AGATHA 36

Sai as pressas da casa do Seth e com uma pulguinha atrás da orelha, era para a Leah ainda estar fazendo ronda naquele horário, e principalmente não era para ela me encontrar saindo de sua casa. Se aquela loba dá com a língua nos dentes e contar para o meu pai tanto o Seth quanto ela ficaram sem a cabeça, pois eu não me importo em ser responsável por um assassinato se for ela, alias o mundo me agradeceria.

Felizmente na minha casa reinava o silencio. Entrei no meu quarto me limitando a fazer apenas o som dos meus passos, controlei meu coração e minha respiração eu prendi, não poderia ser pega no ato. Pela manhã tomei café com os meus pais e fui à oficina com meu pai, não vou deixar de ajudá-lo, sei que o Embry faz falta.

-Oi meu amor. – Seth já estava na porta da oficina, e ainda era cedo. Dei um selinho nele. – Oi Jake. – Ele apenas acenou para o meu pai que abria a porta de aço da frente da oficina.

-Caiu da cama hoje Seth? – Meu pai perguntou sem olhar em nossa direção.

-Não consegui dormir direito, então resolvi vir mais cedo. – Olhei seria para ele como  se dissesse a ele que eu queria explicações. – Sabe fiquei a noite inteira pensando em você. – Mais uma vez ele me abraçou, me apertando em seus braços e me beijou com a mesma intensidade da noite passada.

-Eu também passei a noite inteira pensando em você meu amor. – Olhei maliciosamente para o meu lobinho. – Mas eu não fiquei com cara de zumbi. – Fiquei rindo um pouco da careta que ele fez.

-Ela tem razão Seth, parece até foi atropelado por um caminhão cara. – Meu disse rindo junto comigo e entrando na oficina.

-Isso, eu passo todo o meu tempo pensando na senhorita e o que eu recebo em troca? Risadas sem graça, piadas de mau gosto e assim por diante. – Seth disse se fingindo de ofendido. Dei um beijinho na porta do nariz dele fazendo com que ele sorrisse em respostas.

-Bobinho, estou brincando, você sabe que eu te amo. – Falei me aninhando em seus braços com a cabeça apoiada no seu peitoral.

-Também te amo linda. – Falou depositando um beijo na minha cabeça.

-Gente o papo está bom, mas aqui dentro está cheio de trabalho, depois vocês namoram, afinal a Agatha não veio aqui para te distrair Seth. – Meu pai disse muito bem humorado. Eu também estava bem humorada, estava até ver a minha doce cunhada se aproximando da oficina.

-Bom dia Agatha, Seth... – Ela olhou em volta e então falou mais alto. – Jake bom dia. Agatha podemos conversar um minuto? – Fiz que sim com a cabeça e segui ela até a floresta.

-O que posso fazer por você? – Direta eu...

-Nada, só vim dizer que não precisa se preocupar, se depender de mim o Jake não vai ficar sabendo de suas visitinhas na minha casa. – Por essa eu não esperava, será que ela queria algo em troca?

-E por que não? – Perguntei meio receosa.

-Não vou atrapalhar vocês novamente. Só isso, percebi ontem que você ficou meio estranha depois que nos vimos, então vim te dizer que não se preocupe. – Ela não era de muitas palavras, não sei o que me comoveu se foi o fato dela não falar nada ou de se preocupar em vir me tranqüilizar.

-Leah... – Chamei meio alto, ela já se distanciava rapidamente voltou até onde eu estava. – Sabe a mamãe está começando a dar rapinha de frutas ao And, antes da hora do almoço, se quiser passar por lá você vai se divertir com as trakinagens dele. – Falei me virando e voltando à oficina, escutei ela murmurar um muito obrigado e sair correndo novamente.

A manhã passou que nem percebi só me conta quando estávamos indo almoçar na minha casa. Minha mãe estava alimentando o meu irmão quando entramos na cozinha, Leah estava toda fruta amassada, era hilário vê-la assim.

-Leah, quem comeu papinha de fruta, você ou o Andrew? – Meu pai perguntou sem conter o riso.

-Na verdade nenhum dos dois. – Minha mãe respondeu rindo junto. Leah me dirigiu um sorriso de agradecimento, com certeza essa festa toda de papinha tinha valido a pena. No meio de tantas risadas minha tia Alice invadiu a nossa casa com uma carinha de dar medo.

-Agatha Black, você não me escapa mocinha. – Opss... o que será que eu fiz agora? – Sábado é o seu aniversário e teremos uma festa. – Disse toda autoritária, peraí...aniversário???

-Não tia, melhor não eu tenho trauma de festa de aniversario. – Falei erguendo as mãos para me defender.

-Não quero saber, não vim pedir a sua opinião, apenas vim te comunicar e te entregar o convite. – Ela disse sorrindo e saltitando em minha direção.

-Desde quando a aniversariante precisa de convite? – Minha mãe perguntou pegando o convite de minhas mãos.

-Desde que ela não quer festa mas sua adorada tia decidiu fazer mesmo assim. – Olhei incrédula para o pingo de gente na minha frente que saltitava sem parar.

-Adorada tia?- Perguntei arqueando uma sobrancelha.

-Não adiante querer magoar meus sentimentos, eu sei que você me ama. – Ela disse entregando convites para o Seth e para a Leah. – Tchau gente, até depois. – Então saiu da minha casa sem mais nem menos, vai entender essa minha tia.

-Ainda acho que vampiro pode enlouquecer. – Meu pai disse se sentando à mesa e nos convidando a fazer o mesmo.

Almoçamos num clima super leve, tio Jazz que iria adorar estar na minha casa. A tarde novamente me dediquei ao trabalho na oficina. Se eu já era boa no que eu fazia fique mil vezes melhor.

 Depois que meus pais dormiram novamente eu fui visitar meu lobinho, dessa vez o encontrei desfrutando do justo sono, depositei apenas um beijinho singelo nos lábios do meu amado e retornei à minha casa. O resto da minha semana se passou quase que da mesma forma. Durante o dia eu trabalhava com meu pai e o Seth na oficina, à noite eu dava uma passada na casa do Seth, quando ele estava acordado nós aproveitávamos um pouco da noite, quando ele não agüenta e eu o encontrava dormindo apenas dava um beijo de boa noite e voltava para o aconchego do meu lar.

Hoje é sábado o dia da ‘minha’ festa, como sempre a minha ‘adorada’ tia não nos deixou escolha quanto à roupa ou acessório. Agora estou eu aqui na minha banheira, imersa em sais de banho para relaxar, não sei se isso resolve alguma coisa, mas me faz sentir bem, prestes a me arrumar para a festa. Para mim foi escolhido um vestido tomara que caia, ou como disse meu pai tomara que não caia, num tom de roxo degradê que começa no busto com um tom quase preto e termina no branco, colado no tronco e rodado na saia. Mesmo não tendo nenhuma chance em opinar na minha roupa acredito que eu não teria feito uma escolha melhor.

Uma hora mais tarde eu já estava pronta, apenas esperando meus pais terminarem de se arrumar e meu excelentíssimo namorado vir me buscar. Isso mesmo eu iria chegar na festa acompanhada pelo meu lobinho. Exatamente as oito horas da noite Seth chegou para me buscar, mais lindo do que nunca, vestia um jeans claro com uma camisa preta com listras finas prateadas.

-Vamos minha linda? – Perguntou beijando a minha mão.

-Direto para a festa Seth. – Meu pai alertou antes que entrássemos no carro, alias que carro era aquele?

-Esse carro eu não conhecia. – Falei sem esconder a minha curiosidade, era um land rover azul escuro com detalhes cromados.

-Comprei ontem, quando fui a seatle buscar as peças. Não te disse por que queria te fazer surpresa.

-É lindo meu amor, você tem bom gosto. – Falei tocando de leve a sua mão.

-Na verdade você tem bom gosto, escolhi ele por que você disse que gostava de carros assim no dia que veio um para a revisão lá na oficina. – Seth nunca deixaria nada passar despercebido em relação a mim... Apenas sorri com a declaração escondida naquelas palavras.

Fomos direto para a festa, o que era para ser uma simples comemoração nas mãos da minha tia se transformou em uma incrível festa, mas quem disse que eu ligava. Apesar da minha reação exagerada eu estava feliz com esse aniversario, afinal meu pai poderia me ver aos beijos com o Seth que ele não iria dizer nada.

A festa estava a todo vapor, nossos amigos e familiares sempre presentes e me enchendo de mimos. Cantamos parabéns, ou melhor eles cantaram parabéns para mim, cortei o bolo e dei o primeiro pedaço ao meu irmão, quer dizer eu melequei a carinha dele com o glacê o bolo.  A noite estava iluminada pela lua, eu estava tão feliz que não cabia me mim, pensar que a um ano atrás eu quase morri de medo de ficar longe do meu amor e agora estamos juntos e definitivamente.

-Esta fugindo de mim amor? – Seth chegou me abraçando por trás e colocando o rosto no meu ombro.

-Não fugindo, estou apenas pensando um pouco. – Respondi me virando e ficando com meu corpo colado ao seu. – A um ano atrás minha de uma guinada sem precedentes. E agora estou aqui com você ao meu lado. Seth não disse nada, nem precisava, ele apensa me beijou assim como a primeira vez, despejando em mim seu amor, sua paixão e principalmente seu desejo.

-Eu te amo. – Ele disse assim que terminamos o beijou. – E ainda não te dei o meu presente.

-Errado, você me deu a alegria de viver. – Respondi com meus lábios quase colados nos dele.

-Isso então foi uma troca. – Ele disse me pegando pela mão e me puxando para algum outro lugar. Andamos um pouco e logo ele me fez parar diante de um carro conversível prata. – Feliz aniversario minha vida. – Eu fiquei sem ação, o Seth estava me dando um carro de presente de aniversario. – Bom sei que seu carro ficou em Seatle, então falei com o Jake e ele concordou.

-Não acredito, Seth, esse carro deve ter custado uma fortuna.

-Não se preocupe, já faz um tempo que a Alice cuida das minhas finanças, está tudo sob controle. – Ele disse sorrindo e me entregando a chave do veiculo que tinha um lindo laço de fita vermelha na ponta. – Vamos estreá-lo? – Perguntou maliciosamente.

-Vamos. – Respondi pegando a chave de sua mão e me direcionando ao carro. Apenas demos uma volta com o carro, nada além disso.

-Gostou do seu presente? – Meu pai perguntou quando eu desci do carro em frente à minha casa. – Nem precisa responder só esse sorriso já é o suficiente. – Ele disse brincando.

-A idéia foi sua? – Perguntei ao meu pai que sorria.

-Não, mas admito que foi uma ótima idéia do Seth. Talvez se ele não te desse teríamos dado. No entanto temos uma outra coisa Ag. – Meu pai disse entrando em nossa casa. Minha mãe estava na sala nos esperando, meu irmão dormindo aconchegado em sua manta.

-Filha temos algo para você. – Minha mãe estava com uma caixinha nas mãos. Peguei a caixinha das mãos dela e delicadamente a abri, havia um par de brincos com a mesma pedra do meu colar, eram agathas cor de rosa.

-São lindos. – Falei emocionada.

-Bom você já tinha o colar e pulseira, pensamos que os brincos fariam um conjunto perfeito. – Minha mãe disse me abraçando.

Depois disso as palavras forem dispensáveis, logo meus pais se retiraram, precisavam descansar, estava muito tarde, assim como meu amor também teria que descansar, e foi por esse único motivo que esta noite eu não fui visita-lo.