A casa estava decorada. Coloquei ali todos os meus brinquedos, apesar de saber que não usaria tudo. Em minhas mãos, porém, havia apenas duas coisas: Usano Mimi, que jamais ficava longe, e minha favorita, uma linda machadinha, enfeitada com um laço vermelho. Quando o amarrei ali, era branco.

Comecei por ela. Sem responder às perguntas desesperadas da mulher, sorrindo, arranquei um polegar inteiro. Ela gritou. Era hora de cantar.

“Lalala lala, lalalalala~”

A música não tinha palavras a princípio, era uma sequência infinita de ‘la’s’. As perguntas e os gritos alternavam-se enquanto escolhia o que cortar. Outro dedo. Orelha. Mamilo. Quis perguntar como Tom achá-la-ia bonita com tantas partes faltando, mas não podia parar de cantar enquanto ela gritasse.

Meu segundo brinquedo foi a Pata de Gato. Desenhei formas sangrentas em sua pele após as roupas despedaçarem-se sob as garras. Descobri um jeito de respondê-la então: coloquei as respostas na letra. Ela parou de perguntar, somente gritava.

Eu sabia que ela não aguentaria tanto, então peguei o Santo Graal, o brinquedo que separei para ele. O filho que ela usaria pra prender meu Tom. Quando viu o que eu tinha nas mãos, Candace começou a implorar.

Continuei cantando.

“Lalala lala, lalalalala~”