The Forgotten Rose escrita por Matthew Flannigan, log dot com


Capítulo 3
II - Goodbye grandma


Notas iniciais do capítulo

Yay! Espero que gostem!



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Raphael e Laura estavam preocupados. Peter não aparecia na escola há duas semanas, e eles sabiam o motivo: sua avó Aileen estava internada devido a um forte ataque, e o garoto se recusava a sair do quarto dela.
Desde que Peter começara a ter pesadelos estranhos, ele não parecia mais o mesmo. E seus amigos perceberam isso, que ele tinha deixado de ser um garoto alegre e divertido para se tornar melancólico, preocupado. Foi uma mudança muito drástica ocorrida em pouco tempo, que estava causando um mal intenso a ele. E, devido ao ocorrido com sua avó, não havia mais nenhuma perspectiva de melhora.
“Raphael, vamos visitar ele no hospital hoje? Acho que ele não vai ficar bem se continuar sozinho lá...”
“Sim, sim. Vamos lá depois da aula, já tô com saudades daquele ruivo”
No momento em que a aula acabou os dois amigos saíram da escola e seguiram em direção ao hospital. Durante o caminho, discutiram sobre como iriam conversar com Peter, se iam tentar reconfortá-lo ou se apenas iriam aparecer e ficar com ele por um momento em silêncio. Apesar de conseguirem conversar bastante durante o caminho, não demorou muito para que eles chegassem a um edifício branco e azul, com um letreiro vermelho indicando que aquele era o hospital da cidade.
Ao entrar no prédio foram logo pedindo por informações sobre Aileen e Peter Cunningham para qualquer um que aparecesse no caminho. Após algum tempo, uma enfermeira muito velha e extremamente rabugenta os informou que ambos estavam no quarto 333, que ficava na ala esquerda do terceiro andar do hospital.
Os elevadores estavam quebrados, o que acabou fazendo com que Laura e Raphael tivessem de andar por vários lances de escada, demorando quase 10 minutos para que chegassem ao quarto em que estavam o garoto e sua avó.
E quando finalmente chegaram lá, eles desejaram nunca ter entrado.
Médicos e enfermeiras corriam desesperadamente por todo o quarto, gritando e brigando uns com os outros enquanto a velha Aileen tremia descontroladamente com o corpo e espumava pela boca de forma descontrolada. Era uma convulsão.
No canto de tudo aquilo estava um jovem Peter, recluso e encolhido, seus olhos vermelhos de tanto choro, e os cabelos ruivos completamente bagunçados e quase sendo arrancados pela raiz por uma das mãos, enquanto a outra segurava um pequeno pedaço de papel molhado pelas lágrimas.
Os dois recém chegados não sabiam se entravam no quarto para confortar o amigo, se ficavam ali fora somente assistindo aquela cena aterrorizante, ou se iam embora antes que o jovem percebesse que eles estavam por lá.
Até que subitamente a bagunça no quarto diminuiu, a movimentação dos médicos cessou por um momento, e uma voz grave e serena anunciou:
“Hora da morte, 13:32.”
O corpo da agora falecida Aileen Cunningham jazia inerte na maca.
Peter desabou no chão, e ficou caído de bruços. Ele não sabia o que fazer naquela hora, quando seu mundo havia desabado em sua frente. Sua última familiar direta estava morta, e ele era o último Cunningham vivo.
Naquela hora seus amigos sabiam o que fazer, e logo os dois estavam avançando em direção a ele. Raphael o levantou prontamente, e Laura o abraçou com força. Ele acabou ficando sem reação por um momento, e então processou tudo o que estava ocorrendo, e recomeçou a chorar descontroladamente.
Depois de alguns momentos, o corpo da avó Cunningham foi levado para a autópsia, e os dois jovens conseguiram fazer com que Peter se sentasse. Mas ninguém sabia exatamente o que falar.
O jovem ruivo não conseguia parar de soluçar, e nenhum dos dois amigos tinham certeza de qual seria o jeito certo de reconfortá-lo. Aquele momento era caótico para todos os três.
...
Peter ficara responsável por todo o processo do velório, mas como não havia mais parentes próximos e sua avó não tinha nenhuma religião assumida, ele decidira fazer apenas uma pequena cerimônia para si mesmo.
Alguns amigos compareceram, mas apenas Laura e Raphael ficaram junto com ele toda a cerimônia.
A falecida Aileen Cunningham estava com a pele ligeiramente rosada devido a maquiagem leve, e fora vestida com um pequeno e delicado vestido azul claro. No centro de seu peito estava um medalhão prateado, este era um medalhão que passara de mãe para filha na família Cunningham. Alguns anos antes, Aileen tinha feito Peter prometer que ela seria enterrada com ele. Dentro do caixão havia também, além do corpo, algumas flores para tentar amenizar o clima.
Como não houveram muitas visitas, o velório foi curto, e logo se iniciou o cortejo fúnebre até o cemitério. Carregando o caixão iam dois funcionários da funerária escolhida por Peter, seguidos por Raphael, Laura e Peter. Era um cortejo triste de se assistir.
Ao chegarem a cova determinada, o neto pensou em dizer algumas palavras, mas as palavras bonitas se enroscaram na garganta, e as únicas coisas que saíram foram um pequeno sorriso tímido, e uma curta frase.
“Ela odiaria essa porra de vestido."
Antes do caixão descer, Peter se agachou vagarosamente, beijou a testa fria da avó e afagou delicadamente seus cabelos brancos pela última vez.
O caixão desceu, Raphael e Laura ficaram encarando ele de forma melancólica, enquanto o neto só fitava aquele mesmo pedaço de papel que estava em sua mão no hospital.
Era um papel velho, amarelado e manchado, e no centro dele, estavam escritas na caligrafia suave de Aileen Cunningham uma pequena frase.
"Ache a rosa que está perdida."
Aquela foi a última coisa que Peter recebera de sua avó. Ele sabia que aquilo tinha algo a ver com seus sonhos, e que sua avó sabia de muitas coisas mais. Se ao menos ela tivesse mais tempo para explicar tudo aquilo.
...
Já haviam se passado três semanas desde o enterro. Era mais ou menos duas da manhã quando o celular de Raphael vibrou, anunciando uma mensagem recebida de Peter.
“Tá on? Tô indo fazer uma coisa, se quiser, me encontre na porta do cemitério”
E, antes que ele pudesse avaliar aquela estranha mensagem, o celular vibrou de novo. Dessa vez, era uma mensagem de Laura.
“Você recebeu uma mensagem do Pete tbm? Você vai lá? Acho que ele tá ficando louco...”
Raphael tinha certeza de que seu amigo ainda não estava completamente recuperado da perda de sua avó, e sabia que só havia uma maneira de ajuda-lo.
“Eu tô indo lá Laura, bora”
Após responder as mensagens avisando que iria sim se encontrar com eles, Raphael se vestiu com roupas mais confortáveis, uma calça e uma blusa de moletom junto com tênis esportivos, ele acabou perdendo algum tempo arrumando o cabelo.
Após conferir sua aparência no espelho, o jovem rapidamente abriu a janela de seu quarto lentamente para não fazer barulho, e pulou por ela de forma ágil e elegante.
Enquanto corria pelas ruas ele era basicamente uma sombra, sua pele levemente morena se camuflava junto com a blusa e calças pretas, e fazia com que o jovem passasse despercebido por todo o caminho até o cemitério.
Logo que chegou, avistou seu amigo ruivo, parado em cima de um dos muros do cemitério, encarando a noite enquanto bagunçava ainda mais seus cabelos. Apesar do frio ele vestia apenas uma camiseta larga demais, calça jeans surrada e um all star vermelho desbotado.
Laura apareceu logo depois, completamente agasalhada.
“Porque a gente tá aqui, Pete? Eu tava dormindo poxa” – Laura deixava a irritação transparecer pela entonação da voz.
“Vocês vão pensar que estou louco, mas minha avó me chamou” – Peter deixou transparecer um pequeno sorriso – “Vamos entrar ou não?”
Raphael olhou para a amiga, os dois desacreditavam daquilo, mas nesse meio tempo o garoto já havia pulado o muro, e estava na parte de dentro do cemitério.
Raphael riu de nervoso e foi logo atrás.
“Puta que pariu!” – Extravasou a garota, correndo atrás dos dois.
Os três entraram no cemitério escuro, e ninguém sabia exatamente o que estava fazendo.


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Notas finais do capítulo

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