Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. ;D



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Hoje o dia promete. Acordei muito mais cedo que o esperado graças a um pesadelo, provavelmente aconteceu por causa do susto que levei na noite anterior. Levanto-me e ando em direção à janela e percebo o sol aparecer timidamente. Um vento gélido entrava em meu quarto, me deixando arrepiada. Reviro os olhos, pois nunca gostei do frio.

Após me arrumar, me dirijo à escola. Optei por ir de ônibus, pois estava fora de cogitação andar na rua com aquele clima. Assim que cheguei fui correndo até o clube de jardinagem para encontrar com Iris, ela estava me ajudando com as tarefas após a saída de Kentin. Consegui adiantar boa parte do trabalho e terminaria o resto depois do almoço. Fomos até a sala de aula após ouvirmos o sinal. Graças ao clima frio, muitos alunos estavam desanimados e os professores tiveram uma enorme dificuldade em mantê-los acordados. Por pouco eu não fazia parte deste grupo, mas não poderia vacilar neste período. Perdi muitas aulas graças ao meu tratamento e teria que me esforçar bastante para aguentar o ritmo.

No horário de almoço, sentei-me ao lado de Iris, Kim e Violette. Passamos um momento agradável, mas eu despedi-me rapidamente para finalizar minhas tarefas do clube. Ao chegar à estufa, um dos alunos que também participam me pediu para que buscasse um pacote com adubo que havia sido colocado no depósito por engado. Pensei em questionar o motivo dele não fazer isso, mas eu já sabia a resposta: boa parte dos membros desse clube só está lá por falta de opção e não fazem nada além do necessário para sua permanência.

Corri em direção ao depósito e busquei o pacote (que era maior e mais pesado do que eu imaginava) e segui pelos corredores até chegar ao meu destino. Óbvio que para tornar o meu dia ainda pior eu tinha que encontrar com o trio de pestes.

—Saia da frente, nós queremos passar.

—Não sei se você reparou, mas eu estou com peso aqui.

—Azar o seu.

Elas me empurraram, me fazendo perder o equilíbrio.

Sabe aquele momento em que a imagem de um anjo e um demônio surge na cabeça de um personagem de desenho? Pois é. De um lado, um anjinho me dizia para ser melhor que elas, me apoiar na parede e depois seguir o meu caminho. No entanto, foi MUITO mais prazeroso ouvir o demônio e derrubar aquele pacote adubo nas roupas caras daquelas três.

—Que nojo! Essa terra fede! –Li reclamava, enquanto tentava retirar a sujeira das roupas.

—Não é terra, queridinha. –Disse, enquanto segurava o riso.

—Mas o que está acontecendo aqui?!

—Nath, essa louca jogou essa coisa nojenta. –Ambre falava como uma garotinha, com lágrimas nos olhos.

—Eu vi tudo, Ambre. Você a empurrou.

Nathaniel me defendia, enquanto Ambre e suas amigas se faziam de vítimas. No fim das contas, ela ficou como a culpada da história e eu consegui me safar, mas não perdeu a oportunidade de dizer que aquilo teria consequências assim que pode ficar sozinha comigo. Após resolvermos tudo, Nath me ajudou a limpar o que havia sido derramado no corredor (claro que as três “princesas” não fariam nada) e levou o pacote até a área destinada ao clube.

—Isso estava pesado, você não encontrou ninguém para ajuda-la a trazer?

—Infelizmente não, os membros do clube não estão muito motivados...

—Entendo, mas quando você estiver sozinha pode me procurar. Isso evitaria situações como a de hoje.

—Eu não queria te incomodar. Além disso, achei que daria conta sozinha.

—Você nunca incomoda. –Ele esboçou um leve sorriso. –Eu vou terminar algumas coisas no grêmio, nos vemos mais tarde.

Ele começou a andar, mas virou-se rapidamente.

—Esqueci-me de avisar, alguns professores entrarão em reunião e por isso não teremos mais aulas hoje. Você pegou sua autorização para sair?

—Eu não sabia dessa reunião. Achei que teríamos aula.

—Já imaginava isso, a diretora fez o anúncio oficial anteontem. Assim que terminar aqui, vá até o grêmio e eu entrego o papel.

—Tudo bem.

Despedi-me e continuei os meus afazeres. Alguns eram simples, outros mais complexos, mas eu consegui terminar quase tudo. Minha última tarefa seria mudar alguns vasos de lugar. No início não tive muitos problemas, mas os últimos eram maiores e mais pesados. Eu estava prestes a deixar um deles cair no chão quando alguém me ajudou.

—Cuidado!

—L-Lysandre, obrigada por me ajudar.

—Disponha. –Ele segurou o vaso e começou a me ajudar com o resto. –Não seria justo deixa-la fazer tudo isso sozinha.

—Gostaria que os outros membros do clube pensassem assim... –Murmurei, com o rosto sério.

Ficamos em silêncio enquanto Lysandre me ajudava. Assim que terminamos, resolvi quebrar o gelo.

—Eu não me lembro de você nos últimos dias, acho que nos desencontramos várias vezes.

—Não nos encontramos porque eu fui visitar meus pais, eles vivem no interior. Voltei nesse final de semana.

—Mesmo assim eu não deixo de estar certa. Assim que você voltou, eu faltei. Isso não deixa de ser um desencontro.

—Faz sentido. –Ele sorri.

Continuamos conversando, mas ele é muito reservado. Pelo que percebi o rapaz não gosta de falar sobre seus problemas, então resolvi não incomoda-lo. Papeamos também sobre música e seu grupo com Castiel. Sua paixão pelo tema me fez lembrar Lian, acredito que assim como meu amigo, ele será um grande profissional.

Fomos juntos até o grêmio e em seguida nos despedimos. Chegando a casa, corri para o chuveiro e em seguida coloquei o pijama mais quente que tinha e fui assistir algumas séries. Esta noite eu ficaria sozinha, pois meus pais estavam trabalhando. Tudo estava perfeito e para melhorar, recebi uma mensagem de Lian. Nela ele me convidou para um show que ocorreria em minha cidade. Os membros eram amigos dele e estavam no começo da carreira, por isso ele pediu para que eu fosse.

Por ele estar a quilômetros de distância de minha cidade, eu iria sozinha. Pesquisei informações sobre o lugar, me arrumei e fui. Cheguei cedo (só para não perder o costume), o lugar não era exatamente uma maravilha, mas era aceitável, considerando que eram iniciantes. Eles foram me cumprimentar antes que o show começasse, conversamos um pouco e assim que o lugar começou a encher eles se distanciaram e foram em direção aos bastidores.

Com o tempo, uma multidão foi se formando ao redor do palco. Eles iniciaram o show e a multidão acompanhava animadamente. Com o tempo eu fui pegando o ritmo e balançava a cabeça ao som da música. Às vezes me arriscava a cantar alguns trechos do refrão das músicas e me movimentar, mesmo com os empurrões das pessoas ao meu redor. A banda era boa e eu aproveitava o momento, até perceber que um grupo de garotos (com um cheiro forte de bebida) insistia em ficar próximo demais de mim. A gota d’água foi quando um deles tentou me roubar um beijo. Eu estava prestes a esmurrar a cara do desgraçado quando Castiel apareceu (não sei de onde) e envolveu seu braço ao redor dos meus ombros.

—Quem você pensa que é para chegar perto da minha garota?!

Ele me distancia um pouco, já tentando arrumar briga com um dos caras. Eles se afastaram de nós e Castiel se aproxima de mim novamente, me puxando para fora daquela multidão.

—De onde você surgiu?

—Não há de quê.

—O-Obrigada. Mas você não respondeu minha pergunta.

—Eu estava perto de você, só não percebeu minha presença porque estava ocupada demais bancando a tiete da banda.

—Cala a boca...

—É assim que me agradece? –Ele me lançou um sorriso. –Na próxima vez te deixarei sozinha.

—Eu sei me virar. Se você não estivesse chego, eu teria dado um jeito neles.

—Essa eu pagava para ver...

Nossa conversa foi interrompida por um barulho de garrafas quebrando e uma voz bem alta que gritava palavrões que eu nunca tinha ouvido.

—Eu vou para casa, esse bando de bêbados baderneiros começará a quebrar tudo em alguns minutos.

—Baderneiros? Sério, titia?

—Cala a boca... –Nós rimos e eu dei um leve empurrão nele.

—Eu te acompanho, esse lugar está começando a perder a graça.

—Isso tudo é pelo prazer da minha companhia ou só medo de apanhar dos bêbados mesmo?

—Eu só não te respondo como deveria porque sou um gentleman.

Seguimos o caminho rindo e conversando sobre diversos assuntos, às vezes as risadas eram altas demais para o horário e algumas pessoas apareciam na janela aos berros, mas não nos importamos muito. Ao chegar a casa eu estava tão cansada que acabei me jogando na cama e dormindo até o dia seguinte.

Ao amanhecer, preparei-me rapidamente e fui até a escola. Chegando lá, encontrei uma menina com lágrimas no rosto, correndo em direção à escadaria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. :)



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