Guto & Benê - ITS TOO LATE TOO SAY SORRY escrita por Kayle


Capítulo 2
Aquele em que se fica destroçado


Notas iniciais do capítulo

mais um capitulo



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Guto entrou em casa completamente furioso. Na sua cabeça não paravam de rolar imagens. A Benê a chegar a sala de ensaio, a maneira como ele a tratou, o pedido de namoro, a rejeição.                 Parecia que estava preso em um filme de terror. Não era para aquilo ter acontecido, nunca quis magoar ninguém e muito menos a Benedita. Agora ela estava lá, sabe-se lá onde, com aquele garoto que ele nunca tinha visto na vida.          
            Olhou para o telemóvel, mas não tinha nenhuma notificação. Já tinha ligado para a Tina a perguntar se tinha notícias da Benedita mas ainda não tinha recebido nenhuma notícia. O telemóvel e a sua casa estavam em um silêncio absoluto, era só ele e os seus pensamentos como sempre. Só queria deitar-se, queria acordar amanha e perceber que tudo não tinha passado de um sonho mau, que tudo não passava da sua imaginação ou de uma ilusão do seu inconsciente. Deitou-se no sofá e tentou adormecer, naquele momento não havia muito mais que pudesse fazer.        
            Não muito longe dali, perto da Lanchonete do Roney uma menina de óculos descia de uma moto. Caminhava lado a lado, com um garoto.      
            - Eu adorei a nossa tarde Benê – disse o Rodrigo com um sorriso de lado.           
            A menina olhou fixamente para ele. Era estranho, sim ele tinha um sorriso lindo, era simpático, mas não era o sorriso que queria ver. Queria ver um sorriso com covinhas. Queria o pianista em vez do motoqueiro. Mas era hora de encarar a realidade, o Guto nunca fora nada dela. Nem amigos eles eram.     
            - Obrigado por tudo – disse com sinceridade. Tinha - lhe feito bem sair com ele, deitar para fora tudo o que a esta a consumir.            - Não tens de agradecer, e já sabes amanha está combinado eu pego-te no colégio e vais me mostrar a cidade. Acho que o meu primo vai estar muito ocupado.     
            - Tudo bem. – disse a menina com um meio sorriso.
            Eles entraram na lanchonete do Roney. Não tardaram a ver o Tónico, perto da Keyla e do Deco. A menina observou os primos a reencontrarem-se e pelo canto do olho observou o Tato sozinho em uma mesa. Podia não entender muito de emoções, mas a cara dele não estava boa. Aproximou-se dele, ela era amiga da Keyla, mas também era amiga do Tato e ele não estava bem.         
            - Oi Tato.       
            - E ai Benê, a Tina andava louca a tua procura, sabes? O Playba do guto disse qualquer coisa de que tu tinhas desaparecido. Mô conversa de doido.           
            - Não quero falar do Guto. Tato, a gente é amigo não é?    
            - Claro Benê, que conversa de doido é essa?           
            - Eu não sou muito boa a entender sentimentos, mas eu sei que tu tas triste. É por causa do Deco, não é?       
            O menino ficou comovido com a preocupação dela. Sabia que ela e a Key eram amigas mas mesmo assim ela tinha tempo para se preocupar com ele.    
            - Eu sabia que isto ia acontecer sabes Benê, sempre foi ele. Não importante o quando eu tenha tentado. Ela sempre o vai escolher a ele.        
            - Se te serve de consolo, eu prefiro te a ti.  És mais fofo, apesar de tanto músculo.
            O menino riu com a frase da menina. Essa era a Benê cheia de luz, mas naquele momento podia perceber que algo não estava bem, como se algo tivesse acontecido. Não parecia a mesma Benê cheia de alegria.           
            - Benê, passou alguma coisa com o Guto?   
            A menina não teve tempo para responder. Naquele momento, uma Tina e uma Lica muito aflitas entravam pela lanchonete. Vieram na direção deles, e abraçaram a  Benê, que se retraiu um pouco com o abraço das amigas,    
            - Po Benê que susto cara. Fiquei super aflita com a mensagem do Guto.
            - Que história é esse de rolé de moto. Virou radical agora?
            A menina então contou aos amigos o que se tinha acontecido. Desde a ida ao ensaio, até a saída de moto com o Rodrigo. A Tina ficou lívida, a Lica enraivecida e o Tato queria matar o Guto.       
            - Eu agradeço a preocupação. Mas não façam nada, é serio. Acabou tudo, acabou aulas de piano, acabou Guto. Eu só quero ir para casa e esquecer que tudo aconteceu.
            - Po  Benê, mas eu jurava que havia coisa entre vocês. E o Guto não é assim… - começou a Lica.          
            - Benê, isso não pode ficar assim. O Playba tem que pagar pelo que fez.
            - Tato por favor, não façam nada.    
            Eles sabiam que tinham que respeitar a decisão dela. Mas ter uma conversa com ele não ia doer, ela nem precisava de saber de nada. A menina despediu-se dos amigos e encaminhou-se para a saída. Só queria ir para casa. Dormir tranquila. Antes porém foi impedida pelo Rodrigo que lhe pós a mão no ombro, impedindo-lhe de sair. Este gesto fez a menina retrair-se.   
            - Já vais? – Perguntou com um sorriso.        
            - Sim estou cansada.   

— Amanha eu pego-te na escola e vamos dar a nossa volta. Adorei conhecer te Benê, é serio – dito isto aproximou-se e baixou-se para beijar a bochecha da menina. Que se retraiu um pouco com o breve contato.
            A menina deu um meio sorriso, e dirigiu-se a casa. O dia tinha sido longo e o amanhã prometia ser difícil.           
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            Guto acordou, e a primeira coisa que fez foi ir ao telemóvel. Viu que tinha uma mensagem da Tina. “ A Benê está bem, não que isso te interesse”.    Engoliu em seco, ao menos ela estava bem. Saber isso animou-o um pouco. Guardou o telemóvel disposto a ir para as aulas, no final das aulas ia ao Cora Coralina encontrar a Benê. Precisavam de falar.  
            Na aula sentou-se bem longe do seu grupo habitual. Não conseguia se concentrar e pior recebeu a aula toda olhares matadores da Lica e da Tina. Nunca a aula tinha demorado tanto a passar. Mal o sinal da ultima aula tocou saiu que nem uma flecha
            O caminho até ao Cora Coralina parecia infinito. Precisava de a encontrar. Quando chegou perto do portão da escola ela estava lá. Mas não estava sozinha, estava com a Ellen e aquele garoto esquisito, o da moto. Conversavam bastante animados.      `
            - Benê, a gente tem que falar – disse com receio aproximando-se deles.    
            - Não há nada para falar.       
            - É isso mesmo Benê, não dá moral para esse ai não – incentivou a Ellen
            - Na boa Ellen, aqui a conversa é reta, entre mim e ela. Por isso não se metam.
            - A gente vai se meter sim, porque ela é nossa amiga. Cara eu não te conheço, mas baza daqui. – disse o Rodrigo.        
            - Quem é você cara para me mandar bazar. Fica na tua, ó motoqueiro.      
            - Eu sou alguém que não conhece direito a Benê, mas sabes que ela é maravilhosa. Alguém que nunca faria o que tu lhe fizeste Agora baza.           
            A Benê não aguentava mais aquela discussão. Tinha a mão nos ouvidos de maneira a amenizar o barrulho.           
            - PAREM COM ISSO, POR FAVOR PAREM. GUTO VAI EMBORA. ESTAS LIVRE DA OBRIGAÇÃO DAS AULAS. Vai…..       
            O garoto ficou transtornado. Vê-la assim tão quebrada, tão triste. Era pior que tudo. Aproximou-se dela, queria abraça-la, queria pedir desculpa. Queria dizer tanta coisa. Queria dizer-lhe o quanto ela tinha-se tornado importante para ele. Tentou toca-la no braço, mas ela retraiu-se e aquilo magoou mais que tudo.`           
   - Eu não queria que isto tivesse acontecido…..       
            Ela olhou-a com a desilusão estampada na sua cara. Viu quando ela se foi com o tal motoqueiro, viu-o a ajuda-la a meter o capacete e a subir a moto. Aquilo a remoer-lhe por dentro.
       - Não fales mais com a Benê. Ela agora tem quem cuide dela. Estas avisado Playba.
       Foi embora, deixando-o para trás. Ele deixou-se cair no chão. Enrolado nos seus joelhos. Ouvia as pessoas a sair da escola, ouvia os risos dos adolescentes, mas não conseguia mover-se da sua posição. Estava quebrado, destruído, e o pior é que nem entendia o porquê. .


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Notas finais do capítulo

e ai o que acharam



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