Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 14
Capítulo 14




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Eu gostaria de ter a opção de desfazer a ação. Agora estou em pé, de frente para Lety e não faço a menor ideia do que dizer. Eu sabia que seria difícil, mas não imaginei que a veria como uma completa estranha.

— Nós podemos ir ao meu quarto. – Ela sorri gentilmente e aponta a direção do quarto.

— Sim, vamos.

Eu a segui em silêncio até o cômodo e, quando chegamos, ela se jogou na cama e eu apenas a observei.

— Como estão as coisas em Sweet Amoris? – Ela me lança um olhar sapeca. – Tem muito rapaz bonito por lá?

Eu continuava olhando para ela, sem esboçar nenhuma reação.

— E o Ken? Ainda corre atrás de você? – Ela sentou- se na cama, sua expressão já não era mais tranquila como antes. – Se era para me deixar falando sozinha, você nem precisava ter vindo.

— Me desculpe, eu não deveria... – Começo a me preparar para deixar o quarto, quando ela se levanta rapidamente e me segura pelo braço.

— Agora você vai ficar! – Volto e me sento na cama, Lety fica ao meu lado, ainda irritada. – Você faz ideia de como eu fiquei quando sua mãe me ligou no dia em que você foi para o hospital?

— E-Eu...

— Me deixa terminar! – Seus olhos azuis me encaravam fixamente. – Eu te procurei várias vezes e você nunca aceitou me receber. Sem falar no pobre do Ken, ele se culpava pelo que aconteceu a você. Faz ideia de como ele ficou? Tem noção de como todos nós ficamos? – Seus olhos ficam marejados e ela abaixa a cabeça. – Eu...

Minha amiga começa a chorar compulsivamente e eu tento abraça-la, mas ela faz um sinal para que eu me afaste.

— Quando soube que você poderia morrer eu... Eu me odiei tanto por não ter ficado ao seu lado, por não ter estranhado aquela sua apatia repentina, por não ter cuidado de você... – Lety enxuga as lágrimas e volta a olhar para mim. – Meu maior medo era te perder para sempre. Arrisco dizer que, se você não estivesse sobrevivido, eu... Eu daria um jeito de sumir também.

Eu a abraço e, desta vez, ela não se importa com o meu gesto. Ficamos por alguns minutos daquele jeito, ela tentava conter as lágrimas, mas eu a ouvi chorar mesmo assim. Aquilo me causava um aperto no peito, me sinto mal por tê-la deixado desta forma.

— Eu fui uma droga de amiga... Desculpe-me. – Sussurrei em seu ouvido e ela se aproxima um pouco mais, me abraçando com força.

— Você sabe que não sou do tipo que guarda rancor. – Ela sorri tristemente, tentando conter as lágrimas.

— Essa, sem dúvidas, é uma de suas maiores qualidades. – Eu sorrio e, ainda abraçada com ela, me jogo na cama.

Desaperto o abraço e ela se solta, deitando-se ao meu lado. Lety vira-se na minha direção e me lança um olhar sapeca.

— Eu sei que sou uma gracinha, mas não gosto de garotas. – Ela me mostra a língua. –Então pode parar de me arrastar para a cama desse jeito. Aliás, tenho namorado. – Sorrimos e, em seguida, me aproximo um pouco mais de seu rosto.

— Eu não sou ciumenta. – Pisco para ela, que me empurra da cama.

— Idiota!

Não resistimos e acabamos caindo na gargalhada. Por um momento, toda aquela tensão havia sido quebrada e eu finalmente me senti próxima a minha amiga mais uma vez.

— Você acabou com a minha blusa. – Eu disse, enquanto mostrava algumas manchas e o quanto ela tinha sido amarrotada. – Por que você anda maquiada em casa?

— Meu namorado está para chegar, por isso eu resolvi me arrumar um pouco mais. Além disso, você bem que mereceu! – Ela me dá um leve empurrão – Nunca mais faça uma besteira daquele tipo, ouviu bem? – Lety me olha com preocupação.

— Sim, mamãe. – Começamos a rir e eu a olho com ternura. – Sinto muito por... Por tudo. Pensar em como te deixei me deixa péssima.

— Vamos mudar de assunto. – Lety levanta-se da cama e tira uma blusa de seu armário. – Toma, sei que você não vai parar de reclamar até que eu te empreste uma. – Ela joga a roupa em minha direção.

— Ainda bem que você me conhece. – Coloco a blusa rapidamente.

— Então... – Ela pega a maleta de maquiagem e se joga na cama. – Vamos falar sobre o que interessa: rapazes. – Disse, com um sorriso sapeca e eu reviro os olhos.

— Estou na escola há pouco tempo, não tenho nada de especial para falar.

— E o Ken?

— O pai o convenceu a ir para a escola militar, não temos conversado muito ultimamente. No começo ele até tentava, mas está ficando cada vez mais distante...

— Eu sabia! – Ela larga o rímel e começa a comemorar. – Você ainda sente algo por ele! – Em um momento ela percebe que seu movimento fez com que parte do produto manchasse o lençol. – Merda!

— Bem feito! Isso foi o universo te castigando por mexer comigo. – Lety me lança uma cara feia e começo a rir. – Mas você venceu, eu admito que, talvez, sinta algo por ele. No entanto, não sei dizer o que é exatamente. Acho que é só um carinho por ele... Enfim, você sabe.

Antes que ela respondesse algo, sua mãe chega avisando que Julien, seu novo namorado estava esperando por ela.

— Agora estou confusa, você não estava com o Mael?

— Eu terminei com ele há tempos!

— Você não tem jeito mesmo...

— Tanto faz! Agora me ajude com essa maquiagem.

Após ajuda-la, fomos encontrar seu namorado. Ele me parecia um cara legal, no entanto, pelo que percebi, não acho que o relacionamento irá durar muito. Conversamos um pouco e eu segui caminhando pela cidade, Lety se ofereceu para ir comigo, mas a última coisa que quero é segurar vela.

Resolvi visitar o bairro de Kentin. Mesmo sabendo que é uma ideia boba, talvez ele tenha vindo passar o final de semana com a família e venha falar comigo.

— Ariel!

— É você... – Não pude conter o desapontamento em minha voz. – Oi, Lian.

— Eu também estava morrendo de saudades. – Seu tom tinha uma ponta de sarcasmo.

— Foi mal, eu estava meio desligada.

— E esperava outra pessoa... – Lançou-me um olhar malicioso. – O Kentin ainda está na escola militar.

— E-Eu não... – Senti meu rosto começar a ficar vermelho. – Vamos mudar de assunto?

— Pode ser. – Ele achava graça da situação.

— Por que está aqui?

— É... Eu moro aqui?

— Disso eu sei! – Revirei os olhos. – Achei que você estaria viajando.

— Estava, mas tive que voltar por causa de uma emergência. Coisa de família.

— Está tudo bem?

— Sim, minha mãe vai começar um tratamento experimental. Eu só vim porque queria acompanhar isso de perto.

— Tomara que dê tudo certo. – Sorri para ele.

— É o que eu espero. – Lian retribui o sorriso.

Caminhamos por um longo tempo, passeamos pelos lugares que costumávamos frequentar quando eu morava na cidade. Conversamos sobre o passado, eu comentei sobre minha reaproximação com Lety e sobre como estava lidando com tudo em minha nova cidade.

Despedimo-nos e combinamos de ir à praia no dia seguinte. Ele sempre gostou de lá, então não foi muito difícil convencê-lo.

Ao amanhecer, me preparei e fui encontra-lo. Assim que nos vimos, caminhamos um pouco para escolhermos o lugar que iríamos ficar e eu encontrei um rosto conhecido.

— Como vai, Nath? Não imaginava te encontrar aqui.

— Eu decidi vir aqui com a Ambre, pois a semana não foi muito boa para ela.

Tive que me segurar para não cair na gargalhada. Antes que fizesse alguma besteira, meu amigo me salvou.

— Ariel, encontrei um bom lugar para ficarmos e... Quem é esse?

— É um colega de classe, seu nome é Nathaniel.

— Entendi. – Eles se encararam por alguns minutos, Nath parecia incomodado. – Eu me chamo Lian.

— Nós iremos arrumar nossas coisas. A gente se vê depois, Nath.

Comecei a organizar o que tinha trazido em um canto e passar o filtro solar, meu amigo ajudou com as costas e eu fiz o mesmo com ele.

— Acho que o loirinho deve estar enciumado.

— Não viaja! A gente mal conversa, ele curte as coisas que eu posto no blog.

— Posta fotos sua de biquíni no blog?

— Você sabe que não.

— Então não é só a sua escrita que chama a atenção dele.

— Cala a boca!

— Acho que você passou pouco protetor. – Ele ria, enquanto pegava uma quantidade generosa de produto e passava nas minhas bochechas. - Está toda vermelha.

— Você não presta! – Bufei, enquanto tirava um pouco de protetor do rosto e jogava no cabelo dele.

A brincadeira continuou mais um pouco até resolvermos mergulhar. Em seguida, voltamos ao mesmo lugar.

— Você reparou demais nele... – Lancei um sorriso sapeca.

— Eu fiquei surpreso, o loirinho te encarava demais.

— Ainda acho que você está viajando...

— Podemos resolver isso agora, já que ele está vindo em nossa direção.

— Sim, ele e a peste da irmã. – Não pude deixar de bufar.


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