Pov- Oliver

Sinceramente eu já estava farto de tudo, principalmente de ter que ouvir meus pais perguntando quando Helena e eu iríamos marcar a data do nosso casamento e insistindo para que me tornasse de uma vez por todas o CEO da Queen's Consolidated. Queriam que eu tivesse mais responsabilidade. – suspirei cansado só de pensar em tudo aquilo, peguei meu carro e fui pra Verdant. Precisava me divertir e a boate de Tommy com toda certeza me faria afastar esses pensamentos por um tempo.

Não era segredo pra ninguém que eu ficava com várias garotas. Depois de ter passado por algumas experiências traumáticas, passei a fugir de relacionamentos. Mas Helena e meus pais tinham um complô contra mim e fui forçado a manter esse compromisso por causa de laços empresariais. Pode ser difícil de acreditar nisso em pleno século XXI, mas se não aceitasse, ficaria sem minha mesada milionária o que acabaria com minhas diversões, um sacrifício por outro.

Chegando na boate, avistei Tommy e Laurel perto do bar e caminhei até eles.

— Preciso da bebida mais forte que você tiver aí – disse pro bartender e então me virei para onde Tommy estava e completei – e uma carona pra casa.

Depois de ter me divertido o bastante, Tommy me deixou em casa. Fui cambaleando direto para meu quarto, tomei um banho bem gelado e caí na cama.

Ouvi alguém me chamando e tentei abrir os olhos tentando acostumá-los com a luz do sol que invadia o quarto. Estava com uma ressaca horrível.

— Oliver!!! Oliverr!!! Acorde!!! Por favor!!! – apesar da intensa dor de cabeça, levantei assustado ao ouvir a voz que parecia ser de Thea me chamando aos prantos.

— Oh meu Deus Thea, o que está acontecendo? Por que está chorando?

— O papai, Ollie!!! Ele sofreu um acidente agora de manhã – Thea disse enquanto chorava cada vez mais. Ainda atordoado e sem saber ao certo o que fazer, levantei e fui em sua direção tentando de alguma forma consolá-la enquanto ainda processava aquelas palavras.

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6 meses depois

— Sr Queen, estamos precisando ampliar nossos horizontes. Criar laços com outras empresas, para assim melhorarmos o desempenho dos setores tecnológicos da QC que andam meio... desatualizados, e…

— Já entendi, Curtis. – o interrompi – Tenho certeza que vamos achar uma empresa logo, não se preocupe.

— Na verdade, Sr Queen, tenho algumas fontes que asseguram que a Palmer Technologies em Central City contém a maioria dos recursos que precisamos. Seria bom se entrássemos em contato para mostrar nosso interesse em uma possível parceria.

— É uma boa ideia. – disse apoiando as mãos sobre a mesa. – Entre em contato e me avise se aceitarem a parceria. Caso aceitem, precisaremos de um representante aqui para concluir a possível sociedade. – Curtis assentiu e saiu da sala.

Ainda era difícil pensar na morte do meu pai e em tudo o que aconteceu depois. Casar com Helena e assumir oficialmente a presidência da QC, parecia até um pesadelo. Mas por Thea e minha mãe tentei ser o mais responsável e forte possível.

Depois de algumas semanas, percebi que ser CEO não era tão ruim assim. Eu só precisava aparecer na empresa de vez em quando, continuava me divertindo e agora tinha meu próprio apartamento. Já meu relacionamento com Helena parecia sempre ir de mal a pior, brigávamos por quase tudo e ainda sim ela se recusava a assinar os papéis do divórcio. Deixei meus pensamentos quando ouvi o celular tocar e revirei os olhos ao ver sua foto.

— O que quer Helena? – atendi de forma rude.

~Verdant~

— Estou te dizendo, Tommy. Ela me ligou e propôs esse “acordo” maluco. Ainda não consegui entender o que a fez me propor isso, mas tenho absoluta certeza que existe alguma coisa por trás. – Tommy e Laurel me olhavam boquiabertos.

— Me explica isso de novo. Como assim um acordo de divórcio? Helena nunca quis assinar os papéis e…

— Eu sei – interrompi Tommy – Mas… apesar de tudo, pagarei a quantia que ela pediu. Espero estar enganado e que Helena finalmente me deixe em paz.

— Boa sorte, Ollie. Conte com a gente sempre que precisar! – disse Laurel, e sorri em resposta agradecendo.

Conversamos por mais um tempo,  mas logo fui pra casa. Quando chego, vejo Thea jogada no sofá.

— A chave que te dei era só pra casos de emergência! – exclamei me sentando ao seu lado.

— É bom te ver também, irmãozinho – ironizou – na verdade é uma emergência! Estou fugindo da mamãe, ela me quer presente em todas as reuniões chatas da empresa agora que terminei a faculdade, e já não aguento mais pensar sobre o capital financeiro da empresa, ou a forma que a segurança da QC é perspicaz, ou…

— Já entendi – ri enquanto Thea fazia uma cara engraçada – pode ficar, podemos aproveitar e pedir uma pizza.

— Oh sim, por favor!!

No dia seguinte, ainda desconfiado, transferi o dinheiro do acordo de divórcio para Helena e logo em seguida recebi um e-mail com o anexo dos documentos assinados. Nunca me senti tão feliz e livre vendo alguns documentos.

Estava tão distraído que não notei alguém entrando na sala.

— Sr Queen? Sou John Diggle. Fui contratado pela Sra Queen para ser seu motorista e segurança pessoal.

— E por que exatamente eu preciso de um motorista e segurança pessoal? – perguntei e logo em seguida minha mãe entrou na sala.

— Que bom que já se conheceram. – ela disse da forma mais natural do mundo.

— Mãe, eu não preciso de uma babá! – exclamei irritado.

— Sr Diggle não é uma babá, Oliver. O contratei porque a crescente onda de violência em Starling tem me preocupado. E como CEO você é um alvo muito vulnerável… não aguentaria perder mais alguém..

— Tudo bem, mãe! Nada vai acontecer, eu prometo. – afirmei enquanto levantava para abraçá-la. Então me voltei para Diggle que ainda estava parado perto da porta. – Você pode me chamar de Oliver.

— Okay, Sr… Oliver. Pode me chamar de John, Dig, Diggle, como preferir. – respondeu, e percebi naquele momento que nos daríamos bem.

Depois que Diggle saiu da sala, minha mãe começou a me encarar.

— Está diferente, Oliver. O que está acontecendo? – engoli em seco tentando pensar em como contaria sobre o divórcio.

— Nada demais… – dei de ombros.

— E como está Helena, não a vejo há meses. Brigaram de novo?

— Mãe… – suspirei – Helena e eu nos separamos. Eu sei, eu sei, deveria ter contado mas só resolvemos tudo hoje. – disse de uma vez, ocultando a parte do acordo.

— Oh, Oliver… sinto muito! Pensava que vocês acabariam se dando melhor depois do casamento, mas se assim decidiram, conte com meu apoio. – disse de forma suave.

— Obrigado, mãe! – agradeci um pouco mais aliviado por saber que ela tinha entendido. Curtis bateu na porta e logo em seguida entrou.

— Preciso ir, filho. Tenho uma reunião! Nos vemos mais tarde. – mamãe deu um beijo em minha testa e saiu.

— E aí Curtis? Boas notícias? – disse enquanto caminhava de volta para minha mesa.

— Sim, Sr Queen, ótimas notícias! Consegui entrar em contato com a Palmer Tech e estão totalmente dispostos a fazer uma parceria conosco.

— Ótimo! Quando mandarão o representante?

— Segundo Iris, a advogada da empresa, o representante virá em 2 semanas.

— Ok. – Curtis assentiu e saiu da sala. Logo em seguida saí também, e dispensei Diggle.

Só conseguia pensar em comemorar minha definitiva liberdade nessa noite de sexta-feira.