Perfect Duet escrita por LittleFairy


Capítulo 3
Capítulo 3 - Your Song


Notas iniciais do capítulo

Ano novo chegando, já refletiram este ano que passou e estipularam as metas para o ano que começa?
Espero que gostem desse novo capítulo!

Beijos



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Estava concentrada na minha escrita quando escuto uma batida na porta e vejo William e Thea entrarem no quarto – Hey, no que posso ajudá-los majestades? – pergunto formalmente e ganho duas reviradas de olhos – o que eu fiz?

— Não precisa dessa formalidade, nos chame pelo nome ou pode chamá-lo de Will – abre um sorriso – viemos te convidar para o coquetel anual que antecede o Baile e não aceitamos não como resposta – fala e não contenho o riso.

— Ficaria honrada em acompanhá-los – digo e eles sorriem informando a hora que deveria descer. Procuro no guarda-roupa algo que pudesse usar e opto por um vestido que fica ótimo com o único sapato social que eu trouxe. Faço uma maquiagem simples e vejo que estava na hora de descer.

Ao chegar ao salão me sinto completamente deslocada, todos estavam elegantes e formais demais, avistei William sentado em um dos sofás e fui ficar com ele, mas permaneci atenta aguardando a chegada do príncipe.

A rainha Moira conversava com um homem que questiona sobre a decisão do príncipe – Malcolm não se preocupe, Oliver assumirá a coroa do pai – antes que ele respondesse um jovem aproxima-se e beija a mão dela – Majestade, está radiante como sempre – ela o agradece e percebo um desconforto – Diga-me onde está meu querido primo? Ainda escondido em qualquer lugar esquecido do mundo?

Quando foi respondê-lo todos se viram para a porta e Oliver entra com toda a sua elegância acompanhado da irmã e de Thomas, ouço alguns comentários maldosos com sua chegada e William suspira.

— Desculpem o atraso – fala ajeitando o terno e fazendo uma pequena reverência – Majestade, primeiro-ministro – sua voz estava calma, mas seus ombros demonstravam tensão – Adrian, quanto tempo – diz estendendo a mão para cumprimentá-lo.

— Olá, primo – diz com uma falsa simpatia, comecei a tirar algumas fotos – quanto tempo, ouvi dizer que estava nas montanhas – faz uma pausa e pega uma taça de champanhe e Oliver faz o mesmo – ainda procurando sua consciência? – um sorriso irônico surgiu em seus lábios.

— Ao menos ainda tenho uma – responde e pede licença se retirando para cumprimentar os demais convidados, contenho o riso mordendo o lábio inferior e escuto a voz de Thea.

— Vocês dois estão gostando da festa? – ambos confirmamos com um aceno de cabeça e ela ri – vem, vamos assaltar os biscoitos – diz e a seguimos até a cozinha. Pegamos alguns biscoitos e optamos por ficar na sala de estudo, William pede licença para ir ao banheiro quando a princesa me encara – então Felicity, você parece fascinada pelo meu irmão, mas vamos por as cartas na mesa – começa a falar em um sussurro – eu sei que você é jornalista – arregalo meus olhos de surpresa – desconfiei quando soube que você apareceu antes da data programada e fiz umas pesquisas, a questão é, William gosta de você e meu irmão parece ir para o mesmo caminho, então faremos um acordo.

Eu estava chocada e não sabia o que dizer, sabia que cedo ou tarde iria ser descoberta, mas apostava no tarde, respirei fundo e analisei as possibilidades – que acordo? – perguntei um pouco receosa, pensando que se ela quisesse já teria me entregado.

— Você ficará o tempo que precisar para escrever sua matéria, mas quero que escreva a verdade sobre meu irmão e não o que os tabloides sensacionalistas escrevem – estendem a mão na minha direção – então, temos um acordo?

— Sim – falo convicta que esta seria minha melhor opção, fora que minha curiosidade para descobrir qual era de fato a verdade sobre o príncipe herdeiro falava mais alto que tudo – prometo que farei o melhor para escrever a verdade, e Thea – ela me olha um instante – eu realmente sinto muito por ter mentido, mas a parte de gostar do William é verdade.

— Eu sei, consigo ver em seus olhos que não é igual aos outros repórteres Felicity, aposto que seremos ótimas amigas – pisca e se levanta – mas agora precisamos ir, o brinde vai acontecer em breve e como princesa precisarei estar ao lado da família e você como tutora tem que estar lá também – ri e eu a acompanho de volta ao salão encontrando com Will no caminho.

A rainha começa a discursar sobre o falecido rei e o quanto ele era ligado em tradições de final de ano, agradece a família e os amigos, ergue a taça e todos a imitam, inclusive eu, para fazer o brinde oficial.

Oliver vinha em minha direção e de William quando uma mulher segurou em seu braço com familiaridade, percebo Thea ficar tensa e bufar e Thomas revirar os olhos, com tranquilidade o príncipe retira a mão dela e a cumprimenta a distância.

— Aquela é Laurel Lance, ex-namorada do Ollie, intragável em minha opinião – a princesa sussurra para mim – ninguém aqui gosta dela e pelo visto nem mesmo meu irmão.

***

A festa terminou cedo e me recolhi para começar a escrever, fiz algumas notas e considerações, abri uma das fotos que tirei e me surpreendo com o tempo que fiquei observando os olhos e sorrisos do príncipe Oliver. Curtis tinha razão, ele era sexy. Passadas algumas horas resolvo tomar um banho para dormir.

 Acordo na manhã seguinte me sentindo esgotada e percebo que dormi com o notebook ligado, sinal que trabalhei mais do que deveria. Desligo o aparelho e vou lavar o rosto para despertar, escolho uma roupa confortável, hoje iria levar William para andar de trenó, acredito que um pouco de diversão para uma criança não fará mal.

Quando saio do banho ainda é cedo e resolvo caminhar pelo palácio e tentar conhecer mais sobre a família real, estava tirando fotos de alguns quadros quando escuto alguém tocando piano e sigo o som até a sala de música, me surpreendendo ao ver o príncipe completamente concentrado em tocar, pego celular e começo a gravar e acabo distraída abrindo mais a porta fazendo-o interromper-se – sinto muito alteza.

— Por favor, me chame apenas de Oliver – abre um pequeno sorriso e se levanta ajeitando a blusa que usava, fito seus olhos que me avaliam com curiosidade.

— Você é muito talentoso – falo entrando mais na sala e aproximando-me mais, meu subconsciente grita para que me afastasse, mas as pernas não respondiam ao seu comando.

— Meu pai me obrigou a ter aulas de música desde cedo – faz uma pausa e leva uma das mãos a cabeça e coça enquanto a outra fica no bolso da calça – ele dizia que a música era alimento para a alma.

— Ouvi dizer que o Rei Robert era um grande homem – ele afirma com um balançar de cabeça e um breve silencio toma conta da sala – deve ser difícil para você, digo, substituí-lo.

— Minha intenção nunca foi essa – retruca um pouco ríspido e percebo que havia tocado em um assunto delicado, me xingo mentalmente por não controlar a boca e tento concertar.

— Sinto muitíssimo Oliver, não quis dizer... – me interrompo, eu quis dizer sim, pensa Felicity, pensa rápido – na verdade eu me expressei mal – faço uma pausa respirando fundo e tentando não me enrolar mais – só que a pressão deve estar grande para você.

— E você? – ele volta a pergunta para mim e o encaro sem entender – você está sobre mais pressão do que esperava não? – continuo sem entender e percebendo isso ele continua – William pode ser muito difícil de lidar por ser introspectivo.

— Sim – olho intensamente para aquele mar azul, os olhos dele eram tão expressivos, diziam que escondia algo e aquilo o machucava, não me contive e quando vi estava falando a única verdade que lhe dizia desde que nos conhecemos – mas acho que ele é muito especial e o entendo – me encara com nítida curiosidade e confusão – perdi meu pai quando era criança – olho para minha mão e mexo os pés desconfortável – bem, na verdade, ele nos abandonou quando eu era criança.

— Sinto por sua perda – sua sinceridade me pega desprevenida e volto a olha-lo – mas também fico aliviado em saber que o príncipe William tenha alguém para compartilhar disso.

Opto por mudar de assunto antes que as lagrimas que segurava escapassem dos meus olhos – e agora que voltou? Pretende ficar? Ou essa história de abdicação do trono é mais que boato? – sinto o ar pesar e Oliver ficar desconfortável, mas mesmo que eu quisesse vê-lo bem, precisava entender melhor se quisesse escrever a verdade.

— É mais complicado do que parece – responde seco e eu penso “deve ser mesmo, com o estilo de vida que leva” – do que está falando senhorita Smoak?

— Eu disse isso alto não? – sua cabeça balança em sinal afirmativo e começa a se aproximar mais de mim, sinto meu corpo reagir à proximidade e ao mesmo tempo me repreendo – você sabe: mulheres, festas e bebidas!

— E é assim que me vê? – noto uma aflição na sua pergunta e em seus olhos o desejo que minha resposta seja diferente do que realmente é, mas então percebo que não sei o como o vejo, não agora que sei por Thea que a mídia escreveu mentiras sobre ele.

— Não sei quem você é – minha voz sai mais firme do que pensei e ele recua um pouco, abaixa o rosto e suspira.

— Minha mãe está me esperando, se me der licença Senhorita! Bom dia! – e sai pela porta, sento onde ele estava a pouco e deixo meus dedos dedilharem as teclas tão conhecidas pela minha memória; era a música que minha mãe tocava, deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e ao mesmo tempo lavarem as lembranças que ainda machucavam, mesmo tanto tempo depois.

Após alguns minutos me recompus e fui ao encontro de William, encontro Thea junto com ele e a convido para o passeio – claro que aceito, faz tempo que não ando de trenó, vamos – diz animada e sai nos puxando pela mão, impossível não sentir-se a vontade com ela.

Estávamos disputando corrida quando sinto uma bola de neve me atingir e os dois se escondendo atrás de uma árvore – não é justo, dois contra uma – falo já preparando a minha bola para tacar neles, quando ergo a mão para atingir a cabeça de Thea que havia saído de trás da árvore sinto outra bola me atingir nas costas, me viro dando de cara com Thomas me encarando com uma expressão travessa – vamos fazer assim, eu e você contra eles dois – estende a mão e a aperto e vamos atrás dos outros.

Ficamos nisso um bom tempo até que escutamos trotes de cavalos e viramos os quatro, era Oliver e logo atrás vinha Laurel com toda a sua prepotência e cara de nojo ao olhar para nós. O loiro tenta conter o sorriso e se oferece para entrar na guerra quando a entojada diz que precisavam resolver um assunto importante do grande baile e o apressa a irem, vejo ele dar uma última olhada na nossa direção e ir atrás dela visivelmente irritado.

— Inacreditável como ela ainda acha que será rainha e se casar com o Ollie – Thomas fala e pelo seu tom percebo que Thea não é a única a desgostar da Laurel – sério, acredita que ela mandou eu me afastar do meu melhor amigo – fala indignado e desvio o olhar das costas do futuro rei e começo a prestar atenção no moreno – disse que sou uma péssima influência para a imagem dele, como se eu fosse culpado por alguma coisa – fala e vejo Thea colocar a mão em seu ombro tentando acalmá-lo.

Não tinha mais clima para guerra de neve, mas os ânimos melhoraram enquanto voltávamos para o palácio, riamos das brincadeiras de mais cedo e William imitava de forma muito caricata a voz de Laurel. Assim que pisamos no saguão encontramos a rainha a nossa espera. Tommy e Thea tentaram me acobertar e William se agarrou a minha perna.

— Parem os dois – Moira alterou a voz e nos olhou por um instante – da próxima vez que resolverem fazer uma guerra de neve, não ousem – fez uma pausa dramática e sorriu, sim, ela sorriu – não me convidarem, a muito tempo não vejo vocês se divertirem desta forma e eu mesma me esqueci quando foi a última vez que fiz uma guerra de neve, se não quiserem ir para o calabouço, me convidem – se afastou subindo as enormes escadarias e nós quatro caímos na gargalhada.


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Notas finais do capítulo

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