Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Eu quase coloquei capítulo 14, acho que o número 13 não traz boas vibrações. Mas minha paixão por coisas padronizadas é maior do que minhas superstições.
Espero que curtam. :)



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Acordar esta manhã foi a coisa mais fácil do mundo para mim. Em primeiro lugar, eu confirmaria meus dias livres da recuperação e em segundo... Bom, eu poderia ver se minha vingança havia dado certo. Não pude deixar de acordar com um sorriso malicioso no rosto e seguir com ele até a mesa.

— Quem você irá matar hoje?

— O orgulho dos meus inimigos!

— Como?!

— Calma mãe. É que as notas ficam em um cartaz onde todos podem ver e como tenho certeza que as minhas são excelentes... – Respondi, omitindo algumas partes.

— Você não pode comemorar antes do resultado, pode ser que...

— Não me atormente com seu pessimismo, Lúcia. –Levantei-me e dei um beijo na bochecha de minha mãe. – Vou chegar chutando a porta hoje e ...

— Chutando a porta? – Meu pai apareceu, com um semblante preocupado.

— Fique tranquilo, não vou fazer nada que me cause problemas.

— Juízo!

— Pode deixar. – Pisquei para ele e fiz um sinal de positivo com a mão. – Eu vou almoçar em casa, preciso conversar com vocês.

— Algo preocupante?

— Terão que esperar para ver. – Mostrei a língua. –Até mais!

— Se estiver metida em problemas... – Minha mãe disse, em um tom brincalhão.

Despedimo-nos, ainda mantendo o clima agradável. É tão bom poder me expressar da mesma forma que fazia antes, a cada dia que passa eu me sinto mais alegre e disposta. Meus novos amigos e as reuniões no grupo de apoio estão fazendo com que eu me liberte de todas aquelas inseguranças que carregava.

Segui caminhando pelas lojas no centro da cidade até chegar à escola. Assim que entrei pelo portão, encontrei minha parceira de crime com um sorriso malicioso nos lábios.

— Sem spoilers, Peggy.

— Então corre logo, garota.

Fui até o cartaz com as notas. As minhas estavam excelentes, a mais baixa que tive foi um nove. O nome de Ambre era antes do meu, então eu logo pude ver que o meu plano havia dado certo. Em seguida, procurei o de Li e Charlotte. Para minha surpresa, não consegui pegar todas, pois a menina de cabelos castanhos era bem mais esperta do que eu pensei. Enfim, não se pode ganhar sempre.

— VOCÊ! – Meus pensamentos foram interrompidos pela voz da loira. – Sua maldita, eu vou TE MATAR.

— Quer mesmo fazer um escândalo aqui no corredor, queridinha? – Disse em um tom frio.

— Me encontra nas escadarias em cinco minutos. – Ela fez questão de não desfazer sua pose e caminhou em direção ao grêmio.

— O que aconteceu aqui? – Rosalya perguntou e, em seguida, parou por alguns minutos, tentando juntar as informações que tinha. – O tal plano... Foi isso?

— Talvez... – Lancei um olhar sapeca.

— Cuidado, Ariel. Eu não sei o que você fez, mas ela vai querer se vingar.

— E eu não sei? – Cruzei os braços, com um semblante sério. – Só que não aguentava mais, as maldades dela não saíam da minha cabeça. Principalmente a que ela fez ao meu Ken... Ao Kentin. O pai o obrigou a ir até a escola militar por causa dela, sabia?

—Seu Ken? – Ela abriu um sorriso. –Que gracinha! –Rosa afina um pouco mais a voz e começa a apertar minhas bochechas. – Ela fez isso pelo...

— Meu amigo. Nós somos apenas bons amigos.

— Se não está rolando nada agora, pelo menos algo no passado aconteceu. Eu sou uma expert nos assuntos do coração...

— Meu pai também, vocês poderiam conversar um pouco sobre o assunto.

— Você fala sobre rapazes com o seu pai?

— Claro que não! – Não deixei de cair na gargalhada. –Só que falo sobre os assuntos do coração.

— Como assim?

— Ele é cardiologista. –Continuei rindo e ela revirou os olhos.

— Não sei o motivo de ainda te levar a sério.

Continuamos conversando, ela me disse que as provas de recuperação começariam hoje e, por isso, sairíamos mais cedo. Caminhamos até o centro da cidade, onde ela ficou na loja do namorado e eu fui para casa.

Assim que cruzei a porta, comecei a ouvir uma música romântica vindo da sala. Meus pais se beijavam apaixonadamente, como um casal ainda no início do relacionamento.

— Devo esperar por um irmãozinho? – Falei em um tom mais alto e eles se viraram em um movimento extremamente sincronizado.

— Olá querida, achamos que só viria na hora do almoço.

— Eu também. – Sentei-me em uma poltrona. – Mas eles nos liberaram mais cedo.

— Mais cedo você disse que tinha algo para falar conosco. – Meu pai disse, enquanto ajeitava os cabelos e se acomodava no sofá.

— Verdade. – Eu me acomodava um pouco mais enquanto minha mãe se ajeitava ao lado de meu pai. – Como eu não estou mais no jornal, decidi arrumar um emprego.

— Me parece uma boa ideia, mas é muita responsabilidade. Você acha que irá conseguir conciliar o trabalho e os estudos? – Philippe estava sério. – Sua educação vem em primeiro lugar, se você sentir que não aguenta o ritmo, não hesite em parar.

— Seu pai tem razão, é algo que exige muita responsabilidade. Além disso, não vemos problema em aumentarmos o valor da sua mesada, se você precisa tanto assim de um pouco mais de dinheiro.

— Não é pelo dinheiro... Eu só quero ocupar um pouco mais a mente, é que isso me ajuda com a ansiedade e tudo mais. – O clima ficou um pouco mais pesado, algo comum quando começo a falar sobre minha saúde.

— Tudo bem, nós aprovamos. No entanto, aumentaremos a atenção ao seu desempenho escolar. Se recebermos alguma reclamação da diretora...

— Muito obrigada! – Levantei-me e abracei os dois, que retribuíram rapidamente.

— É tão bom ver você assim novamente... – Minha mãe dizia, enquanto apertava ainda mais o abraço.

Ficamos daquele jeito por um tempo, depois conversamos e jogamos um jogo de tabuleiro antes do almoço. O resto do dia foi calmo e eu aproveitei a presença dos meus pais o máximo que pude, momentos como esses costumam ser raros e eu não perderia aquilo por nada.

Como já havia colocado currículos alguns dias depois de ter saído do jornal, fui chamada para uma entrevista e na mesma semana comecei a trabalhar em uma papelaria que ficava no centro da cidade. Não via muitos conhecidos por lá, apenas Violette que aproveitou a semana livre para renovar o material de desenho e pintar em alguns parques. Ela era realmente talentosa, espero que um dia suas habilidades sejam reconhecidas.

Estes dias passaram rapidamente, provavelmente porquê eu ganhei uma folguinha das aulas. Irei aproveitar o final de semana para visitar minha antiga cidade e conversar com Lety.

Meu turno estava prestes a acabar e eu aproveitei para colocar tudo em ordem até que dois rapazes entraram na loja.

— Não acredito que você me arrastou até aqui!

— Em dois dias começaremos em uma nova escola, Armim. Precisamos comprar o material, lembra?

— Por quê? – O moreno gesticulava para dar mais ênfase para a pergunta que fazia. Em seguida cruza os braços. – A gente poderia ter usado o mesmo. Ainda estamos no mesmo ano letivo e as matérias permanecem iguais, a única coisa que mudou é a escola. Saco!

— Era só não ter vindo. – O menino de cabelos azuis faz a mesma pose que o outro e vira-se para ficar de costas para o moreno.

A cena não deixava de ser engraçada, mas eu estava cansada e queria voltar logo para casa. Resolvi me aproximar, para facilitar a escolha dos rapazes.

— Boa tarde, vocês gostariam de alguma ajuda?

— Olá miss, poderia me mostrar os cadernos? – O azulado sorriu, sendo simpático. – Eu gostaria trocar de irmão também, se possível. – Disse para provocar o moreno, que bufou.

— Eu posso trazer alguns modelos... De cadernos, não de irmãos. – Falei em um tom brincalhão, fazendo ambos rirem.

— Você é engraçada! – O rapaz de olhos azuis comentou. – Eu também preciso de um caderno, você tem algo... Temático?

— Sim, ele está falando sério. – O tom do irmão era de desapontamento.

— Eu já busco alguns modelos. – Virei-me para o outo rapaz. – Você ainda não me disse o como gostaria que fosse o seu.

— Bom... –Ele colocou a mão no queixo. –Eu quero algo colorido, sabe? Quero que o vejam de longe... Talvez algum tom fluorescente?  

— Sim, ele está falando sério. – Foi a vez de Armim comentar.

Fui ao estoque rindo, aqueles dois me fizeram esquecer o cansaço do dia. Quando voltei com os modelos, Alexy levou um caderno azul com alguns detalhes BEM chamativos em laranja e Armim ficou com um todo preto, com um símbolo de alquimia que fazia parte de um anime que eu nunca tinha ouvido falar, mas era sobre alquimistas, símbolos e algo sobre um rapaz baixinho que era sei lá o que de aço.

Despedi-me de meus colegas de trabalho e fui para casa, esta semana havia sido um pouco mais dura, pois eu ainda estava em período de avaliação. No entanto, pelo que eu soube, as coisas seriam mais tranquilas depois. Dormi assim que acheguei e, no dia seguinte, preparei-me para encarar o passado de uma vez por todas.

Peguei o ônibus e desci em um ponto próximo da casa de minha amiga, caminhei por certo tempo e finalmente cheguei a sua porta. Ao tocar a campainha, sua mãe me recebeu e pediu para que eu esperasse alguns minutos. Aquele tempo pareceu durar uma eternidade, até que finalmente escuto uma voz familiar:

—Ariel? –Ela disse e eu virei-me para vê-la

—Olá, Lety.


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Notas finais do capítulo

Aguardo comentários. ^^



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