Memórias de Um Anjo Imperfeito escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 10
Capítulo 08 – Agüente firme


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas..
Mais um capítulo lindo²² de MDUAI pra vcs..

Beijinhos



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Keep Holding On – Avril Lavigne

 

“Agüente firme.”

 

- Bellinha!!!

 

Alice vinha toda saltitante, entrando no quarto de Bella. As cortinas estavam fechadas, a penumbra cobria-lhe o rosto, os cabelos castanhos emaranhados em torno de seu rosto davam, claramente, o sinal de que ela havia acabado de acordar. Era uma manhã de sábado.

 

- Bom dia, fadinha. – Bella coçou os olhos, tentando fazer com que sua visão se ajustasse.

- Jasper me mandou flores!!! – Alice pulou sobre a cama, abraçando a amiga. Seu coração inflava de felicidade. – Ele me mandou flores, ele me pediu em namoro, ele gosta de mim!!!!

- Que bom, fadinha! – Bella sorriu de forma gentil, mas ainda tentando se acostumar a sua realidade.

- Vocês não estão sozinhos. – Alice abraçava a amiga, tentando confortá-la. – Estaremos sempre ao seu lado. Ao lado dele.

 

Bella abraçou-a com força. Sentiu seus pulmões inflarem e então sentiu o ar faltar.

 

Porque raios tinha que ser justamente com ele?

 

“O destino nunca é justo. Ele dá as cartas. Nós jogamos. Sinto por ter feito você sofrer tanto.”

 

- Por Deus, Bella... – Alice segurou o rosto da amiga com as duas mãos. – Se ficar triste assim, Edward também ficará. Não é você  que precisa de apoio! É ele!

 

Alice estava certa, Bella pensava. Era ela que tinha que apoiá-lo. Ela que tinha que tornar a vida dele mais colorida novamente, mostrar a ele como o mundo poderia ser bonito, mesmo quando uma nuvem negra cercava suas cabeças.

 

- A vida ainda pode ser doce, Alice? – Ela perguntou com a voz embargada pela emoção que subia-lhe a garganta.

- Pode. – Alice disse confiante. – A vida pode ser tão doce, quanto balas de açúcar, Bellinha. Pode ser doce, mesmo se o destino estiver sendo tão amargo... Vamos, minha amiga, levante-se! Temos que viver!!

 

“Quando estiver frio, parecer ser o fim e eu não tiver para onde ir...

Você não me deixará desistir.”

 

- Eu não vou desistir.  – Bella murmurou para si mesma.

- Agüente firme. – Alice confortou-a. – Você sabe que conseguiremos. Seja forte. Estamos todos aqui, ok?

 

Finalmente, a sombra pareceu se dissipar e o céu estava clareando. Era possível ver o azul e os pássaros cantando, era um incrível dia de sol em Forks, era tão incrível, tão mágico, que elas não acreditaram quando abriram as cortinas para olhar. Estava nublado ainda a pouco...

 

- É um milagre! – Alice cantarolou. – Estava parecendo que ia chover!

- Esta é uma linda carta, senhor Destino. – Bella sorriu. – Eu vou usá-la.

 

Bella passou as mãos pelos cabelos, arrumando-os num rabo de cavalo comportado. Desceu as escadas na companhia da amiga e apenas acenou para a mãe, que sorriu ao ver a filha, finalmente, se libertando da nuvem negra que tinha entrado. As duas andaram pela calçada, contornando o lindo e ajeitado jardim dos Cullen. Bella elevou sua mão até a campainha.

 

Uma Esme, totalmente diferente do habitual, sem brilho nos cabelos caramelo, com olheiras enormes emoldurando seus olhos, atendeu a porta. Ela sorriu timidamente para as duas meninas. Sua pele sem brilho algum reluziu timidamente com a luz do sol. Ela olhou para o céu e então para a nora e Alice.

 

- Porque parece que eu finalmente me sinto bem? – Ela pensou alto, encarando o céu milagrosamente azul de Forks.

- Porque é um milagre! – Bella sorriu, abraçando-a. – É uma carta nova que o destino nos dá.

- É uma carta que mostra que a vida deve ser vivida, tia Esme! Sorria! – Alice abraçou-a também.

 

Perto dali, ao pé da escada, Edward sorria vendo a cena. Ele já havia aceitado sua situação, ele sabia que o destino tinha planos maiores para ele, ele já podia sorrir. Seu olhar encontrou o de Bella. Eles perderam-se dentro de suas almas, procurando o motivo verdadeiro daquela felicidade.

 

“Era a aceitação que percorria cada centímetro da minha alma, da alma dela... Não tinha como descrever aquele sentimento de alívio, de entendimento. Bella entendeu que eu já havia aceitado que um dia eu morreria.”

 

Ela livrou-se dos braços de Esme e Alice e correu para o encontro dele. Seus olhos não perderam o contado um segundo sequer, o mar de esmeraldas encarando abertamente os rios de chocolate, que eram os olhos de Bella. Ele sorriu com o canto da boca, Bella arfou e abraçou-o. Respirou com dificuldade.

 

- Obrigado. – Ele apenas disse a ela.

- Não há nada que possa dizer, não há nada que possa fazer, não há outro jeito, não é?

- Não há outro jeito, se tratando dessa verdade. – Ele sussurrou ao pé do ouvido dela.

- Continue agüentando, porque você sabe que conseguiremos. – Ela beijou-lhe a bochecha e encarou-o novamente.

- Nós conseguiremos.  – Ele pegou o rosto dela, delicadamente com as duas mãos e depositou um beijo em seus lábios. Suas testas ficaram coladas, seus olhos fechados, apenas a respiração era sentida. – Escute quando eu digo que acredito, nada irá mudar. O destino não importa, o que quer que seja ele.

- Nós conseguiremos. – Ela reforçou as palavras dele.

 

Longe dali, no estacionamento do hospital, Carlisle saia do carro. Puxou sua maleta de couro que estava sobre o banco do carona, pegou as chaves e trancou as portas do carro preto e reluzente. Olhou ao seu redor e viu um casal saindo do hospital, com um bebe, um pequeno e delicado bebe, no colo da mulher que estava na cadeira de rodas. Por um instante, conseguiu imaginar Bella e Edward ali.

 

What If God Was One Of Us – Alanis Morissette

 

“E se Deus fosse um de nós.

... Se você estivesse com Ele em toda sua glória,

Se você pudesse perguntar algo, o que seria?”

 

Ele olhou ao seu redor, suspirou profundamente e então encarou o céu azul. Assim como todos, o mesmo sentimento de entendimento, passou por seu coração. Com a razão, jamais entenderia que aquele era o destino de algo que era parte dele, que era metade dele. Mas seu coração finalmente se acalmou e ele pode respirar.

 

- Como eu consigo aceitar que meu filho vai morrer? Como, meu Deus? – Ele encarou o céu incrivelmente azul e perguntou, como se estivesse falando com Deus.

- Não precisa aceitar que ele vai morrer, não precisa pensar nisso. Apenas aceite. Apenas aceite o tempo dele. – Um homem, um completo estranho, trajando roupas surradas e luvas furadas nos dedos, disse ao médico. – Aceite que alguém lá em cima tem um propósito maior para a vida dele.

- Quem é você? – Carlisle perguntou ao homem.

- Apenas um andarilho, que sabe muitas coisas. Já pensou na possibilidade de Deus ser um de nós? – O médico encarou os olhos vermelhos e a pele morena, suja com uma foligem estranha, do andarilho que dizia palavras sábias.

 

Ele olhou para suas mãos, olhou para o céu e então, quando foi agradecer ao estranho andarilho sábio que aparecera ali, confortando-o, sem esperar nada em troca, não o viu mais. Seus olhos encontraram apenas uma borboleta azul que pousava sobre a flor do pequeno canteiro.

 

- Já pensou na possibilidade de Deus ser um de nós? – A voz do andarilho ecoou, conforme a borboleta azul voava para o alto, alcançando as nuvens de algodão.

Um lampejo passou por seu rosto e por sua mente. Aquele sábio andarilho poderia ser um anjo vindo dos céus, ou quem sabe o próprio Deus, vindo confortar-lhe? Ele sorriu, largou sua maleta em cima do capô do carro e dobrou seus joelhos, erguendo as mãos para o céu.

 

- Obrigada por simplesmente me deixar ver meu filho viver, não preciso mais de motivos para crer que Você tem um plano maior para ele. O que quer que seja esse plano, só não o deixe sofrer muito. Não o deixe sofrer muito quando for a hora dele. Cuide do meu filho. – Carlisle dizia aos céus, com as lágrimas rolando. Era como se um peso fosse tirado de suas costas. – Cuide daquilo que é metade da minha vida, cuida daquela que é, para ele, metade de sua vida.

 

Dois médicos entreolhavam-se e observavam, de longe, a cena. Médicos não costumavam acreditar em Deus; acreditavam na mais pura ciência, nos ensinamentos dos cientistas famosos e suas descobertas. Não havia Deus para eles, mas pelo menos para um, parecia existir.

 

"A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável."

(Galileu Galilei)


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