Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 34
CAPÍTULO34




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CAPÍTULO34

    Três meses depois. Foi tempo o suficiente para que muita coisa
mudasse. mudanças que mexiam com todos, algumas vinham para o bem,
outras não eram tão boas assim.
    Florianópolis, aos seis meses de gravidez, já sabia que seria mãe de
um menino, como ela sentiu desde o dia em que descobriu que estava
grávida pela quinta vez. Estava super bem, mas ao mesmo tempo, estava
preocupada com o rumo de seu casamento.
    Depois do dia em que esteve com Criciúma pela primeira vez e chegou
tarde em casa, São José passou a fazer isso todos os dias e a desculpa
era sempre a mesma; ficou até tarde no escritório. Ele continuava o
mesmo homem que sempre foi, um pai maravilhoso, um bom marido, mas
Florianópolis tinha que admitir que poderia estar sendo traída.
Não foram poucas as vezes em que ela pensou em seguir o marido, mexer no
celular dele, coisas do tipo; mas pensava no sofrimento das quatro
filhas que viam naquele pai um super herói, e principalmente, tinha medo
do que poderia encontrar, tinha medo pelo filho que estava dentro dela.
    Chapecó e Joinville começaram a fazer planos pro futuro; tinham
quase sete meses de namoro e já faziam planos de dividir um apartamento,
dividir uma vida. O que elas jamais imaginaram é que viver esse sonho
seria tão difícil.
Chapecó chegou a acreditar que finalmente estava livre de Itajaí; ela parecia
ter aceitado o fim do namoro e decidido seguir sua vida. Mas nada disso
era verdade; ela planejava destruir aquele sonho, não admitiria perder
aquele grande amor. A futura advogada já sabia onde Joinville morava, já
sabia que ela tinha três irmãs, entre elas Blumenau, já tinha a ficha completa da família de
sua rival.
    Chapecó havia finalmente começado a trabalhar; conseguiu emprego em
uma construtora renomada; estava feliz, sentia que finalmente seus
sonhos começavam a se tornar realidade. Agora, a doutora Ana Luísa
também morava no flat, no quinto andar, assim como Camila.
    Blumenau sofreu um choque muito grande quando descobriu que não era
filha biológica de São José; mudou muito, tornou-se mais serena, mais
humana; e como se não bastassem tantas mudanças, ela estava namorando.
    Ainda no início do ano, São Bento do Sul, jovem de classe média alta
assim como ela, havia iniciado o curso de direito na universidade;
estava com vinte e um anos, e decidiu ser advogado depois de ter tentado
se adaptar nos cursos de Contabilidade e Engenharia Ambiental. Os dois estavam namorando a mais ou menos
um mês, São Bento já havia estado na casa de Blumenau com a família dela
por algumas vezes.
    Era uma tarde fria; Jaraguá saiu da escola acompanhada por
algumas colegas e o namorado depois de fazer um trabalho na biblioteca.
Despediu-se divertida das outras meninas e seguiu caminhando de mãos
dadas com São Miguel do Oeste:
— Amor - avisou o rapaz -, eu vou encontrar a minha tia no shopping pra
gente ir pra casa, ela está me esperando; você vem comigo?
— Eu vou com você até a porta do shopping e depois vou pra casa;
combinei com a minha irmã de sair com ela depois que eu fizesse o
trabalho na escola! Eu te ligo mais tarde pra gente conversar! E sua
mãe?
— Está bem; ela anda nervosa, minha tia levou ela no médico e ele
receitou um tranquilizante pra ela!
    O jovem casal caminhou de mãos dadas até a frente do shopping e se
despediu; Jaraguá acompanhou o
namorado com os olhos até perdê-lo de vista. Pegou o celular na mochila
e discou para o celular de Joinville:
— Oi, maninha! - ela atendeu do outro lado:
— Mana, eu acabei de sair da escola, estou indo pra casa!
— Aonde é que você está?
— Na frente do shopping!
— Quer que eu te pegue aí? Se você me esperar eu passo aí em cinco
minutos e te pego!
— Pode ser então! Eu vou entrar no shopping, comer alguma coisa, você
me procura na praça de alimentação?
— Combinado; em cinco minutinhos eu estou aí!
    Jaraguá guardou o celular na mochila e preparou-se para entrar no
shopping, e quem sabe, encontrar-se com o namorado e a tia dele; ouviu alguém chamando seu nome, olhou pra trás e teve uma
surpresa:
— Eu só não consigo me lembrar o seu nome - falou sorridente a garota -,
mas eu te vi outro dia aqui mesmo nesse shopping!
— Oi, minha querida, tudo bem? Meu nome é Itajaí; eu estava passando por
aqui e te vi!
— Eu estou esperando Joinville; a gente combinou de se encontrar na
praça de alimentação do shopping, ela está vindo me buscar!
— Posso te fazer companhia?
— Claro, Itajaí; é até melhor, porque aí eu não fico sozinha até
minha irmã chegar!
Jaraguá entrou no shopping com Itajaí e as duas foram para a praça de
alimentação; sentaram-se em uma mesa e fizeram seus pedidos. Itajaí
começou a conversar com a menina, queria saber dela tudo o que
conseguisse a respeito de Chapecó e Joinville, já sabia que as duas
irmãs eram muito apegadas, muito unidas.
    Joinville chegou no shopping minutos depois; ainda no primeiro piso,
a moça acabou encontrando com a médica Ana Luísa, que saiu de uma loja
de roupas:
— Oi, doutora, tudo bem? - a futura arquiteta parecia feliz em ver a
médica que cuidava de sua mãe e de seu irmão:
— Oi, Joinville - respondeu Ana Luísa sorrindo de volta para ela -, que
bom ver você! Sua mãe está bem?
— Está ótima; ficou em casa, eu vim pegar a minha irmã que está me
esperando na praça de alimentação!
— Eu vi sua irmã ainda a pouco aqui no shopping; estava com uma moça de
cabelos curtos, subiu pro segundo piso!
— Uma moça de cabelos curtos? - Joinville estranhou a informação que
recebeu:
— É - confirmou a médica -, cabelinho curto, morena, Jaraguá até me
cumprimentou de longe!
— Eu vou até lá, doutora! Aparece lá em casa!
— Pode deixar; eu prometi pra sua mãe que ia tomar um chá com ela uma
hora dessas!
As duas se despediram com um aperto de mão.
    Joinville chegou na praça de alimentação, andou por ali até
encontrar sua irmã sentada em uma mesa. Sentiu seu coração desparar no
peito quando viu quem era a moça de cabelos curtos que estava com
Jaraguá:
— Itajaí - murmurou a jovem -, meu Deus!
Sem saber exatamente o que deveria fazer, ela apreçou o passo e chegou
na mesa; só queria olhar para sua irmã caçula, só queria a certeza de
que tudo estava bem com ela:
— Oi, minha irmãzinha!
— Joinville! - Jaraguá se levantou e abraçou a irmã com o mais lindo
sorriso:
— Como é que você está, minha querida?
— Eu estou ótima! Que cara é essa, Joinville, o que é que foi?
— Não foi nada, mana, não foi nada; é que eu acabei me atrasando, não
queria te deixar sozinha aqui por muito tempo, quase bati o carro lá
no estacionamento, mas está tudo bem! Eu queria
que você me fizesse um favor!
— Claro; o que é?
Joinville tirou do bolço do casaco uma nota de cinco reais e entregou-a
para a irmã:
— Vai até ali e compra uma água pra mim, por favor!
— Claro; eu vou e volto num minuto!
Jaraguá saiu da mesa levando o dinheiro, procurando um lugar para
comprar a água. Joinville, agora sozinha com Itajaí, olhou para ela, seu
olhar era intimidante:
— Eu espero que você tenha uma boa explicação pra isso, Itajaí!
— Calma, Joinville, não aconteceu nada! Eu encontrei sua irmã ali na
entrada do shopping, sozinha, desamparada, só quis fazer companhia pra
ela até você chegar!
— Eu só vou te avisar uma coisa! Se acontecer qualquer coisa com a minha
irmã ou com alguém da minha família, você vai se entender com a polícia;
Chapecó já me deu a sua ficha completa, eu já sei que você é doente!
— Doente de amor, Joinville, você por acaso sabe o que é isso? Não, você
não deve saber nem ao menos o que é amor; você me tirou a chanse de
recuperar o meu amor!
— Eu não tirei nada de você, Itajaí; quando eu conheci Chapecó vocês já
tinham terminado a muito tempo...
— Aonde é que vai ser o apartamento novo? Ela já conseguiu marcar a
consulta pra fazer a tão sonhada inseminação artificial? E aquela noite
na cama dos seus pais, foi bom?
Joinville estava amedrontada; como Itajaí tinha todas aquelas
informações? Chapecó jamais teria coragem de fazer isso:
— Como é que você sabe de tudo isso?
— Isso não importa! Eu só estou te falando isso pra você saber que eu
não estou de brincadeira; você destruiu a minha esperança de
reconquistar a mulher que eu amo, você destruiu a minha vida e eu vou
acabar com a sua,!
    Jaraguá voltou pra mesa e entregou a água e o troco para a irmã:
— É melhor a gente ir, Jaraguá! - determinou Joinville, nervosa:
— Vamos; eu só estava esperando você!
A menina se despediu de Itajaí, que fez questão de dizer que queria
muito conversar com ela de novo, quem sabe visitá-la.
    Naquela tarde, Jaraguá e Joinville haviam planejado passar em
algumas lojas para fazer algumas compras, incluindo algumas roupinhas
para o irmão que ia nascer.
As duas fizeram tudo isso com alegria; e no fim da tarde, Joinville
levou sua irmã de volta pra casa e seguiu para o Flat. A moça estava muito assustada com a conversa que teve no shopping com Itajaí, precisava tirar aquela história a limpo, ou pelo menos tentar entender o que estava acontecendo.


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