Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 12
Capítulo 12 - Uma Briga, Uma Viagem


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente! ❤ Estamos sumidas, né? Kkk ❤ Desculpem a nossa demora pra postar, é que com a volta as aulas ficou um pouco complicado para escrever. ❤

Esperamos que gostem do capítulo... ❤

Vocês são demais! Muito obrigada por nos incentivarem, o capítulo conseguiu 8 comentarios e tivemos mais um favoritado, isso é um recorde! Muito Obrigada, lindas! ❤

Muito obrigada a linda da Andry Nyah por ter Favoritado ❤

Obrigada também as lindas que comentaram:

— Germangie 17
— Leitora Tinista
— Love Angie
— Júlia
— Gabriella Santos
— Violetta S2
— Duh Leon
— Blackspace

POSTAREMOS O PRÓXIMO CAPITULO COM PELO MENOS MAIS 8 COMENTÁRIOS ❤

COMENTEM, a opinião de vocês é muito importante pra gente! ❤

Beijos e Boa leitura! ❤



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           "Loving can hurt
                      Loving can hurt sometimes
                      But it's the only thing that I know
                      And when it gets hard
                      You know it can get hard sometimes
                      It is the only thing that makes us feel alive"

 

                             * Photograph
                                         (Ed Sheeran)


                                        NARRADORA

 

  Violetta estava preocupada. A tia e o pai tinham saído da festa no dia anterior e agora era de manhã e ambos ainda não tinham voltado pra mansão.

 

  Ela tinha mandado inúmeras mensagens para os dois, mas não obteve resposta.

 

  No dia anterior, ela tinha ficado feliz porque provavelmente eles deveriam estar juntos. Ela percebera os olhares que eles trocaram enquanto dançavam. Seu plano havia dado certo.

 

  Quando chegou na mansão na noite anterior, ela não estava nem um pouco preocupada. Se o pai e Angie tivessem saído juntos, com certeza eles voltariam tarde. Quando amanheceu, ela procurou por eles e percebeu que nenhum dos dois tinham voltado pra mansão.

 

  Ela olhou para o celular e não tinha nenhuma mensagem deles. Lhe pareceu estranho que não a tivessem avisado nada.

 

  — Nenhum sinal deles. — Violetta falou para Ludmila durante o intervalo que ela tinha antes da aula de dança.

 

  — Você já perguntou para o Pablo se a Angie apareceu por aqui hoje?

 

  — Já sim, mas ele me disse que a Angie só tem aula á tarde hoje. Então é normal que ela ainda não tenha aparecido no Studio.

 

  — Você já procurou na casa da Angie?

 

  — Não, ainda não. Como eu ainda não pensei nisso? Vou ir procurar lá agora. Eu devo ter quase uma hora até minha próxima aula.

 

  — Eu queria ir com você Vilu, mas é que minha aula com o Beto já está para começar. 

 

  — Tudo bem, mas se eu acabar me atrasando, você me cobre na aula do Gregorio.

 

  — Okay sister, eu cubro você. — Ludmila sorriu.

 

  Violetta se despediu da irmã e foi procurar no único lugar que ainda não tinha procurado.

 

                                      (…)

 

  Vilu chegou na frente da casa de Angie e até pensou em bater na porta, mas se a tia estivesse dormindo ela acabaria acordando-a, então acabou por pegar a chave que Angie mantinha em baixo do tapete da porta da entrada para emergências e abriu a porta com cuidado.

 

  Ela andou alguns passos pela sala de estar e abriu um sorriso enorme ao encontrar o pai e a tia deitados juntos no sofá.

 

  Angie estava enrolada no paletó de German e com a cabeça e as mãos apoiadas no peito dele. Ele por sua vez, mantinha os braços protetoramente ao redor dela.

 

  Vilu pegou seu celular e tirou uma foto, ela precisava registrar aquele momento. Mas quando ia devolvê-lo dentro da bolsa ele começou a tocar. Ela recriminou a si mesma por não ter deixado o celular no modo vibrar. O aparelho estava programado para tocar no volume máximo.

 

  Por causa do barulho, German e Angie acordaram assustados.

 

  Como o espaço que estavam dividindo no sofá era estreito, German se desequilibrou e caiu do sofá, acabando por puxar Angie junto com ele.

 

  — Ah, meu Deus! Me desculpem. Vocês estão bem? — Vilu perguntou aproximando-se deles.

 

  Angie saiu de cima de German, que para sua sorte, amortecera sua queda. Ela se sentiu corar.

 

  German também se levantou e massageou as costas, que agora estavam levemente doloridas.

 

  — Acho que sim. — Angeles respondeu, ainda um pouco desnorteada devido ao susto.

 

  — Me perdoem mesmo, meu celular tocou e… — Angie interrompeu a sobrinha.

 

  — Está tudo bem Vilu. — Ela tocou uma das mãos da sobrinha.

 

  — Não se preocupe com isso filha.

 

  Vilu olhou de um para outro e fez a pergunta que estava na sua cabeça desde a noite anterior.

 

  — O que aconteceu ontem à noite? Por quê vocês saíram mais cedo?

 

  Vilu percebeu que o pai e a tia trocaram olhares rápidos.


                                           ANGIE

 

  — Er… Eu não estava me sentindo muito bem ontem à noite e seu pai me trouxe pra casa. — Contei, ocultando apenas parte da verdade.

 

  — Vocês têm certeza de que foi só isso? — Um sorrisinho surgiu em seus lábios.

 

  — Foi sim. — Respondi apenas.

 

  — A forma que eu encontrei vocês agora me prova que não foi só isso. — Vilu insistiu.

 

  — Você não acha que já fez perguntas demais filha? — German interveio.

 

  — Não o suficiente. E aliás, a noite de vocês deve ter sido ótima, porque nem as minhas inúmeras mensagens e ligações vocês atenderam.

 

  — É que o meu celular ficou sem bateria. — German respondeu.

 

  — E o seu Angie?

 

  — O meu estava no modo vibrar. Me desculpa Vilu, não queríamos preocupar você. — Deveríamos ter avisado Vilu.

 

  Para que isso não acontecesse de novo, peguei meu celular e tirei-o do modo vibrar.

 

  — Tudo bem Angie, sem problemas. Mas eu só vou desculpar vocês se me contarem o que realmente aconteceu. — Ela sorriu, dando ênfase à palavra realmente. Vilu não se daria por vencida tão cedo.

 

  Olhei para German, esperando que ele tivesse algo para dizer, mas ao olhar para ele constatei que ele estava tão perdido quanto eu.

 

  Antes que nós disséssemos algo, Vilu recebeu uma mensagem bem nessa hora e desviou a atenção de nós dois para o celular. Ela leu rapidamente o que enviaram para ela e disse:

 

  — Pra sorte de vocês, eu acabei de receber uma mensagem da Francesca. Ela quer conversar comigo agora no Studio. Vocês escaparam dessa, mas não vão escapar mais tarde.

 

  Vilu se despediu de nós e logo foi embora.

 

  — Essa foi por pouco. — Falei.

 

  — Tem razão. Você acha que devíamos contar pra ela o que está acontecendo entre nós? — German segurou minhas mãos nas suas.

 

  — Acho melhor esperarmos um pouco. Não seria bom dar falsas esperanças para ela. — Eu não queria iludir minha sobrinha.

 

  German assentiu e me puxou para um abraço. Apoei minha cabeça em seu peito e passei meus braços ao seu redor.

 

  — Você acha que nós juntos não vai dar certo? — Ele me perguntou.

 

  — Não, não é isso. É só que… Eu já me machuquei muitas vezes no quesito amor e não quero que isso aconteça de novo. Entende? — Eu não sabia se conseguiria lidar com mais uma decepção amorosa.

 

  — Entendo, você tem razão de pensar assim. Eu errei com você muitas vezes. Me perdoe por isso Angie, dessa vez vai ser diferente.

 

  — Eu sei que vai. — Sorri contra o seu peito.

 

  Não demorou muito para que tivéssemos que desfazer o abraço. O despertador do meu celular tocou, alertando que eu tinha que me arrumar para ir ao Studio.

 

  — Quer que eu te espere e te leve para o Studio? — German perguntou antes de ir embora.

 

  — Não, não precisa. Mas, obrigada. Não quero fazer você e o Ramalho se atrasarem pra sua reunião de negócios. E além do mais, o Studio é perto daqui.

 

  — Te vejo mais tarde? — Ele me lançou um sorriso de lado.

 

  — Com certeza.

 

  German se aproximou de mim e por um instante seus lábios tocaram os meus em um beijo rápido de despedida.

 

  — Ah, eu já estava me esquecendo. — Tirei o paletó de German, que ainda estava ao meu redor. — Obrigada por me emprestar. — Agradeci, depois que nos afastamos.

 

  — Prefiro que ele fique com você.

 

  — Por quê?

 

  — Porque se você ficar com ele, vou ter de vir buscá-lo e então eu vou ter uma desculpa para vir te ver.

 

  — Engraçadinho. — Eu ri, mas aceitei ficar com o paletó.

 

                               (...)

 

                          GERMAN

 

  Olhei para o relógio em meu pulso. Os ponteiros marcavam 14:55, faltavam apenas 5 minutos para que a aula de canto de Angie terminasse.

 

  Eu tinha acabado de sair da reunião que eu marcara ontem durante o show com Pablo e Antônio. Expliquei à eles qual era a atual situação financeira do Studio e disse que eu gostaria de ser o novo investidor que o Studio precisava.

 

  Desde que eu vira Angie tão aflita na noite anterior por causa do Studio e depois de ouví-la dizer o quanto ele significava para ela, tomei a decisão de me tornar um investidor do Studio. Não queria nunca mais ter de vê-la tão preocupada e triste.

 

  Pablo e Antônio ficaram contentes e concordaram de imediato com a minha proposta. Assinei o contrato que eles me apresentaram e depois fui até o meu carro e coloquei-o dentro de uma pasta de documentos que eu sempre carregava comigo.

 

  Voltei para dentro do Studio e fiquei observando Angie de longe, enquanto ela terminava de dar sua aula.

 

  Eu nunca a tinha visto dando aula. E tenho que dizer que fiquei impressionado. Angie andava de um lado para o outro da sala com um sorriso lindo estampado no rosto. Ela ensinava os alunos cheia de animação. Dava para ver o quanto ela amava sua profissão.

 

Não consegui evitar um sorriso ao olhar para ela.

 

  Mesmo depois de sua aula acabar, fiquei observando-a tocar uma música no teclado por alguns poucos minutos. Até que decidi me aproximar.

 


                        ANGIE

 

  Eu tinha acabado de terminar uma de minhas aulas de canto. Arrumei as minhas partituras e coloquei-as dentro de uma pasta que repousei em cima da minha mesa.

 

  Faltavam 15 minutos para a minha próxima aula começar, então eu teria tempo suficiente para refletir sobre o que Pablo me dissera hoje de manhã quando cheguei ao Studio.

 

  Meu amigo me contara que o show de ontem tinha feito com que mais pessoas tivessem interesse em se inscreverem para entrar no Studio, mas mesmo assim não tinha sido o suficiente para conseguir um investidor.

 

  Me sentia apreensiva, nós não tínhamos recursos o suficiente para organizar outro show igual ao que fizemos ontem. Não agora que precisaríamos arcar com os custos da viagem para Sevilha.

 

  Pablo também me dissera que fomos convidados pelo Studio de Sevilha para ir visitá-los e para fazer um show no Teatro Quintero. Os alunos já estavam sabendo e estavam muito animados, Pablo contara para todos no show de ontem, depois de eu ter saído.

 

  Essa era a melhor notícia que tínhamos recebido, seria muito bom para os alunos conhecerem o primeiro Studio que Antônio fundara e para fazer publicidade para o Studio.

 

  Para chegarmos a tempo para o show em Sevilha, teríamos que sair hoje de noite. A carta de que o Studio tinha sido uma das instituições convidadas, devido ao atraso, tinha chegado só ontem. Portanto, todos nós estávamos apressados hoje. Me sentia ansiosa, tudo tinha que dar certo. Essa era uma boa oportunidade para ajudar o Studio.

 

  Eu precisava relaxar, então me aproximei do teclado que eu tinha em minha sala e comecei a dedilhar as notas de Algo Se Enciende.

 

  Aos poucos me senti relaxar e até fechei os olhos, deixando as melodias me envolverem.

 

  Senti um toque em meu pulso machucado e me sobressaltei. Tinha sido um gesto simples, mas que fez meu batimento cardíaco se intensificar. Eu ainda estava um pouco receosa por causa da noite de ontem.

 

  Me virei e me senti relaxar ao ver que era German.

 

                     NARRADORA

 

  — Você está bem? — German perguntou com preocupação na voz. Angie o olhara com uma expressão assustada no rosto.

 

  — Sim… Eu estou bem.

 

  — Tem certeza?

 

  — Sim, eu só me assustei. É que eu ainda estou um pouco receosa por conta do que aconteceu ontem com o Milton e você tocar o meu pulso que ele acabou machucando, me fez lembrar do que aconteceu.

 

  — Eu te machuquei? — Ele se aproximou mais dela e depositou um beijo delicadamente em seu pulso machucado.

 

  — Não, não está doendo. Foi só a lembrança que o gesto desencadeou. — Ela explicou.

 

  — Você não precisa mais se preocupar com o Milton. Eu contei, sem dar muitos detalhes, ao Antônio e ao Pablo o que aconteceu ontem à noite. E eles o demitiram. — German não queria que Angie tivesse que ver Milton mais nenhuma vez.

 

  — Que bom. Depois do que ele fez, não quero vê-lo nunca mais. — Angeles assentiu, aliviada pela notícia. — Mas e você, o que está fazendo aqui?

 

  German deu alguns passos para frente, para ficar mais perto de Angie.

 

  — É que eu vim conversar com o Pablo e o Antônio para explicar para eles a situação financeira do Studio. E, depois, eu fiquei vendo você terminar de dar a sua aula.

 

  — Então quer dizer que você estava me espiando? — Angie sorriu.

 

  — Não, eu só estava te observando. — Ele também sorriu.

 

  — E não dá na mesma?

 

  — Depende do ponto de vista. — Ele respondeu.

 

  German se aproximou de Angie, entelaçou as mãos dela nas suas e sorriu.

 

  — O que foi? Posso saber o motivo de você estar tão sorridente? — A loira perguntou, curiosa.

 

  — É que eu tenho uma notícia muito boa pra te contar.

 

  — É mesmo? Qual? — Questionou com a voz animada.

 

  German estar prestes a contar a Angie que agora era o novo investidor do Studio, mas Vilu atravessou a sala da tia apressada. E só depois percebeu o pai e a tia de mãos dadas.

 

  — Ah, é... Desculpa por interromper. — Ela lançou um sorriso de desculpas para eles. — Agora vocês não podem mais negar que estão juntos. Vocês estão de mãos dadas e sorrindo um para o outro, tirando o que aconteceu hoje de manhã.

 

  — E o que traz a senhorita a minha sala? — Angie sorriu para a sobrinha, tentando mudar de assunto.

 

  Vilu respirou fundo e começou a falar:

 

  — É que eu acabei de conversar com o Pablo. Eu perguntei a ele se agora que o Studio está com um professor a menos porque o Milton foi despedido e a princípio só você vai como nossa monitora em Sevilha Angie, o papai poderia ir conosco pra te ajudar. O Pablo concordou. É uma ótima notícia, não é? — A menina estava tão animada que acabou falando rápido demais.

 

  — Calma Vilu, respira! — Angie olhou pra sobrinha.

 

  — O senhor vai, não é? — Vilu olhou para o pai com uma carinha fofa que ela sabia que o faria dizer sim.

 

  German olhou para a filha e logo depois para Angie, que sorria e balançava a cabeça em afirmação.

 

  — Sim, Vilu. Eu vou com vocês pra Sevilha.

 

                          (...)

 

— Obrigada pela ajuda, German. — Angie agradeceu o moreno depois que a aula acabara e os alunos saíram da sala de canto. Como Angie estava com o pulso machucado, German se oferecera para tocar teclado na aula.



        — Foi um prazer. Adoro ver você dar aula. — Ele ficou de frente pra ela.

 

— E eu adoro ver você tocar. — Ela rodeou o pescoço dele com seus braços, diminuindo a distância entre eles.

 

German tocou o rosto dela delicadamente e se aproximou ainda mais para beija-lá, mas quando se lembrou que ainda estavam no Studio, ele se afastou, mesmo que fosse difícil resistir a tentação de beijar Angeles.

 

Estranhando o afastamento, a loira perguntou:

 

— Algum problema?

 

— Acho que o Studio não é o local mais adequado para nos beijarmos, Angie. Qualquer aluno poderia entrar aqui e…

 

— … nos ver. É verdade! — Ela terminou frase. — Como eu esqueci disso?!

 

German riu da reação exasperada dela.

 

— Calma, Angie. Eu sei que não me beijar é uma tarefa difícil, já que eu sou irresistível, mas você precisa tentar. — Ele brincou, querendo tirar a preocupação do semblante dela. E funcionou, Angie olhou pra ele com divertimento.

 

— Você não se cansa de ser convencido? — A loira devolveu. — Você precisa de umas boas aulas de humildade. — Brincou, cruzando os braços.

 

— Concordo, mas infelizmente não existem professores graduados nessa área. — Ele explicou, pegando as mãos dela e unindo as suas.

 

— É um pena. — Ela respondeu sorrindo.

 

German queria tanto ter beijado Angeles, que até doía. Mas o Studio era uma instituição profissional e uma demonstração carinhosa como aquela não era sinônima de ética. Infelizmente.

 

Sentindo a necessidade de ter Angie mais perto, ele soltou as mãos de Angeles e abriu os braços, que logo receberam a loira.

 

Ficaram abraçados por alguns minutos, até Angie se lembrar que precisava pegar uma pasta na sala dos professores.

 

German decidiu esperar Angie na sala de canto mesmo, já que ela prometera que não demoraria a voltar.

 

German estava distraído olhando algumas partituras, quando alguém entrou na sala.

 

Pensando que era Angie, ele sorriu e elevou o olhar. Mas para sua surpresa não era Angie que estava a sua frente e sim, Priscilla. O sorriso imediatamente se dissolvera do rosto dele.

 

— O que faz aqui? — German perguntou sério, levantando-se e ficando de frente para sua ex noiva.

 

— Oi pra você também, German. — Ela sorriu. Aquele sorriso aparentemente doce, mas que na verdade não passava de falsidade.

 

— O que faz aqui? — German perguntou novamente, mais ríspido dessa vez.

 

Ela deu um passo a frente.

 

— Calma, querido. Não precisa se irritar. — Respondeu jogando o cabelo pra trás. — Vim aqui conversar amigavelmente.

 

German não estava gostando nada do rumo daquela conversa.

 

— Amigavelmente, você disse? — Questionou.

 

Ela concordou com um aceno de cabeça.

 

— Nós somos adultos, German.

 

— Vamos direto ao ponto, pode ser? — German pediu, queria logo encerrar a conversa.

 

— Tudo bem. — Concordou. — O fato é que eu pensei melhor e me arrependi do que fiz.

 

— Se arrependeu? — Questionou, duvidando. Priscilla não parecia arrependida.

 

— É claro. — Fingiu estar aborrecida pela clara desconfiança dele. — Me arrependo por termos terminado, German. Nós podemos dar certo ainda, sempre formamos um casal maravilhoso.

 

German balançou a cabeça, definitivamente discordando do que ouvia.

 

— Priscilla… — Ele tentou argumentar que o que ela sugeria era uma loucura, mas Priscilla não permitira e logo continuou falando.

 

— Eu te perdoô por você ter se envolvido com a Angie. Eu sei que foi algo apenas momentâneo que se passou entre vocês dois devido ao passado de vocês e tudo mais… Eu posso passar por cima do meu orgulho por você, querido. Você se deixou encantar pela Angie, mas foi só passageiro… Eu e você fomos feitos para ficarmos juntos. — Ela se aproximou um pouco mais. — Eu te amo, German.

 

German não acreditara em absolutamente nada do que Priscilla falara.

 

Ele balançou a cabeça em negação novamente.

 

— Priscilla, nós não vamos voltar. Entenda.

 

German não tinha ideia de como conseguira se envolver com alguém como Priscilla, que era capaz de machucar a própria filha para conseguir o que queria.

 

— É sério, meu amor. Eu ainda te amo. — Ela falou fazendo a melhor cara de arrependimento que conseguira.

 

— Não, você não me ama. — O moreno respondeu, sem deixar margem pra discussão.

 

— Tem certeza? — Questionou um tanto irritada.

 

— É claro. — Ele simplesmente respondeu, esperando que aquilo fosse o suficiente pra que ela fosse embora.

 

Priscilla virou de costas e fingiu estar indo embora, mas de repente ela se virou e num impulso, colou seus lábios aos de German, que fora pego de surpresa.

 

Tudo ocorrera rápido demais. Antes que German conseguisse afastar Priscilla, palmas preencheram a sala no mesmo momento que ele conseguira se desvencilhar do aperto forte de Priscilla.

 

German olhou para porta e empalideceu. Angie era quem aplaudia. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

 

— Parabéns, German. — Seu semblante era um misto de tristeza e raiva. — Você não quis me beijar aquela hora porque isso não seria ético e nem profissional, mas vejo que essa regra só se aplica a mim, não é mesmo?

 

— Angie, não é nada disso que você está pensando... — Suas palavras sairam como súplicas.

 

— Eu não quero as suas explicações! — Esbravejou, pegou sua bolsa e saiu da sala sem olhar pra trás.

 

German, sem pensar em nada além de que não podia perder Angie novamente, saiu correndo atrás da loira, deixando pra trás uma Priscilla com um sorriso mais que satisfeito no rosto.

 

Quando German conseguiu alcançar Angie, ela já estava um tanto afastada da entrada do Studio e longe do aglomerado de alunos.

 

— Angie, espera! — Ele pediu meio ofegante. — Você precisa me deixar esclarecer as coisas.

 

Ela virou-se e ficou de frente pra ele. Os olhos ainda estavam cheios de lágrimas ainda não derramadas, ela estava se esforçando para não chorar. German não merecia aquelas lágrimas.

 

— Que parte de "Eu não quero explicações", você não entendeu?!

 

— Você não pode se levar apenas pelo que viu, aquilo não significa nada. — Tentou convencê-la, ele não suportaria que ela o afastasse justo agora que a relação deles estava caminhando. — Ela me beijou do nada, eu nem correspondi! — Ele deu ênfase a última frase.

 

Angie bufou.

 

— Eu sei o que vi, German!

 

— Não, não sabe! — Ele se exaltou também. — Pare de ser teimosa e tente me entender.

 

— Te entender? — Ela ironizou. — O que você quer que eu entenda? Que você prefere beijar a Priscilla a mim?

 

German passou as mãos pelo cabelo, frustrado.

 

— Você sabe que isso não é verdade.

 

Angie riu, amarga.

 

— O que aconteceu minutos atrás me prova o contrário.

 

German se irritou. Custava muito dar um voto de confiança pra ele?

 

— Você está escutando o que está dizendo? Por que não pode confiar em mim?!

 

— E você ainda pergunta! — Ela quase gritou. — Porque todas as vezes que eu confiei em você e acreditei que podíamos dar certo só me machucaram, tudo nunca passou de pura ilusão. Eu pensei que dessa vez tudo podia ser diferente, mas acho que quando se trata de nós dois as coisas vão ser sempre iguais. E talvez seja melhor assim, porque eu cansei de sofrer.

 

— Angie… — German tentou novamente fazer com que ela o ouvisse. Dessa vez o tom de voz dele era calmo.

 

— Não. — Ela simplesmente respondeu. A voz baixa, mas firme. — Eu preciso ficar sozinha. — Ela viu que German estava prestes a discordar, então ela acrescentou: — Por favor.

 

Ela estava ferida e German sabia que se insistisse mais um pouco, iriam discutir novamente e acabar falando coisas de que poderiam se arrepender depois. E além do mais, ele não queria magoa-la mais do que já havia feito, então simplesmente deixou que ela fosse até seu carro e fosse embora. Mesmo que uma parte de si mesmo partisse junto com ela. A parte mais vital de si mesmo: seu coração.

 

                             (…)

 

18:00 - Aeroporto - Buenos Aires, Argentina.

 

                                ANGIE

 

Faltava pouco tempo pra que o avião decolasse. Meu coração estava acelerado, eu não gostava nem um pouco de aviões.

 

Eu tentava me acalmar, quando senti uma movimentação ao meu lado.

 

Olhei para o ser que se acomodara ao meu lado e dei de cara com German. Que me encarava.

 

— Angie, nós podemos conversar? — Ele pediu calmo, mas sincero.

 

Tudo que eu mais queria naquele momento era me acalmar, já bastava eu ter uma certa fobia de aviões. Eu não estava afim de conversar com German, principalmente sobre os acontecimentos de horas atrás.

 

— German, esse não é o momento. Não quero conversar. — Expliquei olhando pra fora do avião pela janela. Eu não tinha certeza se conseguiria olhar nos olhos dele enquanto dizia isso.

 

Eu queria muito acreditar nele, era pelo que meu coração implorava, mas minha mente dizia o contrário, que eu já me machucara vezes demais e que por hora a distância era o melhor pra mim.

 

— Tudo bem. — Ele concordou, um tanto aborrecido. Mas mesmo assim respeitou minha decisão.

 

Alguns minutos depois, após uma aeromoça dar as instruções, o avião começou a se movimentar.

 

Minhas mãos, que agarravam com força os braços da poltrona, tremiam. Meu coração batia tão forte, que parecia querer saltar pra fora. Eu sentia um pouquinho de dificuldade para respirar.

 

Meus olhos que se mantinham fechados, logo se abriram quando senti um leve e delicado aperto envolver minha mão esquerda.

 

Respirei fundo e encarei German. E imediatamente me perdi nas profundezas que eram seus olhos.

 

Ficamos nos encarando por mais alguns segundos, até que a outra mão de German tocou em uma mecha solta de meu cabelo e prendeu-a atrás da minha orelha.

 

Fechei os olhos quando a mesma mão, acaraciou delicadamente minha bochecha. Me envolvi tanto naquela simples carícia que até esqueci do que acontecia ao meu redor.

 

Segundos depois, German depositou um beijo casto na minha testa. Eu abri os olhos.

 

German me encarava tão solenemente. Tudo o que eu conseguia enxergar no seu olhar era… Amor. O que fora o suficiente pra que eu afastasse minha mão da dele e concentrasse meu olhar pra fora do avião.

 

Se eu tivesse sustentado aquele olhar por mais algum tempo, eu acabaria cedendo.

 

Meu coração amoleceu ao perceber que German tinha feito tudo aquilo para desviar minha atenção do meu medo. Ele fora tão fofo.

 

Eu me sentia confusa. Uma batalha de sentimentos controversos acontecia dentro de mim.

 

Eu precisava me distrair, então como sempre, optei por deixar a música me acalmar. Peguei meus fones e meu smartphone dentro da minha bolsa, procurei minha playlist favorita e deixei que a música me envolvesse.

 

                         (…)

 

14:00 - Hotel - Sevilha, Espanha.

 

Muitas horas de viagem depois, finalmente chegamos em Sevilha.

 

No momento estávamos todos no lobby do hotel em que nos hospedariamos. German se oferecera para fazer o check-in e eu concordei, aliviada. Do jeito que meus pensamentos andavam confusos e desordenados eu poderia acabar cometendo algum erro se cuidasse da hospedagem.

 

Eu permanecia sentada, esperando German acertar as coisas, para que cada um pudesse ir para o seu quarto se organizar e descansar.

 

Tudo de que eu mais precisava era dormir direito. Eu tirara alguns cochilos durante o longo vôo, mas infelizmente não consegui relaxar o suficiente. Ainda me sentia cansada.

 

Em um impulso, olhei pra German que ainda conversava com um atendente, e logo meus pensamentos se voltaram pra um momento do vôo.

 

Em algum momento, entre uma música e outra, eu acabara adormecendo.

 

Acordei aproximadamente duas horas depois. O avião estava quieto.

 

Quando dei por mim mesma, percebi que me encontrava escorada em German, enquanto um de seus braços me abraçava protetoramente.

 

Me sentia tão bem envolvida em seu abraço, que minha mente vagou até algumas lembranças. Lembrei da conversa que tivemos quando retornei a Buenos Aires, de quando fomos comer maçã caramelada depois que ajudei German a escolher um terno, lembrei de quando ele me beijara depois de tanto tempo, da despedida que tivemos, da festa quando dançamos juntos, dos momentos bons que passamos juntos na minha casa e por fim, da conversa descontraída que tivemos antes que tudo entre nós desmoronasse.

 

Desejei que os acontecimentos daquela tarde tivessem sido apenas um sonho. Mas infelizmente tudo que aconteceu era real.

 

Logo que cheguei em casa, depois que discuti com German, eu acabei deixando todas as emoções do dia extravasarem em forma de lágrimas. Eu me sentia tão confusa. Não sabia direito no que acreditar.

 

German se mexeu por um breve segundo, o que fizera meu olhar recair sobre seu belo rosto.

 

Como se minha mão criasse vida própria, toquei os cabelos de German, para depois trilhar um caminho pela sua barba recém aparada.



           Suspirei.

 

Será que eu cometera um erro ao não deixar German se explicar?

 

Continuei a observar seu rosto tão passivo e másculo ao mesmo tempo, até que German se mexeu novamente com mais intensidade dessa vez, e fui obrigada a me afastar, temendo acordá-lo.

 

Depois disso, todo o resto do vôo passou sem nenhum outro momento entre mim e German.

 

Fui despertada de meus devaneios por German, que distribuía as chave dos quartos entre os alunos. As meninas ficariam em um quarto e os meninos em outro.

 

Me levantei e fui até German pegar a chave do meu quarto, mas logo fiquei confusa ao perceber que só restara uma chave com ele.

 

German parecia tão confuso quanto eu.

 

— Angie, quantos quartos você reservou? — Perguntou, já que eu que fizera as reservas.

 

— Quatro. Um pras meninas, um pros meninos, um pra mim e outro pra você. — Respondi, estranhando a falta de uma chave.

 

— Pelo jeito, houve um engano. — Ele constatou e fomos até a recepção.

 

Chegando lá, pedimos para conversar com o gerente, que logo nos atendeu.

 

— Bom, infelizmente houve um engano por parte do hotel. Pensamos que vocês eram casados. — Explicou o gerente. — Nos perdoem pelo engano.

 

— Vocês tem outros quartos disponíveis, não é? — Perguntei esperançosa.

 

O gerente me lançou um olhar de desculpas e afirmou:

 

— Sinto muito, mas esse é o único quarto disponível no hotel. Todos os outros já foram reservados ou ocupados.

 

— Tem certeza? — Tentei novamente.

 

O gerente concordou com um aceno de cabeça.

 

Respirei fundo e sem opção, falei:

 

— Tudo bem, a gente divide o quarto.

 

                                 (…)


                                  TRADUÇÃO:

              "Amar pode doer
                         Amar pode doer às vezes
                        Mas é a única coisa que eu sei
                       Quando fica difícil
                       Você sabe que pode ficar difí­cil às vezes
                       É a única coisa que nos mantêm vivos"

 


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