Logo chegamos no chalé, Jack não queria entrar, então se despediu com um beijinho no meu rosto e um “eu te amo” ao pé do ouvido e se afastou rumo à floresta com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida. Entrei em casa toda sorridente, ansiosa para conversar com minha mãe sobre o ocorrido. Mas logo que Jack se distanciou minha mãe vou a minha direção:

-Nesse você está bem? Não está mais tonta nem nada. – ela simplesmente me pegou no colo e voou até a minha cama me deitando com cuidado – Calma minha querida já telefonamos para o Carlise e ele está a caminho. – Jack com certeza relatou o ocorrido ao meu pai.

-Não fez mais que a obrigação dele – meu pai já estava na porta do quarto, parecia um pouco angustiado,um pouco nervoso, mas se segurava bem.

-Pai, mãe, eu estou bem, acho que entrei em choque quando o Jack me contou sobre o impriniting – Eles me olharam assustado, então toquei de leve o rosto da minha mãe, que ainda estava parada ao meu lado da cama, meu pai podia ler meus pensamentos de longe, então mostrei o ocorrido na minha perspectiva aos dois, mas mesmo assim eles preferiram esperar para tirar suas conclusões depois que o vovô me examinasse. Não demorou nem cinco minutos e o vovô já estava pronto para fazer os exames. Mais cinco minutos ele já sabia o que eu tinha.

-Podem ficar tranqüilos – Meu vô disse mais para minha mãe do que para o meu pai, que é claro já sabia o que estava na cabeça dele – Foi uma pequena oscilação na pressão dela, bem provável por causa da noticia inesperada que o Jacob deu a ela. Nada demais, e pelo que você me contou passou logo. O resto está tudo como deveria ser, e a propósito Nesse, acho que deveríamos fazer alguns exames no meu laboratório, agora que você teve a sua primeira menstruação, não sabemos como o seu lado vampiro irá responder a esse ocorrido.

-Quando você quiser vovô. –respondi sem o mínimo constrangimento,  é claro que eu não tinha vergonha, é a minha família, e não tínhamos segredos.

-No fim de semana, você estará mais livre, agora que tem aulas diariamente. – ele precisava me lembrar disso.

-Nesse será que podemos conversar? – minha mãe me perguntou enquanto meu pai acompanhava meu avô até a porta, afinal ele tinha que voltar para o hospital já que ele saiu no meio do plantão só para me examinar.

-Claro que podemos.

-Seu pai me falou um pouco do que o Jack estava pensando, fico feliz que tenha tomado a atitude certa em relação a isso. – minha mãe era discreta em relação aos acontecimentos e se ela estava tocando no assunto era por causa da importância disso para a minha vida. Antes que pudéssemos continuar meu pai apareceu na porta.

-Será que posso participar da conversa – dessa eu tive que rir, pois além de ter uma incrível audição ele ainda podia ler os meus pensamentos, não tinha como não participar da conversa – Mas se for uma conversa entre mulheres eu posso dar privacidade...

-Pai, não há segredos entre nós.

-Então com licença – ele disse se sentando do outro lado da minha cama, me deixando no meio deles.

- Bom não sei o que o Jack disse a você, mas foi muito interessante a nossa conversa – nesse ponto me lembrei de beija-lo intensamente.

-Filha poderia deixa de lado os detalhes. – Meu pai reclamou entredentes, provavelmente se segurando.

-Desculpe pai, mas achei que não precisava esconder nada de vocês – E ponto pra mim.

-E não precisa meu anjo, me desculpe mas ver você assim tão pequena beijando aquele...aquele lobo.

-Vocês poderiam me contar o que está acontecendo?

-Mãe, e pai... – Olhei para ele de forma doce, eu o amava, mas as vezes ele não tinha muito controle da situação e isso o incomodava, eu sabia. -  Eu queria pedir desculpas para o Jack pela forma que agi quando atendi o telefone dele, e eu acabei dizendo um monte de coisas sem pensar por causa do nervosismo, na verdade eu estava seguindo o que o meu coração mandava, como você me falou, então percebi o valor do que eu dizia, e percebi também o amor que eu sentia por ele. Então ele veio com lendas e historias eu já estava nervosa e sem paciência então pedi para ele parar de enrolar e me falar de uma vez foi ai que ele disse que teve um impriniting por mim no dia que eu nasci, neste momento eu perdi a consciência, então acordei com ele correndo para cá comigo no colo, eu não queria deixar o assunto para mais tarde então pedi para ele parar e voltamos a conversar, decididamente eu o amo e ele me ama, nos beijamos e eu percebi que não estava pronta para isso , ainda, por isso pedi que ele tivesse calma comigo, que ainda tinha muita coisa para eu entender sobre mim mesma. Ele concordou e disse que sempre vai estar ao meu lado, e que se for preciso ele irá esperar por 100 anos até que eu esteja pronta – preferi falar do que mostra, levou menos tempo, e eu pude editar.

-Dessa parte dos 100 anos eu gostei – definitivamente esse era o meu pai.

-Edward! – Minha mãe o repreendeu. – Deixe eles mais a vontade, não é por que você me esperou  por 100 anos que eles também terão que esperar.

-Eu sei mas a idéia dos 100 anos me chama mais a atenção.

-Não se preocupe antes da hora pai, decidimos que tudo vai acontecer na hora certa.

-A questão é que não vejo muita coerência na minha pequena junto com aquele lobo imenso. – Meu pai estava perdido de ciúmes – E com razão você é e sempre será a minha pequena.

-Tenho que concordar que é meio incoerente mesmo, como se um vampiro se apaixona por uma humana fosse coerente. – dei o meu melhor olhar de cínica para o meu pai.

-Bom de um amor incoerente nasceu outro quase tão incoerente quanto o primeiro: um lobisomem se apaixona por uma meia vampira e vice e versa.

-Realmente não existe muita coerência no amor, se fosse coerente não seria verdadeiro – Meu pai é o máximo, anda mais quando fala essas coisas lindas olhando fundo nos olhos da minha mãe. – Bom então o que parece é não terei muito a me preocupar em relação a esse amor, pelo menos por enquanto não é mocinha?

-Pelo menos até eu estar preparada para me entregar a essa paixão, acabei de descobrir o amor, até meu corpo e minha mente diluir isso pode demorar um pouco, mas o mais importante é que o Jack estará ao meu lado quando isso acontecer. – Admiti, meio tímida, mas com firmeza nas palavras.

-É a isso que me refiro, tanta proximidade...-meu pai trincou os dentes se segurando.

-Ed!...não se preocupe filha o ciúme do seu pai não irá afetar sua relação com o Jack, eu não vou deixar.

-Eu não me preocupo com isso mãe, eu sinto que eu e o Jack nascemos um para o outro e nada nem ninguém poderá se colocar entre nós, e eu sei que por mais que meu pai tenha ciúmes de mim, ele jamais irá fazer algo que me magoará. E eu te amo pai. – eu disse ao meu pai olhando nos olhos, ele sempre se perdia nos meus olhos pois eram iguais aos da minha mãe antes de se tornar vampira, olhos cor de chocolate.

-Você é igualzinha a sua mãe... – Meu pai não criticava, mas elogiava, eu sabia que era decidida no que fazia e sabia como conseguir o que queria, mas nesse momento ele afirmava que no quesito de proteger o Jack e tentar ser feliz unindo espécies tão diferentes não tinha como ser mais parecida com a atitude da minha mãe.

- Não é não... – minha mãe já se levantava da cama indo em direção a porta, fazendo um breve sinal ao meu pai para que acompanhasse ela – Se eu me lembro bem Sr. Cullen quem tinha o maior cuidado com a proximidade, e fazia o máximo para adiar os nossos momentos era você. – Ela terminou de falar já distante do meu quarto. Agradeci a Deus por me dar pais tão amorosos e compreensivos, e mais ainda por colocar o Jack no meu caminho... Não existiria Renesmee Cullen sem o Jacob Black...

Escutei o rosnado do meu pai, por mais que ele custasse a aceitar o que eu sentia pelo Jack, por mais difícil que fosse pra mim, e eu sabia que seria muito difícil, eu encontraria as respostas que faltavam, eu juntarias as peças dos meus sentimentos, e tão logo eu conseguisse nada mais me impediria de viver intensamente o amor que eu tinha por aquele lobo...Com esse pensamento finalmente, depois de dias pude dormir em paz, em paz e feliz....