Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito tempo para atualizar a fic, mas é que minha vida estava de cabeça para baixo e, para melhorar, me bateu um bloqueio criativo danado. -_-
Fiz o capítulo um pouco maior desta vez, espero que gostem.



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Acabei de comprovar que minha intuição não se engana. Alguns dias se passaram e a corrida chegou, já comecei sabendo que Rosalya, minha dupla, me deixou na mão e agora estou sozinha. Eu provavelmente tenho o pior senso de orientação dentre os participantes, se eu somar isso com o fato de estar sozinha só pode acabar em um desastre.

Desci do ônibus e me preparei para pegar as instruções. Enquanto caminhava, senti alguém tocando em meu ombro.

— Nos encontramos outra vez! – Disse o surfista que me abordou na praia.

— Você não... – Revirei os olhos. – Hoje só pode ser meu dia!

— Também estou feliz em te encontrar. – Ele ignorou completamente o claro sinal de desapontamento em minha voz. – Meu tio está cuidando da organização e eu soube que sua dupla furou com você de última hora. Quer que eu te acompanhe?

— Minha dupla não fez isso de propósito, ela apenas sentiu-se indisposta. – Parei por alguns minutos, o analisando. Ele parecia atento as minhas palavras, talvez eu tenha sido dura demais com ele. – Mas eu não deixo de estar sozinha...

—Será uma boa experiência, eu tenho um ótimo senso de orientação. Tenho certeza que a gente vai ganhar a corrida, mas se perdermos eu posso pensar em algo para te compensar...

— Esquece! – Isso foi mais para mim do que para ele, não sei o que me deu em pensar que aquele frangote valeria alguma coisa.

— Relaxa, foi só uma brincadeira. – Ele sorri. – Não é muito legal participar de uma atividade como essa sozinha, você pode...

— Ela não está mais sozinha! – Nath surge não sei de onde e se aproxima de nós. – Ariel, o professor Boris pediu para que eu formasse dupla com você.

— Você não iria fazer dupla com a sua irmã?

— Ela queria fazer com as amigas, e como os professores precisavam de mais alguém para ajudar na organização...

— Você pode continuar por lá, a Ariel e eu formaremos uma dupla.

— Quem disse? - Falei, com um tom debochado.

— Eu tenho certeza que o seu tio Boris prefere que você o ajude, pode deixar que eu acompanho a Ariel. – Os rapazes começaram a me encarar, aguardando uma resposta.

— Não é nada pessoal, Dakota...

— Pode me chamar de Dake.

— Dake, eu prefiro formar dupla com o Nathaniel.

— Como quiser, mas se mudar de ideia...

Dake vai conversar com o tio, enquanto Nath e eu partimos em direção ao início da corrida. As coisas pareciam ir muito bem, seguimos pela floresta sem muitos problemas e nosso desempenho nas atividades era minimamente satisfatório.

— Estou começando a aprender a tocar bateria.

— Lian comentou comigo, vocês ficaram bem próximos.

— Ele é legal, confesso tê-lo julgado mal no início. – Franzi as sobrancelhas em um sinal de dúvida e ele riu. – Calma! É que ele tem um estilo bem...

— Castiel? – Lancei um sorriso para ele, que retribuiu.

— Não deixa de ser verdade. Quando o vi pela primeira vez, achei que ele era um rebelde sem causa. No entanto, acabei me sentindo mal, já que não era bem como eu imaginava.

— Acho que ele se veste daquele jeito por pura preguiça, nunca o vi fazendo o mínimo esforço para ficar minimamente apresentável. – Não pude conter o riso. – Tem as tatuagens, mas o significado de cada uma importa muito mais do que o lado estético. Enfim, ele é meio excêntrico, mas é legal.

— Não pensaria em uma descrição melhor. – Continuamos rindo, enquanto caminhávamos.

— E as aulas? Está gostando?

— Bastante, praticar bateria me ajuda a desenvolver outras habilidades e ter um hobbie me ajuda a aliviar o stress. – Soltei uma leve gargalhada e ele me olhou com uma cara de dúvida.

— Desculpe, é que me veio na cabeça uma cena de você urrando e batendo a cabeça em um gongo enquanto faz um sinal de rock com ambas as mãos.

— O que? – Seu tom era divertido.

— Eu vi uma cena parecida em um vídeo de uma banda de rock, acabei fazendo uma associação. Culpe meu cérebro!

Continuamos o percurso, rindo e conversando bastante. As coisas estavam indo muito bem, mas como eu já tinha previsto, hoje não é o meu dia de sorte.

Acabamos saindo na frente de quase todos, ficando lado a lado de Castiel e Lysandre. Como tínhamos uma enorme chance de ganharmos a corrida, o lado competitivo de Nath falou mais alto e ele teve a “brilhante” ideia de pegar um atalho. Conclusão: ficamos perdidos.

— Desculpe, eu não deveria ter feito isso.

— Não diga!

— Você não foi obrigada a me seguir... – Eu até poderia ser compreensiva, mas como estava irritada e a culpa era dele, fiz questão de bufar e sair de perto do loiro, tomando um caminho oposto. – O que está fazendo?

— O que deveria ter feito desde o começo: não seguindo você.

— Agora? – Ele caminhou rapidamente em minha direção. – Nós estamos perdidos, o melhor é ficarmos juntos. – O ignoro e o rapaz pega em minha mão. – Fica, por favor. – Ele abaixou o tom de voz, desta vez não parecia bravo e sim preocupado.

— O que você sugere? – Cruzei os braços, esperando por sua resposta.

— Eu... Eu não sei. Os professores devem estrar nos procurando, é melhor esperarmos aqui.

— Essa é sua ideia “brilhante”? Bom, parece que não temos escolha. – Olhei ao meu redor e visualizei uns rochedos. – Eu vou subir ali. – Disse, enquanto apontava as rochas. – Talvez a gente encontre alguém.

— É melhor não, você pode quebrar alguma coisa.

— Eu não sou de vidro, vou subir.

Caminhei em direção ao local e, com determinação, comecei a escalar.

O meu cérebro provavelmente deve ter desligado enquanto eu tomava essa decisão. Justo no dia em que o universo conspira contra mim, eu decido escalar uma pilha de pedras coberta por lodo. Nem preciso comentar o que aconteceu.

— Cuidado! Estou com dor. – Disse enquanto o representante tentava analisar o meu tornozelo que, provavelmente, tinha sido quebrado em quarenta pedaços diferentes.

— Você torceu, ele está começando a inchar. Não vai conseguir pisar desse jeito e isso não é o mais indicado em uma situação como essas. – Ele estendeu o braço em minha direção. – Eu te carrego, você disse que os viu, pode me guiar em direção à saída.

Seguimos com ele me carregando, não demorou muito para encontrarmos os professores, que me levaram para o hospital. Nath me acompanhou e ficou ao meu lado até que minha mãe chegasse (o que não demorou muito, pois eu fui parar na emergência do hospital onde meus pais trabalham).

— Onde você estava com a cabeça? – Minha mãe correu para me abraçar. – Por que diabos você decidiu escalar... – Ela parou e percebeu a presença do loiro, que mexia no celular(provavelmente avisando aos pais onde estava). – Boa noite, rapaz. – Ela volta o olhar em minha direção para falar comigo. – Tem certeza que não machucou mais nada? Onde está o médico que te atendeu? Eu vou conversar com ele, você pode ter algum ferimento grave e...

— Mãe, eu só torci o tornozelo. – Eu gesticulava, tentando acalmá-la.

— Tem certeza? – Ela parou por alguns minutos. – Esquece, vou atrás do médico. – Ela se despede de nós e continua andando.

— Imagino que você deve achar que é de família e tudo mais...

— E-Eu não disse...

— Tanto faz! Minha mãe e eu temos o hábito de exagerar um pouco, mas não é nada demais. – Eu sorrio e ele retribui. – Obrigada por ficar ao meu lado, foi gentil.

— Eu tive uma parcela de culpa pelo que aconteceu. Além disso, não seria certo te deixar sozinha em um momento como esses. – Nath lança um olhar carinhoso e eu retribuo.

Continuamos conversando calmamente, até que fomos interrompidos.

 - NATHANIEL ! – Seu pai se aproxima furioso. - Qual é o seu problema?! Faz ideia de que horas são? – O homem o encara e ele apenas abaixa a cabeça. – Imagina como eu fiquei quando a diretora ligou informando que o evento fracassou graças a você?

— E-Eu sinto muito.

— Foi minha culpa, senhor. Eu não...

— Encontro você no carro, conversaremos assim que chegarmos a casa. – O pai do representante me ignora completamente e segue para fora do hospital.

— Eu queria ajudar, mas...

— Está tudo bem, o que meu pai disse não deixa de ser verdade. Eu causei tudo isso.

— Nath...

— Te vejo amanhã.

— Tem certeza? Ele parecia bem irritado, você pode passar a noite em minha casa e amanhã vocês conversam com mais calma.

— É gentil da sua parte, mas o meu pai não é do tipo que esquece facilmente das coisas. O melhor é que eu resolva isso de uma vez.

— Se cuida... – Sorri tristemente e o acompanhei com o olhar enquanto ele caminhava até a saída.

A pequena confusão causada pelo pai do loiro não passou despercebida, algumas pessoas comentavam. Contudo, eu resolvi ignorar e esperar pela minha mãe.

Um tempo depois ela se aproximou, estava sem o jaleco e com a bolsa, pronta para sair.

— Seu pai terá que ficar aqui esta noite, pois surgiu uma emergência. Pelo que soube, a cirurgia deve durar um longo tempo.

— Não tinha outra pessoa para fazer? O papai já está há mais de vinte quatro horas aqui.

— Pelo que eu soube, a emergência foi com um de seus pacientes. Um senhor de idade, que só aceitava entrar na sala de cirurgia se fosse com Philippe.

— Então quer dizer que o meu pai pode ter esgotamento nervoso por causa de um velho teimoso?

— Um dia você será uma velha teimosa também, seja compreensiva. – Ela fala com um tom divertido. – Se bem que teimosa você já é...

— Mãe!

Fomos para casa e eu rapidamente tomei um banho e corri em direção a minha cama. Fiquei olhando fixamente para o relógio até dar meia-noite e soltei um suspiro de alívio quando este dia acabou. Foram tantas emoções, espero que minha maré de azar tenha acabado.

Após ter plena certeza do fim do dia, me ajeitei delicadamente na cama, tentando encontrar uma posição que não fizesse a minha perna doer ainda mais e liguei uma boa música.

No dia seguinte, respirei fundo e levantei-me com cuidado da cama. Os acontecimentos do dia anterior não saíam da minha cabeça, principalmente a reação exagerada do pai do Nath. Pretendo investigar um pouco mais assim que chegar a Sweet Amoris, estou com um mau pressentimento em relação a isso.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer ao pessoal que favoritou, está acompanhando e, principalmente, aos comentários, isso me motiva a continuar escrevendo e me deixa hiper feliz. ^^



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