Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 13
Capítulo 13 - Um Momento Intenso, Um Sonho


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente ❤ Nós estamos de volta. ❤

Desculpem a demora pra postar, é que ultimamente as coisas estão bem corridas pra gente. E além de tudo eu (Rah) tive um bloqueio de escrita, mas no final deu tudo certo ❤

Espero de coração, que vocês gostem do capítulo! ❤

Muito obrigada as lindas que comentaram o último capítulo:
- Duh Leon
- Andry Nyah
- ViolettaS2
- Júlia
- Blackspace
- GabriellaSantos
- Leitora Tinista
- Love Angie

Obrigada por todo incentivo de vocês e por nunca desistirem da gente ❤ Amamos vocês ❤

POSTAREMOS O PRÓXIMO CAPÍTULO COM PELO MENOS 8 COMENTARIOS

❤ Se estiverem gostando da fic, favoritem ❤


LEITORES FANTASMAS, APAREÇAM ❤❤❤

Boa leitura ❤



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"Love is a shelter
           In a raging storm
           Love is peace
           In the middle of a war
           If we try to leave;
           May God send angels to guard the door
           No, Love is not a fight
           But its something worth fighting for

Yes, I will fight for you
          Would you fight for me?
          It's worth fighting for"

                                          * Love is Not a Fight
                                                     ( Warren Barfield )

 

                                             NARRADORA

 


          A primeira coisa que ambos fizeram quando chegaram ao quarto, foi desfazer as malas.

 

O silêncio entre eles era sepulcral. Se acomodaram sem nem trocar uma palavra.

 

Angie sentia o olhar de German recair sobre ela, mas não se atreveu a retribuir o gesto. Ela ainda estava brava com ele, certo? Pra falar a verdade, ela já não tinha tanta certeza.

 

As únicas palavras que trocaram, foi quando German avisou Angie de que tinha marcado uma reunião de negócios com um engenheiro de Sevilha. E se ela ou Vilu precisassem de algo, era só telefonar.

 

Angie apenas concordou com um leve aceno de cabeça.

 

Logo que German saira do quarto, Angie deitou-se do lado direito da cama, sentindo-se cansada.

 

Infelizmente, ela não conseguira dormir muito bem durante o vôo. Esse era um dos motivos pelo qual ela odiava viajar de avião.

 

Não demorou muito para que o sono a alcançasse.

 

                                          (…)



       Passava das seis e meia da tarde, quando Angie finalmente despertou.

 

A primeira coisa que ela percebeu foi German sentado na poltrona do quarto. Ele tinha uma taça com um líquido transparente em mãos.

 

German estava deslumbrante, mesmo seu cabelo estando desalinhado e sua camisa um tanto amassada e com alguns dos botões abertos.

 

Angie virou-se de lado, sem fazer barulho e continuou a observar o moreno. Ele parecia pensativo; encarava o copo em mãos com uma seriedade espantosa.

 

Em um impulso, German levou o copo aos lábios e bebeu o conteúdo que restava. Logo depois, depositou o copo sob a mesinha ao lado e levantou-se.

 

Logo que colocou-se de pé, o olhar de German encontrou o de Angie.

 

A loira sentiu o coração bater mais forte e descompassado. Seu olhar era intenso.

 

Tentando esquivar-se daqueles olhos inquisidores, ela mudou de posição, deitando-se virada pra cima.

 

Ela encarou o teto do quarto, tentando esquecer do homem que ainda a encarava.

 

Ela sentiu German andar pelo quarto e depois deitar-se do outro lado da cama.

 

A temperatura do ambiente pareceu aumentar em alguns graus.

 

Angie fechou os olhos, tentando organizar seus pensamentos. O que ela deveria fazer? Ficar longe de German e ao mesmo tempo tão perto, estava acabando com a sanidade mental dela.

 

Angie abriu os olhos quando sentiu a mão de German encontrar a sua. Ela deixou ele entrelaçar suas mãos.

 

Ficaram por cerca de um minuto na mesma posição, até que Angie, não aguentando mais a situação, se levantou abruptamente e foi até a varanda do quarto.

 

Ela observou a linda vista da praia de Sevilha, que o hotel lhe proporcionava. As ondas do mar se chocavam. Pessoas aproveitavam o fim da tarde.

 

Angie respirou fundo, tentando acalmar seu coração descompassado que ansiava por German.

 

Ela ouviu passos ecoarem no chão, para depois o silêncio retornar ao ambiente.

 

Angie sabia que German a observava. Somente alguns passos os separavam.

 

— Angie… - German chamou, a voz calma, mas um tanto urgente.

 

Ela tentou pensar, raciocinar… mas naquele momento ela só queria sentir. Queria German.

 

Envolta pela emoção que a preenchia, ela se virou e ficou parada por exatos três segundos, até correr até German e se jogar em seus braços.

 

Os lábios de Angie se chocaram imediatamente com os de German. Beijavam-se descontroladamente, ansiando cada vez mais um pelo outro.

 

German segurava Angeles como se a mesma fosse a coisa mais preciosa do mundo. Precisava dela de uma maneira que pensou ser humanamente impossível. Queria fazê-lá feliz. Queria recuperar todo o tempo que passaram separados.

 

Era uma tormenta saber que ela estava chateada. Se ele pudesse voltar no tempo e consertar o que acontecera o faria sem nem pensar.

 

Angeles mexia com seus sentimentos. Desde o dia em que ela regressara da França, ele soube, mesmo que tivesse demorado um pouco para admitir, que estava perdido. Sabia que uma vez que deixasse Angie entrar em sua vida novamente, seria um caminho sem volta. E foi exatamente o que aconteceu. Ele a deixara entrar e todos os sentimentos que pensou estar bem escondidos, vieram a tona.

 

Angie deixou que seu corpo se moldasse ao de German. Deixou que seus sentimentos a guiasse...

 

Suas delicadas mãos tocaram o peitoral de German, que gemeu ao sentir o contato da pele dela com a sua.

 

Angie desabotoou os botões que faltavam, e retirou a camisa de German. Para depois segurar os ombros dele, em busca de apoio.

 

Em um impulso, German passou os braços por trás dos joelhos de Angie, pegando-a no colo.

 

Ele a carregou até a cama e a deitou delicadamente sobre a mesma, para depois fazer o mesmo.

 

Angie suspirou ao sentir a proximidade entre eles aumentar.

 

German desgrudou seus lábios dos de Angie, para distribuir vários beijos pelo pescoço da loira.

 

Angie gemeu e sussurrou o nome de German, enquanto suas mãos bagunçavam o cabelo dele, tentando aplacar as sensações que a invadiam.

 

Querendo ampliar o rastro de beijos, German retirou a blusa leve de frio que Angie vestia e passou a distribuir beijos primeiro pelo ombro esquerdo da loira e depois pelo direito.

 

Ela fechou os olhos com força e passou as mãos pelas costas desnudas de German, sentindo cada músculo se retesar ao seu toque.

 

Passado algum tempo, os lábios de German reencontraram os de Angie e os dois voltaram a se beijar, mas dessa vez os beijos passaram a ser mais lentos, mais saudosos.

 

Angie podia sentir a pulsação de German tão rápido quanto a dela. Tudo ao redor era apenas um borrão, nada era mais importante do que o momento que compartilhavam.

 

Não tinham ideia de quanto tempo havia se passado quando German encerrou o beijo e se afastou um pouco, para poder observar Angeles.

 

Os olhos claros dela pareciam brilhar, enquanto German a observava carinhosamente.

 

German tocou uma mecha loira do cabelo sedoso de Angie, para depois acomoda-lá atrás de sua orelha delicadamente.

 

Ele olhava pra ela com um misto de emoção e intensidade. Queria tanto dizer o que sentia naquele momento… e foi o que decidiu fazer. Ela precisava saber o quão profundos eram os sentimentos dele por ela e o momento lhe parecera adequado.

 

— Angie, eu… - Ele disse exatamente quando o celular de Angie tocou de forma estridente, fazendo com que o restante da importante frase morresse.

 

O barulho estragara o momento.

 

Angie se dera conta da situação em que se encontrava e logo suas bochechas ganharam um tom avermelhado.

 

Percebendo o desconforto de Angie, German se afastara dela, levantando-se da cama.

 

Angie seguiu o exemplo de German. Pegou a sua blusa que em algum momento caira no chão e a vestiu, atendeu o celular e caminhou até a varanda para ter mais privacidade enquanto falava ao telefone.

 

                                                  (…)

 

                                              ANGIE

 

Vilu e eu conversamos por alguns minutos; ela me avisara que ela e o pessoal iriam jantar no restaurante do hotel e que gostaria que eu e seu pai fôssemos jantar junto com os alunos.

 

Aceitei o convite e conversamos por mais algum tempo.

 

Após encerrar a ligação, voltei para o quarto, mas German não estava mais lá.

 

Estranhei sua ausência, mas logo uma mensagem chegara:

 

" Angie, Vilu já me avisou sobre o jantar. Decidi sair para que você tivesse privacidade para se arrumar.
Nos vemos mais tarde.
                                     German"

 

Fiquei aliviada com o conteúdo da mensagem, mas ao mesmo tempo triste também. Ao mesmo tempo que eu queria privacidade, também queria German perto de mim. Eu sabia que estava sendo contraditória, mas sentimentos confusos ainda me atormentavam.

 

                                        (…)

 

Eram 20:30 da noite. Eu me encontrava sentada em uma mesa com Vilu e Leon.

 

German ainda não chegara. No entanto que a cada pessoa que eu sentia se aproximar, eu me virava esperando encontrar German, mas até o dado momento eu não tivera sorte. Eu provavelmente não deveria estar agindo daquela maneira, mas não conseguia evitar, mesmo que eu tentasse.

 

Vilu e Leon conversavam animadamente sobre o roteiro do dia seguinte, alheios aos meus pensamentos confusos.

 

Eles estavam tão felizes, tão alegres em poderem estar juntos aproveitando a viagem.

 

Eu estava bem animada pra passear com German e me divertir ao lado dele, mas depois do que acontecera, a animação foi substituída pela chateação.

 

Eu amava ver que Vilu e Leon estavam se dando bem, mas me senti deslocada no meio dos dois. Então dei a desculpa de que precisava fazer uma ligação e sai um pouco do hotel para tomar um ar.

 

Logo que meus pés tocaram o lado de fora, trombei com algo, ou melhor, alguém.

 

Me desequilibrei com o impacto, mas antes que o pior acontecesse, braços fortes circundaram minha cintura, me dando apoio.

 

Respirei fundo e levantei a cabeça, para me desculpar com quem quer que eu tivesse trombado. Eu andava tão distraída...

 

— Desculpe, eu… German? - Indaguei, meio perplexa ao descobrir que era German quem me segurava naquele momento.

 

German ignorou minha confusão e logo perguntou:

 

— Angie, você está bem? - Quis saber.

 

Balancei a cabeça em afirmação. No momento não consegui formular uma resposta convincente. Os braços de German ainda me cercavam, me lembrando do momento intenso que compartilhamos apenas pouquíssimas horas atrás.

 

Estávamos tão próximos, que minha mente vagou para o momento em que nos beijamos apaixonadamente ainda naquele dia. A lembrança me causou um frio na barriga. Admiti pra mim mesma que queria repetir o momento... Mas tratei de afastar tal pensamento.

 

— Tem certeza de que está bem? - German me tirou de meus devaneios. - Parece um pouco aérea.

 

— Tenho.

 

— Você devia ser mais atenta, Angie. Não é bom ser tão distraída em uma cidade tão movimentada como Sevilha.

 

Me afastei de seu aperto.

 

— Ah, muito obrigada, German. Vou fazer questão de comprar um caderninho pra poder anotar seu ótimo conselho. - Repliquei sarcasticamente.

 

— Angie, você sabe o que eu quis dizer… - Eu o interrompi antes que ele pudesse concluir a frase.

 

— Claro que sei. - Cruzei os braços, um tanto irritada. - Você quer dizer que eu não sei me cuidar sozinha.

 

German bufou, frustrado.

 

Eu continuei:

 

— Mas isso não é nada novo pra você, não é? Você sempre me achou uma irresponsável que não sabe se cuidar sozinha.

 

— Você quer parar de falar essa coisas? - German falou, me encarando seriamente.

 

— Fale a verdade. Olhe nos meus olhos e diga que isso é exatamente o que você pensa de mim.

 

German deu um passo a frente, ficando bem próximo de mim. Sua respiração tão próxima da minha, foi o suficiente pra me fazer ficar quieta.

 

Seus olhos profundos se cravaram nos meus, cheios de sentimento.

 

— Antes de te conhecer de verdade, eu realmente acreditava que você era irresponsável. Tinha dúvidas de que alguém que me parecia não saber cuidar nem de si mesma poderia cuidar da minha filha. Mas eu não podia estar mais enganado, Angeles. - Ele falou tão seriamente, que acreditei na sinceridade de suas palavras. Meu coração se acelerou quando ouvi ele proferir meu nome de batismo.

 

German continuou falando:

 

— Eu tinha julgado você mal. Talvez porque se eu acreditasse no pior eu conseguiria me afastar de você. Mas você se tornou a luz da mansão, você alegrou e iluminou nossas vidas. E quando se prova esse tipo de luz, você não consegue simplesmente se afastar.

 

Aquelas palavras se cravaram profundamente no meu coração. Então era assim que ele me via? Sua declaração me comovera mais do que eu poderia prever.

 

Sem conseguir controlar as emoções que me invadiam, eu o abracei.

 

Os braços de German me envolveram em um abraço aconchegante. Eu me sentia segura, protegida.

 

Quando fora a última vez que ele me abraçara dessa forma? Fora exatamente minutos antes de eu ver German e Priscilla juntos.

 

Doía tanto lembrar daquela cena, que era mais que vivida na minha mente.

 

A dor que aquela lembrança me causou, foi o suficiente para que eu me afastasse de German.

 

Eu ainda me sentia confusa em relação a tudo que acontecera. E ficar entre os braços de German só contribuía para ampliar o sentimento de confusão que me cercava no momento.

 

Estranhando meu afastamento, German me observou atentamente tentando entender porque eu fizera isso, provavelmente.

 

— Você está bem? - Perguntou, sua voz tão calma quanto a das ondas do mar a nossa frente, que agora eram leves.

 

— Estou. - Menti sem conseguir olhar diretamente para os seus olhos. - Acho que é melhor a gente entrar, não quero deixar a Vilu esperando.

 

— Tudo bem. - German concordou, não parecendo muito convicto da minha resposta, mas para minha sorte, ele não me questionou, apenas acatou minhas palavras.

 

                                             (…)

 

                                         GERMAN

 

Angie não parecia muito bem. Estava distraída e na minha opinião, um tanto chateada. Mal tocara no jantar, não comera mais que algumas garfadas. Mas o que mais me assustara era que Angie mal conversava, o que era estranho já que ela parecia ter sempre uma resposta pra tudo.

 

Em um determinado momento, Angie pediu licença, disse que estava com dor de cabeça e logo depois se levantara, indo em direção ao elevador.

 

Eu estava prestes a seguir o exemplo de Angie, já que me sentia extremamente preocupado com ela, quando Vilu me chamou e falou que precisava conversar comigo em particular. Concordei e segundos depois, nos encontrávamos sentados lado a lado em um dos estofados do lobby do hotel.

 

— O que está acontecendo entre você e a Angie? - Perguntou, direta.

 

Suspirei.

 

— É uma longa história. - Contei, me sentindo cansado.

 

— Pelo jeito acho que é mesmo. - Disse, cruzando os braços. - Eu desconfiei que tinha um ar estranho entre vocês, mas pensei que logo se resolveriam. Mas parece que as coisas não estão indo muito bem. O que aconteceu?

 

— Nós brigamos. - Revelei.

 

— Por que brigaram? - Quis saber, intrigada.

 

— Como eu te disse, é uma longa história, filha.

 

— Nós temos bastante tempo,pai. Me fala o que aconteceu, eu já estou ficando preocupada com vocês. - Pediu, seus olhos cheios de preocupação.

 

Eu não tinha vontade de narrar tudo o que acontecera desde que Priscilla aparecera no Studio, mas Vilu estava preocupada e era mais que justo contar pra ela o que estava se passando entre mim e Angie. E além do mais, eu esperava que depois de estar a par da situação, Vilu pudesse me ajudar com Angie.

 

Então, relatei o que acontecera desde o dia anterior, ocultando apenas o momento intenso que eu e Angie compartilhamos ainda naquela tarde…

 

— Humm, eu pensei que a Priscilla tinha aceitado o fim do noivado de vocês. - Vilu falou, depois que eu encerrei o relato.

 

— Eu também pensei, filha. Mas pelo jeito, me enganei.

 

Vilu suspirou, tristemente.

 

— Logo agora que tudo entre vocês parecia caminhar, isso acontece… - Ela balançou a cabeça, inconformada. - Queria tanto que as coisas entre vocês dessem certo.

 

— Eu também, filha. - Concordei, triste. - Não sei o que fazer para resolver as coisas, tudo o que eu falo parece chatear a Angie. E o pior de tudo é que ela nem ao menos me deixou explicar o que realmente aconteceu.

 

Vilu refletiu sobre minha resposta.

 

— Ela deve estar confusa, pai. Não deve ser fácil pra ela ter que lidar com o que viu. - Explicou. - Se eu tivesse visto Leon beijar a ex namorada, provavelmente eu reagiria da mesma forma.

 

— Mas o que eu devo fazer? - Perguntei, um tanto desesperado. - Me dói saber que ela está sofrendo por minha causa. Queria que ela confiasse em mim.

 

— Pai, eu sei que é difícil lidar com a desconfiança de alguém, mas dê tempo a ela. Acho que no momento, ela está confusa demais pra ouvir a voz da razão. Tenho certeza de que quando ela se acalmar, vai querer ouvir sua explicação, mas no momento é melhor você não tocar no assunto, apenas fique do lado dela sem pressiona-la para que ela escute sua explicação. Angie não gosta que a pressionem.

 

Respirei fundo e encarei minha filha.

 

Vilu estava completamente correta, não adiantaria nada pressionar Angie. Eu queria que ela voltasse a confiar em mim. Eu daria a ela o tempo que ela precisasse, só esperava que não demorasse muito. Eu sentia falta dela e sentia a necessidade de esclarecer as coisas.

 

— Você está certa, filha. - Concordei, agradecido. - Obrigado pelo conselho, Vilu. Eu tenho muita sorte de ter uma filha tão maravilhosa do meu lado.

 

Vilu sorriu e eu também.

 

— Ah, obrigada, papai! - Agadeceu, comovida. - Eu também sou sortuda por ter você ao meu lado.

 

Vilu se aproximou e nos abraçamos. E naquele momento eu me permiti relaxar verdadeiramente, coisa que eu não fazia desde que saímos da Argentina.

 

Segundos depois, nos separamos e Vilu me disse:

 

— Agora eu tenho que voltar, o pessoal está me esperando. Mas não se esqueça do que conversamos, tudo bem? - Ela sorriu e me lançou uma de suas piscadinhas típicas.

 

— Não vou me esquecer. - Devolvi a piscadinha e nos despedimos.

 

Logo que me despedi de minha filha, caminhei até o elevador. Cerca de um minuto depois eu já estava em frente ao meu quarto e de Angie.

 

Abri a porta devagar. Meu olhar logo se focou em Angie, que dormia pacificamente.

 

Fechei a porta atrás de mim e me aproximei do anjo que repousava na cama de casal.

 

Tirei meus sapatos e sentei-me na cama, ao lado de Angie.

 

Ela dormia tranquilamente, suas respirações eram leves e ritmadas.

 

Alguns fios de cabelo estavam caídos sob seu belo rosto, então removi o mais delicadamente possível as madeixas rebeldes, afastando-as para que eu pudesse admirar por completo as feições angelicais de Angie.

 

Como ela conseguia ser tão linda até dormindo? Ela realmente parecia um anjo. Um anjo que muitas vezes era teimoso e impulsivo, mas que carregava dentro de si uma luz tão forte e brilhante que era capaz de iluminar tudo ao seu redor. Um anjo tão alegre e bom, disposto a lutar por aqueles que amava, o meu anjo…

 

— Ah, Angie… Você não tem ideia de como eu queria resolver tudo isso. Tenho tanto a te falar, meu anjo… - Sussurrei.

 

Depositei um beijo casto em sua testa e deitei-me ao seu lado.

 

Velei o sono de Angie por alguns minutos, até que o cansaço me venceu e adormeci com um único pensamento: Eu lutaria por Angeles Carrara. Afinal, valia a pena lutar por quem se amava.

 

                                         (…)

 

                                NARRADORA

 

Eram apenas 2:00 da madrugada, quando German despertou. Uma tempestade parecia cair lá fora. O vento soprava forte do lado de fora, acompanhado pela chuva.

 

Logo que seus olhos se adequaram à escuridão do quarto, ele percebeu que Angie não estava na cama ao seu lado.

 

Ele estava pronto para sair a procura de Angie, quando sua visão periférica a encontrou sentada em uma poltrona, no fundo do quarto.

 

German se levantou e se aproximou da loira, que estava tão perdida em seus próprios pensamentos, que mal percebeu que o moreno se aproximara.

 

— Angie… - Ele chamou, tocando a mão dela levemente.

 

Angie se virou pra ele, seu olhar era confuso.

 

— German?

 

— Você está bem? - Perguntou, analisando as feições de Angie, que mesmo no ambiente pouco iluminado eram preocupantes. Ela parecia distraída e um tanto assustada.

 

— Sim… - Respondeu, sua voz beirando a incerteza.

 

German franziu o cenho.

 

— Certeza?

 

— Claro. - Ela devolveu, com um sorriso que não lhe chegava aos olhos.

 

Agora era German que sentia-se confuso. Angie estava triste, algo a incomodava.

 

— O que faz acordada a essa hora? - Ele quis saber.

 

— Insônia. - Ela simplesmente respondeu.

 

German estranhou. Angie sempre falava bastante, mas naquele momento suas respostas eram rápidas e curtas.

 

— Angie, eu sei que tem algo te incomodando. Eu te conheço. - Ele acaraciou a mão dela, tentando passar a ela confiança para que lhe contasse o que lhe tirara o sono.

 

Ela encarou ele. German a olhava tão calmo, tão docemente…

 

— O que aconteceu? - German perguntou. - Por que seus olhos estão tão tristes?

 

A luz do abajur que ela ligara logo que acordou era razoavelmente fraca, mas era suficiente para que ela visse a preocupação no semblante de German.

 

Ela sabia que ele se importava com ela. Era justo contar a ele o que a roubara o sono? Ela decidiu que sim.

 

— Eu tive um sonho. - Angie contou, encarando as mãos deles unidas.

 

— Que tipo de sonho? - Perguntou. - Estava mais pra sonho ou pesadelo?

 

— Acho que sonho. - Ela respondeu incerta, encarando-o.

 

— O que aconteceu no sonho?

 

Angie respirou fundo e começou a narrar:

 

— Eu sonhei com a Maria e com meu pai. - Contou para a surpresa de German. - Sonhei com quando eles me ensinaram a andar de bicicleta. - Angie esboçou um sorriso. - Eu lembro que eu estava com muito medo de cair, mas que os dois me incentivaram a continuar. E por fim eu acabei aprendendo.

 

— É uma lembrança feliz. - German afirmou.

 

— Sim, mas o que me tira o sono é o final do sonho… - Revelou, a voz falhando.

 

— E o que acontece no final? - Ele perguntou sem ter certeza se queria ouvir a resposta.

 

O rosto de Angie assumiu uma expressão de dor, o que fez com que German se amaldiçoasse por ter perguntado sobre o restante do sonho. Seja lá o que acontecia no sonho, não parecia bom. Parecia mais que era um pesadelo.

 

Ele estava prestes a falar pra Angie que se ela não se sentisse confortável para lhe contar aquilo, tudo bem, mas a loira o surpreendeu respondendo a pergunta:

 

— No final, depois que eu finalmente aprendo a andar de bicicleta, o cenário muda totalmente. Eu sonhei com o dia em que Maria… sofreu o acidente e depois com o dia em que o meu pai… se foi. O sonho se tornou um pesadelo. - Angie deixara uma lágrima rolar, mas logo tratara de enxuga-la com a palma da mão.

 

O coração de German sangrou ao ver o quanto o sonho mexera com Angie. E não era pra menos; ela sonhara com os piores momentos de sua vida.

 

Angie continuou:

 

— Depois que o sonho acabou, eu acordei assustada e tentei dormir novamente, mas de nada adiantou. E como se não bastasse começou a chover e ventar, e eu odeio tempestades. Foi em dias como esse que eu perdi duas das pessoas mais importantes na minha vida. - Ela riu com amargura e continuou: - As coisas que mais me assustam vieram me assombrar hoje.

 

Angie se sentia péssima. Não bastasse a noite anterior, onde se sentira confusa. Seus pensamentos eram turbulentos; sentimentos conflitantes sobre os últimos acontecimentos batalhavam dentro dela. Uma parte dela queria ouvir German e a outra a aconselhava o contrário, já que ela já se machucara e se iludira tantas vezes… A lembrança de Priscilla e German juntos naquela tarde no Studio embrulhou totalmente o seu estômago, no entanto que no jantar da noite passada, ela mal tocara em sua comida.

 

Depois que dera a desculpa de que estava com dor de cabeça e fora ao seu quarto, logo que deitara na cama acabou adormecendo. E depois quando acordou, após ter sonhado, não conseguiu pegar no sono. E como poderia? O mundo parecia cair lá fora. O que a fazia lembrar do dia em que perdera duas pessoas tão importantes pra ela.

 

Os sentimentos confusos se juntaram com as lembranças do pai e da irmã e com o sentimento de dor por ter perdido eles.

 

German não aguentava ver Angie tão triste, queria tê-la perto de si, queria abraça-lá.

 

Então German se aproximou mais de Angie, e com cuidado pegou a loira no colo.

 

Angie simplesmente deixou que ele a carregasse. Tudo o que ela mais precisava e queria era German. Seu coração o chamava com força.

 

Chegando na cama, German deitou-se com Angie, mantendo-a bem perto dele.

 

Angie abraçava German como se sua vida dependesse daquilo. Sentia tanta falta dele… Naquele momento, tão perto de German, ela sentia-se protegida da dor e da tempestade lá fora.

 

Enquanto a cabeça de Angie permanecia escorada no peito de German escutando as batidas do coração dele, German acariciava os cabelos dourados dela.

 

Angie sentia-se relaxar, quando um relâmpago cortou o céu, seguido de um barulho alto e estrondoso.

 

Ela imediatamente fechou os olhos com força.

 

Percebendo a aflição de Angie, o moreno sussurrou:

 

— Esta tudo bem, Angie. Eu estou aqui e não vou deixar que nada te faça mal. - Disse com uma voz calma, encarando-a. - Você confia em mim?

 

— Confio. - Ela disse em uma voz baixa, mas audível.

 

German sabia de uma coisa que poderia ajudar ela se acalmar.

 

— Olhe pra mim, Angeles. - Pediu carinhosamente, ao que ela atendeu imediatamente. Seu olhar conectou-se ao de German. - Se concentre apenas na minha voz, tudo bem?

 

Sem desviar nem por um segundo o olhar do dele, ela concordou com um aceno de cabeça.

 

Então German começou a cantar " Algo Se Enciende". E o mundo ao redor de Angeles desapareceu, tudo o que importava era o olhar de German sobre ela e os versos que saiam de seus lábios. Em meio a guerra de sentimentos que ela travara, surgiu paz.

 

Ficaram por um bom tempo nessa sintonia. No entanto, que a cada relâmpago que cortava o céu, Angie conseguia resistir melhor, até chegar em um ponto onde os mesmos nem a incomodavam mais.



     German estava lhe ajudando a lidar com esse medo. E isso não passara despercebido por seu coração.

 

Ele terminara a música sorrindo, acompanhado por Angie, que retribuia com afinco o sorriso.

 

Ele adorava vê-lá sorrindo, ela ficava tão radiante assim.

 

— Obrigada, German. - Ela agradeceu, finalmente sentindo-se em paz. - Obrigada por sempre estar comigo quando eu mais preciso.

 

— Não precisa me agradecer, Angie. - Ele depositou um beijo casto na testa dela. Outro gesto que não passou despercebido pelo coração de Angie.

 

— É claro que preciso. - Disse, olhando profundamente para os olhos intensos de German. - Eu não sei o que teria feito sem você. Obrigada, de verdade.

 

— Não agradeça a mim, agradeça a si mesma. Você é mais forte do que pensa, Angie. - Declarou, um sorriso de lado surgindo em seu rosto másculo.

 

Angie não conseguiu evitar sorrir com as palavras que ele acabara de proferir. Era inevitável.

 

— Eu te devo desculpas, German. - Falou, observando o moreno seriamente. - Eu fui chata com você, eu não deveria ter agido assim.

 

— Angie, não tenho nada para perdoar. - Ele afastou uma mecha que insistia em cair no rosto da loira. - Eu te entendo.

 

— Mas… - Angie tentou argumentar, mas German logo a interrompeu.

 

— Eu já disse que está tudo bem, Angie. Não se preocupe mais com isso, tudo bem? - Disse, lançando a loira um sorriso reconfortante.

 

— Tá bom. - Ela concordou devolvendo o sorriso.

 

Ficaram por alguns segundos se encarando enquanto sorriam um para o outro, até que Angie bocejou.

 

— Durma bem, meu anjo. - German disse, fazendo o sorriso no rosto de Angie se ampliar. Ela adorou ouvir German a chamar de "Meu Anjo"; ela gostava desse apelido. Muito, na verdade.

 

Então Angie se aninhou para mais perto de German, e ele a envolveu em um abraço confortável.

 

German voltou a cantar "Algo Se Enciende" até que Angie finalmente pegasse no sono.

 

E por fim, os dois acabaram dormindo abraçados, envoltos pelo amor que ainda sentiam um pelo outro…



                                                          (…)

                                           TRADUÇÃO


"O amor é proteção
Em uma feroz tempestade
O amor é paz
No meio de uma guerra
Se nós tentarmos sair
Que Deus envie anjos para guardar a porta
Não, o amor não é uma luta
Mas vale a pena lutar por ele

Eu vou lutar por você
Você lutaria por mim?
Vale a pena lutar por ele"


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Notas finais do capítulo

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POSTAREMOS O PRÓXIMO CAPÍTULO COM PELO MENOS 8 COMENTÁRIOS ❤

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