The Forgotten Rose escrita por Matthew Flannigan, log dot com


Capítulo 4
III - Something is wrong


Notas iniciais do capítulo

Yay! Espero que gostem!



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Mephisto havia matado todos os membros presentes da seita que o invocara. Aquela não fora a primeira vez em que humanos haviam tentado invoca-lo, ele já estava ficando cansado de tudo aquilo. Todos os cânticos, velas, sangue oferecido à ele, isso já não era mais legal como antigamente. Nada era novidade.

Mesmo tendo se alimentado com a energia deles, o demônio ainda se sentia atordoado. Andava vagarosamente, tateando as paredes da caverna escura, procurando por um apoio que o mantivesse em pé enquanto ele cambaleava. No momento em que ele finalmente conseguiu se livrar da escuridão da caverna, a luz do sol penetrou em sua pele e Mephisto sentiu o espírito daquele lugar. O calor da Terra, o vento que corria por ele e bagunçava seus longos e brilhantes cabelos pretos, a luz que iluminava sua pele quase translúcida de tão branca, a criatura podia sentir a vida fluindo através de seu corpo. Mas ele não pertencia àquele lugar.

As terras fora da caverna eram muito belas, a grama verde corria por uma extensão inimaginável, havia algumas árvores médias ao longo de todo o terreno, e vários pássaros passeavam ao longo dos campos cantarolando e colorindo os céus. Mephisto se sentia um pouco deslocado dentro daquela paisagem deslumbrante, vívida e colorida. Ele, ao contrário do cenário repleto de cores, tinha uma pele descolorida, vestia apenas uma calça de linho clara que roubara de um dos corpos, seus cabelos negros iam até a cintura e estavam todos bagunçados. Seu rosto não era menos destoante. Seus lábios eram um pouco mais rosados do que a pele; seu nariz era pequeno, fino e elegantemente empinado, possuía olhos tão azuis que eram capazes de deixar os céus com inveja, e suas sobrancelhas levemente arqueadas eram um toque final elegante no seu rosto fino. O demônio parou para observar a paisagem por alguns instantes, até chegando a deitar-se na grama para admirar o céu. Mas logo decidiu sair para tentar descobrir onde estava, nada daquilo se parecia com as paisagens que ele já havia conhecido. Mephisto andou por muito tempo sem apresentar nenhum sinal de cansaço, seu corpo praticamente incansável. Parou ao encontrar uma pequena estrada, uma estrada diferente de tudo que ele vira antes, feita com uma espécie de pedra negra, e possuía riscas brancas corretamente pintadas no meio dela. Após seguir cautelosamente pela estrada ele chegou a uma pequena placa verde e enferrujada. A placa indicava que ele estava em um local que ele nunca ouvira falar, que ficava em um país novo para ele: “Estados Unidos”.

Da última vez em que ele fora convocado por homens, tal país não era conhecido. Ele se lembrava bem, foi na Inglaterra, em 1190 A.C. Fora chamado para ajudar alguns cavalheiros a conquistar alguma cidade importante para os homens, mas que para ele não passava de um amontoado de rochas. Mephisto acabou traindo seus invocadores e matando todos, ato este que acabou repetindo mais de uma vez. Esse era seu modus operandi. Mas dessa vez era diferente. Ele sabia que não fora o único guardião do inferno a ser invocado.

Seus irmãos, guardiões dos outros 8 portões também haviam sido chamados por humanos, o demônio sentia isso. E essa não era uma boa situação, não... O inferno estava sem protetores, e os 9 demônios mais poderosos agora vagavam pela terra. Se ele fora capaz de matar todos aqueles homens, o que seus irmãos poderiam fazer? Ele não sentia nenhuma simpatia pela raça humana, mas até ele reconhecia que as consequências disso seriam grandes e terríveis. Seus irmãos deveriam retornar ao inferno.

*** 

Enquanto corriam atrás de Peter e Raphael, Laura só tinha um pensamento em mente. “Eu ainda vou matar esses dois!”.

Todo o ar dentro do cemitério era denso, o que deixava Laura tensa, enquanto o garoto ruivo estava seguro na frente do trio, e Raphael se divertia com toda aquela loucura. Peter estava disparando em frente, na direção ao túmulo de sua avó, sua camiseta larga tremulando com o vento, assim como seu cabelo ruivo, que era o ponto de referência da garota. Raphael estava literalmente rindo com tudo aquilo, sabia que seu amigo não estava bem, mas não tinha mais o que fazer além de segui-lo para onde quer que fosse. Os pulmões da garota já estavam prestes a explodir quando os dois meninos pararam repentinamente e ela trombou em Raphael.

“Fiquem quietos!” – Murmurou Peter, enquanto se escondia sorrateiramente atrás de uma grande lápide, e olhava fixamente para o túmulo pequeno que indicava o local onde repousava Aileen Cunningham. Laura posicionou seus olhos para focar no mesmo lugar em que Peter estava olhando. E o que ela viu quase fez seu coração parar.

Em pé, escavando o túmulo da avó de Peter estava um homem encapuzado vestido com uma túnica preta, assim como os membros da seita que o garoto via em seus sonhos. Iluminando o túmulo com apenas uma lanterna, o homem focava em retirar a terra de lá. Os três jovens estavam assustados, e isso fez com que demorassem para fazer algo. O estranho homem chegou a abaixar-se perto caixão e o abrir, quando Peter decidiu fazer algo.

O ruivo saiu tão rápido de trás da lápide que chegou a tropeçar um pouco. O encapuzado se assustou ao perceber que havia um jovem correndo em sua direção gritando coisas como “Saia de perto da minha avó!”, mas ele estava um pouco cansado devido a correria e nenhuma palavra compreensível saiu de sua boca. Assim que Peter se aproximou, o homem abriu rapidamente o caixão e puxou algo, mas logo deixou cair e fugiu correndo para longe. Raphael e Laura correram para alcançar o garoto, que agora estava analisando a cena. O caixão estava entreaberto e havia terra por todos os lados, a alguns metros estava o objeto que o encapuzado tentara roubar. Peter reconhecia o objeto, era o colar de sua avó. Ele ainda estava brilhante e prateado como da última vez em que o vira. O garoto se abaixou para pega-lo enquanto seus dois amigos observavam tudo, todos estavam perdidos.

“O que ele queria com isso? Quem era ele?’’ – Os olhos de Peter mostravam o medo que o jovem sentia. Seus dois amigos não sabiam como ajuda-lo, o que só os fazia se sentirem inúteis. Os três pararam para respirar por um momento, antes de começarem a arrumar toda a bagunça causada. Depois de alguns instantes os três já estavam cansados de arrumar tudo e se preparam para ir embora, quando o colar começou a vibrar de forma descontrolada, emitindo um zunido que irritou a todos.

Peter encarava o colar desconfiado, toda aquela madrugada fora estranha demais, e a vibração do colar era como uma cereja no bolo. Ele encarava o colar com um olhar assustado, sem saber o que fazer.

“Tenta abrir ele, ou sei lá...” – Raphael estava achando tudo aquilo muito estranho, e tudo ficou um pouco mais curioso no momento em que Peter tentou abrí-lo. O garoto forçou um pouco o colar até a pequena abertura parecer, mas assim que o colar foi aberto, tudo explodiu.

Uma explosão de luz branca tonteou os três jovens e os deixou momentaneamente cegos, ao mesmo tempo que um estrondo ensurdecedor os fez escutar apitos constantes por um tempo. No centro da explosão, onde antes estava o colar, estavam duas figuras surpreendentes (e assustadoras, ao seu próprio modo). Um homem negro e alto de físico extremamente forte, sua cabeça perfeitamente lisa, exceto pelas sobrancelhas pretas que ficavam acima dos olhos, os olhos completamente brancos (o que dava um ar de sobrenatural para aquele homem estonteante). O homem vestia um terno azul escuro reluzente que combinava com a camisa branca e a gravata vermelha. E o seu lado, para a surpresa dos jovens atordoados pela explosão, estava Aileen Cunningham.

A velha se virou para o grande homem ao seu lado e disse rindo:

"Eu disse! Eu te disse que meu neto viria se eu o chamasse!"


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Notas finais do capítulo

Hey! Espero que tenham gostado!
Deixem seus reviews, e nos vemos na próxima!



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