Zauber escrita por magalud


Capítulo 4
Capítulo 4 - Invadindo o palácio do malvado


Notas iniciais do capítulo

Nossos heróis encontram diferentes aventuras



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Capítulo 4 - Invadindo o palácio do malvado


Ron Weasley, com seu jeito distraído e descolado, de repente viu-se nos domínios de Dumbledore. Ele pensou em voltar e trazer o príncipe Harry, imaginando que, mesmo que ele não fosse um príncipe, ele parecia ser um e se portava como um. Para Ron, isso era equivalente a ser um príncipe.


Embora meio perdido nos domínios do malvado, Ron era esperto o suficiente para se esquivar de problemas. Foi ao tentar fugir de alguns transeuntes que ele viu a comoção.


- Peguem-no!


- Não o deixem escapar!


Ron se encolheu o máximo que pôde, atrás de uma árvore, colocando o conspícuo cabelo vermelho debaixo de um gorro e observando com olhos bem abertos o que se passava. Na verdade, ele se tornou um espectador privilegiado, pois toda a ação transcorreu bem diante de seus olhos.


Um jovem louro estava à frente de alguns soldados, ativamente perseguindo um outro homem, de cabelos longos e mantos negros. Foi perto de Ron que os perseguidores alcançaram sua presa. Dois soldados contiveram o homem de preto. O louro riu-se:


- Desista, Severus! Não há como escapar.


- Draco, deixe-me ir! Você, de todas as pessoas, não pode achar que eu quero ficar aqui contra a minha vontade.


- Seja mais razoável e esperto, Severus. Jure sua aliança a Dumbledore.


- Por que eu faria isso?


- Voldemort não é o que parece. Mais do que ninguém, eu sei disso. E você também vai cair em si.


- Draco, por que traiu nosso Lord? Você tem seu pai ao lado do Lord, poderia ter muito poder e riquezas!


- Mas ele não confiava em mim. Só confiava em você. Dumbledore confia em mim. Tanto que ele me prometeu que poderia cuidar de você. Quando você se aliar a Dumbledore, poderemos finalmente nos unir.


- Unir?


- Eu tenho sangue puro, e você é um Príncipe, esqueceu? Será uma boa união. Dumbledore praticamente me prometeu.


- Mas eu não! - O homem chamado Severus se debatia nas mãos de dois truculentos soldados. - Jamais me unirei a você, Draco!


- Severus, pare com isso. Agora vamos voltar ao palácio. E prometa ser bonzinho e não tentar escapar, ou pedirei a Dumbledore que me dê permissão para acorrentá-lo.


- Isso é um insulto.


- Pode ser, mas você não vai fugir, vai? Prometa que não vai.


O homem vociferava:


- Nunca farei essa promessa. Enquanto me sobrarem forças, é meu dever tentar escapar e me juntar a meu Lord.


- Severus, por favor, não me force a tomar uma atitude que eu não quero com meu futuro parceiro.


- Se não quiser tomar essa atitude, basta não fazê-lo. Não tente me culpar pelas coisas que você faz! Se fizer isso, será por sua própria conta. Não fiz nada para merecer isso. E eu jamais serei seu parceiro!


O louro Draco não gostou da resposta. Fechou a cara e ordenou:


- Levem-no.


Os guardas praticamente arrastaram o homem e Ron discretamente foi atrás do grupo. Se ele ia trazer o Príncipe Harry, era bom saber onde ficava o palácio.


Mas ele não entendia algumas coisas. Onde estava a princesa? Será que esse Severus tinha sido aprisionado também? E por que ele era tão parecido com o retrato da Princesa Severina que Harry carregava?


Ron observou o grupo entrar numa grande construção e ficou olhando, procurando um jeito de entrar ou de observar o que se passava lá dentro. Poucos minutos depois, ouviu uma janela se abrir ao lado de uma grande e frondosa árvore. Pela janela, vozes chegavam até ele.


- Não sei como você agüenta Draco.


- Se você o conhecer melhor, verá que ele não é tão ruim, Severus.


- Ele é um traidor, Pettigrew! - vociferava Severus. - Odeio gente assim.


- Talvez ele tenha visto mérito em Dumbledore, visto alguma verdade no que ele prega...


- Dumbledore me trouxe aqui contra minha vontade! E ainda pretende me dar de presente para Draco. Eu não sou uma moeda de troca! Se ele está tentando ganhar minhas graças assim, vai se dar mal. Eu sou um prisioneiro!


- Sim, é verdade. Mas ele quer lhe mostrar uma outra verdade, Severus. Além do mais, parece que seu antigo Lord não está muito interessado em tê-lo de volta.


- Meu Lord deve estar preparando planos para me soltar agora mesmo.


- Será mesmo, Severus? - indagou o outro, docemente. - Será mesmo? Ninguém apareceu até agora.


Ron começou a escalar a árvore, para ver o que se passava no aposento. Severus estava num quarto com um homem baixinho e rechonchudo, de grandes dentes e aparência fraca. Ao ver que não havia soldados dentro do quarto, Ron arriscou chegar mais perto.


Mas foi visto. O homem gordinho apontou para a janela:


- Um invasor! Ali!


Ron rapidamente se escondeu atrás do tronco, e Severus veio ao balcão da janela:


- Onde?


- Eu vi! Estava ali, na árvore!


- Tem certeza? Os guardas teriam visto. Pode ter sido um galho se movendo no vento. Você sabe, o Sol pode pregar peças nesse horário.


- Mas eu vi. - O homem se indagou. - Será que eu vi?


- Peter, por que não vai descansar? Eu mesmo também pretendo descansar um pouco. Estou irritado.


- Está bem, Severus. E eu vou falar com o Draco, ver se consigo acalmá-lo.


Ron olhou o gordinho ir embora e assim que Severus fechou a porta, ele agilmente escalou o galho e ganhou o balcão, chamando:


- Psiu! Senhor Severus?


- Quem é você?


- Meu nome é Ron Weasley, mas isso não é importante. Eu vim a mando de Lord Voldemort, que quer resgatar a Princesa Severina!


- Mas que asneiras está falando, Ron Weasley?


- Da princesa! Você foi preso junto com ela?


- Não existe uma princesa Severina. Eu sou Severus Snape, um dos servos mais chegados ao Lord das Trevas.


Ron Weasley coçou a cabeça.


- E agora? Vim para ajudar no resgate de uma princesa, mas só tem um príncipe.


- Eu sou um Príncipe, e essa é a mais pura verdade. E se você veio me resgatar, vamos logo embora!


- Não! - Ron o deteve, cochichando. - Não pela porta.


Ron Weasley o ajudou a galgar a janela e descer a imensa árvore. Os dois cruzaram o jardim. Severus ia se aproximando do portão, quando Ron Weasley o deteve, puxando-lhe o braço. Antes que o outro protestasse, o homem de gorro apontou adiante.


O homem louro chamado Draco atravessava o jardim de maneira apressada, carregando correntes e cadeados e algemas. Com ele, vários soldados iam de volta ao palácio. Obviamente Draco ia cumprir a promessa de acorrentar Severus. O ex-prisioneiro se enfureceu:


- Aquele insolente e traidor!....


- Calma - recomendou Ron. - Precisamos ficar quietos. Eles devem achar que fugimos do palácio e vão nos procurar lá fora. Vamos ficar escondidos. Quando amanhecer, poderemos sair para nos encontrar com o príncipe e devolvê-lo a seu pai.


- Meu pai?


- Quis dizer Lord Voldemort. Mas eu me confundi, porque, afinal, ele o ama como a um filho. Precisava ver como ele ficou emocionado ao nos pedir para vir soltá-lo. Esse monstro Dumbledore não deve ser nada agradável. Estou com medo só de pensar nele. Ainda bem que é o príncipe que vai se haver com ele!


- Príncipe? Que príncipe?


- Príncipe Harry. É o herói que Lord Voldemort arrumou para salvá-lo. Eu sou o assistente do príncipe.


Severus ficou curioso:


- E como é esse seu príncipe?


- Leal, corajoso, jovem e muito bonito. Ele está entusiasmado em vir salvá-lo.


- Entusiasmado? Mesmo?


- Oh, sim. Ele viu o retrato e acho que se apaixonou!


Severus enrubesceu, os olhos negros brilhando como carvões numa fogueira. Alguém estava apaixonado por ele! Mas, infelizmente, Ron lembrou:


- Bom, quer dizer... Ele está pensando que você é uma princesa.


Ron observou o homem perder todo o entusiasmo, desinflando como se fosse um balão de ar com um grande furo. Os olhos se apagaram e ele abaixou a cabeça:


- É claro. Quando ele me olhar, não vai mais querer me salvar. Eu entendo. Quem iria querer alguém como eu? Especialmente um príncipe jovem, corajoso e bonito. Não. Ninguém ia querer alguém assim.


- Não fique assim. Lord Voldemort o ama muito. E aquele tal Draco também parecia interessado em sua pessoa.


- Draco é um arrogante, presunçoso e insolente! E um traidor! Ele era aliado do Lord das Trevas, mas foi só Dumbledore oferecer-lhe o segredo dos Mistérios da Luz e a entrada na Ordem da Fênix que ele se bandeou para o lado dele!


- Você ao menos tem alguém que o queira, Severus. Eu nem isso tenho. Eu queria tanto uma mulherzinha, alguém que cuidasse de mim, que assasse bolos doces, que cuidasse de mim... Mas ninguém me quer.


- Você não se incomoda que um outro homem pense em mim com esses pensamentos?


Ron Weasley deu de ombros:


- Não me incomodo. Tenho dois irmãos que preferem outros rapazes. Conheço gente que não se incomoda em deitar com animais. Mas nunca me interessei por outra coisa que mulheres. Acho que sou apenas um homem simples. Tão simples que ninguém se interessaria por mim.


Severus olhou o homem de gorro e inspirou fundo. Ele queria acreditar que podia ser diferente, que alguém pudesse vê-lo com desejo ou com olhos de amor. Mas ele gostava de outros homens e não mulheres. Sua preferência não era natural, e isso só ajudava Severus a pensar que ninguém jamais iria querer ficar com ele.


De nada adiantava aquilo. O Lord sempre lhe dissera que ninguém iria querê-lo, e Severus sabia que as palavras duras eram verdadeiras. Talvez o Lord realmente quisesse poupá-lo de uma desilusão. Então ele inspirou fundo e sugeriu:


- Melhor ficarmos quietos agora. Ao menos até os soldados se afastarem.


Os dois permaneceram em silêncio, perdidos em seus pensamentos. Eles não faziam idéia de que as coisas rapidamente se desenrolavam, longe dali.




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Notas finais do capítulo

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Próximo capítulo: Harry, nosso herói, é um pouco obtuso



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