Titanomaquia escrita por Eycharistisi


Capítulo 17
XVI. Não confies nele!


Notas iniciais do capítulo

[Capítulo agendado]



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Ezarel colocou-se a meu lado com um dos seus sorrisos zombeteiros e eu tive de inspirar fundo para não lhe espetar um punho na boca. Conta até três, Eduarda… conta até três!

— Ezarel — reconheci, dirigindo-lhe o sorriso mais forçado da minha vida.

— Vais almoçar?

— Não, estou só a participar no incrível fenómeno comunitário que é esta grande fila.

— Fascinante — disse ele, fingindo-se impressionado — Importas-te que me junte a ti?

— Bastante.

— A minha companhia não te apraz? — perguntou, forjando uma expressão magoada.

— Nem um bocadinho.

— Não precisas de ser tão desagradável…

— Não me venhas com lérias, sei perfeitamente que as minhas palavras não te afetam.

— Não me afetam? Eu tenho sentimentos, sabes?

— Eu também e, no entanto, nunca te vi preocupado com eles! — atirei.

Ezarel mexeu-se nervosamente, baixando o olhar para os próprios pés e murmurando num tom triste:

— Sei que por vezes exagero com as brincadeiras, mas a minha intenção nunca foi ofender-te ou magoar-te, Eduarda. Fico nervoso junto de pessoas novas, não sei como me aproximar e acabo por recorrer aos métodos errados… Desculpa se fui longe demais.

Eu mirei-o com desconfiança, perguntando-me se aquilo seria mais alguma das suas artimanhas. Pretendia manter uma atitude severa só por via das dúvidas, mas o pequeno sorriso embaraçado que ele me dirigiu desarmou-me de toda a minha frieza. Soltei um pequeno suspiro.

— Tudo bem — acabei por ceder — Não gosto mesmo nada desses teus métodos, mas compreendo a situação e… acho que te posso perdoar.

— Obrigado…

Pigarreei, mudando nervosamente o peso dum pé para o outro, antes de acrescentar:

— Julgo que te devo também um pedido de desculpas, pela forma como te tratei antes.

— A sério?

— Sim, eu… também exagerei, por isso… peço desculpa.

Ezarel fixou-me por alguns instantes até que os cantos da sua boca começaram a contorcer-se, como se estivesse a tentar conter um sorriso.

— Não pensei que fosses tão indulgente — comentou, ainda a lutar contra o sorriso — Quase me sinto mal por ter inventado tudo!

Semicerrei as pálpebras num olhar muito desagradado e Ezarel perdeu finalmente a luta, soltando um sonoro par de gargalhadas. Eu mordi o interior das minhas bochechas até sentir o gosto metálico do sangue na língua. Filho da p…

— Vá, vá, não fiques triste — pediu Ezarel, ainda a sorrir, dando-me umas palmadinhas de consolação nas costas — Não és a primeira a cair nos meus fantásticos dotes de ator…

— Ezarel — murmurei por entre os dentes cerrados.

— Sim…?

— Reza para que eu nunca descubra onde dormes.

O sorriso dele alargou-se.

— Só atacas pela calada da noite? Covarde…

— Olha lá! — exclamei, prestes a perder a paciência — Não tens nada melhor para fazer do que estar aqui a moer-me o juízo?!

— Não, nem por isso. Os meus planos para esta tarde foram cancelados graças à tua brincadeira com as amostras, então pensei que poderia fazer-te pagar por isso.

Eu ergui uma sobrancelha desconfiada.

— Brincadeira com as amostras?

— Sim, ou vais negar que foste tu quem as roubou?

— Vou, por acaso até vou…!

— Mandaste alguém roubá-las por ti, então?

— O quê?! — guinchei, descrente — Porque haveria eu de fazer isso?! Porque haveria alguém de aceitar fazer isso?! Não sei se já reparaste, mas eu estou completamente sozinha neste sítio, não é como se tivesse um bando de amigos disposto a…!

— Não tens amigos? — cortou-me Ezarel, forjando uma expressão indignada — Vais menosprezar o esforço do teu amiguinho mascarado em salvar-te das masmorras? Ele arriscou o pescoço por ti, sua ingrata!

Eu fiquei a olhar para o elfo, boquiaberta, enquanto o meu cérebro reconfigurava as minhas ideias sobre o roubo das amostras.

Era por isso! Era por isso que Nevra estava a cuidar da investigação! Eles desconfiavam de que o mascarado que me salvara das masmorras estava envolvido no roubo! O problema não estava na infração, nas amostras ou em mim… estava no principal suspeito!

— Quem é ele? — não resisti a perguntar.

— Ele não se apresentou quando te salvou?

— Não, limitou-se a abrir a cela e a deixar-me sair.

— Ah, sim? Estranho… — comentou Ezarel, pensativo.

— Quem é ele? — insisti.

Ezarel abriu um novo sorriso trocista.

— Achas mesmo que te vou dizer?

— Porque não?

— Não é da tua conta.

— Segundo as tuas próprias palavras, ele arriscou o pescoço para me tirar das masmorras e, possivelmente, para roubar as minhas amostras. Ele parece bastante interessado em mim e, sinceramente, acho que tenho o direito de saber porquê.

Ezarel inclinou ligeiramente a cabeça para o lado, com uma expressão pensativa.

— Talvez tenhas razão — concordou — Acho que, no mínimo, devias ficar de sobreaviso.

— Sobreaviso?

Ezarel fixou-me com a expressão mais séria que lhe vira até agora. Quase recuei um pequeno passo, assustada.

— O interesse daquele homem em ti coloca-te em perigoso. Nós não sabemos o que ele pretende duma faeliena como tu, mas, atendendo à sua natureza pérfida e ardilosa, coisa boa não há de ser. É imperioso que te mantenhas longe dele, Eduarda. Não caias nos seus estratagemas, porque se isso acontecer… nós não seremos capazes de te salvar.

Eu engoli nervosamente em seco, com o coração a palpitar no peito. Ver Ezarel tão austero era aterrador, e não há dúvida de que isso contribuía para encarar aquele aviso com seriedade, mas… eu não podia arriscar confiar nele.

— Ele salvou-me — lembrei ao elfo — Ele salvou-me das masmorras, por isso não creio que ele me queira fazer mal…

— Vês?! — exclamou Ezarel, apontando-me um dedo acusador — Vês?! É exatamente disso que eu estou a falar! Ele provavelmente só te salvou para te fazer sentir alguma afinidade por ele e tu caíste que nem um patinho! Ele não é um príncipe encantando, Eduarda! Não confies nele!

— Okay… tudo bem. Vou ter mais cuidado.

— Ótimo — aprovou o elfo, acalmando-se ligeiramente.

Eu não respondi, Ezarel não disse mais nada e o silêncio acabou por se estender. O Diretor da Absinto começou a espreitar por cima das cabeças das pessoas à nossa frente, impaciente pela sua vez, e eu baixei tristemente o olhar para o chão enquanto me perguntava se haveria alguém naquele sítio em que podia confiar. Sempre que conhecia alguém novo aparecia um outro alguém a dizer-me para não confiar no primeiro. Keroshane avisara-me sobre Leiftan, Lithiel sobre as Guardas, a ruiva com orelhas de coelhos sobre Lithiel, agora Ezarel sobre o homem mascarado… Será que não havia ninguém ali que quisesse apenas ajudar-me a regressar a casa?

As minhas conjeturas tornaram-me, mais uma vez, extremamente consciência da minha própria solidão. Senti os olhos encherem-se de lágrimas e o esforço que fiz para as segurar foi tanto que me encolheu o estômago e arrancou a fome. Ponderei desistir do almoço, mas sabia que me arrependeria mais tarde. Imaginem se tivesse uma quebra de tensão, desmaiasse e fosse arrastada para a enfermaria? Não teria maneira de impedir Eweleïn de tirar novas amostras se isso acontece!

Eu e Ezarel chegámos finalmente ao topo da fila e pegámos nos nossos tabuleiros. Estava já a dirigir-me para os balcões com comida quando Ezarel decidiu retomar o diálogo:

— A propósito, como está a tua mão?

— Bem — respondi sucintamente.

— Não tens dores?

— Não.

— A tua pele continua a cair?

— Como é que sabes disso? — perguntei de sobrolho franzido.

— Li os relatórios que a Eweleïn escreveu sobre ti.

— Nunca te ensinaram a não meter o nariz onde não és chamado?!

— A Eweleïn é minha subordinada e tem a obrigação de me apresentar todos os relatórios que escreve — defendeu-se o elfo.

— Oh — fiz, lembrando-me apenas nesse instante que a enfermaria fazia parte da jurisdição da Absinto, ou seja, estava sob a chefia de Ezarel — M-mesmo assim, não devias xeretar informação privada dos pacientes!

— Lamento informar-te, mas esse é o meu trabalho. Agora responde à pergunta.

Eu lancei um olhar muito irritado a Ezarel, mas respondi:

— Não, não está a cair, pelo contrário. Está a sarar bastante bem.

— É por isso que ainda não foste ver a Eweleïn, como ela te pediu?

— Como é que…?!

— Eu estava com ela quando transmitiu a mensagem à Ykhar — revelou Ezarel, adivinhando a minha pergunta.

Lancei-lhe um novo olhar zangado antes de decidir dar-lhe a mesma desculpa que dera a Nevra:

— A Eweleïn parecia exaltada com o roubo, não quis incomodá-la. A ferida também não precisa de cuidados urgentes, por isso achei melhor dar-lhe tempo para se acalmar.

— O problema não é esse — negou Ezarel — Nós precisamos de novas amostras. Temos de as analisar e descobrir o que és antes que o ladrão o faça.

Eu humedeci nervosamente os lábios.

— Será difícil retirar amostras agora — declarei num tom inocente — A ferida está a sarar bastante bem, não sei se a Eweleïn conseguirá…

— Oh, não te preocupes com isso — cortou-me Ezarel com um sorriso endiabrado — Nós havemos de arranjar uma ponta por onde pegar.

O seu sorriso não me agradou e eu pretendia perguntar-lhe o que queria ele dizer com aquilo, mas uma rapariga assustadora, semelhante ao cadáver dum afogado, surgiu do outro lado do balcão para servir os nossos pedidos. Engolindo o grito de pavor que me subiu disparado pela garganta, pedi-lhe um prato do que parecia ser carne de porco à alentejana.

— O que é aquilo? — perguntei ao Ezarel em surdina, quando nos afastámos com os nossos pratos.

— Aquilo o quê?

— A rapariga que nos serviu!

Ezarel abriu um pequeno sorriso escarnecedor.

— Assustou-te?

— U-um pouco — admiti de má vontade.

Ele riu-se, divertido, antes de esticar um braço e recolher os seus talheres de três cestinhos de verga. Foi buscar um copo, um guardanapo, uma maçã verde e brilhante e eu segui-o o tempo todo com o olhar, cada vez mais impaciente.

— Vais responder à minha pergunta? — interroguei quando me fartei de esperar.

— Estava prestes a fazê-lo, mas, como me interrompeste, vou punir-te com silêncio.

Mordi as bochechas com força, tentada a atirar-lhe o tabuleiro à cabeça. O sorriso de Ezarel alargou-se ao ver a minha expressão. Pegou no seu tabuleiro e afastou-se. Eu segui-o.

— Querias mesmo ter esta conversa onde a rapariga a pudesse ouvir? — perguntou-me Ezarel enquanto poisava o tabuleiro numa pequena mesa vazia.

— Oh… Pois, bem pensado…

Ezarel ergueu uma sobrancelha presumida enquanto se sentava.

— Ai, ai, o que seria de ti sem mim? — questionou-se antes de me fazer um gesto para me sentar na frente dele — Estás à espera de quê? Senta-te. Não vais ficar a olhar para mim feita de gárgula enquanto como, pois não?

— És tão delicado com as alcunhas — comentei num tom escarninho enquanto me sentava e preparava para comer.

— Faço um esforço — disse o elfo com um grande sorriso satisfeito.

— Já me podes falar da rapariga assustadora?

Ezarel encolheu levemente os ombros, pegando nos talheres.

— É uma banshee.

— Banshee? — repeti — Banshee como… aqueles espíritos que gritam para anunciar a morte de alguém?

— Sim, isso mesmo — concordou Ezarel, com a boca cheia do que pareciam ser almôndegas — Há uma crença de que elas foram criadas justamente para assustar os humanos com os seus presságios, mas ninguém sabe ao certo…

— Criadas por quem?

Ezarel engoliu o que tinha na boca e, antes de voltar a atulhá-la com almôndegas, respondeu:

— O Céu e a Terra.

— C-como assim, o Céu e a Terra?

Ezarel revirou os olhos, enfadado.

— O Kero não foi incumbido de te fornecer os livros necessários para conheceres a nossa história?

— Sim, mas ainda não os li a todos.

— O que leste até agora?

— O “Elucidário de Maana”, o “Manual de Mascotes” e o “Grande Exílio”. Comecei a “Titanomaquia”, mas ainda não terminei.

— Não estás a ler os livros por ordem cronológica, por isso é que continuas ignorante — acusou o elfo — Devias ter começado pelo “Breviário de Faeries”, a origem de todas as criaturas vivas está espetada logo no primeiro capítulo.

— Deviam ter-me dito isso mais cedo!

— O Kero provavelmente deu-te os livros por ordem, tu é que és uma atarantada!

— Temos pena, então! Porque não poupas o sermão e começas a falar do que realmente interessa?

Ezarel voltou a revirar os olhos, soltando uma exclamação agastada.

— Só me dás trabalho… Ouve com atenção, que não pretendo repetir-me! — avisou antes de pigarrear levemente — É provável que já tenhas ouvido referências ao Céu e à Terra em mitos do teu mundo. Os egípcios chamavam-lhe Nut e Geb, os gregos, Úrano e Gaia…

— Oh! — exclamei, ao reconhecer os nomes — Úrano e Gaia, Céu e Terra, okay, entendi — estaquei quando um pensamento me ocorreu — Espera aí, isso quer dizer que os mitos são… reais? Os deuses gregos são reais? Há mesmo…?

— Não, não e, não sei o que ias dizer, mas não — negou Ezarel — Os mitos chamam-se mitos por uma razão. Eles têm apenas um fundo de verdade, não são, no seu todo, verídicos.

— Mas Úrano e Gaia são reais, certo? — perguntei, empolgada.

— Sim. São os criadores de todos os seres vivos que existem, plantas, animais, humanos e faeries.

— Como é que eles nos fizeram?

— Ninguém sabe ao certo. A teoria mais recorrente é a de que os humanos e os animais resultaram da união das diversas formas físicas que o Céu e a Terra adotaram ao longo dos tempos e os faeries foram moldados a partir de Maana.

— É por isso que vocês conseguem canaliza-la — ponderei.

— Precisamente.

— Isso quer dizer que também há cristais na Terra?

— Desculpa? — inquiriu Ezarel, confuso.

— Estava só a pensar… Se os cristais são a fonte da Maana e os faeries vieram da Terra, então…

— Ah, não, não é nada disso — negou rapidamente o elfo — Os cristais não são a fonte de Maana ou, para ser mais exato, não são uma fonte natural de Maana. São uma fonte artificial, criada pelos faeries para manter ativo o fluxo de Maana que sustenta Eldarya. A Maana que usámos para criar esta realidade e os cristais, no entanto, é oriunda do Céu e da Terra que existem no teu mundo. 

— Isso quer dizer que a Maana vem na verdade do meu mundo? — perguntei, incrédula.

— Sim, mas não fiques toda convencida só por causa disso — avisou o elfo com um sorriso sardónico — Podes ter um fornecimento infinito de Maana na Terra, mas não podes canaliza-la.

— Eu, convencida? Tu é que me pareces cheio de inveja!

O sorriso de Ezarel alargou-se, mas viu entretanto algo sobre o meu ombro que o fez esmorecer rapidamente.

— Bom, a nossa conversa tem sido bastante interessante, mas está na hora de ir embora — anunciou, levantando-se e pegando apressadamente no seu tabuleiro — Avisa-me quando fizeres o teste das Guardas! — acrescentou quando já estava a afastar-se.

— O-okay… — cedi, confusa com tanta pressa. Parecia que ele ia a fugir de alguma coisa…

Bingo. Um grupo de três raparigas agitadas passou por mim no instante em que esse pensamento me ocorreu, seguindo no encalço do elfo. Eu soltei um pequeno suspiro. Os chefes das Guardas pareciam fazer furor entre as meninas, mas Ezarel não parecia lidar tão bem com a atenção como Nevra. Será que podia usar isso contra ele…?

— Desculpa, és a Eduarda?

A voz desconhecida colocou termo aos meus planos maquiavélicos para me livrar do elfo, chamando-me a atenção para o elfo de cabelos azuis e olhos verdes que estava ao meu lado.

— S-sou, sim — confirmei, confundida com a sua aparição súbita — Tu és…?

— Chamo-me Lee, muito prazer — apresentou-se, sorrindo e estendendo-me a mão direita. Ergui a minha para o cumprimentar e o seu olhar deteve-se nas ligaduras — Estás ferida? Desculpa, não sabia… É grave?

— Não, não, estou bem…

— Ah, ainda bem — fez uma pausa — Eu gostaria de falar contigo sobre um assunto, será que posso fazer-te companhia?

— C-claro, senta-te — convidei, cada vez mais confusa.

Lee agradeceu e puxou a cadeira que Ezarel ocupara, sentando-se.

— Vi o Ezarel aqui contigo — comentou — Ele… convidou-te para almoçar?

— Hã? — fiz como uma idiota, apanhada desprevenida pela mudança de assunto — Não, não! Ele encontrou-me na fila para os tabuleiros e decidiu arruinar o meu dia, só isso.

— Arruinar o teu dia? Vocês pareciam estar a ter uma conversa bastante afável.

— Ele estava a contar-me um pouco mais sobre Eldarya — elucidei, embora o comentário me tenha deixado desconfiada. Há quanto tempo estaria ele a observar-nos para fazer aquele tipo de suposição?

— Oh, a sério? O que é que ele te contou, exatamente?

— Falou-me de Úrano e Gaia — encolhi os ombros antes de mudar descaradamente de assunto — Tu não querias falar comigo sobre alguma coisa?

— Ah, sim, desculpa, tens razão, dispersei-me. É que… não é habitual ver o Ezarel no refeitório, muito menos com companhia, então… — silenciou-se por alguns instantes, até sacudir ligeiramente a cabeça, como se estivesse a reorganizar as ideias — Adiante! Queria falar contigo sobre um assunto, sim, e é uma coisa meio… delicada.

— Estou metida em sarilhos? — perguntei sem conseguir evitar um suspiro aborrecido.

— Não, não! — negou Lee, rindo antes de voltar a ficar sério — Acho que não…

— O que é que tu queres? — inquiri, decidindo ir direta ao assunto antes que ele se dispersasse outra vez.

Lee humedeceu os lábios e olhou nervosamente em volta antes de se chegar à frente e murmurar num tom conspiratório:

— Eu ouvi dizer que vais abrir um portal para regressar à Terra…

— Sim, vou tentar, pelo menos.

O elfo voltou a humedecer os lábios.

— Se eu te ajudar… deixas-me ir contigo?


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Notas finais do capítulo

[Próximo: 12/12/17]