro e por um instinto, ajeito seu cabelo e o pego no colo – Thea poderia dizer onde é o quarto dele? Vou colocá-lo na cama! – a cabeça do menino fica na curvatura do meu pescoço e ele se mexe ajeitando-se melhor em meu colo.

— Claro, por aqui! – levanta e começa a andar até o quarto dele, o coloco com cuidado na cama e dou um singelo beijo em sua testa e arrumo as cobertas de forma a deixá-lo confortável, sorrio e sinto culpa por mentir para aquela criança – você é a primeira tutora que trata ele assim, aliás, você é a primeira pessoa que ele deixa se aproximar, devo admitir que você é notável Felicity – pisca e sai sorrindo pelos corredores me deixando para trás.

Suspiro ao constatar que havia sido abandonada nos corredores do palácio e vou andando até conseguir chegar ao jardim novamente, conforme vou me aproximando de onde estava a toalha para pegar minhas coisas vejo o príncipe Oliver sozinho praticando arco e flecha. Permito-me admirá-lo um pouco enquanto discretamente tiro algumas fotos e volto a guardar o celular e me aproximar.

— Apreciando a vista? – solta uma risada e vira-se na minha direção – William está bem? – pergunta um pouco sem graça

— Sim, o coloquei na cama e continuou dormindo, aí sua irmã resolveu que seria legal me largar nessa casa enorme sozinha e acabei parando aqui – mordo o lábio com o nervosismo, pessoalmente ele era mais lindo e grande, e sexy, e másculo e deveria ser um pecado deixar esse homem sozinho por aí... Tentando desviar o foco em suas qualidades aponto para o arco em sua mão – pretendendo matar alguém?

Ele solta uma risada jogando a cabeça para trás “Senhor, tem como esse homem ficar mais bonito?” – estou só praticando mesmo – se aproxima e estende o arco em minha direção, nego com a cabeça dizendo que seria uma péssima ideia, mas ele insiste e coloca na minha mão – eu te ensino – se posiciona atrás de mim e ergue minha mão junto com flecha – é só colocar aqui, alinhar os pés, segurar com a mão à altura do nariz, esticar – ele apoia em meu braço e sinto uma pequena eletricidade passar por mim e solto a flecha que passa bem longe do alvo e acerta uma janela – acho melhor irmos – concordo e saímos correndo pelo jardim, quando estamos em uma distância segura caímos na gargalhada.

Após um longo silencio e nos acalmarmos nos despedimos e sigo para o meu quarto, tenho a impressão de estar sendo observada, mas balanço a cabeça e fecho a porta do quarto me jogando na cama. Envio uma mensagem pro Curtis atualizando-o e começo a escrever minhas notas para o artigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perfect Duet" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.