Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Mesmo com algumas suspeitas, não sei o motivo dele ter vindo até Sweet Amoris. Kentin e eu éramos próximos em minha antiga cidade, mas, assim como fiz com todos os outros próximos a mim, eu o afastei.

A apresentação dele foi breve, sem dar muitos detalhes sobre o motivo ter se mudado. O professor agradeceu ao Kentin e olhou para mim.

—A senhorita pode iniciar a sua apresentação.

—Eu me chamo Ariel, estudava na mesma escola que Kentin.

—Disso já nós sabemos.

—Mais respeito, senhorita Ambre.

Eu continuei a minha apresentação sem muito ânimo. Ambre e suas amigas aproveitavam cada momento para me bombardear de comentários impertinentes, mas eu não estava com a menor energia para retrucar qualquer um deles e, honestamente, aquilo não me incomodava. Com o tempo, ela percebeu que não recebia a atenção que desejava e calou a boca. Eu só queria terminar logo aquilo, tinha outras prioridades no momento.

O sinal tocou e eu me aproximei de Kentin, não poderia manter as coisas daquele jeito. Ele sempre se preocupou comigo e eu estraguei tudo, como sempre faço.

—Olá, eu não esperei que você fosse...

—Me desculpe, eu fui um bobo em pensar que te seguir até aqui depois de tudo que aconteceu resolveria magicamente os problemas. E-eu só queria que as coisas voltassem ao que eram antes.

Eu o abracei o mais forte que consegui. Mesmo imaginado que ele seria realmente capaz de fazer algo assim, perceber que aquilo era real foi muito melhor do que eu imaginei. Ele retribuiu o abraço e nós ficamos assim por alguns minutos.

—Se eu soubesse que seria tão fácil não teria te comprado isso.

 Enquanto falava, ele abriu a mochila e me mostrou um urso de pelúcia. Eu aceitei o presente e agradeci, ele sempre foi muito gentil desde que nos conhecemos.

—Sou eu que preciso me desculpar, você não merecia ser tratado daquele jeito.

—Você estava mal, agora eu sei o que aconteceu. – Ele pegou em minha mão, timidamente. – Eu deveria ter sido um pouco mais insistente.

Ele lançou um sorriso e eu resolvi mudar o rumo da conversa.

—Então, esta escola é bem grande.

—Sim, mas eu não pude ver muito. As aulas já estavam começando quando cheguei.

—Mais cedo eu conheci alguns lugares da escola, posso te mostra-los. O que acha?

—E-Está falando sério? – Ele sorriu. –Claro que sim!

Andamos pelos lugares que eu encontrei mais cedo. Conversamos sobre nossas memórias da antiga escola e nossas expectativas para Sweet Amoris. O último lugar que eu o mostrei foi o jardim, ele sempre gostou bastante de jardinagem e por isso eu sabia que iria agradá-lo.

—É enorme!

—Sim, mas é uma pena estar tão maltratado.

—Eles têm bons equipamentos aqui, repará-lo não chega a ser uma missão impossível.

—Se você diz...

—Você poderia me ajudar. A diretora falou sobre um clube de jardinagem, nós poderíamos entrar e arrumar isso.

—Sim capitão! – Eu disse, enquanto fazia uma continência.

Começamos a rir e seguimos para as salas de aula. O resto do dia foi tranquilo, eu me sentia bem mais animada e o meu rendimento nas aulas foi satisfatório. Aos poucos eu me livrei de todas as inseguranças. Sentir que não estava mais sozinha me fez bem, estar ao lado dele me trouxe o conforto que eu precisava.

Despedi-me de Kentin e deixei a escola. Decidi percorrer o caminho a pé, olhar as lojas me lembrou do meu passeio com Lian. Eu deveria ter comentado com Ken sobre isso, eles cresceram praticamente juntos e eram muito próximos.

Lembro-me como se fosse ontem do dia em que eu os conheci. Fazíamos parte do clube de música, Lian chamava muita atenção, pois se descava com o seu vasto conhecimento sobre o tema enquanto Ken e eu éramos o extremo oposto. Esta amizade nos ajudou a não passarmos vergonha, pois ele nos dava algumas dicas e com o tempo fomos pegando o jeito com a flauta.  Ficávamos até tarde treinando e isso nos aproximou cada vez mais, até que Lian se formou e eu... me perdi completamente. Pensar em como tudo começou e a forma com que as coisas terminaram me dava um aperto no peito. Mesmo sabendo o mal que isso me traz, eu não consigo evitar.

Eu continuei percorrendo o meu caminho até chegar a casa. Assim que cheguei percebi que meus pais estavam em casa e os cumprimentei. Durante o jantar eles me fizeram várias perguntas sobre o meu primeiro dia e ficaram felizes em saber que eu estava me adaptando bem. Quando acabou eu subi as escadas e sinalizei para que minha mãe viesse comigo.

— Qual é o nome dele?

—Como?

—O nome do rapaz que te encantou.

—Nenhum. Eu só te trouxe aqui para te mostrar isso. – Eu disse, enquanto tirava o urso que o Kentin havia me dado de presente.

—É lindo, mas você não acha que está meio velha para essas coisas?

—Eu não comprei, ele foi um presente de um amigo. Você deve se lembrar dele, o Kentin.

—Eu sabia! Ele está apaixonado por você.

—Não viaja, ele só ficou preocupado comigo.

—Aquele danadinho, pois ele não me engana.

—Enfim... – Eu revirei os olhos, entediada. –Eu só quis te avisar antes, pois sei o quanto você se irrita quando não te conto essas coisas.

Ela saiu do meu quarto com um sorriso de orelha a orelha, acho que ignorou boa parte do que falei para ela.

No dia seguinte, ao chegar à escola, eu tive que escolher entre um dos clubes e optei pelo de jardinagem. Como teria que ajudar no clube, eu ficaria até depois do horário na escola e assim o fiz.

—Acho que está tudo pronto.

—Espera, ainda falta uma coisa. Quando cheguei aqui encontrei um bilhete que nos mandava colocar essas plantas no grêmio e em uma das salas de aula.

Eu conferi o bilhete e optei por ir até o grêmio, pois tinha algumas coisas para falar com Nathaniel.

—Olá, eu preciso deixar algo aqui para o meu clube.

—Mas o que você está fazendo?- Ele perguntou, contrariado.

—Eu preciso colocar algumas plantas aqui e na sala de aula. É para ajudar no clube de jardinagem.

—E o que você colocou aqui?

—A figueira. Algum problema?

—Ufa... Eu pensei que você tivesse colocado uma planta cheia de pólen ou qualquer coisa assim. Eu sou super alérgico! Inclusive eu já estaria espirrando bastante.

—Bom, pelo menos eu acertei. Essa planta não afeta a sua alergia e ao mesmo tempo alegra o ambiente. Não acha?

—Sim, você está certa.  Era só para isso que você veio até aqui?

— Na verdade não. Eu vi que a escola tem um jornal e gostaria de saber se posso participar.

—É complicado... A Peggy quem cuida do jornal e prefere fazer isso sozinha.  Pelo que soube ela não gosta de depender dos outros.

—Puxa, mas não tem jeito mesmo?

—Eu vou ver o que posso fazer, mas não garanto nada. Você participava do jornal em sua antiga escola, tem algo que eu possa mostrar a ela?

—Não tínhamos um jornal onde eu estudava, mas eu tenho um blog e o mantenho atualizado. Isso pode ajudar, não é?

Eu anotei o endereço rapidamente em uma folha de papel e o entreguei.

—Você está indo ao pátio, não é?

—Na verdade eu estava indo para casa. Já terminei as tarefas do clube.

—Antes de ir você poderia me fazer um favor?

—Claro que posso. Do que você precisa?

— Eu preciso que o Castiel assine uns documentos e o quanto menos eu o vejo melhor eu fico. Você poderia leva-los para que ele assine?

Eu balancei a cabeça em um gesto de afirmação e peguei a prancheta com os documentos. Ao chegar ao pátio, lembrei-me de um detalhe importante: não faço ideia de quem seja Castiel. Bom, eu não vou bancar a idiota voltando só para perguntar isso. Só tem alguns alunos no pátio e se eu disser o seu nome, é provável que apenas ele olhe. Caso haja mais de um eu apenas pergunto, isso não irá me matar.

Segui com o plano e, como esperado, apenas um garoto olhou.

—Menino com a camiseta do Winged Skull, então esse é o seu nome.

—Então a garotinha ficou tão obcecada por mim que resolveu procurar informações por aí?- Ele estava com um sorriso malicioso nos lábios.

—N-Não, eu apenas tenho uns documentos aqui e preciso que você assine.

—Já vi tudo.

Ele puxou rapidamente a prancheta das minhas mãos e leu atentamente o papel.

—Você sabe do que isso se trata?

—Não faço a menor ideia, mas não deve ser nada tão importante. Não é?

—É uma folha de ausência, basicamente se eu assinar corro o rico de ser expulso.  Pode devolver a folha ao Nath, não vou fazer isso.

—Não brinque com esse tipo de coisa, eu duvido que ele queira te prejudicar. Ao menos na minha antiga escola, os representantes costumavam...

—Olha bem na minha cara, garota. Você acha mesmo que eu estou brincando?!

Ele parecia furioso, jogou a prancheta para um lado e continuou:

—Eu não sei se você percebeu, mas não estamos na droga da sua escola. Agora devolve essa merda para o representante antes que eu me irrite de verdade.

—Vê se não desconta o seu mau humor em mim! Eu só quero me livrar dessa droga e ir para casa, caso não tenha percebido.

Ele pegou a prancheta do chão, contrariado.

—Tanto faz, eu vou resolver isso com aquele idiota.

Após dizer isso ele seguiu furioso em direção ao interior da escola. Eu provavelmente me sentirei péssima se algo acontecer entre os dois, logo optei por intervir na situação.

—Espera!

—O que você quer agora?

—Me dá essa folha aqui, eu converso com o representante.

—Mas não era você quem queria ir para casa? Agora pode ir. Diferente dele, eu não preciso mandar garotinhas fazerem o meu trabalho sujo.

—Trabalho sujo? – Eu sorri. – Achei que estivéssemos em uma escola, mas pelo jeito me enganei e estamos em um esconderijo da máfia.

Ele começou a rir e eu fiz o mesmo. Acho que os risos foram mais graças ao calor do momento do que o trocadilho em si, mas deu certo.

—Tanto faz, leva isso para ele e diz...

—Que você não vai assinar nada, já entendi.

Ele deu de ombros e saiu da escola. Bom, consegui evitar um problema. Agora só falta acertar as contas com o representante.


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