O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 2
Capítulo 1: As quatro moças.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos favoritos e pelo comentário.



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Mal você sabe

Ainda sou perseguida pelas memórias

 

Oito anos atrás:

Certa vez, um velho maluco me parou na rua e começou a gritar: ‘’Não confie em ninguém. A confiança no outro será o nosso descanso. Desconfie daquele que confia e confie naquele que não confia’’.

Naquele dia eu não liguei para as palavras de um louco, não havia motivos para me importar, eu já sabia em quem confiar. Só agora eu sei o quanto aquele velho está certo.

Meu pai havia ido embora, ou melhor, tinha me abandonado neste lugar, o que é realmente bom para ele, ninguém iria saber a verdadeira história do que aconteceu. Não teria ninguém para atrapalhar seu plano. Afinal, a filha louca que matou sua mãe, sua irmã e que tentou assassinar seu pai, falhou miseravelmente.  Como não sou maior de idade, prisão não cola, então nada melhor do que me prender em um lugar que eu irei sofrer e provavelmente morrer. Ninguém ira se importar. Ninguém perguntará de mim e se perguntar meu pai irá contar apenas que me colocou em um hospício aonde eu não irei machucar mais ninguém. Mal sabem que estarão sendo vitimas do meu pai como eu fui.  

— Vamos lá, Babydoll. Irei apresentar a você formidáveis moças. – disse o homem de terno que junto comigo acompanhou com os olhos a ida do homem que um dia chamei de pai.

Pensei em gritar, pedir socorro, falar que eu não deveria estar aqui. Mas talvez, um grande talvez, isto não seja pior do que ficar nas garras de meu pai. Eu ainda tenho medo dele, mesmo eu sendo consumida por raiva, não conseguiria matá-lo. Talvez aqui eu tenha uma chance de viver uma vida, mesmo que ruim. Nada pode ser pior do que meu pai.

— Meninas, prestem atenção, temos uma nova integrante. – declarou o homem. – Deixe-me apresentar a vocês: Babydoll. – puxou minha cintura com força, fazendo meu corpo se aproximar do seu.  

Desviei meus olhos dele e olhei para as quatro moças que estão na minha frente. Apenas uma aparenta ser mais velha do que as outras, seu cabelo é grande na cor loira e seus olhos me encaram com desdém. A outra garota parece ser da minha idade, seu cabelo é curto na cor loira, mas diferente da outra loira, está me demonstrando pena no olhar. A penúltima garota parece ser japonesa por ter olhos puxados, seu cabelo é na cor castanho claro e seus olhos me mostram medo. Meus olhos chegaram a ultima garota, cabelo na cor castanho escuro, seu rosto é angelical e ela me olha com curiosidade.

— Deixarei Babydoll na mão de vocês, queria poder explicá-la as coisas, mas preciso dar punição a uma garota que não obedeceu minhas regras. Expliquem tudo para a nova companheira de vocês. – ele sorriu maliciosamente, depositou um beijo em minha bochecha e saiu em direção a uma porta escrita: Punição.

— Como está se sentindo? – pergunta à menina que aparenta ter minha idade e que tem cabelo loiro curto.

— Qual é Rocket, não tem necessidade disso. Vamos logo apresentar o ‘’lugar especial’’. – Disse a mais velha do grupo, que continua me encarando com desdém. O modo como enfatizou a ultima palavra me fez sentir um arrepio.   

— Deixa de ser assim, irmã. – retrucou Rocket, mostrando a língua. – Esta aqui é a minha irmã mais velha, Sweet Pea. – apontou para a loira que continua séria. – Aquela japonesa linda é a Amber. – olhei para a moça de olhos puxados. – E por ultima, mas não menos importante, Blondie. – minha atenção foi para a mulher que tinha o rosto angelical, ela sorriu fraco para mim. Não devolvi o sorriso.

— Já que Rocket apresentou todas nós, vamos lhe mostrar o lugar especial. – novamente, Sweet Pea insistiu em me mostrar o tal lugar especial, fazendo com que eu ficasse brevemente irritada, ela me trata como se fosse uma criança. – Venha conosco, Babydoll. – mandou.

— Meu nome não é Babydoll. – cruzo meus braços e a encaro.

— Oh, perdoe-me, qual é o seu nome? – pergunta sarcástica. Mas antes que eu pudesse responder, ela continua a falar. – Não me interessa qual era o sei nome, a partir de agora, de hoje, você se chama Babydoll porque o Blue te nomeou assim. Esqueça sua vida antiga. Esqueça seu nome antigo. – falou fria como se ela me conhecesse, como se soubesse o que eu passei. Aquilo me encheu ainda mais de raiva.

— Você não tem o direito de falar assim comigo! – explodo e aponto o dedo em seu rosto. Isto chama atenção de varias meninas, mas nem me importo.

—O que você quer? Quer que eu seja bondosa, quer que eu te fale que vai ficar tudo bem? – sim, é o que eu quero, é o que eu preciso. - Acontece querida, que daqui para frente às coisas não irão melhorar! – Ela me empurra com força me fazendo cambalear e cair no chão.

—Irmã! – advertiu Rocket. – Para, está bem? Ela acabou de chegar, não precisa ser tão ruim assim com a garota. – as duas loiras se entreolharam e Sweet Pea apenas se afasta de mim, permitindo que sua irmã se aproxime de mim e me ajude a levantar. - Sinto muito pelo jeito frio dela, como ninguém foi bondoso conosco quando chegamos aqui, ela acha que deve fazer o mesmo. – eu apenas concordo com a cabeça, e vejo seus olhos me demonstram compaixão e coragem. - Agora a senhorita precisa ver uma coisa. – Rocket puxa meus braços e me guia para outro corredor que tem no cômodo.

Atualmente:

—Eu acho que você ligou para o numero errado. – afirmei, tentando demonstrar que não havia nenhuma incerteza na minha voz. Fazia anos que eu não ouvia aquele nome, ou melhor, fazia anos que eu não entrava em contato com a pessoa que me ligou.

—Claramente não, Babydoll. – e então ela desligou o telefone.

Fiquei encarando o meu celular, incrédula do que havia acontecido, mas antes que eu pudesse pensar em tentar rastrear a pessoa, uma mensagem chegou:

‘’Venha me ver, tenho um presente para você.  ;)’’

Cliquei para ler o resto da mensagem que apenas falava um endereço. Eu sei a onde é este endereço, eu corro naquelas redondezas. Eu poderia resolver aquilo sem ninguém se quer saber desta história. Antes de voltar para mais perto do pessoal, arrumei minha feição e me preparei para contar mais uma mentira. Não que eu queira mentir pra eles, mas é para um bem maior. Para o meu bem.

— Ei, camaradas. – falei disfarçado o nervosismo. Todos agora me encaram. – Então eu preciso voltar correndo pra casa.

— O trabalho ainda não acabou. – Oliver falou entediado e colocou sua camisa.

— Eu sei. – sorri. – Mas o meu namorado me preparou um jantar super romântico que eu não compareci, agora ele esta me enchendo de perguntas. E vocês sabem que eu não sou boa em mentir. – boa desculpa, pensei.

— Namorado? Como assim? Felicity Smoak está namorando? – Roy começou a rir, mas sua risada parou quando eu dei o meu olhar mais sério para ele. – Foi mal.

— Quem é o sortudo? – perguntou Diggle animado.

— Segredo... Por enquanto. Até eu confirmar que ele não quer terminar comigo hoje por eu não estar em casa a essas horas. – suspirei falsamente.

— Resolva isto rápido e volte, sem demoras. Qualquer coisa fale que eu a obriguei a ficar na empresa e preciso que volte imediatamente. – Oliver nem sequer olhou para mim, típico dele.

— Claro senhor Oliver. – revirei os olhos, fazendo com que Diggle e Roy rissem. – Aliás, deixem pedaços de bolo para mim seus gulosos.

Antes que a porta se fechasse por de trás de mim, eu pude escutar Roy reclamar. Sorri fraco. Ele sempre consegue manter um ótimo humor. Mas agora nada me deixara animada, meu rosto se fechou e eu apenas dirigi até o percurso indicado pela mensagem. Estacionei o carro perto do local e comecei a caminhar rapidamente. O lugar é um cais e bem na ponta está à pessoa que me ligará.

— Ola, Babydoll. – disse no mesmo tom frio que ela sempre tivera.

— Sweet Pea. - falei sem emoção.

— Aproveitou bem os últimos anos? – típico dela, fingir que se importa.

— Sim, imagino que você também. Agora vamos ao que interessa: o que faz em minha cidade? – cruzei os braços.

— Sua cidade? – um sorriso sarcástico abriu-se em seu rosto. – Eu apenas vim aqui para terminamos o que começamos.

O vento bateu em nossos rostos fazendo com que nossos cabelos balançassem para o lado, sentei do seu lado e comecei a olhar as estrelas como ela está fazendo, fazia tempo que eu não admirava as estrelas. Mesmo elas estando todos os dias no mesmo lugar. 

— Ele está aqui? – voltei a encarar.

— Sim. E já está iniciando o seu plano. Achei que soubesse, já que agora trabalha com o Time do Arqueiro. – eu podia perceber pelo tom de sua voz que ela espera que eu minta ou pelo menos a contrarie.  

— Nem imagino como você sabe. – revirei os olhos.

— Observei você por três dias. Queria saber como está sua vida. – ela me encarou.

— Não melhor do que a sua, imagino. – um pequeno sorriso escapou de seus lábios.

— Preciso que saia do time do Arqueiro. – mudou de assunto rapidamente.

— Eu não posso! – levanto-me indignada. Ajudar o time é o único meio que vejo para recompensar as coisas que fiz no passado, as coisas que não me orgulho e tento esquecer.

— Sim, você pode e vai! – ela também se levantou. – Você não é uma heroína! – afirmou encarando-me séria.

— Sei que não sou, mas não sou mais aquela assassina! – me seguro para não gritar, não quero chamar atenção de alguém. Ninguém pode saber que eu estive aqui.

— Tem que ser, preciso de você.

Outra brisa de vento se passou por nós, e com isso me fez lembra que não estamos mais lá, tudo acabou. Quer dizer, pelo menos uma parte sim.

— Você está certa. Estou dentro. – não poderei deixá-la fazer sozinha, tínhamos feito uma promessa.   

— Fico feliz que pensou direito. Entrarei em contato com você amanhã. – se despedimos apenas com o olhar e seguimos caminhos diferentes.

No caminho inteiro até a arque-caverna fiquei pensando em coisas que eu poderia dizer, pensei também nas reações deles e principalmente de Oliver. Ele não iria permitir, iríamos discutir, mas não seria o suficiente para me impedir. Isto será temporário, eu apenas preciso resolver uma coisa e depois tudo poderá voltar ao normal.

Quando entrei, Oliver me olhou como se eu tivesse demorado um ano para voltar. Ele gosta de deixar claro o quanto espera de mim, pois vive sempre me cobrando. No entanto, não entendo, sei que ele se importa comigo, mas às vezes, nós parecemos duas crianças imaturas, vivemos em pequenas discussões, mesmo que o motivo seja pequeno. Talvez seja bom ficarmos longe um do outro, pelo menos nas noites.

— Pessoal, eu preciso falar algo para vocês. – declarei e todos pararam os exercícios para falar comigo.  

— Aconteceu algo, Felicity? – pergunta Diggle cruzando os braços e demonstrando preocupação.

— Eu terei que deixar o time por um tempo. – 1... 2... 3... E Oliver me encara decepcionado.

— Motivo? – diz claramente irritado. Eu não queria iniciar outra discussão.

— Eu tenho a minha vida, tenho minhas necessidades. – ele se aproxima para mais perto de mim.

— Você não vai nos deixar. – afirmou me dando o olhar serio dele.

— O bom é que você nunca mandou em mim. – falei revirando os olhos. Quem ele acha que é para tentar mandar em mim? Só porque é um heroi acha que pode me dizer o que fazer? Nem pensar.

— Felicity... Precisamos de você. – eu sei o quanto dói ele ter que admitir isto, porque ele está certo, sem mim, eles não conseguem acessar muitas coisas. Mas não é hora em demonstrar incerteza.

— É apenas por um tempo, eu voltarei. – começo andar em direção a saída e colocando fim ao assunto.

Diferente de Oliver, o resto do pessoal me entende. Eu não posso passar a minha vida inteira ajudando o arqueiro-verde a combater vilões. Nem ele mesmo pode. Claro que eu fui vaga no motivo de precisar sair, mas isso não é o importante. O que realmente importa é que estou fora do time sem ideia de quando voltar.

Se é que algum dia eu conseguirei voltar.


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Notas finais do capítulo

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