Memórias de Um Anjo Imperfeito escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 14
Capítulo 12 - Justiça


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! :D
Capítulo bonitinho hoje.

Beijinhos.



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Capítulo 12 – Justiça

 

“Depois daquele dia em que Jacob e eu tínhamos feito aquela promessa, nós finalmente nos entendemos.

Eu sabia que Jacob amava Bella como eu a amava. E eu sabia que Bella também o amava, mas não da mesma forma que a mim. Ele passou a sair comigo e meus irmãos todas as vezes que íamos para Port Angeles ou Seattle. Jacob se tornou meu amigo.

 

Quando se vê a vida de outra perspectiva, enxergam-se muitas coisas. Deste lado, eu podia ver os erros que cometi... Os acertos... e relembrava os momentos mais importantes para mim. Eu me apeguei a única coisa que eu podia... Às lembranças... Tudo para poder ficar perto dela, para estar ali, junto a ela de alguma forma.

 

Relembrar aqueles dias ainda era doloroso, até mesmo para mim, eu ainda sentia dor.”

 

Dois anos depois de Edward ter descoberto que tinha uma doença de caráter genético e, aparentemente, sem cura; ele tomou uma decisão que mudaria a vida de todos por ali. Mas não é algo a se preocupar...

 

- Para que tanto mistério, Ed?! – Emmett cutucou o braço dele.

- Emmett, nem todos nós somos fortes como você. – Ele resmungou. Provavelmente ficaria uma marca roxa ali.

- Mas você poderia ter malhado um pouco...

- Emm, chega. – Ele murmurou azedo.

- Vamos, parem de discutir. – Esme entrou na sala de estar carregando uma saladeira em suas mãos. – Me ajudem arrumar a mesa.

 

Emmett e Edward foram discutindo sobre a força de Emmett e a fraqueza de Edward até a sala de jantar e durante todo o momento que eles estavam juntos. A discussão só teve um fim quando Rosalie entrou na sala, acompanhada de Jasper. Os olhos de Emmett brilhavam iguais ao de uma criança quando olhava para Rosalie e seus fios louros esvoaçando com a brisa de outono.

 

Atrás de Jasper, estava Bella e seus pais. Renée levava uma grande vasilha até a cozinha, enquanto Charlie entregava a Carlisle algumas garrafas de cerveja. Edward sorriu ao ver Bella, beijando-a quando ela foi ao seu encontro.

 

- Porque tanto segredo, Edward? – Bella ergueu uma sobrancelha.

- Ainda não percebeu? – Ele riu.

- PARABÉNS, BELLINHA!!!!! – Alice disse da soleira da soleira da porta, esboçando um sorriso de orelha a orelha.

- Omg. – Bella resmungou e olhou feio para ele. - Tudo bem. Tudo bem. É só Alice. – Ela sibilava para si mesma.

- Ahh, amiga, meus parabéns, tudo de bom e de melhor. Porque você sabe que eu vou sempre, sempre e semmmpre estar do seu lado para tudo não é? Eu comprei algo que você vai adorar, mas tive que deixar diretamente na sua casa, porque é segredo e você só pode saber depois de hoje, então não...

- Alice! – Emmett e Bella disseram juntos.

- Ops. – Ela riu.

 

Bella abriu alguns presentes que seus amigos haviam lhe dado. Ela estava completando dezenove anos. O jantar se seguiu tranqüilo e animado, com Emmett sempre bancando o palhaço e Charlie e Carlisle conversando sobre os jogos do fim da temporada de baseball. Quando terminaram, Renée e Esme colocaram sobre a mesa um bolo e logo após os parabéns, Edward teve toda atenção que precisava.

 

Flightless Bird, American Mouth – Iron & Wine

 

Alice estava ao lado de Jasper, próximos a um aparelho de som, onde ela aumentou – discretamente – o volume. Uma música calma e tranqüila, porém romântica, começara a tocar. Edward tirou do bolso uma pequena caixinha de veludo azul marinho. Bella arregalou os olhos ao ver o anel que havia dentro dela.

 

- Bella... – Ele disse suavemente. – Eu não tenho motivos para atrasar mais este momento.

- Omg. – Rosalie murmurou ao entender o que estava acontecendo.

- Eu te amo e não posso negar isso. Quero passar o resto da... dos meus dias ao seu lado. Aceita se casar comigo?

- Você é a pessoa que eu amo, você é a minha vida, não tem porque eu pensar sobre um pedido desses. – Bella disse num fio de voz, tentando conter as lágrimas que estavam por vir. Ela não queria chorar, não naquele dia. – Aceito, aceito!

 

Edward colocou o anel no dedo esquerdo e então a abraçou e a beijou. Todos aplaudiram. Renée passou sua mão pela cintura de Charlie e murmurou algo como “minha filhinha está crescendo”. Esme e Carlisle se entreolharam e sorriram.

 

“Aquele foi o momento mais feliz de toda a minha vida. E era o momento que eu procurava todas as vezes que me sentia sozinho, todas as vezes que eu queria tê-la por perto.”

 

- Este foi um lindo presente. – Bella sorriu.

- Que bom que gostou.

- Não estou falando da aliança, bobinho. – Ela riu baixo. – Nem acredito que estou noiva!

- Uhum. – Alice se intrometeu na conversa. – E eu e Rosalie nem acreditamos que vamos ter um casamento para preparar!

- Mas quem...

- Não se preocupe, minha tarefa é somente tentar pará-la. – Rosalie riu.

- Sua tarefa é ser estraga prazeres. – A baixinha mostrou a língua para a loira alta.

- Tudo bem. Mas nada de vestidos bufantes, cores extravagantes e coisas do tipo.

- Ok, ok. Mais alguma restrição de criatividade?

- Não, só isso. – Bella riu e foi em direção à cozinha.

 

Na cozinha, Renée e Esme terminavam de ajeitar as louças do jantar, enquanto Carlisle e Charlie conversavam sobre alguma banalidade. Edward engoliu o comprido – receitado por seu próprio pai, na tentativa de diminuir o crescimento da massa celular que havia em seu cérebro. Depois, tomou um grande gole de água e então se dirigiu a Bella, abraçando-a.

 

- Quando é seu retorno? – Ela perguntou.

- Amanhã. – Ele disse calmamente, sem aparentar qualquer sinal de desespero. – Vai comigo?

- Sempre.

 

Esme olhou por sobre o ombro para o casal apaixonado e tentou conter as lágrimas que sempre vinham.

 

Assim que amanheceu e o despertador soou, Bella não demorou em se arrumar, colocando seu jeans e um moleton. Seus pais já estavam na cozinha tomando o café da manhã quando ela desceu.

 

- Nem acredito que você está noiva! – Renée disse num suspiro. – NOIVA!!!

- Sim, mãe... nem eu. – Bella olhou para o anel em seu dedo.

- Quando marcarão o casamento?

- Acho que nós vamos hoje, pai. Por quê?

- Ah, por nada. Curiosidade. Bem flores do meu jardim, tenho que ir. O dever me chama. – Charlie deu um beijo em Bella e em Renée. – Chegarei tarde, não me esperem para jantar!

 

Quando terminou de comer o cereal, Bella levou a tigela até a pia e foi para a casa de Edward. Ele já a esperava na varanda. O volvo prateado saiu da garagem e seguiu pelas ruas úmidas de Forks até o hospital onde Carlisle trabalhava. Bella ficava tensa toda vez que o acompanhava em seus exames mensais. O medo de uma notícia mais trágica sobre a situação a assombrava, o medo de perder a pessoa amada a assombrava todos os dias.

 

O hospital estava calmo, somente os pacientes habituais e um ou outro que entrava em algum consultório. Quando entraram na recepção, o Dr. Roger, que passava por ali, levara Edward e Bella ao consultório. Carlisle estava sentado atrás de sua mesa quando os três chegaram.

 

Bella ficou sentada em um canto do consultório, enquanto seu – agora – noivo era levado até as salas de raio x, laboratório para coleta de sangue e *Ressonância magnética. Não demorou muito até que eles voltassem e, também não demoraria muito até que os resultados saíssem. Ser filho de um neurologista tinha lá as suas vantagens.

 

- Então? – Edward finalmente quebrou o silencio depois que Carlisle o mandara tamborilar os dedos em um aparelho que media o nível dos reflexos.

- ... – Carlisle respirou fundo por um instante e então encarou o filho. – É difícil dizer isso...

- O que houve? – Bella pergunta.

- Alguns tecidos começaram a se degenerar. – Ele disse com pesar. – Mas a massa celular em seu cérebro não cresceu mais. E isso é bom.

- Tem algo mais, não tem?

- Sim. – Carlisle tentava manter o controle em sua voz. – Houve um aumento em seu músculo cardíaco. Sua anomalia genética atua em formas diferentes em cada pessoa. Algumas vezes ela ataca o sistema imunológico, degenerando os glóbulos brancos; ou até mesmo causando distúrbios em outras partes do corpo. O aglomerado de células em sua cabeça, perto da nuca, é resultado da doença. Assim como o aumento do músculo em seu coração.

- Mas... não é degenerativa? – Bella perguntou. – Não faz sentido.

- Degenerativa é só um termo. As doenças degenerativas não destroem as células, tecidos em si. Elas alteram a função, também. – Carlisle explicava. – Assim, foi determinado que as células musculares do seu coração fossem modificadas.

- Entendo. – Edward murmurou.

- Mas seus reflexos ainda estão normais. – Carlisle murmurou mais aliviado. – Agora vão. Chega de notícias pesadas por hoje. Marquem a data e me avisem.

- Ok. Até de noite. – Edward e Bella saíram da sala.

 

Os dois andaram abraçados até o carro. Edward debruçou-se sobre o volante e soltou um suspiro pesado; Bella passou seu braço sobre as costas dele e deixou sua cabeça pousada ali. Não havia nada o que se falar, nada poderia confortá-lo, além do simples abraço e do calor que do corpo dela emanava.

 

“A vida nunca foi justa com ninguém. Meu peito ainda consegue sentir as dores dos verões passados, minha alma clama para que o tempo possa voltar e para que alguém descubra a cura de uma doença misteriosa... A melancolia paira ao meu redor, como uma névoa espessa que não se dissipa. Minhas lembranças são como um rio que está sempre correndo... é o mais próximo que eu posso ter... é a minha nova definição de real.”


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