Alguns dias haviam se passado desde que Edward descobrira sua doença. O fato era tão marcante, que era difícil acreditar. Todos, principalmente Bella, não conseguiam fazer com que esse fato fosse assimilado. Era difícil pensar que um dia, Edward estava ali e, no outro dia, ele poderia não estar lá.

Numa noite fria de inverno, quando o vento cortava-lhe as faces, Emmett, Rosalie, Alice, Jasper, Edward e Bella resolveram que fazer um programa diferente num fim de semana seria ideal, principalmente para todos eles.

- Strike!!! – Emmett ergueu as mãos para o alto e fez a marcação. – Essa é a minha ursinha!

- Vai Bella, mas vê se deixa só a bola ser arremessada. – Jasper disse tirando sarro.

- Seu sem graça. E só que o chão é muito liso. – Ela reclamou.

- Vem, eu te ajudo. – Edward sorriu indo para a frente da pista.

Ele posicionou-se atrás dela, colocou sua mão sob a dela e foi ensinando-a novamente qual a posição adequada para arremessar a bola. Então, depois disso, afastou-se e Bella balançou os braços, deu alguns passos e lançou a bola em direção aos pinos. Ela rolou pelo canto, uma expressão de descaso surgiu no rosto de Bella, mas logo foi substituída por um sorriso, quando viu todos os pinos caírem no chão.

- Há! Viu só! – Ela riu alto e abraçou Edward. – Aprendiii!!!!

- Isso aí, Bellinha! – Alice bateu sua mão com a dela.

Depois, foi a vez de Alice. Alice, por ser tão pequena, parecia que poderia ser lançada tão facilmente, quanto Emmett lançava uma daquelas bolas. Mas, para a surpresa geral, ela conseguia fazer strikes muito facilmente. Quando o fez, deu um gritinho e abraçou Jasper, que logo depois marcou o ponto.

“Naquele dia, eu pude ser uma pessoa normal, como a semanas atrás. Eu quase havia esquecido o motivo da sombra que estava sobre minha vida.”

- Acho que poderíamos ir para algum lugar depois daqui... – Alice sussurrou para Rosalie.

- Tipo um barzinho. – Ela sugeriu. – Mas...

- Mas? – A baixinha perguntou.

- Mas... Poderíamos deixar que Edward e Bella ficassem sozinhos. – Ela sugeriu novamente. – Eles estão tão...

- Para baixo. – Jasper entrou na conversa, enquanto Edward e Bella riam com as brincadeiras de Emmett. – Todos aceitaram a situação, por mais tensa que seja. Quando digo isso, nos refiro a todos nós. Nossos pais, os pais dele, os dela e nós mesmos.

- Bella não se conforma. – Alice murmurou. – E nem ele.

- Pois é.

Dito isso, eles foram ao encontro dos outros três e combinaram que cada um iria para seu lado agora, afinal, queriam um momento a sós com seus namorados. É lógico que Emmett não desconfiou de nada e concordou de imediato, assim como Bella, pois ela sabia que seus amigos estavam fazendo isso por eles.

Well’be a Dream – We the kings feat Demi Lovato

“Era difícil descrever o que eu sentia naqueles dias. Eu não sabia se simplesmente pedia ao destino outra chance, ou se simplesmente desistia. Era difícil acreditar, eu sentia que a qualquer hora eu poderia desmoronar, como se eu fosse um vidro trincado que quando se toca, se estilhaça para todos os lados...”

- Vamos... – Edward chamou por Bella.

- Onde estamos indo? – Ela perguntou, quando eles paravam na beira da estrada que saía de Port Angeles.

Ele guiou Bella, puxando-a pela mão, então, desceram o pequeno gramado, entrando por uma porteira enferrujada e coberta de trepadeiras. Era o antigo cemitério da cidade. Bella ficou pasma, ela não queria saber de nada relacionado a cemitérios e qualquer coisa do gênero. Os dois andaram pela pequena trilha e então chegaram a beira de um lago, que com o reflexo do céu, ficava negro, como a noite.

Bella foi até o pequeno cais que havia ali, fechou os olhos e respirou fundo. Sentiu o ar puro entrar pelas suas narinas e inflar seus pulmões. Sentia-se pura, limpa... Sentia tantas coisas.

- Como pode haver lugares assim? – Bella murmurou, sem se importar se Edward estava ou não prestando atenção. – Ter momentos assim, e não... não conseguir acreditar que é real. – Edward surpreendeu-se com as palavras dela.

- Você acredita? – Ele perguntou, encarando-a de costas.

– Eu tento. -  Ela fechou os olhos e sentiu o vento batendo em suas maçãs do rosto.

- O que você sente agora, Bella? – Ele perguntou, se aproximando levemente dela.

- Eu sinto o mistério, a beleza, a alegria, o amor. – Ela disse virando-se para ele.

- É o centro de tudo, não é? – Ele questionou.

- Sim. Parece um sonho... – Bella murmurou, passando os dedos pelo rosto de Edward. – Às vezes chega parecer um pesadelo.

Edward não deu tempo para que ela dissesse mais alguma coisa. Apenas enlaçou-a gentilmente pela cintura e juntou seus lábios aos dela. Sentiu aquele choque, que sentia toda vez que a tocava, percorrer todo o seu corpo. Sentiu seu coração palpitar, juntamente com o de Bella.

O ar chegava a faltar em seus pulmões.

“O mundo deixava de ser tão cruel naquele momento. Eu começava a acreditar na vida, começava a querer vivê-la.”

Uma brisa forte bateu, envolvendo-os. Os dois separaram-se e inspiraram tão profundamente, que parecia não haver espaço suficiente para o ar. Chegava ser possível distinguir os aromas do orvalho da noite.

- Você lembra das noites em que ficávamos apenas rindo, sem motivo algum?  - Edward sibilou contra os ouvidos de Bella.

- Não sei se posso fazer isso agora. – Bella murmurou.

- Você pode, você vai. – Ele abriu um sorriso que há dias não era visto.

- Parece um sonho...

- Não é.

- Mas parece. Queria que fosse.

- Não é. – Ele respondeu novamente. – É a minha realidade. É a nossa realidade.

- Existe esperança, Edward?

- Enquanto você acreditar, irá existir.

­- E se não existir. E se você não puder ficar comigo? – Bella disse-lhe afoita. Havia medo, esperança, fé... descrença... pavor, em seus olhos. Havia dúvida pairando sobre ela.

- Sempre estarei com você. – Ele lhe disse gentilmente.

- Isso é uma promessa? Uma promessa para toda a vida? Para além das nossas vidas e para além do tempo?

- Sim. Para além de todas as coisas. Se eu não resistir... Estarei com você. – Ele lhe garantia.

“A partir daquele dia, comecei a acreditar veemente, que o destino era quem colocava as cartas na mesa e nós, é que jogávamos o jogo da vida. Mas eu sempre, independente da situação, acreditei que o destino fosse uma questão de escolha, assim como algumas vezes, nós somos arquitetos de nossos destinos. Mas uma coisa que eu nunca soube – e acho que nunca chegaria a saber – era qual a escolha que eu havia feito para que aquele fosse o meu destino.

Meu destino era ser o que sou hoje, o que sou agora...

Um anjo da guarda.

Um anjo que zela pela vida da pessoa que ama.

Eu havia feito uma promessa e nunca deixaria de cumpri-la. Eu estaria com Bella por toda a sua vida.”

- Eu te amo, Edward. – Ela sibilou contra os lábios dele. – Para sempre.