Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Os últimos dias do show foram marcados por incontáveis altos e baixos. Por um lado, Castiel tinha voltado aos ensaios e a banda evoluia muito bem, os preparativos estavam praticamente finalizados, as vendas eram ótimas ao ponto de pagar o evento, cumprir o rombo que o fiasco da corrida de orientação deixou e ainda ter dinheiro sobrando, mas enquanto isso, Debrah fazia questão de se fazer presente em Sweet Amoris e, para completar, envenenava o Castiel para que ele ficasse contra os membros do grupo. Além disso, tinha uma Ambre revoltada pela presença da garota e morrendo de raiva por eu estar recebendo atenção graças ao evento.

Como se isso não fosse suficiente, a mãe de Liam faleceu um pouco antes de sua partida e aquilo acabou afastando Kentin e Alexy da escola por alguns dias. Assim a conheci, ela já havia adoecido, então nós não chegamos a desenvolver algum laço, mas para Ken ela era como uma segunda mãe e aquilo o deixou muito abalado. Já Alexy se ausentou para dar suporte ao namorado e depois da viagem acabou ficando exausto e ainda com dificuldades para se adaptar a nova realidade. Confesso que sentia falta dos dois, principalmente do meu amigo mais antigo.

No dia do evento eu não consegui levantar com tanto ânimo, mas espirei fundo e saí da cama. Meus pais me esperavam para o café da manhã e eu apreveitei para contar a eles sobre o evento e a minha participação nele. Passamos um momento agradável e eu peguei um ônibus em direção à escola.

Chegando lá, tive logo a boa notícia de que Debrah não estaria presente naquele dia por ter uma reunião com o agente. Não pude deixar de sorrir, já que aquilo faria do meu dia algo um pouco melhor. Não era como se fossemos inimigas declaradas, nós mal trocávamos duas palavras por dia, mas mesmo assim eu não conseguia ver absolutamente nada de bom na garota, apesar dela ser vista como a menina perfeita naquela escola.

As aulas estavam suspensas para os encarregados do evento e nós trabalhávamos muito para deixar tudo impecável. Eu caminhava pelos corredores feito louca. Sempre testando, avaliando e organizando tudo. Honestamente, não sei como Nathaniel não teve uma crise de nervos em seu tempo como presidente do grêmio estudantil. Definitivamente eu não fui feita para o trabalho administrativo!

Durante meus passeios pelos corredores, parei para ir ao porão e checar som e iluminação com Armim e um pequeno grupo que havia se voluntariado para ajudar.  Ao chegar ao lugar, o rapaz se afastou dos outros para conversar comigo.

— Achei que veria os membros da banda aqui.

— A Rosalya está segurando o pessoal para fazerem os últimos ajustes nas roupas, sem o Alexy ela acabou levando um tempo um pouco maior para resolver essas coisas.

— É compreensível. Aliás, como ele está?

— Um pouco melhor, mas duvido que apareça por aqui hoje. Desde que o namorado saiu do país, ele ficou meio pra baixo, além de tudo que aconteceu antes.

— Imagino que não deve ter sido fácil para nenhum dos dois.

— E depois ele diz que eu quem dou azar no amor!

— Você é impossível! Ainda com o romance virtual? Achei que, após não conseguir encontrar nenhuma prova de que ela era real, você tinha desistido.

— Ainda não e eu não estou em completa desvantagem. Da mesma forma que eu não sei quem ela é, ela também... – Ele é interrompido pelo som de notificações do telefone. Ao abrir ele fica pálido feito papel.

— O que aconteceu?

Ele apenas me mostra o telefone com uma mensagem de texto de um número anônimo que dizia “Armim, a única pessoa em desvantagem aqui é você.” Nos olhamos por alguns minutos e olhamos em volta do porão. Era praticamente impossível saber quem teria enviado a mensagem. Além do grupo que o ajudava, a banda estava chegando, os responsáveis pela decoração, membros do clube de música, do jornal, professores... O lugar estava cheio de gente de todo tipo, praticamente nossa turma inteira estava lá.

— O que eu faço?

— Eu não faço a menor ideia e preciso resolver mais detalhes da organização. Se vira aí, lindão.

— Isso não é justo!

Apenas dei de ombros e saí do lugar, a suposta “garota” não teria coragem de se expor no meio de um monte de gente. Contudo, essa situação não me deixa indiferente e eu o ajudarei assim que puder.

O tempo foi passando e, ao anoitecer, o público começa a chegar e o grupo sobe no palco. Eles abriram o show com músicas conhecidas e depois tocaram suas próprias composições. Lysandre agia como um profissional, Castiel não demonstrava nenhuma insegurança mesmo sendo iniciante, Iris foi a que mais me impressionou, estava muito mais solta do que de costume e tinha uma presença de palco sensacional, Nath estava perfeito na bateria, tocava quase tão bem quanto Liam. Ainda fico pasma com a velocidade enorme que ele tem para aprender coisas novas.

Alguns de nossa turma curtiam o show enquanto outros trabalhavam nos bastidores e eu fiquei um pouco de lado. Não conseguia aproveitar completamente, pois minha mente estava fixa nos problemas que aconteceram e que ainda estariam para acontecer. Para não pesar o ambiente com meus pensamentos turbulentos, me afastei um pouco e ouvi as músicas de longe. De repente, sinto uma mão tocar meu ombro.

— Eu disse que a banda não era tão boa.

— Kentin! – o abracei da forma mais apertada que consegui, exatamente do jeito que fazia antes de nosso distanciamento. – Não sabia que viria.

— E realmente não estava nos meus planos, mas eu meio que fui designado para uma missão. – nos afastamos enquanto ele falava.

— Que tipo de missão?

— É secreta, sinto muito. Faz parte do meu código militar não revelar esse tipo de coisa, nem para você. – ele sorri sem graça e eu arqueio as sobrancelhas. – Vem, já que estou aqui, quero aproveitar o show.

Ele não mergulhou dentro da multidão como normalmente se costumam fazer, Ken apenas começou a se movimentar no ritmo da música, ou melhor, em seu próprio ritmo e eu o acompanhei como nos velhos tempos. Essa era uma das coisas que mais gostava nele, essa habilidade de se desligar de tudo e fazer as coisas do seu próprio jeito. Era sempre bom viajar nessas loucuras com ele, nós criávamos nosso próprio mundo. Um que ninguém de fora entendia (e que nós não fazíamos a menor questão que entendesse) e que era todo nosso.

Quando voltei ao “mundo real”, pude ouvir a voz de Lysandre dizendo que a próxima música seria a composição de um grande amigo que ele fez questão de manter anônimo, mas cuja identidade se revelava através de letra e melodia. Por um momento, vi Alexy com cara de bobo apaixonado e isolado em sua própria bolha. Nossos olhos se cruzaram por alguns segundos e trocamos um sorriso. Em seguida olhei para o responsável por esse encontro com ternura, ele não entendeu muito no começo, mas logo percebeu do que se tratava e trocamos um olhar de cumplicidade.

O término do show foi marcado por inúmeros aplausos e a multidão por pouco não deixa o grupo sair do palco, pois pediam sempre por mais.

Deleguei a responsabilidade do encerramento para Melody e deixei a escola. Cheguei em casa com uma enorme sensação de dever cumprido e um cansaço arrasador. Não demorou muito até que eu pegasse no sono.

O meu retorno até a escola foi marcado por uma presença indesejada. Debrah se aproximou de mim e resolveu por as cartas na mesa. Além de me contar toda a confusão que ela deixou antes de sair da escola e como ela deixou o pobre Nathaniel como culpado por seus erros, ela fez questão de dizer que esse seria o meu destino caso eu tentasse fazer algo contra ela.

Como não sou o tipo de pessoa que se abala por ameaças, resolvi tentar fazer a máscara daquela bruxa cair. Recorri a Peggy e ela se prontificou a me ajudar, me entregou o gravador e me deu a “ordem” de voltar apenas com uma notícia digna de capa. Contudo o tiro acabou saindo pela culatra e ela conseguiu inverter as coisas e fazer com que eu parecesse à errada na história e, obviamente, a maioria ficou do lado dela. A gota d’água foi quando Peggy publicou aquilo no jornal. Eu estava prestes a esbofeteá-la quando Alexy intervém.

— Você se dá conta do que está fazendo?! As duas não tem nenhuma disputa pessoal. Sabe, é até bonitinho quando você toma as dores dos outros e resolve ajudar, mas agredir alguém por essa pessoa ter uma desavença com seu amigo já é demais. – Ele segura minha mão e Debrah começa a fingir um choro e se esconder atrás dele como uma garotinha indefesa.

— Eu não acredito que, dentre todos, você vai ficar do lado dela! – soltei meu braço com força e bufei de raiva. – Tanto faz, eu vou sair daqui.

Corri em direção ao vestiário, tentando conter minhas lágrimas. Um tempo depois Armim e Kentin aparecem.

— Não dá pra acreditar que logo ele iria fazer algo assim. –disse Kentin.

— Então vocês viram o que aconteceu...

— É, vimos sim e viemos ver como você está.

— Pois é. Não somos do tipo que larga os amigos nas mãos de psicopatas para poder lidar com porcarias administrativas. – disse Armim. – Aí! - Kentin pisa no pé do gamer e o lança um olhar de reprovação.

Os rapazes ficam um tempo comigo até que eu me acalmasse e, em seguida Rosa e Lysandre se aproximam também. No fim das contas, combinamos de nos reunir em minha casa para elaborarmos uma estratégia contra a garota.

Nathaniel também decide se juntar ao nosso grupo e todos nos reunimos para discutir o plano.

— Então, qual seria sua ideia brilhante? – Armim já começava a ficar impaciente.

— Nós iremos pagar na mesma moeda. Como ela sempre faz questão de tirar tudo dos outros, nós faremos com que ela perca tudo.

— Me parece um tanto quanto assustador... Prossiga. – o gamer abre um sorriso assustador.

— A loucura da sua namorada está começando a te contagiar. – Brinquei.

— Ei!

— Vocês querem parar? A coisa aqui é séria! – Rosa bufa. – Eu pensei em nós colocarmos o Leigh, meu namorado para fingir que é um produtor famoso e convencê-la a deixar o atual.

— Me parece uma ideia genial, mas como você vai fazer com que o meu irmão se torne um produtor convincente?

— Eu posso prepara-lo, só preciso que cuidem de dar a ele um banho de loja.

Discutimos o resto do plano e, ao amanhecer, começamos a coloca-lo em prática. Contudo, precisávamos de alguém próximo a ela e que não levantasse suspeitas. Estava começando a desanimar quando Alexy me puxa para uma sala vazia.

— O meu irmão me falou sobre o plano.

— E você vai entregar tudo?

— Você não entende nada mesmo. – ele sorri e me dá um abraço apertado. – Acredite, eu a odeio tanto quanto você e, no meu caso, é algo pessoal mesmo. Pode dizer para a Rosa trazer o Leigh, eu cuido do resto.

— Babaca! Por que não me avisou antes?

— Eu não tive tempo, você sumiu de vista logo depois da confusão e nós não pudemos conversar. Agora vai lá, não podemos perder tempo.

Sem entender muito bem, segui em frente e avisei sobre o nosso agente duplo.  Ao chegar à escola, Leigh convenceu a garota a deixar o produtor e tudo começou a seguir como o planejado até que Rosa descobre que ela deu em cima do rapaz e quase coloca todo o nosso plano a perder.

Felizmente, Nath se antecipou e me pediu para que fosse até a sala dos professores onde tinha deixado o microfone para anúncios ligado. Desta vez ela não esperava por isso e confessou todos os seus crimes, ela começa a se aproximar de mim e ameaça me atacar. Eu finjo me afastar e me aproximo mais do microfone, fazendo com que ela percebesse que o mesmo estava ligado e sussurrei de forma que apenas ela ouvisse:

— Desta vez ninguém vai acreditar em você.  


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Notas finais do capítulo

e morreu. XD



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