Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 141
Dançando para viver


Notas iniciais do capítulo

Olá todo mundo!!



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—Espera! Luisa! Calma...

Toda ajuda será bem vinda. –ela dizia, determinada, descendo as escadas do castelo.

—Mas espera! Calma aí!

—Precisamos de reforços!

—Eu sei, mas...

—Não vou deixar que Lord Voldemort os destrua! Eu não vou Ned!

—Ninguém está pedindo pra você fazer isso.

—Então não tente me impedir!

—Não estou tentando!

—Ainda bem, então ande mais rápido!

—Mas... MAS... LUISA!

—O que foi?

—Aonde estamos indo?

—Eu já falei: à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas! Eles têm um guarda-roupa lá que pode nos servir para alguma coisa...

—E como um guarda-roupa viria a calhar agora? Só se for pra a gente se esconder dentro.

—Longe disso.

—Então o que?

—Você não entenderia.

—Você nem tentou me explicar! –Luisa entrou dentro da sala e Ned fez o mesmo, logo atrás dela. A menina abriu um sorriso largo ao avistar o guarda-roupa no exato lugar onde sempre esteve. Foi até ele e segurou a maçaneta.

—É que é bem mais fácil mostrar do que explicar –e abriu as portas. Neve voou de encontro a eles;

Na Torre de Astronomia, Sally explicava a todo o time TARDIS, sobre o que estava acontecendo em Hogwarts, e como eles poderiam ajudar. Ficou decidido que os mais jovens –e Amy, que estava grávida –ficariam esperando na torre, enquanto o restante iria para a batalha. Sally colocou uma proteção extra em todos, para tentar protegê-los de feitiços e maldições imperdoáveis (que de acordo com ela, eram devastadoras).

E assim desceram até o térreo e se envolveram na batalha. Sally passou uma mensagem aos companheiros bruxos, avisando que essa turma estava aí para ajudá-los a lutar contra os Comensais, depois entrou na batalha também, levando os robôs da Estrela da Morte consigo.

Luisa e Ned saíram do guarda-roupa e fecharam a porta, fazendo flocos de neve esvoaçarem.

—Você acha que eles virão?

—O povo de Nárnia é muito leal. Tenho certeza que atenderão nosso chamado na hora certa.

—Mas e agora? O que faremos enquanto isso?

Luisa parou, refletindo. 

—Você vai ficar aqui e acompanhar os cidadãos do guarda-roupa até onde está ocorrendo a batalha bruxa. Eu vou procurar o Doutor.

—Não! Eu vou com você!

Ned...

—Lembra do que eu falei? Não vou perdê-la de novo!

Luisa tocou seu rosto, e ele baixou os ombros.

—Ned... Você precisa confiar em mim.

—Eu confio.

—Então faz o que eu tô pedindo, tá? Vai ficar tudo bem.

Ned olhou fundo nos olhos dela... A garota estava determinada a seguir seu plano a risca. Vendo que não conseguiria convencê-la a mudar de idéia, o rapaz então suspirou, cedendo.

—Tudo bem. Mas tome cuidado!

—Vou tomar –ela sorriu, então o beijou, e...

Inesperadamente, uma trilha começou a tocar em suas cabeças: a música era *You Can Do Magic –América. Luisa se separou do namorado, fazendo uma cara espantada.

—Ai meu Deus, Ned!

—Você também ouviu uma música? –ele olhou para cima, confuso.

—Sabe o que isso significa? –perguntou animada, praticamente saltitando. –Que a TARDIS está por perto!!

—A TARDIS é a nave do Doutor, não é?

—Ela mesma! E está tentando estabelecer contato... Oh! Eu preciso ir! –e acenou, desaparecendo pela porta, mais rápido que o The Flash, e mais contente que uma criança no Natal.

Ned segurou o riso, levando as mãos aos bolsos. Sua namorada era extraordinária...

 

*    *     *

Luisa revirou grande parte do castelo, retomando a busca pela cabine azul, que havia proposto com Luna. O Patrono da outra não havia sido detectado, o que significava que até então ela não tivera sorte em localizar a caixa.

Luisa chegou na parte do castelo que ficava sob um precipício, onde o mar ricocheteava sem cessar, agitado. Devia ser influência da tempestade que estava se aprontando... O céu estava inteiramente escuro, até onde conseguia se ver no horizonte, e uma ventania tremenda sacudia os cabelos e as roupas da menina. De vez em quando, um raio cortava o céu, e com muito mais freqüência, dúzias de trovões, com pouco intervalo entre um estrondo e outro. Curiosamente, não havia sinal de chuva.

Luisa se apoiou na larga sacada de pedra, refletindo. Onde poderia mais procurar pela TARDIS? O que faria se não encontrasse o Doutor?

—Pai –ela disse olhando para o céu, pensando em Poseidon. -Se consegue me ouvir, por favor... Me ajude.

Não havia som algum, além das águas que se agitavam abaixo dela... Luisa fechou os olhos e respirou a brisa do oceano, tentando entrar em sintonia com seu lado Semi-deusa. Então, inesperadamente, Luisa discerniu o som de passos, do ruído das ondas. Passos que se aproximavam de onde ela estava...

A menina se virou, e parou de chofre.

(Ao som de *Tudo diferente –Maria gadú), o Doutor estava parado do outro lado da sacada, olhando pra ela. Luisa piscou algumas vezes, incrédula. Num primeiro momento, nem um nem outro tomou qualquer atitude. Estavam atônitos demais para raciocinar. Então os segundos foram passando e seus cérebros assimilaram a situação. Se o pai de Luisa fizera isso ou não, ela não sabia, mas tinha grandes motivos pra acreditar que sim...

O Doutor foi o primeiro a sorrir para ela. Poucos instantes depois, e Luisa fazia o mesmo. Caramba... Aquele seria o primeiro reencontro oficial deles, desde que ela caíra no vórtice. O da Estrela da Morte meio que não contava, porque eles mal tiveram chance de se aproximar. 

O rapaz, reparou ela, continuava com 11º rosto... Mas no fundo, isso não importava. Claro, a garota sentiria falta do Três em Um, mas também simpatizava bastante com aquela versão do amigo. 

Ambos estavam numa espécie de “êxtase feliz”, em que não conseguiam reagir da forma que pretendiam, mas também não conseguiam deixar de sorrir um para o outro.

Então o Doutor quebrou o transe, e junto o silêncio, dando um passo à frente.

—Olá Luisa Parkinson –ele saldou.

—Oi Doutor. –a menina disse serena, porém, cheia de expectativas. –Que prazer te encontrar por aqui em Hogwarts.

—É certamente uma surpresa, julgando pelo fato de eu não ser um bruxo. –mexeu nas roupas, como se isso provasse alguma coisa. –Mas eu até que fui bem recebido.

Ela sorriu, colocando parte do cabelo que esvoaçava, atrás da orelha. 

—Você está incrível.

—Sério? Você curtiu o topete? –ele mexeu no cabelo, se exibindo para ela. A garota deu risada.

—Combina total com você!

—E você também não está nada mal, hein? Dá uma voltinha pra eu ver.

A menina pôs as mãos na cintura e girou uma vez no mesmo lugar.

—Ah... Você tá um arraso! Super top de linha! 

Luisa acabou rindo, de chacoalhar os ombros. O Doutor aproveitou o momento descontraído para se aproximar dela. Luisa fez o mesmo, indo em direção a ele. Então ficaram frente a frente e se abraçaram. Mas não foi um abraço tranqüilo e calminho... Não. Aquele momento pedia mais espontaneidade! Então o Doutor a ergueu do chão e girou com ela no mesmo lugar, enquanto ambos riam juntos.

—Eu morri de saudades de você! –Luisa disse, quando ele a colocou de volta no chão.

—E eu então? Olha só pro meu estado... Lastimável. Só sobreviveu a gravata borboleta –e ajeitou-a, fazendo Luisa rir. 

—Um lado meu me dizia que provavelmente nunca mais ia te ver de novo, mas o outro dizia para eu não perder a esperança...

—Ora, eu sempre volto para a Minha Garota Fantástica. –tocou a ponta do nariz dela.

—E eu pra você, meu Doutor. –ela fez o mesmo com ele. –Ah! Tenho uma coisa pra você...

—Oh! É mesmo?

—Só um segundo... –ela puxou a bolsinha rosa para frente do corpo.

—Ah. Você vai me dar a Bolsa Que Tudo Tem? Bom... Eu sei que não sou especialista, mas não creio que a estampa de flores combinará muito com o meu estilo. 

—Não, Doutor. –ela riu. –Eu não falava da bolsa... –e devagar, puxou um bichinho de pelúcia para fora. O ursinho Bart. O rosto do Doutor se iluminou.

—Awn! Ursinho!! –e apanhou-o, dando um abraço. Luisa sorriu largo.

—Eu sabia que ia gostar... –acrescentou. –Ah, e obrigada por dá-lo a mim. Vê-lo todos os dias na hora de dormir, me fez pensar em você e isso me consolou quando precisei de forças para enfrentar a situação após ter caído do vórtice. Também me fez não desistir de acreditar que as coisas melhorariam e que coisas boas ainda me esperavam.

—Fico extremamente feliz em ter ajudado –ele disse, orgulhoso.

—Agora estou devolvendo o Bart a você. Porque, você sabe... Depois de tudo o que passou na nave do Vader... Precisa mais dele do que eu. –ela piscou para ele, e entrelaçou as mãos atrás do corpo. O Doutor sorriu de cantos, e guardou o ursinho no bolso.

—Obrigado.

—Mas se serve de consolo, eu também estou aqui pra te ajudar no que for preciso –a menina acrescentou.

*Começou a chover, mas nenhum dos dois deu muita atenção à isso*

—Acho que sou o Senhor do Tempo mais feliz que já existiu. –e tirou um chapéu vermelho, de trás do corpo, sabe-se-lá de onde. Colocou-o na cabeça e abriu os braços animadamente. –Veja só: eu tenho um Fez, meu ursinho favorito e minha companheira fantástica! Acho que estou no céu dos desejos...

Luisa estava rindo do que ele disse, quando um laser foi disparado de algum lugar, e atingiu o rapaz, derrubando-o no chão, desacordado. Exasperada, ela se ajoelhou juntos dele. *A chuva apertando*.

—DOUTOR! –a garota ficou aturdida, procurando identificar quem fora o responsável. A chuva atrapalhava bastante sua visão; a menina olhou para todos os lados, menos para a sacada do precipício, atrás de si, porque óbvio que ninguém teria vindo de lá... Certo? Era muito improvável... Improvável demais!

Em contrapartida, Luisa gelou ao concluir que bruxos não tinham armas a laser. E quanto mais pensava no assunto, mais se sentia mal com as possibilidades que sobravam... pois cada vez mais as coisas improváveis pareciam ser a resposta. Foi então que, num impulso inevitável, virou para a sacada, e avistou a imagem aterrorizante de uma armadura preta, com capa e máscara, flutuando a muitos metros acima do mar. Darth Vader. Ele sobrevivera à explosão da Estrela da Morte...

A menina gelou dos pés a cabeça. Não sabia o que fazer. Seria difícil se defender dele, praticamente impossível, tendo o amigo estirado no chão, atrás de si. E além do mais, a chuva atrapalharia...

Olá Luisa, espero que se sinta confortável. –disse o vilão, com sua voz grave, como os trovões.

—Eu pensei que você estivesse morto! –a menina disse, trêmula. Se ao menos o Doutor acordasse...

Eu não podia morrer sabendo que não consegui acabar com você. –retrucou, fazendo-a sentir um calafrio. Então por fim, apontou sua arma laser na direção dela. –Agora enfim, terei essa oportunidade.

Houve um segundo disparo, então Luisa tombou no chão, ao lado do amigo.

 

*    *    *

A batalha estava em seu ápice. Dumbledore e seus aliados lutando em nome de Hogwarts e da comunidade bruxa, e os Comensais da Morte junto de Voldemort, fazendo de tudo para destruí-los. É claro que não contavam com a intervenção de uma grande turma que se unira a Harry Potter e os outros, mas eles eram poderosos o bastante para segurar a onda... Pelo menos por enquanto.

Madame Vastra, as duas Jennys, Rory, Strax, Lady Christina e muitos outros, estavam dando o seu melhor para –se não pará-los completamente, ao menos atrapalhar os planos do inimigo. Eles sabiam da proteção que Sally colocara neles, contra feitiços poderosos demais, mas mesmo assim, era inevitável sentir-se nervoso ao se enfiar na linha de frente de varinhas impiedosas, e quase sempre boas de mira.

Uma mulher chamada Bellatrix Lestrange –que era Comensal da Morte –rogou um feitiço que atingiu Martha Jones próximo dos pés, de modo que ela foi impulsionada contra uma janela de vidro. Martha atravessou-a, quebrando o vitral, e caiu do lado de fora do castelo. Bellatrix deu sua risada maligna, bem digna de uma bruxa suicida e insana. Mas teve pouco tempo para curtir sua pequena vantagem sobre a oponente, já que a figura de Martha ressurgiu através da janela quebrada, sendo carregada por um homem forte, musculoso e molhado (estava chovendo).

—Mas o quê? –Bellatrix ficou decepcionada.

—Indy! –Martha abraçou o marido com força, muito feliz por revê-lo. (*Recapitulando: Indiana Jones e Martha haviam se conhecido na aventura do Egito. Acabaram mantendo contato desde então, marcando programas para poderem se divertir juntos. Quando deram por si, já estavam se casando. De fato, eles se gostavam a beça). –Mas... Eu não entendo... Como chegou aqui?

—Bem, eu vim numa “caravana” junto de uns amigos –e indicou mais uma seqüência de recém chegados: eram eles o repórter Tin Tin (noivo de Sarah Jane), uma unidade Teselecta (que o Doutor, Luisa, Melissa e Nik salvaram do vírus que o Mestre certa vez jogou no sistema dos humanóides metamórficos), Capitão Kirk, Spock e dr. McCoy (da nave Enterprise), o quinteto do One Direction (seguidos de perto por seu segurança particular, o animago Kevin), Marty McFly, dr. Brown, Sherlock Holmes, dr. Watson, Olívia Newton John e John Travolta, (da aventura dos trens expressos), e por último, mas não menos importante, sr. e sra Shannon, comandante Tylor e uns soldados que ele conseguiu recrutar para a missão (antigos companheiros seus da época da Colônia de Terra Nova). –Todos eles dizem que estiveram com o Doutor em suas recentes aventuras com a senhorita Parkinson, e não poderiam ficar de fora dessa batalha –explicou Indiana, para a amada em seu colo.

—Ah, que maravilha! Acreditem, toda ajuda será bem vinda...

—Com toda certeza. Vocês podem contar conosco de agora em diante –disse o Capitão Kirk. –É só nos informar quem aqui estamos combatendo.

—Sabe como é, para prevenir acidentes –acrescentou o dr. McCoy.

—Precisamente –assentiu Spock. –Prevenir acidentes é dever de todos.

—Ah, claro. Entendo. Os Comensais da Morte são os inimigos. São aqueles ali, com roupas obscuras e cara de quem fugiu do sanatório.

—Uma observação interessante, se me permite dizer –comentou Spock. –Só espero que nossa interpretação visual esteja boa o suficiente, a ponto de não permitir-nos confundir os semblantes.

—Ora, mas vejam só isso... Spock está tentando fazer piadas agora? –cutucou dr. McCoy.

Spock se voltou para ele, muito sério.

—Não é piada, dr. De fato pode acontecer.

—ABAIXEM! -enquanto conversavam, Bellatrix tentou matar Martha e Indy, mas o comandante Tylor percebeu sua intenção e atirou nela, atingindo certeiro no peito da bruxa. Ela tombou pra trás, ao que seu corpo se esparramou no chão, inerte. Bellatrix estava morta.

—Belo tiro Tylor –parabenizou-o Jim Shannon.

—Eu tenho tempo de sobra para praticar com dinossauros de papelão e espertinhos que desrespeitam as leis da minha propriedade. –falou o bom comandante, cheio de pompa. (Lembrando que a operação Terra Nova –que depois virou “Theia Nova” –havia fracassado, e o Doutor levou-os de volta para a própria Terra, numa época em que era possível viver no planeta).

—Eu só queria dizer, muito obrigada mesmo por terem vindo –disse Martha, ao ser posta no chão pelo marido. –Mas ainda tenho uma pergunta antes de deixar que vocês rumem para a batalha... Como ficaram sabendo que estávamos precisando de ajuda?

—Bem, minha cara, isso é elementar –disse Sherlock.

—Meu filho Josh havia se reunido mais cedo com uma turma de jovens que o Doutor havia conhecido em suas viagens pelo universo –esclareceu o sr. Shannon. –Umas tais de Alicia, Chanty, e por aí vai...

—Nosso filho ligou para nós e nos contou sobre a situação da Terra em 2016. –completou a sra. Shannon.

—Daí por diante, organizamos uma missão para virmos pra cá, e para nossa surpresa, haviam outros tentando fazer o mesmo –disse o comandante Tylor, apontando para os demais. –O problema, era que não sabíamos ao certo como íamos conseguir nos reunir para chegar aqui num grupo só, sendo que estávamos todos em épocas diferentes...

—Foi aí que eu e o dr. Brown entramos na história –disse o Marty McFly mais velho (o primo da Melissa com sua idade atual). –O doutor tinha aposentado a máquina do tempo, então os ex “Terra Nova” nos contataram, alegando já terem ouvido falar da invenção do dr. Brown... Foi um pouco confuso e estranho, pois originalmente eles eram de 2149, mas tinham ido para uma missão na Terra Jurássica, que no fim se revelou ser a gêmea da original, e atualmente, viviam numa época próxima da nossa –Marty apoiou o corpo numa árvore, do pátio externo de Hogwarts. –Bem, depois de ouvir tudo isso, é obvio que acabaríamos agarrando a missão.

—Foi fascinante! Durante uma noite de tormenta, eu descobri todas as figuras que viriam a ser importantes para estar na equipe, e entrei em contato, perguntando se interessava fazer parte de uma batalha épica! –disse o dr. Brown, com ênfase.

—Eles confirmaram, então, a partir disso, conseguimos buscar os outros e levá-los no DeLorean, para se reunirem no laboratório do doutor –intercalou McFly.

—Depois eu liguei para uns amigos meus que possuíam uma nave trilhões de vezes maior e mais potente que a minha: a Enterprise!—contou o dr. Brown, com orgulho. –E assim chegamos todos aqui!

—É, e graças a Deus, bem alimentados, porque salvar o mundo de barriga vazia é um saco—disse Niall (um dos integrantes da 1D).  

—Pode crer. Se não servissem hotdogs no caminho, eu nem vinha –brincou Louis, se espreguiçando.

—Não se preocupem que eu posso mostrar quem é inimigo ou não... –voluntariou-se Kevin. –Eu sou um animago, e entendo do mundo bruxo.

—Perfeito –disse Watson. –Não parece estar faltando mais nada agora além de finalmente entrarmos em ação.

—Eu mal posso esperar por isso –disse Sherlock, estalando os punhos.

—Será que precisaremos de alongamento? Eu não sei se fiz o bastante hoje de manhã... –disse Olívia.

—Não se preocupe, querida, você está ótima –incentivou John Travolta.

—Papagaio louro! Está um verdadeiro massacre lá dentro –Tin Tin observou através da janela quebrada.

—Deixe-me liderar o grupo então –a Teselecta tomou a frente, transformando-se na imagem exata de Bellatrix Lestrange. Então se voltou para eles: –Talvez os Comensais da Morte controlem o ímpeto de tentar atacá-los, se estiverem sendo escoltados por essa mulher. De acordo com seu histórico atualizado, presente em nossos arquivos, ela é um dos braços direitos de Voldemort, o lorde das trevas, que está por trás de tudo isso. Dessa forma, ninguém pensará em desacatar sua autoridade.

—É, mas o problema é se os mocinhos passarem a atacar a Teselecta, achando ser a verdadeira Bellatrix. –lembrou Tylor. –Precisamos de um plano de identificação! –espalmou o punho fechado na mão aberta.

—A Teselecta possui muitos truques. Dentre eles, estamos autorizados a emanar um filtro de percepção, que nos faz passar despercebidos quando desejarmos. Podemos configurar para apenas Comensais nos enxergarem como Bellatrix. Não será difícil, pois a mulher tem os rostos dos aliados gravados na cabeça. Podemos tirar vantagem disso.

—Bom, ao menos é uma solução... Mas de qualquer forma, não será permanente. Para se proteger mesmo, vocês precisam alcançar uma mulher chamada Sally Jackson. Ela é mãe da Luisa Parkinson, e também é bruxa, só que uma boa. Foi ela que nos colocou uma proteção para não sofrermos na mão dos Comensais. Sem isso, vocês estão sujeitos a serem mortos bestamente a qualquer momento... Precisamos alcançá-la e pedir para que ela lance o feitiço de proteção em vocês também, antes de qualquer coisa. –informou Martha.

—Fascinante... Como uma mulher sozinha é capaz de criar algo tão poderoso? –perguntou Holmes, intrigado.

—Bom, ela disse que não é uma bruxa qualquer. Ao que parece, ela tem um poder ancestral, que a torna uma das bruxas mais poderosas que existem. Uma coisa chamada Visualização. Ela disse que é isso que permite que ela alcance níveis elevados em magia, e consiga sempre estar um passo á frente dos Comensais e seu líder Lord Voldemort. Mesmo assim será um risco, sem sombra de dúvida.

—Minha querida... Ninguém aqui teria vindo se não quisesse se arriscar –Indiana segurou-a pelo queixo, fazendo-a sorrir. –Além do mais... Você estava em apuros, e eu jamais permitiria que isso continuasse.

—Ah, fico lisonjeada em saber disso –ela ajeitou o chapéu de Indiana, sorrindo para ele.

Ham-ham—Harry Styles forçou uma tosse. –Hã... desculpe atrapalhar, mas acho melhor irmos, não é? Melissa pode estar precisando de ajuda, sem contar os outros.

—Pode crer –concordou Liam, sempre responsável. –É hora de agir!

—Pena que ninguém lembrou de trazer uma playlist pra tocar nessas horas... Eu me sentiria bem melhor se a gente fosse salvar o mundo com alguma trilha sonora tocando de tema de fundo. –brincou Zayn, ao que os companheiros da 1D acharam graça.  

 

***

Luisa abriu os olhos, demorando a se acostumar com a atmosfera ao seu redor. Estava se sentindo mais leve que o normal, e isso era estranho. A cabeça se movia, mas ela não sentia. O mesmo ocorria com o resto do corpo. Pensou que estivesse passando dessa pra melhor, mas então começou a sentir os membros de volta, aos pouquinhos.

No momento que percebeu que já era capaz de se levantar, sentou-se depressa, e observou o espaço ao seu redor.

Não era nada inovador... As paredes ainda eram de pedra, e o ambiente era escuro. Parecia continuar em Hogwarts.

Então escutou um gemido doloroso perto dali. A garota se virou e encontrou o Doutor estirado; o rosto contorcido numa expressão desconfortável.

—Ai meu deus –com dificuldade, ela se arrastou para perto dele. –Doutor... –tocou seu rosto. O amigo abriu os olhos devagar.

—Luisa... –soprou, quase sem forças.

—Não tente falar agora, você está muito fraco.

—Você... conseguiu ver... quem...

Ela suspirou.

—Darth Vader. –informou, desapontada. –Pensei que ele estivesse morto, mas ao que parece, ele sobreviveu e agora quer vingança. Quer se vingar de mim.

Não somente de você—o próprio Vader surgiu de trás de uma coluna de pedra, fazendo a menina se sobressaltar. –Mas também quero terminar o serviço que havia começado, e destruir o Doutor.

Sentindo dor em cada articulação, Luisa se levantou.

—Você está cometendo um grande erro!

Um erro eu já cometi anteriormente, ao contar com aquele clone inútil para destruí-lo. Novas falhas não serão toleradas... Tirá-lo do caminho é meu principal objetivo, e eu irei alcançá-lo!

—O UNIVERSO PRECISA DELE!

O Universo não funciona assim. Ele não é um bebê que precisa estar sempre sendo supervisionado pela babá. Os tempos mudaram! O Cosmos pede por alguém de pulso firme, que possa domá-lo.—e sacou seu sabre de luz. –O Doutor não será mais necessário. Considere isso, uma demissão. –e atingiu-o na perna.

O Doutor gritou.

—NÃO! –Luisa se jogou contra Vader, tentando impedi-lo de cortar o membro do rapaz. Contudo, a abordagem foi meio inútil, pois o próprio vilão afastou a arma por conta própria, para contemplar o estrago que fizera. O Doutor gemia horrivelmente, e havia uma ferida e tanto aberta em sua perna, que sangrava. Tomada pela raiva, Luisa continuou a socar a armadura de Vader incansavelmente, mas este então afastou a menina como se ela fosse um inseto insignificante, que não pudesse causar dano algum, além de aborrecer. Aquilo a deixou irada. Não era possível que nada fosse capaz de atingi-lo!

Aí está—disse Vader, encarando o rapaz no chão com ar superior. –Sua tortura apenas começou, Senhor do Tempo. –e se afastou, deixando os dois sozinhos.

—Doutor! –Luisa correu para tentar ampará-lo. –Calma... Deixe-me ver esse corte –a calça do amigo já era justa, agora então, grudara de vez na perna, por causa da quantidade de sangue que escorria da ferida aberta. Luisa teve dificuldades para lidar com a situação. Exasperada, começou a fazer carinho no rosto dele, torcendo para que assim conseguisse acalmá-lo um pouco.

—Ai... Isso dó muito... Muito mesmo—ele contorcia o rosto com freqüência. –Sabe, não gostei nem um pouco de ser cortado por um sabre de luz. Não é nada legal! Com certeza não recomendo. Experiência frustrante... –o comentário era para soar uma espécie de alívio cômico, mas a dor intensificou em cima da hora, e ele apertou os olhos, fazendo cara de choro.

—Shhhh... –ela encostou sua testa na testa dele. Os olhos marejados. –Fica calmo, tá bem? Vai passar daqui a pouquinho...

—Sinto muito, Luisa. Infelizmente é uma ferida bastante profunda... Posso sentir meu corpo reagir a ela...

A menina se empertigou. Seu lábio tremeu.

—Você acha que vai regenerar?  

—Se eu acho? –ele tentou sorrir. –Talvez. Bom, assim espero que aconteça... se eu tiver sorte.

—O que quer dizer com isso? –perguntou, aflita, acariciando o braço dele. -Você vai ficar bem. Eu sei que vai.

—Minha Luisa... –ele tocou o rosto dela.

A menina deitou a cabeça no peito dele, chorando. Então avistou de relance as orelhinhas do ursinho Bart, saindo pra fora de um bolso interno do casaco. Aquilo fez seu coração apertar ainda mais.

—Eu não posso te perder... Não vou suportar. –ela disse, com a voz embargada. –Não é possível que demoramos tanto tempo pra nos reencontrarmos, só pra tirarem você de mim! –ela fez beicinho.

—Na real, a gente não sabe porque essas coisas acontecem... Talvez fosse pra ser assim.

Luisa se ergueu, olhando indignada para o amigo.

Nunca mais repita isso!—cobriu o lábio com as costas da mão; não conseguia parar de chorar. O amigo puxou-a para junto de si e lhe deu um abraço. Ele podia estar com dor, mas não seria capaz de deixar sua amiga desamparada.

Então Luisa se afastou, com o semblante de quem tivera uma idéia.

—Eu podia reverter isso... Sou filha de Poseidon! É só eu pegar um pouco de água da chuva e curar você!

—Você acha que consegue fazer isso?

—Sim! Bom, eu nunca tentei na verdade, porque nunca explorei muito meus poderes de Semi-deusa, mas em uma conversa com minha mãe, descobri que é possível. Se eu tiver água e um pouquinho de concentração... –Luisa se levantou e correu até uma passagem que levava à sacada, onde estava chovendo. Chuva era água, e serviria bem para o que ela precisava. Mas na hora que pretendia estender as mãos para fora da cobertura do castelo e recolher um pouco, uma impossível barreira acendeu-se, impedindo-a de prosseguir, e revelando que a liberdade que os rodeava em forma de escadas, passagens e janelas, na verdade era só uma vã ilusão. 

—O que foi isso? –o Doutor perguntou, virando a cabeça na direção da amiga.

—Eu... Eu não sei! Parece um campo de força...

—Ah não... –o Doutor gemeu.

—Vamos ver o quanto é resistente aos cuidados de uma garota desesperada –Luisa começou a tentar socar a barreira. Tentou inúmeras vezes, na esperança de arrebentá-la uma hora.

—Não adianta Luisa. Se há uma barreira, então estamos presos aqui. É oficial. Eu admiro muito a sua tentativa de querer me ajudar, mas é melhor parar. Não é justo ficar machucando sua mão por minha causa...

—Não é justo VOCÊ perder uma perna por mim! –gritou ela, irritada. –Porque é isso que Darth Vader quer. Eu assumi ser a líder do nosso motim, com o plano de destruir a nave dele com música, e ele quer se vingar de mim. Está fazendo isso pra me punir...

—Darth Vader quer me matar, Luisa. Ele faria isso com ou sem você liderando um motim.

Ela socou a barreira com ainda mais força.

—Não vou deixar ele te destruir! O Universo não pode ficar sem você...

Nem sem você. –o Doutor rebateu. A menina mordeu o lábio, segurando o choro. Deu uma olhada nos punhos: as dobras dos dedos começavam a ficar raladas, quase prestes a sangrar. Socar a barreira, era como socar uma parece.

Luisa parou de tentar vencer a barreira. Baixou a cabeça e os ombros foram junto. Por um momento, ela ficou de costas, em silêncio, então respirou fundo, ergueu a cabeça e voltou para junto do amigo. Sentou-se ao seu lado e abraçou as próprias pernas, contrariada. Havia parado de descontar sua raiva na barreira, mas os punhos latejavam para lembrá-la constantemente de seu fracasso em salvar o amigo. Ela estava se sentindo muitíssimo mal, num nível de até respirar alterado. Quando enfim saiu de seu transe emburrado, deparou-se com o amigo olhando pra ela.

—O que foi? –ela perguntou, soando meio rude.

Ele pegou uma das mãos dela e analisou-a.

—Você fez um estrago e tanto aqui...

—É o preço que se paga por quem a gente ama. –ela recolheu a mão. Não soara tão rude quanto antes, mas ainda sim estava brava. O Doutor então sentiu uma fisgada na perna ferida e gemeu. Luisa imediatamente deixou a irritação de lado. Se posicionou perto da ferida e ergueu a mão alguns centímetros acima desta.

—O que está fazendo?

—Talvez eu consiga ajudar você mesmo assim, se me concentrar...

—Você disse que precisava de água para completar o processo. Não vai dar certo Luisa...

—Tenha um pouco de esperança!

—Eu sempre tenho esperança! Você sabe! Mas quando uma coisa não pode acontecer...

—Shhhh! –ela lascou um tapa no braço dele.

—AAAI! –ele esfregou o braço, indignado.

—Fica. Quietinho. Entendeu? Se não quiser levar outro tapa em um lugar menos digno.

—Eu entendi errado ou você acabou de ameaçar a minha... –Luisa fez cara feia. –Tá bem. Já entendi. Não está mais aqui o Doutor que falou...

Luisa suavisou a expressão, sorrindo de canto, então voltou a se concentrar. Passou alguns minutos em silêncio, então perguntou:

—Tá legal. Tá sentindo alguma coisa?

—Tipo o quê?

—Alguma melhora?

—Ah! Deixa eu ver... –fez cara de expectativa. –Hã... Não. Nadinha.

—E agora?

—Nop.

—Agora?

—Não.

—E dessa vez?

—Tem certeza que conhece o significado da negativa “não”?

Luisa suspirou, decepcionada.

—Eu não entendo... dei o melhor de mim!

—Não desanime. É que falta a água.

—Droga de água! Droga de Barreira! Droga de vilão! –ela praguejou, ao que uma sombra se aproximou por trás dela.

—LUISA CUIDADO! –gritou o Doutor, mas já era tarde. Darth Vader a havia apanhado e agora segurava-a presa contra sua armadura, com a boca tapada.

Pode até tentar ajudá-lo da maneira que for, mas será em vão.

—CLAA SAA BCAAA!! –a menina gritou, esperneando.

—Solta ela, Vader! Você tem contas a acertar comigo, não com ela. –disse o Doutor, irritado.

Na verdade, tenho contas a acertar com vocês dois. Então não adianta tentar privar sua amiguinha das conseqüências. Ela se meteu nos planos de quem não devia, e deve pagar. —e com isso, puxou o Senhor do Tempo pela gola do casaco e o obrigou a ficar de pé. Depois atirou Luisa nos braços dele, e ativou alguma coisa, através de um botão vermelho portátil, instalado em uma caixinha preta. Os dois amigos estremeceram diante das possibilidades. Então, subitamente, foram bombardeados por uma maré de confusão e estranheza, quando ao invés de explosões ou algo grandiosamente devastador do tipo, uma música começou a tocar, preenchendo todo o ambiente, e deixando-os profundamente consternados.

—O que é isso? –perguntou Luisa, enfim, quebrando o silêncio.

Ora, vocês sabem bem o que é.

Uma armadilha? —arriscou o Doutor, erguido apenas pela perna boa, usando Luisa como apoio.

Puxa, que descortês... Revelar meu plano antes que eu tivesse chance de comunicar a novidade —disse Vader, como se estivesse ofendido. –Mas não importa muito agora... Parabéns Doutor, você acertou. É uma armadilha sim. Mas aposto que não sabe como funciona.

—Se eu chutar e acertar, vai nos deixar ir embora? –sondou, fazendo uma cara esperançosa.

Infelizmente para vocês, não. Isso não poderá ser negociado. –o Doutor fez uma cara feia. Luisa revirou os olhos.

—Por que vilões tem que ser tão irritantemente sarcásticos!?—resmungou baixinho. Vader prosseguiu com seu discurso explicativo sobre a tal armadilha em que os dois estavam metidos, e aparentemente, não havia jeito de escapar...

Escutem com bastante atenção, pois só irei dizer uma vez —e deu um passo à frente, intimidando-os. –Matar o Doutor e tomar o universo sempre fora o plano desde o principio. Vocês verão: As coisas ainda irão se concretizar como planejado; O que aconteceu foi apenas um pequeno adiamento... E com isso, surgiu uma situação que eu não estava esperando: o desejo de Vingança. Á bordo da Estrela da Morte, eu tinha um cronograma. Este continua intacto, porém, houve um acréscimo inusitado: uma vingança preparada cuidadosamente para vocês dois.—e caminhou, respirando ruidosamente, e com as luvas negras entrelaçadas. –Na verdade, a essência é bem simples, como poderão ver: Anteriormente, vocês destruíram minha nave com o poder da música. Então destruirei vocês dois usando os mesmos artifícios.

E disparou sua arma inesperadamente contra a perna já machucada do Doutor –desta vez, não só piorando a ferida, como também fazendo-a queimar como fogo.

O rapaz gritou horrores nos braços da amiga, e até ela ao menos começar a acalmá-lo, Vader já havia terminado de montar sua “ratoeira”.

Bem, essa foi a parte teórica do plano. A parte prática vem agora.—e apagou uma luz, para desaparecer do ambiente. Após uns cinco segundos de breu completo, uma luz diferente se acendeu sob onde a dupla estava, forte e ofuscante como um holofote. Luisa e o amigo piscaram alguns instantes, se acostumando a luminosidade incômoda. Então Darth Vader disse, já em outro ambiente: -Vocês irão dançar juntos a mesma música até o fim de suas vidas. Não poderão nunca parar para descansar, porque se o fizerem, o meu detector apitará e irá lançar um raio automático que explodirá não somente vocês dois, como também todo esse castelo, e quem mais estiver nele. —houve um segundo dado de lambuja para eles poderem estremecer. -A decisão é de vocês: Dancem, e ganhem tempo. Parem... E deixem de viver.

Vader alterou o volume do rádio, e a música *Dançando –Pitty, começou a tocar mais alto, para embalar lhes uma dança. Se Darth Vader não fosse inimigo dos dois, eles podiam jurar que ele armara um encontro para eles, mas dadas as circunstancias, estava longe de parecer com algo assim.

Logo a principio, Luisa encarou o amigo, petrificada; Sentiu o desespero tomando conta... Ela poderia agüentar dançar por algumas horas, mas e quanto ele? O Doutor estava com a perna ardendo como se em brasa. Como eles poderiam chegar tão longe?

Mas para a sua surpresa, foi o próprio Doutor que a tirou de seu transe amedrontado e a fez começar a se mexer. Talvez o corpo dele finalmente estivesse reagindo...

—Vamos Luisa... Se quisermos viver, temos que jogar o joguinho dele. –disse, passando uma das mãos em volta da cintura dela, e estendendo a outra, simultaneamente, para ela segurar –tomando assim, a posição de um casal dançarino de valsa.

—Mas... você está bem mesmo para fazermos isso?

—Se não fizermos, é aí que eu estarei pior. Nós dois estaremos.

Ainda preocupada, ela encostou a cabeça no peito dele, e se moveu devagar, conforme o rapaz a conduzia.

—Ainda bem que somos livres pra ao menos escolher o jeito que iremos dançar... Eu não sei se agüentaria fazer outra coisa além de valsar. –comentou o Doutor.

—Acho que não precisa se preocupar muito com isso. Vader disse que dançaríamos a mesma música “eternamente”, o que significa que a faixa não se tornará agitada de repente. O ritmo irá se manter, e aposto que a gente também consegue ir levando numa boa, por algum tempo...

Contudo, foi só ela dizer isso, que o rapaz sentiu uma nova fisgada na ferida aberta, e com isso, quase caiu de joelhos. O detector de Vader estava na mira, só esperando a hora certa de dedurá-los para o vilão malvado... Desesperada, a garota teve que segurar o amigo com todas as suas forças; A pose da valsa se perdera, mas pelo menos eles ainda continuavam de pé.

—Essa foi por pouco –sussurrou Luisa, servindo agora mais de apoio principal do que qualquer outra coisa.

—Eu sinto muito... Tem momentos que parece acalmar a dor, então ela volta com força total...

—Foi o que Vader disse que iria acontecer. Lembra? “sua tortura só está começando”.

—Eu preferia esquecer –o Doutor bufou, suando frio. Luisa aproveitou que estavam perto o suficiente e beijou sua testa.

—Vai dar tudo certo. Apenas se concentre em continuar vivo, e um pouquinho também no compasso da música, pra não fazer feio...

—Só você pra me encorajar nessas horas... –ele disse, semicerrando os dentes ao tentar trocar de posição.

—Lembre-se: o Bart está no seu bolso. Ele te dará sorte.

—E você está na minha frente. –sorriu largo. –Eu não tinha como morrer mais feliz...

—Para de dizer essas coisas! –ela fechou a cara, magoada, enquanto dançavam. O Doutor percebeu que fizera besteira.

—Desculpe. –disse, então respirou fundo, pensando num assunto melhor para abordar e quem sabe se distrair um pouco. Prestou atenção na melodia que os embalava:

“O mundo acaba hoje e eu estarei dançando

O mundo acaba hoje e eu estarei dançando

O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você”

—Curioso –ele sorriu, entretido. –Acho que não existe canção mais literal para esse momento, do que a que está tocando agora.

—Pitty. Com certeza um ícone que não sairá tão cedo da minha cabeça... –concordou Luisa. –Nunca mais ouvirei essa música da mesma forma. Cruzes!

—Legal. Pelo menos estamos nos ocupando em pensar no que faremos depois de sair dessa. É realmente bom voltar a pensar positivo.

—Eu disse à você –ela sorriu torto. Então ficou séria. –Olha... Eu preciso te contar uma coisa... Lembra do meu amigo Ned Bigby?

—O garoto que tinha o pai policial, que me prendeu na cadeira por uma noite, mas depois nos ajudou a escapar de lá?

—Esse mesmo!

—Desculpe, não me recordo. –brincou o Doutor. –Tá legal... É brincadeira. O que você ia me dizer?

—É que a gente se encontrou aqui em Hogwarts.

—É sério?

—É! Ele e uns amigos meus vieram nos ajudar a combater os seguidores de Voldemort, que é o terrível bruxo das trevas...

—Foi ele que iniciou toda essa guerra declarada?

—Exatamente. –assentiu a menina. –Enfim, Ned e eu nos encontramos antes de eu encontrar você... –ela ficou um instante em silêncio, então abriu um sorriso largo e contou ao melhor amigo: -Finalmente, depois de tanto tempo, agora é oficial: Estamos namorando!

—Oh! Que belez... aaaah!—mais a ênfase alegre dele se distorceu num gemido agonizante. Pela primeira vez, suas pernas fraquejaram tanto que ele quase perdeu todas as forças. Luisa agiu rápido, passando um dos braços do Doutor ao redor de seu pescoço, na tentativa de equilibrá-lo melhor. Uma lágrima sentida escorreu do rosto da menina, ao constatar que o amigo estava ficando cada vez mais debilitado. –Sinto muito garota... Eu estou começando a dar pra trás. –tentou soar engraçado. 

Luisa se esforçou para sorrir, mas era difícil.

—Vamos... Você tem que agüentar! –ela o encorajava, com a voz marejada. -Vem... Se apoie em mim. –o Doutor resistiu bem por mais algumas vezes consecutivas, em que a cena se repetiu, mas a cada minuto a dor de sua perna se torna cada vez mais insuportável, até que ele chegou ao ponto de começar a chorar de agonia. Luisa sentiu um tremor interno quando o amigo oficialmente começou a perder as forças. -Não, Doutor... Agüente firme! Você precisa agüentar... Nós nos reencontramos, se lembra? Você me achou, no fim das contas... E eu estou bem aqui, com você. –arfou ela. O Doutor lhe lançou um sorriso afetado. –Por favor... Agüente firme... Sua vida depende disso...

Ele sorriu uma última vez para ela, então apagou, soltando oficialmente todo seu peso sob a garota, que não resistiu e acabou desabando junto dele no chão.

Tudo aconteceu muito rápido. Eles desabaram, um alarme disparou, a chave sônica do Doutor rolou para fora do bolso do casaco. Luisa, num impulso desesperado por salvar Hogwarts e a eles mesmos de uma morte certa e dolorosa, apanhou o dispositivo sônico e ativou-o na primeira freqüência que encontrou. Este, milagrosamente, fez com que o detector não liberasse o raio explosivo, que os detonaria.

Se parasse por aí, Luisa já teria ficado feliz á beça –quem dera então se ela soubesse do restante do desfecho...

Acontece que, como o sônico interrompeu o detector, desativando-o em cima da hora, a energia explosiva refez o caminho de volta à sua fonte de origem... que acabou por explodir Darth Vader, em sua nave reserva, no meio do espaço.  


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Notas finais do capítulo

Ai gente... Essa cena deles dançando juntos, somatizado à música da Pitty... AI MEU CORAÇÃO! -modesta a parte... essa foi fogo.
Caramba... Acabamos em clima de tensão hoje (ai Jesus. Não quero nem olhar!!)

Yep, esse foi o fim de Darth Vader (pois é... ter um confronto entre Voldemort e Vader era uma boa, mas acabou não rolando dessa vez -mas, como bem sabemos, sempre há uma possibilidade dessa rinha acontecer algum dia, no quinto dos infernos kkk).

O Dumbledore, por outro lado, tá vivíssimo! -como já devem ter percebido, mesmo nessa altura do campeonato kkk Muitas mudanças positivas, trouxe a fic da Lulu... ;)

Mas ainda sim, sobra o confronto com Lord Voldemort e seus seguidores, que ameaça a paz do mundo todo e até mesmo além; Será que a galera consegue vencer essa guerra? E o Doutor? Será que ele escapa dessa?

Fiquem por aqui, que logo mais sai um novo capítulo decisivo!





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