Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Já vou logo desejando feliz natal pq não vou aparecer por aqui no dia 25. XD
Este capítulo ficou bem sad, mas era preciso colocar um pouco de drama na vida da Ariel pq ela estava fácil demais. hehehe
Obs.: leiam as notas finais!



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O caminho em direção à escola não era tão longo desde o meu primeiro dia. Não havia nada de especial me esperando, mas eu tinha levantado com um mau pressentimento. Para evitar ser atropelada ou ter algum mau encontro, resolvi pegar o ônibus. Ao chegar à escola, fui rapidamente em direção à sala de aula e lá fiquei até que as aulas começassem.

Mesmo com as minhas preocupações, a única coisa anormal que percebi na escola foi um Castiel monossilábico que dispensou os ensaios do dia. No fim das aulas, me reuni com Rosa e Alexy, que combinavam de ir à loja de Leigh no centro para costurarem as roupas que seriam usadas no show. Eu decidi que os acompanharia e aproveitaria para chegar mais cedo ao trabalho para organizar os estoques.

— Finalmente aqueles teimosos de primeira aceitaram alguma de nossas ideias. – Disse Rosalya, um pouco irritada.

— Foi difícil assim?

— Se foi, eles não gostavam de nenhum dos desenhos e nós tivemos que fazer várias modificações até que agradasse as estrelas.

— Para não dizer que todos foram péssimos, o Lys-fofo foi o único que aceitou as nossas ideias mais facilmente. Aliás, vamos espera-lo aqui, ele disse que viria conosco.

Esperamos o Lysandre chegar (o que demorou um pouco, já que ele havia perdido o bloco de notas pela milionésima vez) e começamos a caminhar em direção ao centro da cidade. No meio do caminho, percebemos certa agitação e constatamos que seria uma briga e, assim que nos aproximamos um pouco mais, percebemos que os protagonistas desta confusão eram Lian e Castiel. Alexy e Lys rapidamente tentam separa-los antes que eles acabassem atropelados.

Eu pensei em dar uma bronca naqueles dois, mas logo percebi que eles ainda estavam muito alterados para que eu tentasse qualquer interferência com sucesso. No fim das contas, Castiel conseguiu um olho roxo e um corte na boca que provavelmente precisaria de pontos, enquanto Lian saiu com as mãos machucadas e sangue na camisa (que eu não faço ideia se era dele ou do ruivo). Para evitarmos mais confusão, Rosalya e os meninos levaram Cast para a loja de Leigh e eu fui para casa com meu amigo.

Chegando lá, fui logo buscar o kit de primeiros socorros para tentar ver o quão profundos tinham sido os estragos.

— Mas o que te deu na cabeça para arrumar confusão desse jeito? – Perguntei, enquanto cuidava de sua mão machucada.

— Foi ele quem... Ai! – Reclama quando eu aperto um pouco mais a ferida.

— Eu não quero saber quem começou. – Continuo cuidando da ferida e ele bufa de raiva.

— Ele descobriu que eu trabalhei com a Debrah e quis me confrontar, mas eu não estava com a menor paciência para responder pergunta... Ariel! – Apertei a ferida novamente.

— Então foi você que partiu para a briga? Ficou maluco?

— Maluco? Vou logo lembrando que não fui eu quem levou a pior entre... Chega! Eu cuido disso. – Ele pega os curativos para continuar limpando após eu tê-lo machucado mais uma vez.

— Você não é do tipo que procura confusão... O que está acontecendo?

— Por que você acha que fui eu quem puxou briga com ele? Acha mesmo que aquele idiota chegou para falar comigo numa boa?

— Imagino que não.

— Pois então, eu não tenho sangue de barata.

— Lian, ainda sim. Você é do tipo que releva tanta coisa, eu aposto que a discussão com o Castiel foi apenas a gota d’água.

— Tanto faz. – Ele dá de ombros. – Toma cuidado, ele deu a entender que está trocando ideia com a Debrah para participar da banda. Inclusive, o motivo de ele ter ido me confrontar foi por achar que eu estava tentando sabotar a entrada dele para a bandinha da ex.

— Acho que ele não seria imbecil ao ponto de voltar a trabalhar com ela, é meio óbvio que ela só irá usá-lo.

— Já eu penso que imbecilidade é o que não falta naquela cabeça de vento dele. No fim das contas, aconteceu tudo como eu previ quando fomos ao parque.

 - Ele não tem exatamente o perfil de um idiota que faria tudo que ela quer.

— Se você diz... – Ele se levanta e tira um maço de cigarros do bolso. – Eu preciso fumar, vou lá para fora.

Eu apenas assenti com a cabeça e ele foi para a varanda. Enquanto ele caminhava, recebi uma mensagem de Alexy dizendo que Lian o devia uma jaqueta nova, pois aquela briga acabou com a dele. Não pude conter o riso e logo mostrei a mensagem para o moreno.

— Aquele idiota. – Ele sorri, com o rosto levemente corado.

— Me parece que o coração de alguém está batendo mais forte... – Lancei um sorriso sapeca.

— Não viaja! Eu estou rindo por nervoso. – Ele sorri e usa o meu telefone para responder a mensagem do azulado.

— Sei... E por que você apagou a mensagem logo depois de enviá-la? Aposto que foi para me esconder uma declaração de amor eterno feita para o Alexy.

— Claro, e foram três linhas preenchidas apenas por emojis de coração. – Ironizou. – Preciso ir, estava indo visitar minha mãe no hospital antes de encontrar o grumpy cat.

— E você vai assim? – Apontei para a camisa ainda manchada de sangue.

— Merda.

— Eu pego uma do meu pai, espera cinco minutos.

Peguei uma camisa de banda que o meu pai costumava guardar no fundo do guarda-roupa e provavelmente não sentiria falta. Voltei para a sala e entreguei ao moreno que a vestiu rapidamente.

— Como ela está? – Ele apenas fez um sinal de negação com a cabeça e esboçou um olhar triste.

— Os médicos tiveram que tirá-la do teste. – Ele voltou para dentro de casa e sentou-se no braço do sofá. – Em um dos exames, eles descobriram um tumor no cérebro. Minha mãe precisará ser operada e passar por um longo tratamento, as suspeitas são de que é maligno. Os médicos não estão otimistas, a cirurgia é extremamente arriscada e já é quase uma garantia de que ela não voltará para o tratamento experimental, ou seja, eles deram basicamente uma sentença de morte a ela.

— Eu sinto muito. – Coloquei a mão em seu ombro e ele a segurou gentilmente.

— Quando ela parou de responder ao tratamento, meio pai e eu meio que já esperávamos por isso. Claro que ainda tentamos manter a esperança, mas agora eu só quero ficar ao lado dela pelo pouco tempo que nos resta.

Sem saber o que dizer, eu apenas o abracei. Ele me apertou e, pela primeira vez, eu pude ouvi-lo chorar. Lian não tinha o hábito de expor seus sentimentos, mesmo quando algo o irritava ou machucava muito, ele sempre mantinha a mesma postura firme, mas naquele momento sua pose se desfez. Pude ouvi-lo dizer em meio a soluços tudo que o afligia. Ficamos assim por um longo tempo até sermos interrompidos por uma ligação de meu chefe pedindo para que eu fosse mais cedo à papelaria.

— Vamos, eu te acompanho. – Sua voz ainda era triste e ele evitava me olhar nos olhos.

Eu apenas assenti com a cabeça e seguimos pelo centro da cidade. Ao chegar a meu trabalho, despedi-me dele e cada um seguiu seu caminho.

No dia seguinte, entrei na escola já esperando o pior. Contudo, para minha surpresa, as coisas estavam calmas. Chegando à sala, sentei-me ao lado dos gêmeos e Kentin.

— Eu estou dizendo, ela é o amor da minha vida. – Disse Armin.

— Quem é o amor da sua vida? – Me aproximei silenciosamente, assustando o gamer.

— Ninguém, o meu irmão ficou louco.

— Como assim?

— Há algum tempo eu conheci uma garota em um jogo online. Você precisa ver, ela é simplesmente perfeita...

— É perfeita e nunca mandou uma foto sequer. Acredita que ele nunca ouviu a voz da suposta menina?

— Mas Armin, isso pode ser perigoso.

— É o que estamos tentando colocar na cabeça dele.

— Mas...

— Não dá ideia para ele, por favor.

— Pode completar o raciocínio. -Diz Armin com uma ponta de esperança.

— Talvez a gente possa fazer como no catfish e procurar a verdadeira identidade da tal garota.

— Você sabe que esse programa é mais falso do que o choro da Ambre, não é? – Pergunta Alexy.

— Ele pode até ser, mas a gente pode usar as dicas deles para termos alguma pista da garota.

— Kentinho, coloca juízo na cabeça da sua garota! – Dramatiza e Kentin fica logo vermelho como um pimentão.

— A-Ariel, essas coisas só acontecem na televisão. Um possível encontro com uma desconhecida pode colocar o Armin em risco, além da decepção caso ela não seja quem diz ser.

— E eu não sei? – Virei-me para Armin. – Você aceitaria todos esses riscos para encontrar a menina?

— Sem dúvidas!

— Então está feito! Ela te deu alguma dica?

— Eles vão mesmo fazer isso? – O gêmeo de cabelos azuis ainda parecia incrédulo.

— Aparentemente. – Respondeu Kentin, desanimado.

 - Ela mora na cidade, isso já é um bom começo, não é?

— Mas é claro! E como Sweet Amoris é uma das melhores escolas da região, há uma enorme chance dela estudar conosco.

Continuamos papeando sobre a namorada misteriosa de Armin até o início das aulas. Com o tempo, percebi que Castiel não tinha dado as caras na escola. No fim das aulas, resolvi perguntar para Lysandre o que tinha acontecido.

— Ele tinha um corte muito profundo e por isso o levamos ao hospital. Acredito que ele não virá até o rosto voltar ao lugar.

— Ficou feio assim? – Perguntei e ele apenas concordou com a cabeça. – Acha que o show ainda tem chances de acontecer?

— Ele quer fazê-lo de qualquer maneira, acredita piamente que Lian pretende sabotar a carreira dele.

— Foi a desgraçada da Debrah que colocou isso na cabeça dele, acredita que eles estavam se falando?

— Ele me contou ontem sim, mas o Lian deveria ter comentado sobre seu passado. É difícil acreditar nas boas intenções de alguém quando essa pessoa omite detalhes tão importantes sobre si.

— Você está certo, mas eu posso garantir que ele não tinha o menor desejo de sabotá-lo. É que essa história da banda o trouxe muita dor de cabeça.

— Imagino, pois a Debrah não parecia nada fácil.

 - De qualquer forma, Lian não vai voltar tão cedo. Ele tem os próprios problemas para resolver e com a Debrah querendo se aproximar, duvido que ele apareça por aqui.

— Ele era de grande ajuda, é uma pena que as coisas tenham que ser assim.

— Nós poderíamos formar uma liga anti-Debrah e chutá-la para fora de nossas vidas! – Disse com uma animação assustadora, arrancando risadas do grisalho.

— Você não tem jeito mesmo.

— E é assim que você gosta de mim, não? – Dei uma piscadinha.

— Eu tenho que admitir que esse seu jeito espontâneo é o que a torna especial. – Ele abre um sorriso. – Eu preciso ir, vou ver como o Castiel está.

— Em outras circunstâncias eu mandaria lembranças, mas do jeito que ele anda paranoico é possível que veja como uma provocação.

— Não duvido.

Despedimo-nos e eu comecei a caminhar em direção ao meu trabalho. Por causa do ocorrido no dia anterior, eu acabei ficando com algumas tarefas acumuladas e aproveitaria para chegar mais cedo para me livrar de todas elas.

— Ariel, espera!

— Só pode ser uma conspiração! – murmurei somente para que eu ouvisse. – O que aconteceu, Kentin?

— Eu não sei se Lian comentou com você, mas a mãe dele não está nada bem. Além disso, ele está passando por mais um turbilhão de coisas... Nós poderíamos visita-lo, mostrar que ele não está sozinho nessa.

— Concordo com você, vamos marcar alguma coisa.

— Estava pensando em ir hoje mesmo. O que acha?

— Claro! – Sorri amarelo, aquilo não estava nos meus planos, mas eu não poderia deixar um dos meus melhores amigos sozinho em um momento como esses.

Pegamos o ônibus e seguimos o trajeto sem muita conversa. Assim que chegamos, Ken tocou a campainha e nós esperamos ele aparecer. Ao contrário do que esperávamos, foi seu pai quem atendeu a porta. Ele estava visivelmente abatido, como se não dormisse há dias. Era estranho vê-lo desta maneira, já que ele sempre fez sucesso entre as mães e professoras em nossa antiga escola por sua beleza. Era um homem alto, forte e aparentava ter menos idade do que realmente tinha, além dos belos traços.

— Ele não está. – Senti uma ponta de desprezo quando ele falou de Lian. – Decidiu que passaria a noite com minha esposa para que eu descansasse. Sinto muito que tenham vindo por nada, principalmente você menina. Sei que mora em outra cidade agora.

— Sim, mas não tem problema. Só diga a ele que viemos e que pode contar comigo para o que precisar.

Ele apenas agradeceu gentilmente e se despediu. Kentin me chamou para comer alguma coisa e não fazer com que a viagem fosse em vão, mas eu recusei e corri para o trabalho. Desta vez eu fiquei até tarde e consegui terminar as tarefas acumuladas.

No caminho de volta para casa, não pude parar de pensar no que aconteceu nos últimos dias e fui inundada por uma enorme insegurança. Uma onda de pensamentos obscuros me acompanhou até em casa e me tiraram o sono. Espero que isso seja apenas uma fase e não dure muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Então, eu tenho algumas cenas que eu cortei da fic pq focavam muito mais na vida do Lian do que da personagem principal e depois de lê-las direitinho, percebi que, se eu acrescentasse mais algumas coisas, essas cenas dariam meio que um spin off.
Gostaria de saber se vcs querem que eu publique separado de Brand New Start ou que eu só fale superficialmente por aqui mesmo.
Outra coisa: queria postar um ep especial contando o passado da Ariel com o Kentin (já que não sei se eles terão um futuro juntos no rolê) e gostaria de saber se vcs querem que eu poste ou que continue com a fic normalmente.
Beijos de luz. ^^



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