Uma semana após a conversa já estávamos todos prontos para a mudança. Tio Jazz e a tia Alice foram na frente pois iriam passar pegar alguns documentos que precisaríamos para a nova vida. Espero que o Sr. J esteja cem por cento saudável, não quero nem imaginar a reação dele quando ver o meu tio novamente...

Nos dividimos em três carros, meus pais, eu e o Jake no carro do meu pai, meus avós e o Seth no do Carlise, e a tia Rose e o Tio Emm no Jipe. O caminho seria longo, mas não nos importamos em ir de carro. Tudo certo, para pegar a estrada meu pai resolveu chamar o Jake para um conversa em particular, a qual eu fiquei extremamente curiosa, mas não disse nada, apesar de ter certeza que meu pai sabia bem disso.

-Então vamos meninos. - Minha mãe nos me chamou já com a porta do carro aberta.

Entramos no carro, mas antes de sairmos da propriedade eu pensei ''como vou sentir saudades desse lugar'', eu ainda olhava para trás quando meu pai respondeu aos meus pensamentos.

-Nós também querida, mas você poderá vir aqui sempre que sentir saudades tá bom meu anjo? - É claro meu pai, obrigada.

Assim seguimos rumo a nossa nova vida, uma cidade nova, novos desafios, mas de uma coisa eu tenho certeza: será muito mais fácil para todos, afinal somos todos jovens, adotados pelo meu avô. Eu, meu pai, tia Alice e tio Emm irmãos de sangue, tio Jazz e tia Rose gêmeos, mamãe, Jake e o Seth são primos e vieram morar conosco por causa das oportunidades de estudo. Vovó Esme continuará cuidando de todos, e é claro que o vovô Carlise já está com uma vaga garantida no hospital da cidade. Tudo meticulosamente pensado para não terem dúvidas a nosso respeito.

Devido a distância levaremos mais de 40 horas dentro do carro, não era tão ruim assim, mas pensando bem 40 horas dentro de um carro com um pai que pode ver claramente o que passa em nosso pensamentos, ainda mais quando se está no banco de trás do carro junto com o seu namora..quer dizer noivo, não será tão fácil quanto parecia ao primeiro momento.

Já estávamos perto da divisa com o Canadá, quando eu percebi a aparência preocupada e até um pouco angustiada do meu pai pelo espelho retrovisor.

-O que foi pai? - Aquela não era a verdadeira face do meu pai.

-Nada querida. - Pai não tente me enganar, o que está se passando nessa sua cabecinha de vampiro?

- O que foi querido? Sabe que não precisa esconder nada de nós. -Bom isso já era jogo sujo da minha mãe, mas ela sabia como lidar com esse vampiro que eu chamo de pai.

-Fiquei pensando em como o Seth está determinado a ser feliz novamente. - Eu não entendi, como isso pode fazer o meu pai ficar assim? - É que quando pensei que a sua mãe havia morrido eu não quis escutar ninguém, o meu único objetivo era dar fim a minha própria vida. Eu não tinha forças nem para respirar. E agora eu vejo o Seth, que apesar de ter presenciado a morte do seu impriniting esta cem por cento seguro que deve recomeçar e tentar ser feliz.

-Não se lamente pela sua atitude Edward. - Parecia que o Jake estava consolando o meu pai. - O sentimento de impriniting é diferente do amor apaixonado. Quando se tem um impriniting você não penas mais em si mesmo, a única coisa que importa é a felicidade do outro. Quando o Sr. Coldy disse ao Seth que a melhor homenagem que ele poderia fazer a Cris era viver como ela gostaria que ele vivesse: feliz e realizado os objetivos dele mudaram. É como se ele estando sofrendo a fizesse sofrer, o que o deixaria triste.

-Tem como ser mais explicito Jake? - Ele enrolava e enrolava e eu não estava entendo nada.

-Nessie, quando a gente tem o impriniting o único objetivo de vida é fazer o outro feliz, independente da nossa própria felicidade. Ou seja eu só serei feliz se você for feliz, independente se estivermos juntos ou não. Assim...se por acaso você resolver que será mais feliz sem mim, eu estarei feliz por saber que você está feliz.

-Se for para a minha felicidade você sacrificaria a sua felicidade? - Então nada mais importa no mundo para o Jake a não ser eu? Isso sim é amor.

-É...assim que o Seth ouviu do próprio pai da Cris que ela estaria muito triste com o sofrimento dele, ele teve que mudar de atitude. Como se a vida dele dependesse disso. Ele só conseguirá ficar em paz consigo mesmo quando estiver fazendo o que deixaria a Cris feliz, independente de onde ela está.

-Exatamente, eu não tive forças para agir assim, mesmo sabendo que se fosse ao contrário não gostaria que a Bella se entregasse. - Agora sim...pude entender o sentimento dos meus pais, mesmo dirigindo meu pai não parava de olhar para a minha mãe. O sentimento que envolviam eles era mais que mágico, não precisei ter o dom do tio Jazz para sentir o clima maravilhoso que estava no carro naquele momento.

-Pai...você vôo para a Itália no mesmo momento que desconfiou da morte da mamãe, nem esperou para averiguar direito o que havia acontecido. Se não fosse o amor que ela sentia por você ela não teria atravessa o oceano atrás de você. Ninguém permitiu que o Seth fizesse alguma coisa contra si mesmo, ele teve um mês inteiro para pensar, e depois parou por um momento para escutar o que o Sr. Coldy disse.

-Sinceramente amor, você agiu por impulso e o Seth parou para pensar, não fique assim, afinal eu ainda estou aqui com você. - Que lindo....Minha mãe realmente ama meu pai, e nada nesse mundo será capaz de separá-los.

-Mesmo assim, sinto que fui fraco. Mas não sei se mesmo parando para pensar eu fosse fazer diferente. Não tem sentido o mundo sem a razão de minha existência. - Eles então deram o beijo mais lindo que eu já vi. O Jake aproveitou a deixa e me beijou também, pena que nós tínhamos a necessidade de respirar, eles não. Mas o que realmente separou o nosso beijo foi o rosnado do meu pai.

Bom o resto do caminho foi mais tranqüilo. Sem rosnados do meu pai, mas infelizmente sem beijos do meu noivo. Fazer o que nem tudo é perfeito. Chegamos na nossa nova casa, era maior que a antiga casa dos meus avós, mas também teria que comportar mais pessoas. Ficaríamos todos na mesma casa.

Tudo preparado, escola arrumada, identidades novas, enfim uma vida nova...

Não teve muitas coisas a arrumar, já que a casa foi decorada especialmente pela minha avó. Os closets de toda a família foi arrumado pela minha Tia Alice, que usou isso como desculpa para compras. Não tinha nada para fazer a não ser esperar pela nova escola.

Como já era vontade do Jake, ele acabou abrindo a filial que tanto queria aqui na cidade, a outra ficou aos cuidados do gerente que agora era o Collin, um garoto lobo da reserva. Mas pensando bem seria bom assim, pois ele não ficaria preocupado com a outra oficina, teria um aumento na sua conta bancária e logo poderíamos pensar no nosso casamento.

Como não queria ficar longe de mim, o Jake iria estudar pela manhã e trabalharia a tarde. Tio Jazz resolveu tudo para o Jake, desde a abertura da firma, contratação dos funcionários, enfim tudo o que era preciso para ele apenas se preocupar com o trabalho nos veículos. Mas o que eu fiquei mais feliz foi com o fato dele entregar o acesso á sua conta para a tia Alice, que tinha seu próprio jeito de fazer render na bolsa de valores. Isso significa que logo teríamos o dinheiro que o Jake julgava necessário para casarmos.

O quarto do Jake era de frente para o meu, então assim que eu terminei de colocar as minhas coisas no lugar fui ajudar o meu lobinho. Mas ele não estava arrumando suas coisas, ele estava sentado na cama com a cabeça nas mãos, será que ele estava chorando?

-O que foi meu amor? - Me sente ao lado dele na cama, passando a mão em sua cabeça.

-Estou pensando em como tudo mudou em nossas vidas. Parecia que estava tudo certo e de repente virou de cabeça para baixo.

-Você está arrependido de mudar de Forks? - Será que ele veio apenas para não me deixar, será que ele gostaria de ficar em casa? Uma sensação estranha invadiu meu peito, uma dor diferente...insegurança.

-Não meu anjo...só estou relembrando cada detalhe que nos trouxe até aqui. Como uma coisa leva a outra e tudo conspira para mudarmos daquela vida. Mas isso não significa que eu não esteja feliz em estar aqui com você – Nisso ele dá o seu mais lindo sorriso , me abraça e beija, fazendo com que nos corpos deitem na cama bem no exato momento que meu pai decide passar pela porta do quarto...

-Jacob!!! O que está acontecendo aqui? - Que horinha mais imprópria para aparecer em pai.? Pensei olhando nos olhos furiosos do meu pai.

-Apenas caímos na cama, durante um beijo. Beijar durante o namoro pode não é Edward? - Agora o Jake enlouqueceu de vez.

-Pode, mas por favor se mantenham longe da cama, para o bem da minha sanidade mental. - Eu não consegui acreditar no que eu estava ouvindo.

-Pai, a gente sempre pôde namorar no quarto. Por que isso agora?

-Agora vocês moram na mesma casa, é diferente.

-Não pai...isso não é diferente. Sabemos dos nossos limites – procurei dar enfase no 'limite' – Não precisa colocar um muro em volta de nós. - Falei calmamente.

-Eu sei desculpe, é que é meio difícil para mim ver a minha filha morando com o namorado. - Ele estava claramente transtornado, mas antes que pudéssemos fazer alguma coisa ou até mesmo falar, minha mãe chegou e abraçou meu pai por trás.

-Edward...por favor né? Já conversamos sobre isso. Dê um espaço para os dois, privacidade é bom e todos gostam. - Minha mãe falou docemente mas mesmo assim tinha uma pontinha de fúria eu diria.

-Vou tentar meu amor, eu disse que iria tentar. Mas eles estavam se beijando na cama. - Ele parecia uma criança enquanto explicava como tinha quebrado a janela de casa com a bola.

-Deixe os dois namorem em paz, não adianta implicar. Logo eles pretendem se casar já pensou nisso. Quando ele dormirem no mesmo quarto? - Minha mãe continuou com o mesmo tom de voz. Assustador.

-Juízo meninos. Eu estou de olho em você Jacob. - Meu pai disse e saiu da linha de visão, então o clima ficou melhor e rimos d cara dos meus pais.

-Até eu fiquei com medo da Bella.

-Não seja bobo Jake,..., mas ainda bem que ela está do nosso lado. - Rimos novamente.

Bom pelo menos sabíamos que tinha alguem do nosso lado nessa casa, quem sabe na escola não seja tão ruim como eu pensava...