Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Provavelmente o próximo capítulo será o último. Eu já comecei a escrever e ainda não tenho certeza se irei postar tudo de uma vez ou se vou dividir em dois. De qualquer forma, Brand New Start acaba essa semana.
No entanto, eu pretendo lançar o spin-off do Liam em breve e fazer algumas alterações nesta fic depois de terminar. Alguns detalhes no ritmo e em alguns pontos da trama me incomodam bastante (principalmente pq, quando comecei a escrever, não sabia exatamente como seria o final) e eu pretendo editar algumas coisas e acrescentar/retirar outras pra corrigir isso, mas eu pretendo postar a fic editada em outro site. Em breve trarei mais detalhes para vocês. ^^



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Poucos dias se passaram após o anúncio das duplas e todos estavam fazendo progresso em seus trabalhos. Ou melhor, quase todos. Lysandre e eu tínhamos certa dificuldade em criar alguma conexão com nossos parceiros e isso atrapalhava o processo criativo. No fim das contas, decidimos nos reunir em grupo na biblioteca. Por eu ter mais afinidade com Armim, o levaria para o lugar enquanto Lys nos esperaria com Castiel.

— Pela enésima vez, Armim. Nós não podemos reaproveitar a fanfic que você escreveu sobre... Sobre sei lá que jogo.

— Você não sabe o que está perdendo, eu já tinha todo o material pronto. Além disso, foi uma creepypasta, tem diferença.

— Tanto faz! O enredo é fraco, as personagens pouco cativantes e o tal Arming é um artifício que você usou para se colocar no livro.

— Não mesmo, o Arming tem vinte anos e eu dezesseis. Você precisa se atentar mais aos detalhes, Lysandre.

— Me ajuda, por favor. – o albino olhou para mim.

— É... Por que vocês não escrevem uma fanfi... Adaptação de Drácula? Tem o ar sombrio que o Armim quer para o roteiro e é um grande clássico da literatura.

— Boa ideia. – disse Lysandre.

— Nossa! Acabei de ter várias ideias muito loucas para a fanfic de Drácula.

— Adaptação Armin, adaptação. – murmurou o albino.   

— Tanto faz! Imagina só se o conde for, na verdade, uma condessa. Cara, isso vai ficar muito bom. – disse o gamer, enquanto Lys negava com a cabeça.

Apenas esbocei um sorriso amarelo e convidei Castiel para resolver o nosso trabalho na lanchonete. Após chegarmos lá, nos sentamos em uma mesa quase escondida para não sermos interrompidos e começamos a discutir.

— Tem alguma ideia de qual livro iremos escolher?

— Talvez.

— Tenta colaborar, por favor. É a nossa nota que está em jogo.

— Você se preocupa demais. Já está praticamente aprovada, essa avaliação não é muito importante.  – disse Castiel e eu apenas lancei um olhar de reprovação como resposta. – Olha, se você faz tanta questão desse troço, por que não fazemos... Eu não sei... Talvez Dom Quixote?

— É um clássico, é engraçado, protagonista carismático... Boa ideia.

— Claro que é boa! Surgiu da minha mente brilhante, não tem como ser ruim.

— Saem uma porção de asneiras na sua “mente brilhante” também. Posso, inclusive, fazer uma lista.

— Eu sei que não fui dos melhores ultimamente. – disse e eu o olho incrédula. – Você precisa ver a sua cara. – Castiel abre um sorriso de canto e volta a sua pose séria habitual. – É difícil, mas eu sei reconhecer quando faço uma besteira. Sinto muito.

— Não dá para sentir raiva de você por muito tempo, mas...

— Mas?

— Eu sou do tipo que guarda rancor, não vai ser nada fácil. Para começar, você terá que fazes as pazes com os outros.

— Uma coisa de cada vez, garotinha.

— Se quisesse ir devagar, não teria saído por aí agindo como um idiota.

— Posso saber de onde surgiram essas garras?

— Elas sempre estiveram por aqui, mas eu só mostro quando é preciso. – sorri irônica.  

Continuamos conversando e aproveitamos para fazer o rascunho da peça. Quando percebemos já era quase noite e eu me despedi para ir ao trabalho.

Os dias se passaram e, finalmente, era a data do anúncio. Os alunos estavam inquietos para saberem qual seria a dupla ganhadora até que os professores envolvidos no projeto entram na sala.

No fim, a dupla ganhadora foi Armin e Lysandre, por terem apresentado uma ideia original e totalmente inovadora. Aparentemente, havia um conflito entre os dois, pois o resultado final não era do agrado de Lysandre. Ao sairmos da sala, resolvi conversar um pouco com os rapazes.

— Um beijo?! Armim, você me disse que essa cena não iria para o resultado final e agora eu recebo a surpresa de que... Você tem ideia do que fez?

— Fica de boa, é bom sair da mesmice ou, como disse o professor Savin, quebrar paradigmas.

— O que aconteceu, rapazes?

— Como você sabe, o nosso Drácula é uma mulher.

— Sim, você disse que seria a condessa.

— Pois então, nós resolvemos...

— Você resolveu.

— Foi um trabalho em conjunto, eu só aprimorei. – disse Armin e Lysandre revira os olhos. – Como eu dizia, nós resolvemos fazer uma menção ao filme e transparecer certa química entre Drácula e Mina.

— Ousado, gostei.

— Seria interessante se a química ficasse nas entrelinhas, mas o Armin decidiu colocar um beijo entre as personagens. Um beijo!

— Mas não é simplesmente jogado de qualquer forma. Existe um conflito entre a vontade a solucionar o caso de Lucy e, ao mesmo tempo, sentir uma certa atração pela condessa misteriosa que parece ser a culpada. O beijo seria o auge desse conflito, quando Drácula está prestes a perder e apela para o sentimento que desperta em Mina. É ou não é uma história de vampiros melhor do que Crepúsculo?

— Você não tem jeito!

A conversa durou pouco tempo, pois os rapazes se reuniriam com os professores para fazerem os ajustes necessários no roteiro para que os testes começassem.

Enquanto isso, resolvi cumprir a promessa que havia feito ao gamer e procurar o Nathaniel para tentar recolher informações sobre a garota misteriosa. Chegando à sala do grêmio, o encontrei perdido em seus pensamentos.

— Está tudo bem?

— Sim, eu só estava pensando neste último trabalho.

— A Ambre deve ter feito um inferno, não é?

— Como? – novamente, ele havia se distraído.

— Está mesmo tudo bem? Você sabe que pode conversar comigo se precisar.

— Eu só não tenho dormido muito ultimamente, vai melhorar. – ele lança um sorriso amarelo. – Você precisa de alguma coisa?

— Sim, tem uma pessoa perseguindo o Armin online e nós acreditamos que ela estude aqui.

— Isso é sério, vocês não procuraram alguém da direção?

— Não é tão ruim quanto parece, é uma garota que ele conheceu em um jogo e sabe muito sobre ele. O curioso é que ela é extremamente cuidadosa em revelar informações sobre a própria vida enquanto parece saber um pouco sobre todos que o circulam. Ele não chega a receber ameaças, mas... – fui cortada por risos do representante.

— Você não se ouviu? É meio óbvio quem seja a garota misteriosa.

Parei por alguns segundos, tentando reunir as informações e, finalmente vi que as pistas apontavam para apenas uma pessoa: Peggy.

— Não acredito! Ela está nos fazendo de idiotas esse tempo todo, como eu não percebi?

— Convenhamos que você não seja do tipo que repara em detalhes. – ele se diverte. – Se reparasse, saberia que... Deixa pra lá!

— Minha mente estava ocupada com outras coisas: tenho um emprego, um boletim impecável para manter e... Enfim, não preciso procurar detalhes. As coisas estão ótimas desse jeito.

— Claro que estão. Contudo, se você mudar de ideia eu te apresento alguns romances policiais para treinar o seu senso de dedução.

— É gentil da sua parte... Espera aí, você está zoando com a minha cara, não é?

Ele apenas sorri e eu deixo a sala. Em outras circunstâncias ficaria irritada, mas sinto que ele precisava espairecer um pouco. Não sei se pela rotina no grêmio ou problemas com a irmã, mas Nathaniel me parece mais abatido do que de costume. Assim que resolver o caso Peggy, irei ajuda-lo no que quer que seja. O representante sempre me ajudou com o que podia. Nada mais justo do que retribuir o favor.

Estava caminhando em direção ao clube de jornalismo quando escuto o anúncio no microfone para que os alunos interessados em apresentar a peça fossem ao ginásio para fazerem os testes. Confesso que não sabia ao certo se iria ou não me apresentar, mas por fim decidi ir até o lugar (não é como se eu fosse receber o papel principal de qualquer forma). Antes que chegasse ao pátio, escuto gritos no fim do corredor.

Repeti várias vezes para mim que aquilo não era da minha conta e que, cedo ou tarde, alguém iria ajudar a pessoa. No entanto, acabei indo até o lado oposto do que deveria e, como paga da minha generosidade, acabei trancada pela Ambre no porão.

Após várias tentativas, decidi desistir de sair de lá e esperei darem falta de mim. Minutos após eu ouvi uma movimentação do lado de fora e resolvi gritar mais uma vez. Do lado de fora estava Kentin, que havia sentido minha falta e ido atrás para me buscar. No fim ele conseguiu abrir a porta e nos sentamos na escada por um tempo.

— Aquela... Ela tinha medo que você ganhasse o papel principal, só pode!

— Quer saber? Eu não ligo, só estou feliz por você ter vindo. – sorri e ele retribuiu.

— Talvez a gente ainda consiga fazer os testes. Quer tentar?

— Estou bem aqui, acho que não teria condições de fazer um bom trabalho depois do que aconteceu. Mas você pode ir, eu vou ficar bem.

— Nada disso! Vou ficar ao seu lado, a gente pode tentar entrar no grupo do figurino ou cenários.

Eu tentei convencê-lo a ir, mas Ken insistiu em permanecer no mesmo lugar. Depois de certo tempo, ele decidiu ligar o telefone e por alguma música para tocar. Eu me aproximei e compartilhamos os fones de ouvido. O tempo passou voando e por pouco não somos esquecidos dentro da escola. Na saída, nos despedimos e eu segui meu caminho.

No dia seguinte, os resultados causaram certo alvoroço entre os alunos. Principalmente a notícia do papel principal, no qual Ambre havia conseguido.

— Eu não sei mesmo o que fiz para merecer isso!

— Não se preocupe Pryia. É apenas um beijo técnico. – Alexy tentava amenizar a situação. – Além do mais, você já sabia que, caso ganhasse um dos papéis, teria de beijar uma garota.

— Uma garota sim, agora um ser humano cuja existência me causa profunda repulsa é outra coisa. Onde o seu irmão estava com a cabeça ao escalar ela para o papel principal?

— Ele disse que a Ambre foi meio que a musa inspiradora dele, sabe? Ele quis criar alguém egoísta, desprezível e acostumada a ter tudo o que quer.

— Pensando assim parece mesmo que a Ambrega é perfeita para o papel. – disse com um ar irônico.

— Aliás, onde você esteve?

— O Kentin não te contou? Ela me prendeu para que eu não fizesse os testes.

— Está vendo? A vilã perfeita!

— E você vai deixar as coisas desse jeito? Ariel a gente precisa intervir, ela não pode sair impune dessa. – disse Pryia.

— E você acha que não pensei em nada? – disse a Priya e, em seguida, me virei para Alexy. -Posso participar do figurino com você e a Rosa?

— Você não pretende usar isso para sabotar a Ambre, certo?

— Não, meus planos são outros. Só quero entrar porque fiquei de fora do elenco graças a ela.

— Espero mesmo que não me cause problemas.

Usar a minha vaga na equipe de costura não fazia parte da minha estratégia para me vingar, meus planos eram maiores que isso. Contudo, para que eles se realizassem eu precisaria recolher informações sobre o inimigo e, como apontado pelo Nathaniel, passar a valorizar mais os detalhes.

Consegui me convidar para dormir uma noite na casa da Ambre, com a desculpa de pedir uma trégua entre nós duas. Obviamente aquilo não foi de graça, ela me fez prometer que tomaria distância do Castiel “dela” e que compraria um novo telefone. No começo achei meio absurdo, mas como tenho uma boa quantia de dinheiro guardado graças ao meu trabalho, consegui comprar o aparelho sem grandes dificuldades. Finalmente conseguirei informações boas o bastante para acabar de vez com o reinado da rainha das pestes.

Os dias se passaram e chega o momento onde eu finalmente reuniria provas contra o inimigo. O jantar na casa da Ambre foi estranho, não apenas pelo seu silêncio a mesa, mas pela atmosfera que cercava a sala de jantar. Francis, o pai dos dois era um homem extremamente difícil, principalmente com Nathaniel.

Fomos dormir e, assim que vejo a loira pegar no sono, começo a revirar o quarto em busca de algo que acabasse com sua imagem. No entanto, sou interrompida por um barulho que vinha do primeiro andar da casa. Decidi ir ver o que estava acontecendo e percebo que o som se trata de uma briga entre Nath e o pai, onde o mais velho agride o filho sem pensar duas vezes. Pouco depois, percebo que a mãe sobe e decido voltar para o quarto.

Inconformada com o fato de a loira dormir profundamente enquanto o irmão é agredido, decido acordá-la para que fizéssemos alguma coisa para ajudar e, para a minha surpresa, ela apenas fingia. Não pude me conter e acabei me intrometendo mais do que deveria na situação e sou cortada pela garota, que acaba por expor seus medos. Ambre temia que, após uma denúncia, o serviço social a afastasse definitivamente da mãe e do irmão. Ela disse também que não contava nada por um pedido do próprio irmão, que temia também por sua segurança, pois o pai poderia desviar os atos a garota.

Toda aquela situação me deixou pasma. Eu não sabia como agir, só que precisava ajudar aqueles dois. Na manhã seguinte, obedeci Ambre e fingi não ter visto nada. No entanto, tinha certeza de que não deixaria as coisas desse jeito e faria algo por Nathaniel quer ele queria ou não.


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Notas finais do capítulo

Tentei deixar a parte do Nath parecida com o jogo, mas o fato da Ambre ficar sem saber de nada simplesmente não me convenceu. Por isso decidi deixá-la mais ativa aqui na fic. Aguardo comentários para saber o que estão achando de tudo.
beijos de luz!



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