Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, eu peguei um pouco mais leve neste capítulo. Mesmo assim, tem um monte de coisas acontecendo, pois eu achei que precisava avançar um pouco mais rápido com a fic.
Espero que gostem. ;)



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Por ter demorado um pouco mais na cama do que de costume, acabei chegando atrasada na escola esta manhã. Corri um pouco pelos corredores até chegar a minha sala e sentei-me no único lugar vazio que sobrou. A classe não costumava ficar assim tão cheia, mas por causa das provas, a maioria dos alunos tornou-se mais assídua.

As horas pareciam durar uma eternidade, eu fiz e refiz meus exercícios algumas vezes e aproveitei para anotar o máximo de coisas que pude. No entanto, mesmo sem parar de trabalhar, o tempo não passava. Acabei soltando um longo suspiro durante a explicação do professor e levei uma bronca por causa disso. Ótimo. Assim que o sinal tocou, eu coloquei o material na mochila e fui para os corredores na velocidade da luz.

—Me parece que a senhorita resolveu se rebelar. –Disse Castiel, em um tom sarcástico e eu revirei os olhos.

—Eu só não estou para bhaskara essa manhã. –Sorri para ele, enquanto caminhávamos em direção ao pátio.

—Onde você pensa que vai? –Peggy coloca a mão em meu ombro.

—Ao pátio?

—Não mesmo. –Ela vira-se para Castiel. –Vou roubar a sua garota, até mais.

Ela me puxa pelo braço, me levando para a direção oposta.

—Por que está me arrastando desse jeito?

—Vou te deixar bancar a jornalista de verdade, considere isso um presente por ter se comportado.

Ela me arrasta para perto da sala dos professores, onde a diretora está aos berros com Nathaniel. Pelo que eu entendi da conversa, alguém roubou alguns documentos e isso poderia fazer com que ele fosse expulso da escola.

—Imagina só o título: Representante na Berlinda. Isso dará um artigo excelente, faça um bom trabalho!

—Peggy, eu...

—Espero que saiba aproveitar a oportunidade de ouro que estou te dando. Até mais! –Ela se despede, me deixando sozinha no corredor.

—O que a senhorita está fazendo aqui?! –A diretora pergunta furiosa. –Deixe de ser curiosa e saia daqui!

—E-Eu sinto muito, só estava de passagem e...

Sem me deixar terminar, ela segue seu caminho, visivelmente irritada.

—Você deve ter ouvido tudo, não é? Eu percebi que a Peggy estava aqui, imagino isso estará em destaque amanhã no jornal da escola.

—Assim você me ofende! Acha mesmo que eu seria capaz disso? –Eu o olho firmemente.

—Se não está aqui pelo artigo, o que pretende fazer?. –Ele cruza os braços e eu lanço um leve sorriso.

—Fique tranquilo, eu vou tentar te ajudar. Talvez os documentos estejam em outro lugar da sala, podemos entrar lá e procurar.

—Isso é impossível. Quem levou os documentos, pegou também a minha chave e a diretora não me quer lá dentro até que o caso tenha sido solucionado.

—Bom, o jeito é procurar discretamente pela escola. Eu procuro pela chave e você foca nos documentos e em quem pode tê-los roubado.

—Minhas expectativas estão baixas, encontrar uma chave em toda a escola parece ser algo meio irreal. Principalmente com o tempo que temos.

—A gente não tem outra opção.

Após revirar boa parte da escola, consegui encontrar a maldita chave. Aproveitamos a movimentação no horário do intervalo para entrarmos na sala dos professores e procurar alguma pista que nos levasse ao suspeito. Durante minha busca, encontrei uma pulseira que Nath acredita que seja de sua irmã. Enquanto ele foi confrontá-la, comecei a procurar o pacote com as provas. Ele estava escondido no topo de um dos armários, se eu não fosse suficientemente alta, provavelmente teria dificuldades em pegá-lo.

No fim da tarde, nos reunimos e o representante comentou que após pressionar a Ambre, ela confirmou suas suspeitas. Nath disse que encontraria uma forma dela ser suspensa sem causar muito alarde e que colocaria as provas na sala, fazendo com que os professores apenas pensassem que as colocaram no lugar errado.

—Eu posso te ajudar a encontrar algo para seu artigo.

—Deixa, ela provavelmente vai me chutar para fora de qualquer forma. –Respondi desanimada.

—Você não pode jogar a toalha assim! Ao menos tente escrever alguma coisa, Peggy será compreensiva. –Ele me olha esperançoso e eu não pude segurar o riso.

—Estamos falando da mesma pessoa?

—Vocês estão bem próximas ultimamente, acho que ela deve considerar a amizade que tem com você. Certo?

—Ela é do tipo que sabe separar as coisas, o jornal é muito importante para Peggy. Eu já estou conformada, não se preocupe.

—Me deixa te ajudar, pelo menos você saberá que tentou.

—E qual é a sua proposta?

—Alguns alunos daqui formaram um grupo para ajudar o abrigo de animais da cidade. É um trabalho que vale a pena ser divulgado, não acha?

—Você tem razão, mas já vou logo avisando que...

—Já sei, ela não vai gostar.

—Exatamente.

Eu fui conversar com os alunos para recolher o material necessário, acabei passando um momento agradável com eles. Fomos juntos ao abrigo e eu fotografei alguns filhotes, espero que com isso consiga amolecer o coração de pedra da redatora chefe do jornal. Voltei à escola e terminei o artigo, já esperando pela bomba.

—O que você fez?!

—Boa tarde para você também, Peggy.

—Eu te entrego um material excelente de bandeja e você volta com essa porcaria? Sério mesmo?

—Desculpa, mas eu não achei justo com o Nath. Ele poderia ser expulso da escola, tem noção do quanto isso é sério?

—E eu? Você sabe o quanto esse jornal é importante para mim e aí, para preservar sua amizade com o loirinho, você resolve jogar fora uma oportunidade de ouro e me entrega um artigo medíocre desses? –Ela aponta para a tela do computador. –Espero que esteja ciente que este é o último que você vai escrever para o meu jornal.

—Me dá só mais uma chance, eu prometo que isso não irá se repetir.

—Você está fora e fim de papo. –Ela dá um longo suspiro e sua expressão fica mais tranquila. –Não leva para o lado pessoal, eu não quero abrir mão da nossa amizade. Só que... Poxa, isto aqui é tudo para mim e ver a forma com que você tratou o jornal...

—Eu entendo Peggy... Desculpe-me, de verdade.

Um pouco abatida, entreguei o meu crachá para ela, despedi-me e saí da sala. Enquanto caminhava, encontrei Nath, ao lado de sua irmã. Resolvi esperar um pouco, sentada na escadaria, até que saíssem da escola, pois a última coisa que quero é que a Ambre me veja neste estado.

—Achei que já estivesse em casa. –Peggy sentou-se ao meu lado.

—Estou evitando maus encontros. –Apontei para os gêmeos e ela concordou com a cabeça.

—Eu sei o quanto você estava gostando de trabalhar no jornal, mas...

—Está tudo bem, não vamos mais falar sobre isso. –Encostei a cabeça na parede e cruzei os braços.

—Se você está dizendo... –Ela suspira, encarando o teto. –E como foi ontem?

—Eu gostei bastante. Você estava certa, conversar com aquelas pessoas me fez bem. –Olhei para ela, esboçando um leve sorriso.

—Fico feliz em ouvir isso, eu realmente espero que você supere logo essa fase. –Ela sorri para mim. –Mais alguém daqui sabe o que aconteceu?

—Apenas a direção e alguns professores. –Optei por não mencionar o nome de Rosalya. –Tem o Castiel também, mas com ele eu não entrei em detalhes.

—Castiel?! –Ela me olha surpresa.

—É uma longa história, eu não estava bem e ele veio conversar comigo... Então acabei contando.

—Estranho imaginar alguém como ele reconfortando alguém.

—Eu pensei a mesma coisa, devo ter piscado umas duas vezes antes de a ficha cair. -Acabamos rindo da situação.

Continuamos conversando por algum tempo. Quando finalmente a “princesa” deixou a escola, nos despedimos e eu fui para casa.

Os dias passaram rapidamente e agora é a última semana antes do início das provas. Assim que cheguei à escola, notei o peso no ambiente. Os alunos cabisbaixos e com a cara nos livros, a biblioteca mais cheia do que de costume, os nerds rodeados por uma galera... Acho que toda escola deve ficar assim neste período.

Nem preciso mencionar que esta semana foi caótica. Além da correria para revisar, Ambre retornou dos mortos para atormentar a minha vida. De segunda a sexta, ela fez questão de me infernizar de alguma forma. Às vezes eu revidava, outras deixava de lado. Estava chegando ao meu limite, até que ela apareceu me oferecendo uma trégua.

—O que significa isso? Foi abduzida?

—Não diga bobagens! Eu soube que você ajudou meu querido irmão a recuperar as provas que haviam desaparecido.

—Diz logo aonde você quer chegar.

—Você olhou?

Eu não estava acreditando, de repente uma oportunidade de ouro aparece bem na minha frente.

—Se olhei? –Lancei um sorriso malicioso. –Querida, eu tirei uma foto de cada prova e resolvi as questões em casa. –Menti.

—Quanto você quer para me entregar as fotos?

—Eu vou pensar no assunto, conversaremos mais tarde.

—Tudo bem, o que acha de almoçarmos na lanchonete? É melhor que não nos ouçam enquanto falamos sobre... Nossos assuntos.

—Fechado.

Acertamos o horário e eu segui para minha turma. Essa mimada finalmente terá o que merece, ou eu não me chamo Ariel.

Ao chegar à sala, sentei-me ao lado de Rosalya. Ela estranhou logo meu semblante e veio me perguntar o que eu estava tramando, mas resolvi não contar nada e ela respeitou minha decisão.  No intervalo, quem percebeu algo errado foi Lysandre. Contudo, por ser muito discreto, ele não me fez perguntas. No horário do almoço eu fui até o local marcado e conversei com a loira, que estava acompanhada de suas amigas. Elas acabaram acreditando e eu combinei que enviaria as fotos em breve.

Como sabia que as provas em Sweet Amoris seguiam um modelo padrão, peguei uma cópia antiga com Peggy e juntas fomos até o espaço destinado ao jornal da escola. Ela era a única que sabia do meu plano e concordou em participar, já que também não gostava muito da Ambre. Fizemos a cópia, respondemos tudo, tiramos a foto e eu entreguei para as três pestes. Senti uma ponta de arrependimento quando elas disseram que eu até que poderia fazer parte de seu grupinho, mas não podia mais desistir do plano senão elas acabariam comigo.

A semana de provas chegou e a escola ficou ainda mais bagunçada. Todos os alunos estavam correndo para revisar e eu, obviamente, não estava em uma situação diferente. Apesar das minhas inseguranças, não tive grandes dificuldades em fazer as provas e, pelo que pude perceber irei me livrar da recuperação. Caso isso aconteça, poderei aproveitar uma semana em casa.

Eu realmente preciso desses dias de folga para finalmente colocar algumas coisas em ordem. Talvez eu procure um emprego para ocupar a mente, já que não faço parte do jornal. Contudo, isso não é o mais importante. Quero aproveitar esses dias para voltar à minha antiga cidade e poder conversar com a Lety, sinto que não posso mais fugir disso e preciso concertar as coisas. Só espero que ela possa me perdoar.


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