Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

E com um dia de atraso ( pra não perder o costume) eu posto o último capítulo da fic.
Boa leitura!



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Dois dias haviam se passado após a minha ida à casa do Nath. Ambre e eu conversamos pouco depois disso e eu estranhei um pouco o silêncio dela, pois a loira me pareceu determinada a acabar com a situação na última vez que conversamos.

Apreensiva, decidi dividir o peso com mais alguém e minha escolha era óbvia: Rosalya. Ela havia me ajudado com a Debrah e se mantido discreta durante todo o processo, por isso acredito que contar a ela seria a minha melhor opção.

Marcamos um encontro na lanchonete e eu cheguei alguns minutos antes, pedi um lanche e esperei por ela. Minutos depois, senti que alguém se aproximava e levantei o olhar com um semblante esperançoso. Contudo, não durou muito (o que fez com que a pessoa notasse logo de cara).

— Castiel, é você.

— As garotas não costumam me receber desse jeito, mas tudo bem. Qual o motivo da cara de enterro?

— Se você soubesse...

— Não sou telepata, mas você pode conversar comigo se quiser.

Eu não poderia contar algo do tipo a ele, por isso decidi me calar e desmarcar o encontro com a Rosa para evitar fazer com que ele suspeitasse de algo.

Na manhã seguinte, sei de cara com certa loira chorosa que me puxou para uma sala vazia.

— Você viu como ele está?

— Quem? O que aconteceu?

— Decidi falar com Nath sobre a situação e, por fim, ele decidiu conversar com nosso pai. Qualquer um que olhar para o meu irmão vai perceber que isso não deu certo, pois ele... Ele...É tudo culpa sua! Se você não estivesse se intrometido, o meu irmão não teria se machucado daquele jeito.

— Minha culpa? Não sou eu o monstro que machucou meu próprio filho. Quer saber, eu vou resolver isso de uma vez.

Peguei o telefone e saí da sala enquanto digitava o número da polícia para, enfim, resolver aquele problema. No entanto, parei quase que imediatamente quando dei de cara com Nathaniel. Ele tinha um olho roxo e algumas marcas pelo rosto, seu pai nunca fora tão ousado. Sempre que fazia, era em lugares onde o filho poderia esconder, mas daí a partir para o rosto... Era como se ele tivesse perdido o medo de ser acusado.

— Nath eu...

— Você não acha que já interferiu demais na minha vida? Nunca pensei que você fosse capaz de virar a Ambre contra a minha família e agora... Bom, eu espero que esteja feliz com o que fez. – Ele começou a caminhar, mas se virou. – E nem pense em se envolver mais na situação.

Ele voltou a seguir seu caminho, enquanto eu fiquei parada no corredor por um tempo. Não sabia o que fazer e aquele sentimento de impotência quase me causou um ataque de pânico. Corri até o porão para ficar sozinha e lá fiquei sem notar o tempo passar. Quando me dei conta, ouvi Castiel se aproximar (provavelmente para os ensaios).

— Vai continuar se escondendo aqui ou quer finalmente me contar o que aconteceu?

— Não é da sua conta. – abaixei o tom de voz. – E nem da minha...

— Uma pena, a Ambre se antecipou. – ele acende um cigarro, dá um trago e sopra para o outro canto. – Ela e o irmão tiveram uma discussão antes do início dos ensaios e eu acabei indo reconforta-la novamente.

— Você? – Disse incrédula.

— A primeira vez foi quando éramos crianças, ela não parava de chorar por causa de uma boneca que o irmão tinha quebrado e... Enfim, não é isso que você quer saber. Acontece que eu parei para conversar com ela. Na verdade com os dois, o nosso querido representante estava fazendo a maior cena na frente de todos.

— Castiel!

— Tudo bem, voltando ao que é sério. Nós conversamos por um tempo e eu sugeri que ele se emancipasse dos pais. O processo demora um pouco, mas acredito que até o fim do ano ele consegue se livrar dessa situação. É provável que a irmã vá morar com ele também, por segurança. Agora só me resta curtir a sensação de dever cumprido.

— Isso é sério!

— Calma, foi uma brincadeira. Enfim, não seria possível se você não fizesse sua parte e superasse as desavenças com a Ambre. Acho que nós dois estamos de parabéns. – ele sorri e eu retribuo.

— Vou acreditar em você.

As semanas se passaram e, conforme o que Castiel havia dito, Nath e Ambre se preparavam para sair da casa dos pais. Soube que a equipe da escola estava ciente da situação e, por isso, o pai deles não estaria no dia do evento.

Nosso relacionamento esfriou-se completamente e nenhum dos dois se aproximava de mim ou do Castiel. O ruivo não fazia questão, mas o distanciamento me fez mal. Mesmo assim, resolvi dar ao Nathaniel o tempo que precisava sem interferir em mais nada. De qualquer forma, eu não podia me preocupar apenas com isso, já que as provas das matérias que não faziam parte do projeto estavam prestes a começar.

Na semana seguinte, realizei as avaliações e depois me dediquei completamente a finalizar os modelos com Rosa e Alexy. Todos estavam bem animados com o evento e o ambiente foi, aos poucos, ficando leve como de costume.

No dia da peça, a escola ficou lotada. Pude conhecer alguns pais e o nosso figurino foi muito elogiado por todos. Contudo, foi a peça que chamou mais atenção. Alguns apreciaram o espetáculo, outros nem tanto. No geral, o evento agradou a maioria e todos os alunos se divertiram muito durante a peça. Principalmente Armin, que fazia questão de dizer que era o diretor e roteirista da peça. No fim do espetáculo, nós tivemos um jogo de pistas (que foi um verdadeiro fracasso) e, em seguida, fomos liberados.   

Era a última semana de aula e a contagem regressiva para o fim do ano letivo estava começando. Como de costume, os alunos em recuperação ficariam na escola e os outros seriam liberados.

Ao chegar à sala do grêmio para conferir minhas notas, vi que não estava em recuperação e fui até o representante para pegar minha autorização. Conversamos apenas o essencial e eu arrumei minhas coisas e caminhei em direção à porta.

— Espera. – disse o representante e eu me virei. — Eu... Acredito que te devo desculpas. O que fez não foi nada fácil. Exigiu coragem e também uma grande dose de amizade. Obrigado e... Sinto muito por ter explodido daquele jeito com você e espero que um dia você possa me perdoar.

Eu sorri e ele me olhou com um ar de dúvida, em seguida me aproximei para abraça-lo.

— Eu sei que tenho fama de rancorosa, mas não vejo motivos para fazer isso com você.

Ele retribui o abraço até que, por fim, somos interrompidos por Melody. Pouco depois de a menina chegar eu me despeço e sigo para fora da escola.

Já na saída, encontro Kentin, que conversava com os gêmeos.

— Nós três somos gênios! – disse Alexy.

— Olá rapazes, posso saber do que estão falando?

— Nossas notas estão entre as melhores da turma, conseguimos elogios de todos os professores.

— Pois fiquem sabendo que não são os únicos, eu também mostrei resultados excelentes.

— Eu sei, vi as suas notas... Quero dizer, não tinha como não reparar. Seu nome é um dos primeiros da lista e...

— Armin, vamos para casa. – o azulado puxa o irmão em direção ao ponto de ônibus.

— Não tão cedo, vocês ficam se gabando por serem inteligentes e não descobriram quem é a admiradora secreta no senhor Armim.

— Pronto, vai começar... – murmura Alexy.

— Você conseguiu descobrir?

— Sim, a garota é...

— Espera! — Armin tapa minha boca para que eu não diga mais uma palavra. – Ela me mandou uma mensagem, quer me encontrar hoje.

— Céus Armin! Diga-me que você não vai se arriscar por causa de uma pessoa que nem conhece.

— Na verdade...

— Ariel, não estraga a surpresa!  

Apenas levantei os braços em sinal de rendição e observei os gêmeos discutirem. Enquanto isso, outra pessoa que também não estava com vontade de admirar a cena me levou para outra direção e começamos a caminhar pelas lojas do centro da cidade.

— Acredite em mim, quando esses dois começam a discutir a coisa se estende pelo resto do dia.

— Me parece cansativo.

— Eu meio que já estou acostumado, mas você não precisa aturar isso. – disse Kentin. – Mudando de assunto, a Iris te falou sobre a festa que a turma está organizando?

— Nós duas não tivemos muito tempo para conversa, a pobrezinha pegou recuperação em ciências e a Delanay mal deixou buscar o material nos armários.

 - Aquela mulher me dá medo.

— É porque você não viu a antiga professora no dia em que se aposentou. A velha nos chamou de demônios pra baixo enquanto deixava a escola. Ainda não sei que profissão irei seguir, mas, pelo bem da minha saúde mental, definitivamente não será o magistério.

— Nós ainda temos tempo, o próximo ano que não será nada fácil: a correria para o vestibular, escolha dos cursos e dos lugares que iremos cursar... Acredita que meu pai quer que eu siga carreira como militar?

— Achei que agora você gostasse da ideia, parece estar bem mais... – o olhei de cima para baixo. – Mais como o seu pai.

— É só impressão. – ele sorri timidamente. – É óbvio que não sou mais o mesmo, só que também não quero ser um Gil dois ponto zero. – Ele olha ao redor, pensativo. — Estive pensando em fazer medicina e entrar para o médico sem fronteiras. Quero ajudar as pessoas, fazer parte de algo maior, entende? — Ele para por um tempo e observa o movimento na rua. — Eu meio que sempre quis fazer trabalho humanitário, mas não me sentia capaz e, depois desse período na escola militar, vi que realmente tenho forças para enfrentar qualquer coisa, principalmente se for para ajudar quem precisa.  – Ele sorri, com ares de sonhador.

Sempre admirei esse lado dele, Ketin raramente pensa em si mesmo e busca ajudar os outros quando pode. Foi isso o que mais me atraiu em um primeiro momento (isso e a carinha linda que ele faz quando sonha acordado). O observei com um brilho no olhar, o que o fez corar quase que instantaneamente.

— Você deve me achar um bobo totalmente fora da realidade não é?

— É sim, mas é o que eu mais admiro em você. – Sorri e baguncei seus cabelos.

— Ei! Esqueceu que agora temos a mesma altura e eu posso revidar? – Ele se aproxima e começa a me fazer cócegas.

— Eu me rendo! – disse em meio a gargalhadas.

Paramos para tomar um sorvete e, em seguida ele se despediu. Como o meu turno estava prestes a começar, decidi não parar em casa e matar o tempo torrando meu dinheiro na loja do Leigh.

— Eu não consigo entender!

— Credo, Rosa. O que diabos você não entende?

— O motivo de vocês ainda não estarem juntos, é claro.

— Eu já te falei, as coisas ficaram estranhas desde o meu falso positivo no ano passado. Eu e ele precisamos de um tempo para entender melhor o que sentimos e...

— Já passou!

— Como é?

— Esse tempo de vocês, já é mais que suficiente para saber que vocês foram feitos um para o outro. Agora vai lá e convida ele para sair.

— As coisas não são tão fáceis, a gente ainda tem muita coisa para pensar.

— Para com isso, vocês dois são ótimos juntos.

— Eu preciso ir, até mais.

— Um dia ele pode cansar de esperar...

— Rosa!

No último dia de aula, a turma decidiu finalmente onde seria nossa reunião de despedida. Apelidada carinhosamente por Priya como: o último suspiro de liberdade.  Nós combinamos este encontro na praia e lá ficaríamos do fim do dia até o primeiro amanhecer das férias. O evento começou bem antes que eu chegasse (pois estava trabalhando), mas não foi motivo para preocupação. Enquanto me despedia do gerente, encontrei com Kentin, que me esperava na porta.

— Eu pensei que poderíamos ir juntos. – ele diz e sorri sem jeito.

Eu logo aceito e entramos no ônibus em direção à praia. Ao chegarmos, somos recebidos por Iris, que nos atualiza sobre o que perdemos. Toda nossa turma estava lá – incluindo Ambre e suas amigas – cada um em seu canto. Alguns dançavam ao som da música, outros bebiam, uma turma brincava com a água... O lugar estava bem animado.

Logo me reuni com as meninas para dançar, mas a paz não durou muito tempo, já que os rapazes acharam que seria uma boa ideia iniciar uma guerra d’água. Em pouco tempo a praia se tornou um grande caos, o que não deixou de ser divertido em hipótese alguma.

Depois de algumas horas, Lysandre e Castiel pegaram um violão e começaram a tocar e cantar ao redor de uma fogueira que havíamos improvisado. A cantoria durou quase até o amanhecer e no fim, alguns já começavam a ir para casa.

Enquanto observava a praia esvaziar, várias coisas se passaram pela minha mente. Começando por essa pequena jornada até achegar onde estou. Desde que cheguei a Sweet Amoris, os momentos tristes e felizes que passei ao lado dos meus amigos, as brigas e reconciliações... Estes foram os oito meses mais intensos da minha vida, mas deles não tenho arrependimentos.

Faltavam apenas algumas pessoas para que o lugar ficasse totalmente vazio e eu decido parar para observar o amanhecer. Enquanto estava perdida em meus pensamentos, Kentin senta-se ao meu lado e me traz de volta ao mundo real.

— É lindo, não acha? – ele observa o por do Sol e eu apenas concordo com a cabeça e esboço um leve sorriso.

Eu observo seu rosto, ele parece estar em um conflito interno até que esboça um sorriso bobo e suas bochechas ficam vermelhas como um pimentão.

— Só não é tão lindo quanto você. – desta vez ele abre um sorriso sapeca e eu quem acabo vermelha como um pimentão.

Ele se aproxima, fecha os olhos e eu faço o mesmo. Seus lábios encontram os meus em um beijo delicado. Delicado e extremamente apaixonado, como sempre foram todas as vezes. Nos afastamos e ele segura em minha mão.

— Eu sei que o que eu tenho para dizer pode acabar com o clima, mas você me conhece, eu não consigo evitar abrir essa minha boca grande e...

— Eu também te amo.

Ele sorri aliviado e, finalmente, se declara.

E é assim que termino meu recomeço: entre longos e deliciosos beijos, acompanhados de intermináveis juras de amor.  


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que favoritaram, acompanharam e comentaram na fic. ^^



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